Esta
coletânea é um apanhado de trechos seletos e hilariantes, mas,
muito séria e educativa, de algumas ruminações satíricas
e de algumas definições mordazes de autoria do escritor estadunidense
Ambrose Bierce. Tenho a mais convicta certeza de que você irá
se deliciar muito com o que irá ler. Eu me diverti muito ao preparar
este texto. E me empolguei! No final, conto uma história, da qual
participaram o deputado cassado Eppa Mynonda$ Ladra Vaz e a provecta viúva
Mi Ríade Obs Cu Reza.
Breve
Biografia
Ambrose
Gwinnett Bierce (Condado de Meigs, Ohio, 24 de junho de 1842 – após
26 de dezembro de 1913) foi um crítico satírico, escritor
e jornalista estadunidense, particularmente conhecido pela sua obra O
Dicionário do Diabo.
Ambrose
definia que sozinho
era estar em má
companhia. Ambrose fez do cinismo, misturado com humor negro,
sua marca registrada. Família, nação, raça humana:
nada escapava de suas estocadas, até hoje repetidas nos Estados Unidos.
Contista
excelente, suas obras são constantes em qualquer antologia de contos
americanos. Aos 71 anos, Ambrose seguiu em viagem para o México e
desapareceu sem deixar rastros. A teoria mais popular diz que ele foi fuzilado
pelos revolucionários do exército de Pancho Villa. O
local e a data de sua morte são incertos, sendo que teria falecido
provavelmente em dezembro de 1913 ou 1914, presumidamente no México.
Eu
gostaria muito de saber o que Ambrose foi fazer no México e qual
o motivo de se meter logo com Pancho Villa, pseudônimo de José
Doroteo Arango (San Juan del Río, Durango, 5 de junho de 1878 –
Parral, Chihuahua, 23 de julho de 1923) – um dos mais conhecidos generais
e comandantes da Revolução Mexicana (20 de novembro de 1910
a 1º de junho de 1920).
Pensamentos
Bierceanos
Casamento:
estado ou condição de uma comunidade formada por um senhor,
uma senhora e dois escravos, totalizando dois.
Caluniar:
dizer tudo o que achamos sobre um homem quando ele não consegue nos
achar.
A
guerra é a maneira de
Deus ensinar Geografia
aos americanos.
Casa:
um domicílio oco construído para ser habitado pelo homem,
pela ratazana, pelo rato, pelo escaravelho, pela barata, pela mosca, pelo
mosquito, pela pulga, pelo bacilo e pelo micróbio.
A
política é a condução dos negócios públicos
para proveito dos particulares.
A
amizade é um navio suficientemente grande para levar duas pessoas
com tempo bom, mas, apenas uma com tempo mau.
Paz:
em questões internacionais, um período de trapaça entre
dois períodos de luta.
Trabalho:
um dos processos através dos quais A cria riqueza para B.
Raciocinar
é pesar as probabilidades na balança do desejo.
Louco
(adjetivo): afetado por um alto grau de independência intelectual.
Circo:
lugar em que cavalos, pôneis e elefantes podem assistir a homens,
mulheres e crianças bancando os idiotas.
Acidente:
ocorrência inevitável devida à ação de
leis naturais imutáveis.
Casaco:
aquilo que a criança usa quando a mãe sente frio.
Citação:
ato de repetir de maneira errada as palavras alheias.
Paciência:
uma forma menor de desespero, mascarada de virtude.
Um
santo é um pecador morto, revisto e corrigido.
O
que vale a pena fazer vale a pena o trabalho de pedir a alguém para
o fazer.
Nada
é mais lógico do que a perseguição. A tolerância
religiosa é uma espécie de falta de fé.
Vaidade:
homenagem de um palerma ao primeiro imbecil que aparece.
Pederneira:
substância muito usada no fabrico de corações humanos.
Orar:
pedir que as Leis do Universo sejam anuladas em favor de um único
postulante, que se confessa indigno.
Anistia
é a generosidade do Governo para com os condenados, cujo castigo
se tornaria demasiado caro.
