AMANTE

Rodolfo Domenico Pizzinga

Música de fundo: Moon River
Fonte:
http://www.wtv-zone.com/caseman/midi12.html

 

QUEM É O SEU AMANTE?

Dr. Jorge Bucay - Psicólogo

(Tradução do original Hay que buscarse un Amante)

 

AMANTE

Muitas pessoas têm um amante e outras gostariam de ter um.

Há também as que não têm, e as que tinham e perderam.

Geralmente são essas últimas as que vêem ao meu consultório para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia, apatia, pessimismo, crises de choro ou as mais diversas dores.

Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar seu tempo livre. Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança.

Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme: Depressão, além da inevitável receita do antidepressivo do momento.

Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que elas não precisam de nenhum antidepressivo ; digo-lhes que elas precisam de um AMANTE!

É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem meu conselho.

Há as que pensam: Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas?!

Há também as que, chocadas e escandalizadas, se despedem e não voltam nunca mais.

Àquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico o seguinte: — AMANTE é aquilo que nos apaixona. É o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono e é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir. O nosso AMANTE é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida. Às vezes encontramos o nosso amante em nosso parceiro, outras, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e sensações incríveis. Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo predileto... Enfim, é 'alguém' ou 'algo' que nos faz 'namorar' a vida e nos afasta do triste destino de 'ir levando'.

E o que é 'ir levando'? Ir levando é ter medo de viver. É vigiar a forma como os outros vivem, é perambular por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar decepcionado cada ruga nova que o espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o frio, com a umidade, com o sol ou com a chuva.

Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se contentar com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar algo amanhã.

Por favor, não se contente com 'ir levando; procure um amante, seja também um amante e um protagonista da SUA VIDA...

Acredite: o trágico não é morrer; afinal a morte tem boa memória e nunca se esqueceu de ninguém.

O trágico é desistir de viver; por isso, e sem mais delongas, procure um amante ...

A psicologia, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental:

 

 

 

COMENTÁRIOS

 

Em outros textos que tenho divulgado, tenho feito reflexões variadas sobre esse tema, qual seja, a falta de rumo ou de objetivo que muitas pessoas têm em relação a si próprias e, conseqüentemente, em relação à própria vida. Isso, de certa forma, é trágico. É trágico porque, de repente e não mais do que de repente, a pessoa se vê com 60 ou 70 anos (às vezes acontece antes) e conclui que levou uma vida vazia, uma vida centrada em inutilidades e em fantasias.

Tudo converge para a velha questão de sempre: a ilusão que os sentidos impõem aos desavisados e aos despreparados para a mágica (e a mágicka) sabedoria de viver uma vida saudável e o mais próximo possível da plenitude. Os apelos são diversos e provêm das mais variadas fontes. Por exemplo: é impossível que um ser humano saudável assista a um filme com cenas de sexo explícito e/ou de violência sem se envolver emocionalmente com o que está acontecendo na telinha. Também não há quem não se comova com as misérias, as injustiças e as desgraças do mundo. Todas essas coisas, mais o dia-a-dia, mais as manias, mais os medos, mais as ortodoxias, mais tudo, acabam realmente por adoecer o ser humano, seja física ou psiquicamente. O pior é que o indivíduo dorme para descansar, e a inana continua durante o sono, que deveria ser reparador sob diversos aspectos, mas acaba se tornando um tormento, impossibilitando, inclusive, certas recuperações que deveriam ocorrer. Tormento porque o duplo eu-corpo astral, durante o sono, acaba se harmonizando e buscando as faixas vibratórias (imantação) concordantes e/ou afins com o que o ente viveu durante o dia. Qualquer emoção que um ser passe durante o dia terá reflexos durante o período de repouso. Isto é inevitável. Às vezes é dantesco.

Eu me lembro, por exemplo, que quando escrevi um texto sobre a degola de Nick Berg, passei uns dois dias a perigo. Fiquei péssimo. E por que? Por que, humano que sou, pura e simplesmente não consegui evitar que toda aquela situação conspirasse para me derrubar física e emocionalmente. Passei maus momentos. Mas, lutei e saí da fossa. Isso, contudo, é comum e normal em todos nós. O que não é normal é atolar para sempre (ou prolongadamente) em um problema e acabar sucumbindo. Há, entretanto, certas patologias – como o Transtorno Afetivo Bipolar – que requerem acompanhamento médico. Em casos assim, a pessoa não consegue resolver suas dificuldades sozinha.

Eu conheço uma senhora, professora, que está com uns 75 anos mais ou menos. Essa senhora viveu com a irmã toda a sua vida. Ambas solteiras. Há uns três anos a irmã faleceu. A vida para esta senhora simplesmente acabou. Nada consegue demovê-la de seu sofrimento e, na verdade, ela está esperando chegar o seu último dia. O pior é que ninguém consegue ajudá-la, porque ela não quer ser auxiliada por ninguém e, principalmente, por ela. Isto não deixa de ser uma forma patológica de masoquismo – atitude de uma pessoa que busca o sofrimento, a humilhação, ou que neles se compraz. A situação é mais do que dramática, porque é muito triste ver um ser humano definhando a cada dia. E isto é mais comum do que se possa imaginar. São aquelas pessoas de natureza lunar que não conseguem olhar para o Leste da Existência, só para o oeste. Tudo é sombra, má sorte ou castigo de Deus. O fato é que a vida é, na realidade, um grande espelho: as imagens tomam forma e acabam se tornamdo relidade. Isto é: nós construímos efetivamente a vida que levamos.

