Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Allan Kardec

 

 

 

 

 

Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a Lei.

 

Allan Kardec

 

 

 

 

 

Introdução

 

 

 

llan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail), nascido em Lyon, França, em 3 de outubro de 1804 e falecido em Paris, França, 31 de março de 1869, foi um professor, pedagogo e escritor francês. Sob o pseudônimo de Allan Kardec, notabilizou-se como o Codificador do Espiritismo, também denominado de Doutrina Espírita. A Doutrina Espírita é uma corrente de pensamento – nascida em meados do século XIX – que se estruturou a partir de diálogos estabelecidos entre Allan Kardec e o que ele e muitos pesquisadores da época defendiam se tratar de espíritos de pessoas falecidas a se manifestar através de diversos médiuns. Caracteriza-se pelo ideal de compreensão da realidade mediante a integração entre as três formas consideradas clássicas de conhecimento, que seriam: a científica, a filosófica e a religiosa. Segundo Allan Kardec, cada uma destas formas de conhecimento, se tomada isoladamente, tenderia a conduzir a excessos de ceticismo, de negação ou de fanatismo. A Doutrina Espírita se propõe, assim, a estabelecer um diálogo entre elas, visando à obtenção de uma forma original, que, a um só tempo, seja mais abrangente e profunda de compreender a realidade.

 

O pensamento de Allan Kardec – que constitui o cerne da Doutrina Espírita – fundamenta-se basicamente nas premissas de que existe um Deus como Pai de todos e que todos os seres individuais reencarnam, em um processo de evolução universal. O grande mérito de Allan Kardec, em termos práticos, foi ter propiciado a milhões de pessoas que perderam seus entes queridos a possibilidade de se comunicarem com eles, aqui e agora (através de médiuns), não tendo que esperar por um possível reencontro apenas na Vida Eterna, proposto pela religião Cristã, que disseminou esta idéia no mundo ocidental. É bem verdade que existem falsos médiuns, que se valem do Espiritismo para aplicar golpes e ganhar dinheiro, mas devemos nos lembrar de que, em um mundo regido e funcionando sob a Lei da Dualidade, todos os eventos fenomênicos têm aspectos opostos, e, assim, existem, também, bons religiosos e maus religiosos, bons profissionais e maus profissionais, bons políticos e maus políticos, boas pessoas e más pessoas etc. Pelo sim e pelo não, a Doutrina Espírita tem ajudado a Humanidade Ocidental a carregar o fardo da finitude. Contudo, é preciso fazer duas ressalvas importantes: 1ª) não se deve confundir o Espiritismo Kardecista, tanto em suas manifestações originais (de mesa) como em suas adaptações sincréticas (Umbanda, por exemplo) com o Animismo Africano autêntico (antiga Religião Yoruba e Jeje) e suas ramificações americanas igualmente originais (como o Candomblé do Brasil, que apresenta semelhanças com a Santeria, esta, literalmente, caminhos dos santos, que é um sistema religioso que funde crenças católicas com a religião tradicional Yoruba, praticada por escravos e seus descendentes em Cuba), pois nestas Religiões não existe a incorporação de espíritos desencarnados em médiuns mas, sim, a manifestação, de dentro para fora, de um ancestral divinizado (Orixá ou Vodun) codificado no DNA (ácido desoxirribonucleico) de um seu descendente propenso a entrar em transe. Entretanto, o Candomblé engloba o culto de Egun (espírito desencarnado de Zelador de Santo, Ekedi, Ogan ou outro membro graduado da seita), mas este não necessita de um médium para se manifestar, fazendo aparições físicas através de roupas rituais colocadas sobre uma bacia com água, ervas sagradas e algo mais. Modernamente, Candomblés de Angola, e até de Ketu, adotaram elementos kardecistas, como a incorporação mediúnica de caboclos boiadeiros; e 2ª) nós, da Ordem Rosacruz, não necessitamos de médiuns para nos comunicar com nossos entes queridos que se foram (e também membros da Ordem), pois esta comunicação é feita face a face, sem qualquer intermediação, no Sanctum Privado.