O
cérebro é um aparelho com o qual pensamos que pensamos. O
cérebro
distingue o homem que se contenta em
ser alguma coisa do homem que quer fazer alguma coisa.
Cínico:
um malandro cuja visão deficiente lhe apresenta as coisas como elas
são, não como deveriam ser.
Ciumento:
indivíduo indevidamente preocupado com a preservação
daquilo que só pode ser perdido, se não valer a pena ser mantido.
Católico
é alguém que acredita que o Novo Testamento seja um livro
inspirado por Deus, admiravelmente adaptado às necessidades espirituais
do seu próximo.
O
dinheiro
é uma benção que não nos traz nenhuma vantagem,
exceto quando nos afastamos dele.
O
conhecimento é uma pequena porção da ignorância
que arrumamos e classificamos.
Alegria: uma sensação
agradável provocada pela contemplação da miséria
dos outros.
Angústia:
doença provocada pela exposição à prosperidade
de um amigo.
Arrependimento:
sentimento que raramente incomoda as pessoas antes de começarem a
sofrer.
Auto-estima:
apreciação equivocada.
O
dever
é aquilo que,
inexoravelmente, nos impele, através
do nosso desejo, na direção do lucro.
Economia:
aquisição do barril de uísque que não precisamos
pelo preço da carne de vaca que não podemos nos
dar ao luxo de comprar.
Futuro
é o período de tempo no qual os nossos negócios prosperam,
os nossos amigos são verdadeiros e a nossa felicidade está
garantida.
Covarde
é o homem que, em uma emergência perigosa, pensa com as pernas.
As
calamidades são de duas espécies: a desgraça que nos
acontece e a sorte que acontece aos outros.
Casamento:
cerimônia na qual duas pessoas passam a ser uma, uma passa a ser nada
e nada passa a ser sustentada.
O
egoísta é alguém desprovido de consideração
pelo egoísmo dos outros.
O
egotista é um sujeito com mau gosto, mais interessado em si próprio
do que em mim.
O
saber é um gênero da ignorância humana que distingue
o homem estudioso.
A
morte não é o fim. Resta sempre a batalha pelo espólio.
Antipatia:
sentimento inspirado pelo amigo do nosso amigo.
Beleza
é o poder pelo qual uma mulher encanta o amante e aterroriza o marido.
Eloqüência
é a arte de persuadir oralmente os tolos de que o branco é
a cor que parece ser. Inclui o dom de fazer qualquer cor parecer branca.
Epitáfio
é uma inscrição em um túmulo que mostra que
as virtudes adquiridas pela morte têm efeito retroativo.
Erudição
é a poeira sacudida de um livro para dentro de um crânio vazio.
Pedir
perdão é assentar o terreno para fazer futuras ofensas.
Inimigo:
uma pessoa que é instigada pela sua natureza maléfica a negar
os nossos méritos ou a exibir méritos superiores aos nossos.
Hospitalidade:
virtude que nos obriga a alimentar e alojar certas pessoas que não
precisam de alimentos nem de alojamento.
Absurdo:
afirmação ou convicção manifestamente contrária
à nossa própria opinião.
Advogado:
indivíduo especialista em contornar a lei.
Agradar:
colocar os alicerces para estabelecer uma superestrutura de imposição.
Ajudar:
criar um ingrato.
Consolo
é o fato de sabermos que alguém melhor do que nós está
pior do que nós.
Ditador
é o chefe de uma nação que prefere a peste do despotismo
à praga da anarquia.
Conselho:
a mais mixuruca moeda de troca.
O
conservador é um estadista que gosta das coisas más que já
existem, em oposição ao liberal, que as quer substituir por
outras.
Cortesia:
pedir desculpa a um indivíduo por estar no meio do caminho e ter
sido alvejado por uma bala que ele disparou para acertar em outra pessoa.
É a forma mais aceitável de hipocrisia.
Culpado:
o outro indivíduo.
Desgraça:
o tipo de graça que nunca vem só.
Desprezo:
o que um homem prudente sente por um inimigo demasiado temível para
que se lhe faça frente.