 

 

Enfim, vou dizer o que eu faço. Primeiro: não assisto nada, em lugar nenhum, que possa comprometer minha sanidade. Na TV, quando passo por um canal que está apresentando algo ordinário ou caliginoso (que não seja jornalístico), pulo logo o canal. Segundo: evito ouvir coisas ou ter conversas doentias. E terceiro: faço todo o esforço possível (e impossível) para não me envolver em nenhum tipo de sacanagem, de conspiração ou de maldade. Tenho um compromisso firmado com a Beleza, com o Bem e com a LLuz e não me afasto disso um milímetro. Os que se afastaram de mim por isso... Bem, esse problema não é meu e nem estou preocupado com isso.

Um outro aspecto é o sentimento de reclamação e de perseguição que muitas pessoas nutrem. A maioria das pessoas acha que o(s) outro(s) está(ão) sempre de má vontade ou com segundas, terceiras e quartas intenções com elas. Isso é tenebroso. Ora, os outros são nossos melhores professores. Quando se internaliza isso, tudo é lucro, tudo é aprendizado e nada é constrangedor. A grande, a enorme e realmente gigantesca questão é que, voluntária ou involuntariamente, achamos que somos onipotentes. Pensamos até que iremos ficar para semente. Não refletimos e costumamos nos ofender por migalhas. Quantas vezes, de carro, com o sinal verde, vou fazer uma curva em uma esquina, e alguém me xinga a troco de nada. Eu não dou a mínima pelota e me esqueço da agressão em 1 centésimo de segundo. Por outro lado, para muita gente, os outros são tidos como inferiores, como ignorantes ou como babacas. Isso é péssimo, porque o aprender é um fluxo que não se interrompe jamais. E todos têm algo a ensinar, como todos nós temos tudo que aprender. Precisamos todos meter uma coisa na cabeça: temos a eternidade à nossa disposição para aprender, e como a eternidade é ilimitadamente eterna, jamais saberemos tudo. Vaidade, então, por quê? Por isso, saber ouvir é uma arte, e não se resume apenas a ouvir com os ouvidos. Ouvir sem o conveniente processo dialético, bocejando, resulta no zero mais redondo do mundo. Por isso, as pessoas esquecem as coisas. Simplesmente não se lembram dos eventos pelos quais passaram. Não se lembram porque quando um determinado fato aconteceu não se deram ao cuidado de meditar sobre o ocorrido. Apenas bocejaram ou dormiram acordadas!

 

 

Sugestão mística: à noite, antes de dormir, recordar e refletir sobre os acontecimentos do dia. Não julgar nada nem ninguém. Apenas devemos refletir e analisar os fatos da vida sob os aspectos místicos e esotéricos aos quais, inapelavelmente, estão todos os acontecimentos vinculados. Perdoar as (presumidas) maldades alheias também é um ato de onipotência. Primariamente, quem deve compreender seus equívocos é quem os pratica. Aos outros (a nós) cabe tentar entender o porquê das coisas; se não se compreende não se deve fazer juízo de valor de nada. Quem somos nós para julgar o quê? Esta é uma Regra de Ouro. Tentar extrair o lado bom de todos os acontecimentos e aprender a aceitar todos os fatos da vida (a grande escola) como um verdadeiro processo de ensino-aprendizagem é a ARTE das artes. Isto implica também em não se omitir jamais.

 

 

 

Para Quem Puder Ajudar...




Os velhinhos da ASSOCIAÇÃO ALIANÇA DOS CEGOS, com sede na Rua 24 de Maio, 47 - São Francisco Xavier/RJ - Telefones: 2502-4632 e 2273-3052, estão passando por uma situação bem precária...

Ontem só tinham café como refeição matinal. São velhinhos cegos, abandonados pela família, num total de 62 senhores. O propósito deste e-mail é pedir a colaboração de todos, para que doem alimentos não perecíveis para esta Entidade.

Quem puder ajudar... Não é para doar dinheiro e sim alimentos. A Associação está aberta para visitação e entrega doações, das 8 às 17 horas, e abriga 62 homens idosos, que diante da idade não conseguem mais fabricar as vassouras que com as vendas os sustentavam, passando por dificuldades tendo, inclusive, o prédio que os abriga penhorado pela Caixa Econômica, que os ameaçou de despejo. Mas, já foi feita uma reportagem no O DIA, para que possa ser revertida a situação.

NECESSITAM DE:


FEIJÃO, ARROZ, MACARRÃO, FUBÁ, ÓLEO, SAL, AÇÚCAR, LEITE EM PÓ (para tomarem os remédios), AVEIA, ACHOCOLATADOS, BISCOITO, FRUTAS, LEGUMES, VERDURAS, MATERIAL DE HIGIENE E LIMPEZA (sabonetes, pasta de dente, escova de dente, Prestobarba, desinfetante, cloro, papel higiênico, sabão em pó), COBERTORES, ROUPA DE CAMA, TOALHA DE BANHO, ROUPAS PARA O FRIO (casacos, meias, calça comprida etc.)

Se não puder ajudar, pelo menos divulgue. Alguém poderá!

Por favor repassem esta mensagem para outras pessoas!

 

LUZ