 

O pseudônimo Allan Kardec, segundo seus biógrafos, foi adotado por Hippolyte Léon Denizard Rivail a fim de diferenciar a Codificação Espírita dos seus trabalhos pedagógicos anteriores. Segundo algumas fontes, o pseudônimo foi escolhido, pois um Espírito (que se denominava de Z) lhe revelou que ambos haviam vivido entre os druidas, na Gália, e que, então, o Codificador, naquele época, se chamava Allan Kardec.

 

O termo Espiritismo (do francês Espiritisme) surgiu como um neologismo – mais precisamente uma palavra-valise criado por Allan Kardec e utilizado pela primeira vez na introdução de O Livro dos Espíritos (Princípios da Doutrina Espírita), para nomear especificamente o corpo de idéias por ele sistematizadas, com a finalidade de estabelecer distinção entre do movimento espiritualista em geral. Contudo, a utilização de raízes oriundas da língua viva para compor a palavra (Spirit: Espírito + Isme: Doutrina), que, por um lado, foi um expediente a que recorreu Kardec para facilitar a difusão do novo conjunto de idéias, por outro, fez com que o termo fosse rapidamente incorporado ao uso cotidiano para designar tudo o que dizia respeito à comunicação com os Espíritos. Assim, por Espiritismo, muitos entendem hoje, de forma equivocada, as várias doutrinas religiosas e/ou filosóficas que crêem na sobrevivência do Espírito à morte do corpo, e, principalmente, na possibilidade de comunicação ordinariamente com ele. A recepção de mensagens dos espíritos é uma questão conhecida em vários relatos desde a mais remota Antigüidade.

 

 

 

Obras Espíritas de Allan Kardec

 

 

O professor Hippolyte Léon Denizard Rivail escreveu diversos livros pedagógicos, mas sob o pseudônimo de Allan Kardec divulgou cinco obras fundamentais que versam sobre o Espiritismo, quais sejam: 1 ª - O Livro dos Espíritos (Princípios da Doutrina Espírita), publicado em 1857; 2 ª - O Livro dos Médiuns ou Guia dos Médiuns e dos Evocadores, publicado em janeiro de 1861; 3 ª - O Evangelho Segundo o Espiritismo, publicado em abril de 1864; 4 ª - O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo, publicado em 1865; e 5 ª - A Gênese, os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo, publicado em 1868. Além destas, Kardec publicou mais cinco obras complementares: Revista Espírita, O que é o Espiritismo, Instrução Prática Sobre as Manifestações Espíritas, O Espiritismo em sua Expressão mais Simples e Viagem Espírita. Duas obras menos conhecidas também foram publicadas no Brasil: O Principiante Espírita (publicado pela editora O Pensamento) e A Obsessão (publicado pela editora O Clarim). Após o seu falecimento, em 1890, viria à luz Obras Póstumas.

 

 

 

Objetivo da Pesquisa

 

 

Esta pesquisa objetivou garimpar, exclusivamente na Internet, citações de reflexões e de ensinamentos de Allan Kardec.

 

 

 

Delimitação da Pesquisa

 

 

A pesquisa está delimitada ao autor citado. Nesta oportunidade, comentarei, apenas esporadicamente, alguns excertos escolhidos, permitindo, desta forma, que o Codificador fale através das citações selecionadas.

 

 

 

Esclarecimento

 

 

Quando foi necessário, editei as citações colhidas para adequá-las a este tipo de pesquisa. Entretanto, não modifiquei ou adulterei o pensamento de Kardec, que, se assim tivesse acontecido, seria, no mínimo, uma heresia. Por outro lado, como não poderia deixar de ser, esta pesquisa está incompletíssima, o que não quer dizer que os excertos selecionados para compô-la não sejam, para todos, inspiradores e iluminantes, seja, por exemplo, o leitor um religioso não-espírita, seja um agnóstico. Eu, que não sou espírita, que não conhecia intestinamente o pensamento de Kardec e que convicta e declaradamente sou um Ateu-Místico, colhi no que estudei diversos esclarecimentos iluminadores e maravilhas espirituais que jamais esquecerei.