Destino:
aquilo que autoriza os crimes do tirano e serve de desculpa para os fracassos
do idiota.
Diplomacia:
arte patriótica de mentir pelo nosso país.
Direito:
autoridade legítima para ser, fazer ou ter, como, por exemplo, direito
a ser rei, direito a fazer mal ao próximo e direito a ter sarampo.
Discussão:
método para demonstrar os erros dos outros.
Dia:
período de vinte e quatro horas, geralmente mal gastas.
Diabo:
autor de todos os nossos infortúnios e proprietário de todas
as coisas boas deste mundo.
Elogio:
um empréstimo que rende juros.
Engambelação:
dizer ao povo soberano que, se formos eleitos, não roubaremos.
Esquecimento:
dom concedido por Deus aos devedores, para compensar o fato de serem destituídos
de consciência.
Evidente:
para o próprio e para mais ninguém.
Expectativa:
estado ou condição mental que, no cortejo das emoções
humanas, é precedido pela esperança e seguido pelo desespero.
Fé:
crença, não baseada em provas, no que é contado por
alguém que fala sem conhecimento de coisas sem paralelo.
Fidelidade:
virtude peculiar daqueles que sentem que irão ser atraiçoados.
Filosofia:
caminho que vai de lugar nenhum a nada.
Funeral:
um cortejo através do qual demonstramos o nosso respeito para com
os mortos, enriquecendo o cangalheiro, e reforçamos a nossa dor com
uma despesa que torna mais pungentes as nossas lamúrias e mais abundantes
as nossas lágrimas.
Gentileza:
um breve prefácio a dez volumes de exigências.
Gratidão: um sentimento que
se situa a meio caminho entre um benefício recebido e um benefício
esperado.
Hábito: as algemas do homem
livre.
Hipócrita:
indivíduo que, ao professar virtudes que não respeita, assegura
as vantagens de parecer ser aquilo que despreza.
História:
relato geralmente falso de acontecimentos geralmente fúteis, contados
por governantes geralmente velhacos e soldados geralmente tolos.
Homem:
um animal tão perdido na contemplação voluptuosa daquilo
que pensa que é, que se esquece de refletir sobre aquilo que deveria
ser. A sua atividade principal é o extermínio dos outros animais
e da sua própria espécie, que, no entanto, se multiplica com
tal rapidez, que já infesta todo o mundo habitável.
Ignorante:
pessoa que desconhece certas coisas que nos são familiares, conhecendo
outras coisas das quais nunca ouvimos falar.
Ingratidão:
uma forma de amor-próprio que não é inconsistente com
a prática de aceitar favores.
Injustiça:
de todos os fardos que depositamos nos outros e que carregamos nós
próprios, é o mais leve nas mãos e o mais pesado nas
costas.
Insurreição:
uma revolução que não teve sucesso. Tentativa fracassada
de opositores que pretendem substituir um Governo mau por outro que não
sabe governar.
Júri:
conjunto de pessoas designadas pelo tribunal para ajudar os advogados a
evitar que a lei degenere e se transforme em justiça.
Linguagem:
música com a qual encantamos as serpentes que guardam os tesouros
dos outros.
Juiz:
pessoa que está constantemente a interferir em discussões
pelas quais não tem qualquer interesse pessoal.
Divórcio:
toque de corneta que separa os combatentes, fazendo-os lutar à distância.
(Com
o som do computador ligado,
aponte o mouse
para o caveirão)
Litígio:
máquina na qual se entra como um porco e se sai como uma salsicha.
Marido:
indivíduo que, depois de ter jantado, é incumbido de lavar
os pratos.
Medo:
consciência da depravação total do futuro próximo.
Mentiroso:
viciado em retórica.
Ócio:
uma fazenda-modelo na qual o Diabo experimenta as sementes de novos pecados
e cultiva os vícios de primeira necessidade.
Ódio:
sentimento apropriado para as ocasiões em que se revela a superioridade
de outra pessoa.
Ontem:
a infância da juventude, a juventude da idade adulta, o passado da
velhice.
