A
camada de ozônio tem como função proteger a Terra da
incidência direta de grande parte dos raios ultravioletas. Ora, a
poluição antropogênica está esburacando irresponsável
e aceleradamente essa camada protetora. As principais conseqüências
são: cânceres de pele, distúrbios cardíacos e
pulmonares, queimaduras, problemas de visão etc. Fica mais uma pergunta:
ainda que insuficiente, por que todos os países não ratificaram
o Protocolo de Kyoto (tratado internacional que objetiva combater a emissão
de gases responsáveis pelo aquecimento global)? Eu respondo: por
que, simplesmente, a validação do Protocolo comprometeria
os gigantescos lucros e ameaçaria o desenvolvimento dos países
que não querem diminuir esses mesmos absurdos e abusivos lucros,
e nem deixar de transfundir tudo o que puderem transfundir dos países
do Terceiro e do Quarto Mundos. Mas, dando um exemplo para o Mundo, a Duma,
Câmara Baixa do Parlamento russo, controlada por governistas, aprovou
em 22 de outubro de 2004 a ratificação do Protocolo de Kyoto.
A
poluição do solo e do subsolo é um outro grave problema.
Ela consiste na deposição, disposição, descarga,
infiltração, acumulação, injeção
ou enterramento no solo ou no subsolo de substâncias ou produtos poluentes,
em estado sólido, líquido ou gasoso, ou seja: resíduos
sólidos e líquidos, águas contaminadas, efluentes sólidos
e líquidos, efluentes provenientes de atividades agrícolas
etc. O solo, então, acaba se degradando e se desertificando com a
ruinosa utilização de tecnologias inadequadas, com a falta
de práticas de conservação de água no solo e
com a destruição da cobertura vegetal. Uma confissão
envergonhada: sou meio sugismundo. Ainda me pego jogando lixo na rua. Mas
estou me educando e hoje quase não faço mais isso.
A
poluição sonora é a produção de sons,
ruídos ou vibrações em desacordo com as precauções
legais, podendo acarretar problemas auditivos irreversíveis, irritação,
doenças cardíacas, queda na produtividade física, distúrbios
mentais e perturbar a tranqüilidade e o sossego alheios. Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS) o limite tolerável
ao ouvido humano é de 65 dB [por definição, uma quantidade
Q em dB é igual a 10 vezes o logaritmo decimal da relação
de duas potências, ou seja: Q(dB) = 10 log (P1/P2)].
Ruídos acima de 85 dB podem comprometer irreversivelmente o aparelho
auditivo.
A poluição das águas (superficiais e subterrâneas)
é qualquer alteração de suas propriedades físicas,
químicas ou biológicas que possa importar em prejuízo
à saúde, à segurança e ao bem-estar das populações,
causar danos à flora e à fauna, ou, ainda, comprometer o seu
uso para fins sociais e econômicos. Poluem a água resíduos
domésticos, industriais e rurais, e, apenas como exemplo, dentre
os materiais tóxicos que normalmente são despejados nas águas
destacam-se os metais pesados (como o cádmio e o mercúrio,
o chumbo), derivados do petróleo e de diversos nitratos, fertilizantes,
pesticidas e herbicidas. As lavagens de tanques de navios, com o conseqüente
despejo no mar de resíduos tóxicos, é mais um exemplo
de irresponsabilidade ambiental.
A
poluição térmica, geralmente desconhecida da maioria
das pessoas, é decorrente do lançamento nos rios da água
aquecida usada nos processos de refrigeração de refinarias,
siderúrgicas e usinas termoelétricas. No que concerne aos
seres vivos, há uma notável aceleração das atividades
químicas que ocorrem nas células (metabolismo). Essa aceleração
provoca aumento da necessidade de oxigênio e, por conseguinte, aceleração
do ritmo respiratório. Por outro lado, tais necessidades respiratórias
ficam comprometidas, porque a hemoglobina tem pouca afinidade com o oxigênio
aquecido. Combinada e reforçada com outras formas de poluição
ela pode empobrecer o ambiente de forma imprevisível.
Esses
exemplos
que acabam de ser expostos são inteiramente incompletos e absolutamente
insatisfatórios. Mas a finalidade do texto não é discutir
aprofundadamente os diversos tipos de poluição, mas advertir
que estamos imersos em um modelo suicida de desenvolvimento, como
enfatiza acertadamente André Trigueiro. Irrecorrivelmente, a Humanidade
irá colher (já está colhendo) o que semeou (e está
semeando) em relação ao meio-ambiente. Para recordar um único
exemplo, a queima progressiva de petróleo, carvão e gás
cobrará o seu preço. André Trigueiro é de opinião
que o estoque [excedente] de carbono acumulado na atmosfera
e que não é metabolizado pelo Planeta por meio dos oceanos
e das florestas, principalmente, deverá determinar de forma inexorável
efeitos sobre a Terra e, em conseqüência, sobre a Humanidade.