 

É necessário acrescentar, ainda, que, pela natureza do estudo e pela metodologia que foi aplicada à esta pesquisa, alguns dos oitenta e seis fragmentos reproduzidos a seguir tratam do mesmo tema, não se constituindo, entretanto, de meras repetições, sendo, em todos os casos, ampliações de ensinamentos anteriores. Enfim, concordar ou discordar dos ensinamentos de Allan Kardec é um privilégio que o livre-arbítrio humano alcançou, livre-arbítrio este que Kardec sempre e tanto defendeu.

 

Todos os Websites consultados estão listados ao final desta pesquisa. Seguem-se os pensamentos-ensinamentos de Allan Kardec.

 

 

 

Ensinamentos de Allan Kardec

 

 

A Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese para ser realidade. O estado das almas, depois da morte, não é mais um sistema, porém o resultado da observação. Ergueu-se o véu; o mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade prática. Não foram os homens que o descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, porém, são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever a sua situação.


Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as ciências positivas, aplicando o método experimental. Fatos novos se apresentam que não podem ser explicados pelas leis conhecidas; o Espiritismo os observa, compara, analisa e, remontando dos efeitos às causas, chega à lei que os rege. Depois, deduz-lhes as conseqüências e busca as aplicações úteis. Não estabeleceu nenhuma teoria preconcebida; assim, não apresentou como hipóteses a existência e a intervenção dos Espíritos, nem o perispírito
1, nem a reencarnação, nem qualquer dos princípios da doutrina; concluiu pela existência dos Espíritos, quando essa existência ressaltou evidente da observação dos fatos, procedendo de igual maneira quanto aos outros princípios. Não foram os fatos que vieram 'a posteriori' confirmar a teoria: a teoria é que veio subseqüentemente explicar e resumir os fatos. É, pois, rigorosamente exato dizer-se que o Espiritismo é uma ciência de observação e não produto da imaginação. As ciências só fizeram progressos importantes depois que seus estudos se basearam sobre o método experimental; até então, acreditou-se que esse método também só era aplicável à matéria, ao passo que o é também às coisas metafísicas.

 

O laço ou perispírito, que prende ao corpo o Espírito, é uma espécie de envoltório semimaterial. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. O Espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, porém que pode se tornar acidentalmente visível, e mesmo tangível, como sucede no fenômeno das aparições.

 

O Espiritismo, restituindo ao Espírito o seu verdadeiro papel na criação, constatando a superioridade da inteligência sobre a matéria, apaga naturalmente todas as distinções estabelecidas entre os homens segundo as vantagens corpóreas e mundanas, sobre as quais o orgulho fundou castas e os estúpidos preconceitos de cor. O Espiritismo, alargando o círculo da família pela pluralidade das existências, estabelece entre os homens uma fraternidade mais racional do que aquela que não tem por base senão os frágeis laços da matéria, porque esses laços são perecíveis, ao passo que os do Espírito são eternos. Esses laços, uma vez bem compreendidos, influirão pela força das coisas, sobre as relações sociais, e, mais tarde, sobre a Legislação social, que tomará por base as leis imutáveis do amor e da caridade. Então, ver-se-á desaparecerem essas anomalias que chocam os homens de bom senso, como as leis da Idade Média chocam os homens de hoje.

 

O Espírito, propriamente dito, nenhuma cobertura tem, ou, como pretendem alguns, está sempre envolto em uma substância qualquer? Envolve-o uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira... Envolvendo o gérmen de um fruto, há o perisperma; do mesmo modo, uma substância que, por comparação, se pode chamar perispírito, serve de envoltório ao Espírito propriamente dito.

 

Constituindo uma lei da natureza, os fenômenos estudados pelo Espiritismo hão de ter existido desde a origem dos tempos, e sempre nos esforçamos por demonstrar que dele se descobrem sinais na Antigüidade mais remota. Pitágoras, como se sabe, não foi o autor da metempsicose;2 ele o colheu dos filósofos indianos e dos egípcios, que o tinham desde tempos imemoriais. O que não deixa dúvidas é que uma idéia não atravessa séculos e séculos, e nem consegue impor-se à inteligências de escol, se não contiver algo de sério.