Oportunidade:
ocasião favorável para agarrar uma desilusão.
Otimista:
proponente da doutrina segundo a qual o preto é branco.
Oratória:
uma conspiração entre o discurso e a ação para
enganar a inteligência. Uma tirania atenuada pela estenografia.
Orgulho:
nos recusarmos a pagar a conta do alfaiate porque ele nos tratou por senhor
– e não por Doutor.
Paraíso:
lugar onde os maus deixam de nos aborrecer com os seus assuntos pessoais,
e os bons ouvem atentamente quando contamos os nossos.
Patriota:
indivíduo a quem os interesses de uma parte parecem superiores aos
interesses do todo. O joguete dos estadistas e a ferramenta dos conquistadores.
Político:
uma enguia no lamaçal basilar sobre o qual a superestrutura da sociedade
organizada é erigida. Quando se contorce, confunde a agitação
da cauda com o estremecimento do edifício.
Presente:
parte da eternidade que assinala a divisão entre o domínio
da frustração e o reino da esperança.
Pressa:
celeridade dos trapalhões.
Princípio:
uma coisa que muitas pessoas confundem com «interesse».
Lógica:
arte de pensar e de raciocinar em estrita conformidade com as limitações
e as incapacidades da incompreensão humana.
Privilégio:
ser autorizado a respirar, sem ter de subornar alguém primeiro.
Prudente:
um homem que acredita em dez por cento daquilo que ouve, em um terço
daquilo que lê e em metade daquilo que vê.
Quantidade:
uma boa substituta da qualidade, quando se tem fome!
Realização:
morte do esforço e nascimento do tédio.
Rebelde:
proponente de uma nova desordem que não conseguiu estabelecer.
Recompensa:
ingratidão.
Fidelidade:
virtude peculiar de aqueles que sentem que estão prestes a ser traídos.
Reflexão:
ação da mente através da qual obtemos uma visão
mais lúcida da nossa relação com as coisas passadas,
ficando assim mais preparados para evitar os perigos que não voltaremos
a encontrar.
Religião:
filha da esperança e do medo, que explica à ignorância
a natureza do desconhecido.
Religiosidade:
reverência pelo Ser Supremo baseada na Sua suposta semelhança
com o Homem.
Responsabilidade:
fardo descartável e facilmente transferido para os ombros de Deus,
do destino, da sina, da sorte ou do nosso vizinho.
Senilidade:
imbecilidade provocada pela velhice, que se manifesta habitualmente sob
a forma de loquacidade.
O que é um democrata? Aquele
que acredita que os republicanos têm arruinado o País. O que
é um republicano? Aquele que acredita que os democratas iriam arruinar
o País.
Eu
nunca disse que todos os democratas eram taberneiros. O que eu disse foi
que todos os taberneiros
são democratas.
Sentimento:
um débil meio-irmão do pensamento.
Uma
corporação é um dispositivo engenhoso para a obtenção
de lucro sem responsabilidade individual.
Otimismo:
doutrina ou crença de que tudo é bonito, inclusive o que é
feio.
Sucesso:
o único pecado imperdoável cometido contra os nossos semelhantes.
Tolice:
aquela «graça e faculdade divinas» cuja energia criadora
e dominante inspira a mente do homem, guiando as suas ações
e alegrando a sua vida.
Trair:
retribuir a confiança depositada.
Velhice:
período da vida no qual ajustamos os vícios que ainda temos,
denegrindo aqueles que já não conseguimos satisfazer.
Vencer:
criar um inimigo.
A
descoberta da verdade é o único objetivo da Filosofia, que
é a mais antiga ocupação da mente humana, com excelentes
perspectivas de continuar a aumentar a sua atividade até o fim dos
tempos.
Verdadeiro:
estúpido e iletrado.
Virtudes:
certas abstinências.
Vizinho:
indivíduo que, segundo os Mandamentos, devemos amar como a nós
próprios, embora ele faça tudo o que sabe para nos levar à
desobediência.
Fale
quando estiver com raiva e fará o melhor discurso de que se arrependerá.