Trigueiro comenta, ainda, na entrevista que deu por telefone à
IHU On-Line que: Há o incremento do poder de destruição
e o menor intervalo de tempo entre os cataclismos – o que foi possível
verificar no ano passado por ocasião da temporada recorde de furacões
nos EUA – uma previsão que se cumpriu, infelizmente, deve se
agravar em função dessa desorganização do clima.
Existem inúmeras variáveis. Quem estuda o aquecimento global
que provoca as mudanças climáticas, trabalha com variáveis,
como umidade relativa do ar, ventos, marés, degelo, a presença
ou não de áreas verdes e a interação destas
com a atmosfera. Tudo isso entra no modelo matemático que se usa
e está sendo aperfeiçoando para aumentar a precisão
do que se projeta para o futuro.
Todas
essas coisas têm uma vertente comum: o lucro/desenvolvimento. E como
conseqüência a mais-valia e o empobrecimento dos países
que não conseguem acompanhar o ritmo dos países desenvolvidos.
Enquanto alguns países crescem em taxas semelhantes a uma progressão
geométrica, a maioria cresce (quando cresce) em taxas similares a
uma progressão aritmética. Ora, isso só pode gerar
um mondrongo planetário. O bom negócio é aquele
que gera o maior lucro possível no menor intervalo de tempo possível.
Já expressei minha opinião sobre esse maldito conceito,
que é muito simples: quando alguém lucra, alguém perde.
Os capitalistas ficam a repetir o mantra do bom negócio
da forma mais irresponsável. Mas a irresponsabilidade não
é só do homem com o homem. À essa altura já
deve ter ficado claro que, do microorganismo ao Planeta como um todo, todos
sofrem as conseqüências do descomprometimento com aquilo que
poderia ser chamado de a Causa Planetária. E que Causa é essa?
Simples: viver e deixar viver sem 'insolver' e sem 'amondrongar'.
É mais do que certo que o tempo do homem e o tempo para a implementação
um negócio (que gere lucro) não são sincrônicos
com o tempo da Natureza. E a decorrência disso é o que estamos
todos assistindo: insustentabilidade planetária generalizada, isto
é: tornados, enchentes, tempestades, desmoronamentos, tsunamis
etc. A par disso, mais violência, mais matança, mais egoísmo
e mais desamor. Mais descenso!
VI
- CONCLUSÕES
Este
ensaio já vai longe! Vou concluir com algumas reflexões místicas.
No início deste ensaio apresentei uma animação que
talvez não tenha sido compreendida. Deixarei Max Heindel (1865-1919)
explicar: o tempo de evolução através de cada um
dos Períodos varia grandemente. O Período Solar tem maior
duração do que o Período de Saturno e o Período
Lunar maior duração do que o Solar. A Metade Marciana (ou
primeira metade) do Período Terrestre é a metade mais extensa
de todos os Períodos. Depois o tempo encurta, de modo que a Metade
Mercurial e as últimas três revoluções e meia
do Período Terrestre ocuparão menos tempo do que a Metade
Marciana. O Período de Júpiter será mais curto do que
o Lunar. O Período de Vênus mais curto do que o Período
Solar. E o Período de Vulcano será o menos extenso de todos.
O
que isso significa e qual a utilidade prática de se entender esse
conceito? A Página
dos Discursos dos Iluminados de Khem
(A Escola de Mistérios de Akhenaton) tem disponibilizado diversos
ensaios nos quais é revelado que em fevereiro de 2034 uma grande
transformação ocorrerá na Terra, e, por extensão,
com toda a Humanidade. Na verdade, essa transformação já
começou lentamente a se manifestar em fevereiro de 1962. Só
não está vendo as mudanças globais que estão
a ocorrer quem não quer ou ainda não pode, por se deixar governar
pelo egocentrismo e pelo materialismo mais desprezível. Por outro
lado, da mesma forma que a Terra já venceu três etapas e meia
(Período de Saturno, Período Solar, Período Lunar e
Período Metade Marciana) e está em trânsito do Período
Metade Mercurial para o Período de Júpiter, o homem –
beneficiário direto dessa deambulação planetária
– vem acompanhando e participando dessa trajetória ascensional.
Mas, uns avançam; outros não conseguem acompanhar o padrão
vibratório das transformações e ficam para trás
aguardando novos movimentos e mais concertadas compreensões. O que
está sendo exaustivamente ensinado é que não devemos
(mas podemos, se desejarmos) permanecer placentariamente imersos na ilusão
e nos desejos egoístas. E poluir é uma forma arbitrária
e medonha de egoísmo. Se optarmos por essa via (a via placentária
da ilusão e dos desejos egoístas), não teremos condições
de suportar a elevação vibrátil que já está
em curso e que deverá alcançar seu ponto mais alto e mais
espetacular em 2034. Comparativamente, é como se alguém que
estivesse de olhos cerrados de repente os abrisse e se deparasse com um
possante holofote. O intenso facho de luz simplesmente o cegaria. Para que
o Homem 4 (Mercurial) possa ser promovido a Homem 5 (Jupiteriano), todas
as devorações deverão ser trasmutadas e todas as máculas
deverão ser purificadas. Não há a menor possibilidade
de ascensão para os que agem e vivem por hipóteses. Assassinar,
vivisseccionar, desapoderar, poluir, locupletar-se etc. são incompatíveis
com a Ordem Universal, e, particularmente, com a Nova Ordem Jupiteriana
que se avizinha. Essas práticas (e outras semelhantes) são
derivadas, por um lado, da ignorância, por outro, da subserviência
aos Irmãos da Grande Loja Negra. O fato iniludível é
que ou aprendemos ou aprenderemos, pois o tempo é e não é
tempo. Esta é a Lei: só podemos servir a um único Senhor
— o Mestre-Deus de nossos Corações, que deve ser projetado
e construído por nós.