 

A Ciência Espírita compreende duas partes: uma experimental, relativa às manifestações em geral; outra, filosófica, relativa às manifestações inteligentes e suas conseqüências.

 

Quem primeiro proclamou que o Espiritismo era uma religião nova, com seu culto e seus sacerdotes, senão o clero? Onde se viu, até o presente, o culto e os sacerdotes do Espiritismo? Se algum dia ele se tornar uma religião, o clero é quem o terá provocado.

 

Crede, não queirais ir além do fato intuitivo da existência de Deus. Não vos percais em um labirinto que vos confundirá e do qual não podereis sair. Isto não vos tornará melhores, mas um pouco mais orgulhosos, porque muitos de vós acreditais saber sobre algo que, na verdade, vos escapa, e do qual, em realidade, nada sabeis. Deixai, pois, de lado todos estes sistemas que apenas vos dividem; tendes bastantes coisas que vos tocam mais de perto, a começar por vós mesmos. Estudai as vossas próprias imperfeições, a fim de vos libertardes delas, o que vos será mais útil e mais benéfico do que pretenderdes penetrar, com vossas limitações, no que é impenetrável.

 

O Espiritismo é uma doutrina filosófica de efeitos religiosos como qualquer filosofia espiritualista, pelo que forçosamente vai encontrar-se com as bases fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma e a vida futura. Mas não é uma religião constituída, visto que não tem culto, nem rito, nem templos, e que, entre seus adeptos reais, nenhum tomou o título de sarcerdote ou de sumo sarcerdote.

 

O Espiritismo proclama a liberdade de consciência como direito natural; proclama-a para seus adeptos assim como para todas as pessoas. Respeita todas as convicções sinceras e faz questão de reciprocidade.

 

Se a Doutrina Espírita fosse de concepção puramente humana, não ofereceria por penhor senão as luzes daquele que a houvesse concebido. Ora, ninguém, neste mundo, poderia alimentar fundadamente a pretensão de possuir, com exclusividade, a verdade absoluta. Se os Espíritos que a revelaram se houvessem manifestado a um só homem, nada lhe garantiria a origem, porquanto fora mister acreditar, sob palavra, naquele que dissesse ter recebido deles o ensino. Admitida, de sua parte, sinceridade perfeita, quando muito poderia ele convencer as pessoas de suas relações; conseguiria sectários, mas nunca chegaria a congregar todo o mundo. (Grifo meu).

 

Podem queimar-se os livros, mas não se podem queimar os Espíritos. Ora, queimassem-se todos os livros e a fonte da doutrina não deixaria de se conservar inexaurível, pela razão mesma de não estar na Terra, de surgir em todos os lugares e de poderem todos se dessedentar nela. Faltem os homens para difundi-la: haverá sempre os Espíritos, cuja atuação a todos atinge e aos quais ninguém pode atingir.

 

Se o Espiritismo tivesse vindo antes das descobertas científicas, teria abortado, como tudo quanto surge antes do tempo.

 

O Espiritismo, longe de negar ou de destruir o Evangelho, vem, ao contrário, confirmar, explicar e desenvolver, pelas Leis da Natureza, que revela, tudo quanto o Cristo disse e fez. Elucida os pontos obscuros do ensino cristão, de tal sorte que aqueles para quem eram ininteligíveis certas partes do Evangelho ou pareciam inadmissíveis, as compreendem e admitem, sem dificuldade, com o auxílio desta doutrina; vêem melhor o seu alcance e podem distinguir entre a realidade e a alegoria. O Cristo lhes parece maior, Ele já não é simplesmente um filósofo, é um Messias Divino.

 

Todos os Espíritos tendem para a perfeição... [Perfeição relativa].

 

A Doutrina da Reencarnação, isto é, a que consiste em admitir para o Espírito muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à idéia que formamos da justiça de Deus para com os homens que se acham em condição moral inferior. Esta Doutrina é a única que pode explicar o futuro e firmar as nossas esperanças, pois que nos oferece os meios de resgatarmos os nossos erros por novas provações.