Nós
sabemos o que acontece com as pessoas que ficam no meio da estrada. Elas
são atropeladas.
A
amabilidade é a mais aceitável das hipocrisias.
Gato:
um autômato flexível e indestrutível fornecido pela
Natureza para ser chutado quando as coisas vão mal no círculo
doméstico.
Abstêmio:
pessoa fraca que se rende à tentação de negar um prazer
a si próprio.
É
bom
não ter sido revolucionário quando jovem, pois, isto garante
que não se será um reacionário quando velho.
O
pessimismo é uma filosofia imposta às convicções
do observador pelo desalentador predomínio do otimista.
É
contra a lei matar uma mulher que nos traiu, mas, nada nos impede de saborear
o fato de que ela está envelhecendo a cada minuto.
(Com
o som do computador ligado,
aponte o mouse
para a animação)
O
fantasma nada mais é do que o sinal exterior e visível de
um medo interior.
A
experiência é a sabedoria que nos permite considerar velha
e indesejável a loucura por nós cometida em outros tempos.
Não
tomes o nome de Deus em vão; escolhe o momento em que tenha efeito.
A
guerra é um método de desatar com os dentes um nó político
que não se pode desfazer com a língua.
O
eleitor goza do sagrado privilégio de votar por um candidato que
outros elegeram.
Uma
pessoa aborrecedora é a que fala quando desejas que te escute.
Se
desejas que teus sonhos se tornem realidade, desperta!
Todos
são loucos, mas, o que analisa a sua loucura é chamado filósofo.
Uma
mulher seria encantadora, se alguém pudesse cair em seus braços
sem cair em suas mãos.
Belladonna3:
em italiano, uma linda mulher; em inglês, um veneno mortal. Um exemplo
marcante da identidade essencial das duas línguas.
Sabbath:
grande festejo semanal tendo sua origem no fato de que Deus fez o mundo
em seis dias e foi preso no sétimo.
Telefone:
invenção do diabo que revoga a vantagem de fazer uma pessoa
desagradável ser mantida à distância.
Oceano: um corpo de água que
ocupa cerca de dois terços de um mundo feito para o homem –
que não tem guelras [estrutura
do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos,
formado por fileiras de filamentos vascularizados, sustentados por arcos
branquiais].
Se
você estiver em dúvida, abstenha-se.
Onde
há dúvida não há verdade, apenas sombra.
A
História tem mostrado que as nações poderosas são
as
mais inescrupulosas e mais
belicosas.
Existem quatro tipos de homicídio:
doloso, desculpável, justificável e louvável.
A
pessoa que duvida de si mesma é como um homem que se alistou nas
fileiras dos seus inimigos e porta armas contra si mesmo. Ele torna certo
o seu fracasso por ser a primeira pessoa a se convencer
disto.4
Os
homens se tornam civilizados não na proporção da vontade
de acreditar, mas, em proporção à disposição
para duvidar.
A
impiedade5
é a sua irreverência para com a minha divindade.
Em
um Elevador (em Brasília)
(Colóquio acontecido entre
Eppa Mynonda$ Ladra Vaz
e Mi Ríade Obs Cu Reza)
Eppa
deu um pum,
e, pimba:
se cagou!
Cu
Reza: — Hummm...
Eppa:
— T’a
Pin Lou!
Cu
Reza: — Podrido?
Eppa:
— Apimentado!
Cu Reza:
— Absolvido.
Eppa:
— Obrigado!
Eppa:
— Güenta
aí!
Cu
Reza: — E
agora?
Eppa:
— To de piriri!
Cu Reza:
— Ora... Ora...
O
elevador chegou.
Cu Reza:
— Estupor!
Eppa:
— Não
sou;
mas,
to cheio de dor!
Eppa
deu outro pum!
E se
cagou de novo!
Cu Reza:
— Mais um?
Eppa:
— Pelo ano-novo!
Cu
Reza: — Zé-peidão!
Eppa:
— Mas, honrado!
Cu Reza:
— Cu-de-trovão!
Eppa:
— To todo
cagado!