A Mônada sempre ressurgirá como um ser mais perfeito, em um plano sempre superior, para iniciar um novo ciclo de atividade mais perfeito. [Ad æternum.] [In: A Doutrina Secreta, de autoria de Helena Petrovna Blavatsky.]
Peregrinação da Mônada
(Simbolicamente)
Todas as Mônadas, sem exceção, se desdobram e progridem ciclicamente, passando de um ciclo para outro, em duplo sentido, centrífugo e centrípeto, um em sua essência última e sete em seus aspectos, sempre reascendendo a cada novo período para estados superiores e mais perto da meta final, de modo que cada átomo poderá alcançar, por meio de seus esforços e méritos individuais, aquele estado em que se converterá no TODO UM e INCONDICIONADO. [A isto eu tenho denominado nos tornarmos DEUSES CONSCIENTES.] [Ibidem.]
A Prisão do Absurdão
— Em minha inculturância1, de berço e, ainda, insuperável
– herança maldita que fabriquei e que herdei de mim mesmo,
por conta de encarnações sucessivas irracionais e contraditórias –
cometi e ainda cometo todas as absurdâncias humanas e desumanas
que um nefelibata baldio e delirante pode cometer,
tendo pensado, sonhado, desejado, dito, feito e apoiado
coisas tão escabrosas, de fazer até um psicopata chorar.
Em um certo sentido, mas, nem tanto 'mutatis mutandis',
nem o Ted Bundy e nem o Jim Jones foram piores do que eu.
Sempre tive vocação homicida, genocida e exterminicida.
Fazer o quê? Eu-mônada já encarnei assim: fora dos engonços.
Meu balaio de taquara de defeitos é mesmo sesquipedal,
e, a cada dia que passa, como o 'cordão dos puxa-sacos',
'dando viva aos seus maiorais', parece que 'cada vez aumenta mais',
pois, eu não tenho força interior para reverter as coisas.
Tenho muito receio de me tornar um homem-sem-alma,
e de acabar entropizado na medonha Oitava Esfera!
Até tenho um pouco de vergonha em reconhecer isto,
mas, meus desejos são maiores do que a vergonha,
minhas cobiças são maiores do que a vontade mudar
e minhas paixões são maiores do que o cagaço do vir-a-ser.
Enfim, admito que sou um ente-humano-aqui-na-Terra
que desonra, deslustra e avilta, primeiro, o meu Deus Interior,
segundo, Brasil, e, terceiro, a Uni-humanidade.
Eu só espero que o meu retrato não vire um monstro disforme,
como acabou virando o Retrato de Dorian Gray!2
O Retrato de Dorian Gray
— Mas, não obstante isso tudo e mais o que não confessei,
em silêncio, quietinho, sozinho e sem ninguém saber,
estou me esforçando muito e estou tentando mudar um pouquinho.
Afinal, já estou meio velhinho e sinto que a Hora está chegando.
Talvez, quando eu reaparecer aqui na Terra de novo
– só talvez, pois, parei de prometer qualquer coisa –
eu seja mais isento e imparcial e menos preconceituoso,
mais Fernão Capelo Gaivota3 e menos risadinha,
mais humilde, simples e sóbrio e menos autoritário,
mais responsável e menos instigador, açulador e insuflador,
mais cavalinho-do-mar e menos cavalão da terra,
mais culto e menos desprovido de inteligência e de sensibilidade,
mais vou-comigo-mesmo e menos maria-vai-com-as-outras,
mais defensor dos direitos humanos e menos dr. Tibiriçá,
mais democrata e menos conspirador e maquinador,
mais Lapis Philosophorum e menos ,
mais fraterno e menos falto de humanidade,
mais misericordioso e menos inclemente, infando e inflexível,
mais amoroso e menos avinagrado,
mais verdadeiro e menos falacioso,
mais amigo e menos antagonista,
mais universal e menos patriota,
mais categórico e menos hipotético.
Espero, um dia, ressurgir como um ser mais perfeito.
— Sinceramente, espero, um dia, me tornar um com todos.
Espero, um dia, poder ajudar ao invés de destruir.
Espero, um dia, conquistar inteiramente a Cidade das Jóias.
Espero, um dia, viver sob a égide do Lótus das Mil Pétalas.
Espero, um dia, me converter no TODO UM e INCONDICIONADO.
Espero, um dia, ser um Deus Consciente.
Que a Humanidade e os brasileiros me perdoem.
Que o meu Deus Interior me ajude.
Que eu consiga, de fato, domar o meu dragão interior.
______
Notas:
1. Inculturância = Incultura + Ignorância.
2. O Retrato de Dorian Gray (em inglês: The Picture of Dorian Gray) é um romance filosófico do escritor, poeta e dramaturgo irlandês Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde, ou, simplesmente, Oscar Wilde (Dublin, Irlanda, 16 de outubro de 1854 – Paris, 30 de novembro de 1900).
3. Fernão Capelo Gaivota (em inglês: Jonathan Livingston Seagull – a Story) é um romance do escritor de nacionalidade norte-americana Richard Bach (Oak Park, Illinois, 23 de junho de 1936), publicado em 1970.
Música de fundo:
Send in the Clowns
Composição: Stephen Sondheim
Interpretação: Barbra StreisandFonte:
https://cutepup.club/ODqj9Mq39FM
Páginas da Internet consultadas:
http://dollsparablogs.blogspot.com/
https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Retrato_de_Dorian_Gray
https://www.glitter-graphics.com/
https://www.tudogostoso.com.br/
https://br.pinterest.com/pin/442900944581127898/
https://br.pinterest.com/pin/243827767310407360/
https://in.pinterest.com/pin/436497388867096905/
https://www.cartacapital.com.br/politica/
bolsonaro-em-25-frases-polemicas/https://www.brasil247.com/poder/pt-divulga-lista
-com-17-retrocessos-do-governo-bolsonaro
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