 

Quem é que, ao cabo da sua carreira, não deplora haver tão tarde ganho uma experiência de que já não mais pode tirar proveito? Entretanto, essa experiência tardia não fica perdida; o Espírito a utilizará em nova existência.

 

O futuro a todos toca, sem exceção e sem favor para quem quer que seja. Os retardatários só de si mesmos se podem queixar. Forçoso é que o homem tenha o merecimento de seus atos, como tem deles a responsabilidade.

 

No esquecimento das existências anteriormente transcorridas, sobretudo quando foram amarguradas, não há qualquer coisa de providencial e que revela a Sabedoria Divina? Nos Mundos Superiores, quando o recordá-las já não constitui pesadelo, é que as vidas desgraçadas se apresentam à memória. Nos Mundos Inferiores, a lembrança de todas as que se tenham sofrido não agravaria as infelicidades presentes?

 

Deus não se mostra, mas se revela pelas suas obras.

 

Deus é a suprema e soberana inteligência.

 

Deus é a inteligência suprema e soberana. É único, eterno, imutável, imaterial, onipotente, soberanamente justo e bom, infinito em todas as perfeições, e não pode ser diverso disso. Toda teoria, todo princípio, todo dogma, toda crença, toda prática que estiver em contradição com um só que seja desses atributos, que tenda não tanto a anulá-lo, mas simplesmente a diminuí-lo, não pode estar com a verdade.

 

A providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas. Ele está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas. É nisto que consiste a ação providencial.

 

O homem é um pequeno mundo, que tem como diretor o Espírito e como dirigido o corpo. Nesse universo, o corpo representará uma criação cujo Deus seria o Espírito. Compreendei bem que aqui há uma simples questão de analogia e não de identidade. Os membros desse corpo, os diferentes órgãos que o compõem, os músculos, os nervos e as articulações são outras tantas individualidades materiais, se assim se pode dizer, localizadas em pontos especiais do referido corpo. Se bem que seja considerável o número de suas partes constitutivas, de natureza tão variada e diferente, a ninguém é lícito supor que se possam produzir movimentos, ou uma impressão em qualquer lugar, sem que o Espírito tenha consciência do que ocorra. Há sensações diversas em muitos lugares simultaneamente? O Espírito as sente todas, distingue, analisa, assina a cada uma a causa determinante e o ponto em que se produziu, tudo por meio do fluido perispirítico.

 

O Espírito só se depura com o tempo, sendo as diversas encarnações o alambique em cujo fundo deixa cada vez algumas impurezas.

 

A liberdade de consciência é conseqüência da liberdade de pensar, que é um dos atributos do homem; e o Espiritismo, se não a respeitasse, estaria em contradição com os seus princípios de liberdade e tolerância.

 

O homem terreno está longe de ser, como supõe, o primeiro em inteligência, em bondade e em perfeição. Entretanto, há homens que se têm por espíritos muito fortes e que imaginam pertencer a este pequenino globo o privilégio de conter seres racionais. Orgulho e vaidade! Julgam que só para eles criou Deus o Universo.

 

Nada há, nem na posição, nem no volume, nem na constituição física da Terra, que possa induzir à suposição de que Ela goze do privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de milhões de mundos semelhantes.

 

considerando os caracteres gerais dos Espíritos, as ordens (ou graus) de perfeição dos Espíritos são ilimitadas em número. Todavia, considerando-se os caracteres gerais dos Espíritos, elas podem reduzir-se a três principais. Na primeira, colocar-se-ão os que atingiram a perfeição máxima: os puros Espíritos. Formam a segunda os que chegaram ao meio da escala: o desejo do bem é o que neles predomina. Pertencerão à terceira os que ainda se acham na parte inferior da escala: os Espíritos imperfeitos. A ignorância, o desejo do mal e todas as paixões más que lhes retardam o progresso, eis o que os caracteriza.

 

Se há demônios, eles se encontram no mundo inferior em que habitais e em outros semelhantes. São esses homens hipócritas que fazem de um Deus justo um Deus mau e vingativo, e que julgam agradá-lo por meio das abominações que praticam em seu nome.