Para
concluir, repercutirei que não importa um infinitesimus
se os Grandes Iluminados do passado estiveram equivocados ou se não
estiveram, até porque, no melhor sentido imaginável, não
podemos viver ou depender desses Iluminados para deixarmos de ser mortais
e nos tornarmos, como eles, imortais. Somos responsáveis por tudo
e tudo só depende de nós. (Repetição de professor:
só podemos servir a um único Senhor — o Mestre-Deus
de nossos Corações, que deve ser projetado e construído
por nós.) Agora, se esses Iluminados quiserem nos auxiliar (ou se
nos auxiliam), isso é outra coisa. Mas, não podemos, de forma
alguma e sob nenhuma alegação, esperar ou ficar dependendo
Deles. Temos que fazer a nossa parte, que interessa primariamente a nós.
Não por egoísmo, mas porque só poderemos fazer algo
de útil pela sociedade se estivermos preparados para isso. Eu não
conheço ninguém que consiga tirar leite de uma pedra.
Como
divulgou Aleister Crowley (1875–1947), se e quando, categórica,
honesta e responsavelmente, fizermos o que quisermos, o que quisermos
e o que fizermos será toda a Lei de nossas vidas. Mas, repetindo,
categórica, honesta e responsavelmente, pois somos
os únicos responsáveis por nossos atos e haveremos de responder
por cada equívoco cometido. Educativamente. E assim, não importa
também se existe um Deus ou se não existe, se há uma
outra vida ou se não há, se há reencarnação
ou não e, por último, não importa nada se o Dia da
Transformação é um fato cósmico invulnerável
ou se não é, se acontecerá na data prevista e se será
traumático ou não. Eu não tenho qualquer dúvida
sobre essas coisas, mas não posso e não devo impor o que penso
ou o que admito como verdadeiro a ninguém. Nem ninguém pode
viver amedrontado por catastrofismos. A vida precisa ser vivida, e ninguém
pode viver a vida do outro, só a sua. Porém, Iniciaticamente,
um Iniciado tem o dever de viver a vida de toda a vida que vive em um sentido
exclusivamente espiritual ou místico. E isso é feito em silêncio.
De qualquer maneira, o que realmente importa (para todos, mas particularmente
para um místico) é que não podemos viver ancorados
em imperativos hipotéticos (imperativos que determinam uma ação
como meio para a obtenção de algo); a vida só tem (ou
terá) sentido espiritual e cósmico quando for regida por juízos
a priori ou imperativos categóricos [obrigação
incondicional independente da nossa vontade ou dos nossos desejos, ou seja:
o imperativo categórico revela a universalidade de uma lei à
qual a máxima de uma ação deve ser e deve estar conforme
— o princípio subjetivo pelo qual é determinado o agir
(máxima) deve ser idêntico e irrefutável ao princípio
objetivo que determina(ria) o agir de qualquer ser racional]. Concluirei
definitivamente este trabalho com algumas máximas de Immanuel Kant
(1724-1804):
Regra
de Vida para Kant:
O
céu estrelado sobre mim e a lei moral dentro de mim.
Imperativo
Categórico (É preciso porque é preciso):
Age
de tal modo que a máxima da tua vontade possa valer sempre e ao mesmo
tempo como princípio de uma legislação universal. Isto
é: cumpre o teu dever incondicionalmente. Exemplo: 12 +
1 = 13. O 13 não está contido na idéia de 12 ou de
1; o resultado ocorre independentemente de qualquer experiência e
de modo irredutível e absolutamente necessário, isto é:
é uma legislação universal.
Imperativo
Universal:
Age
como se a máxima de tua ação devesse se tornar, por
tua vontade, lei universal da Natureza.
Imperativo
Prático:
Age
de forma que reconheças a Humanidade, quer na tua pessoa como na
de qualquer outra, sempre e ao mesmo tempo como um fim, jamais meramente
como um simples meio.
Fórmula
da Autonomia:
Devemos
agir de forma que possamos pensar de nós próprios como leis
universais legislativas através das nossas máximas. Poderemos
pensar em nós como tais legisladores autônomos apenas se seguirmos
as nossas próprias leis.
Rio
de Janeiro, 12 de maio de 2006.
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