 

Todos os Espíritos são criados simples e ignorantes e se instruem nas lutas e tribulações da vida corporal. Deus, que é justo, não podia fazer felizes a uns, sem fadigas e trabalhos, conseguintemente sem mérito.

 

As aflições da vida são muitas vezes a conseqüência da imperfeição do Espírito. Quanto menos imperfeições, tanto menos tormentos. Aquele que não é invejoso, nem ciumento, nem avaro, nem ambicioso, não sofrerá as torturas que se originam desses defeitos.

 

A alma nada leva consigo deste mundo, a não ser a lembrança e o desejo de ir para um mundo melhor, lembrança cheia de doçura ou de amargor, conforme o uso que ela fez da vida. Quanto mais pura for, melhor compreenderá a futilidade do que deixou na Terra.

 

A cada nova existência, o Espírito dá um passo para diante na senda do progresso. Desde que se ache limpo de todas as impurezas, não tem mais necessidade das provas da vida corporal.

 

As nossas diversas existências corporais são vividas em diferentes mundos. As que aqui passamos não são as primeiras, nem serão as últimas; são, porém, das mais materiais e das mais distantes da perfeição.

 

A curta duração da vida de uma criança pode representar, para o Espírito que a animava, o complemento de existência precedentemente interrompida antes do momento em que devera terminar, e sua morte, também não raro, constitui provação ou expiação para os pais.

 

Os Espíritos encarnam como homens ou como mulheres, porque não têm sexo. Visto que lhes cumpre progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhes proporciona provações e deveres especiais e, com isso, ensejo de ganharem experiência. Aquele que, por hipótese e 'ab absurdo', encarnasse só como homem, só saberia o que sabem os homens.

 

A Doutrina da Reencarnação amplia os deveres da fraternidade, porquanto, no vosso vizinho ou no vosso servo pode achar-se um Espírito a quem tenhais estado presos pelos laços da consangüinidade.

 

O corpo deriva do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito. Entre os descendentes das raças apenas há consangüinidade.

 

Sendo o Espírito sempre o mesmo nas diversas encarnações, podem existir certas analogias entre as suas manifestações, se bem que modificadas pelos hábitos da posição que ocupe, até que um aperfeiçoamento notável lhe haja mudado completamente o caráter, porquanto, de orgulhoso e mau poderá se tornar humilde e bondoso, se se arrependeu.

 

Os conhecimentos adquiridos em cada existência não mais se perdem. Liberto da matéria, o Espírito sempre os tem presentes. Durante a encarnação, esquece-os em parte, momentaneamente; porém, a intuição que deles conserva lhe auxilia o progresso. Se não fosse assim, teria que recomeçar constantemente. Em cada nova existência, o ponto de partida, para o Espírito, é o em que, na existência precedente, ele ficou.

 

Quando na erraticidade, antes de começar nova existência corporal, o Espírito tem consciência e previsão do que lhe sucederá no curso da vida terrena, ou seja, Ele próprio escolhe o gênero de provas por que há de passar, e nisso consiste o seu livre-arbítrio. Entretanto, é escolhido apenas o gênero das provações. As particularidades correm por conta da posição em que o Espírito se encontra; são, muitas vezes, conseqüências das próprias ações. Escolhendo, por exemplo, nascer entre malfeitores, sabia o Espírito a que arrastamentos se expunha; ignorava, porém, quais os atos que viria a praticar. Esses atos resultam do exercício da sua vontade ou do seu livre-arbítrio. Sabe o Espírito que, escolhendo tal caminho, terá que sustentar lutas de determinada espécie; sabe, portanto, de que natureza serão as vicissitudes que se lhe depararão, mas ignora se se verificará este ou aquele êxito. Os acontecimentos secundários se originam das circunstâncias e da força mesma das coisas. Previstos só são os fatos principais, os que influem no 'destino'. Se tomares uma estrada cheia de sulcos profundos, sabes que terás de andar cautelosamente, porque há muitas probabilidades de caíres; ignoras, contudo, em que ponto cairás, e bem pode suceder que não caias, se fores bastante prudente. Se, ao percorreres uma rua, uma telha te cair na cabeça, não creias que estava escrito, segundo vulgarmente se diz.

 

O Espírito escolhe as provas que quer vivenciar de acordo com a natureza de suas faltas, isto é, as provas que o levem à expiação destas e a progredir mais depressa. Uns, portanto, impõem a si mesmos uma vida de misérias e de privações, objetivando suportá-las com coragem; outros preferem experimentar as tentações da riqueza e do poder, muito mais perigosas, pelos abusos e pela má aplicação a que podem dar lugar, pelas paixões inferiores que uma e outros desenvolvem. Muitos, finalmente, se decidem a experimentar suas forças nas lutas que terão de sustentar em contato com o vício.

 

Havendo se elevado a um certo grau, o Espírito, embora não seja ainda perfeito, já não tem que sofrer provas. Continua, porém, sujeito a deveres nada penosos, cuja satisfação lhe auxilia o aperfeiçoamento, mesmo que consistam apenas em auxiliar os outros a se aperfeiçoar.

 

Os Espíritos têm uns sobre os outros a autoridade correspondente ao grau de superioridade que hajam alcançado, autoridade que eles exercem por um ascendente moral irresistível.

 

Os Espíritos inferiores se comprazem em nos induzir ao mal pelo despeito que lhes causa o não terem merecido estar entre os bons. O desejo que neles predomina é o de impedirem, quanto possam, que os Espíritos ainda inexperientes alcancem o 'Summum Bonum'. Querem que os outros experimentem o que eles próprios experimentam. [Benedictus Deus Summum Bonum. In imo Corde. In Corde loquitur nostro Vox Dei.]

 

 

Ankh Original
(A Chave da Imortalidade)
Benedictus Deus Summum Bonum3

 

A união da alma com o corpo começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até o instante em que a criança vê a luz. O grito, que o recém-nascido solta, anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos de Deus.

 

Aborto: Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, pois isto impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que estava se formando.

 

Dado o caso em que o nascimento da criança possa pôr em perigo a vida da mãe, é preferível que se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe.

 

As almas dos cretinos e dos idiotas, não raro são mais inteligentes do que supondes, mas sofrem da insuficiência dos meios de que dispõem para se comunicar, da mesma forma que o mudo sofre da impossibilidade de falar.

 

De não simpatizarem um com o outro, não se segue que dois Espíritos sejam necessariamente maus. A antipatia, entre eles, pode derivar de diversidade no modo de pensar. À proporção, porém, que se forem elevando, essa divergência irá desaparecendo e a antipatia deixará de existir.

 

Em cada nova existência, o homem dispõe de mais inteligência e melhor pode distinguir o bem do mal. Onde o seu mérito se se lembrasse de todo o passado? Quando o Espírito volta à vida anterior (a vida espírita), diante dos olhos se lhe estende toda a sua vida pretérita. Vê as faltas que cometeu e que deram causa ao seu sofrer, assim como de que modo as teria evitado. Reconhece justa a situação em que se acha e busca, então, uma existência capaz de reparar a que vem de transcorrer. Escolhe provas análogas às de que não soube aproveitar, ou as lutas que considere apropriadas ao seu adiantamento, e pede aos Espíritos que lhe são superiores que o ajudem na nova empresa que sobre si toma, ciente de que o Espírito, que lhe for dado por guia nessa outra existência, se esforçará para levá-lo a reparar suas faltas, dando-lhe uma espécie de intuição das que já incorreu... Em sua nova existência, se sofre com coragem as provas e resiste, o Espírito se eleva e ascende na hierarquia dos Espíritos, ao voltar para o meio deles.

 

Os Espíritos imperfeitos são instrumentos próprios a pôr em prova a fé e a constância dos homens na prática do bem.

 

Os bons Espíritos simpatizam com os homens de bem ou suscetíveis de melhorar. Os Espíritos inferiores com os homens viciosos ou que podem se tornar tais. Daí, suas afeições, como conseqüência da conformidade dos sentimentos.

 

A fraqueza, o descuido e o orgulho do homem são exclusivamente o que empresta força aos maus Espíritos, cujo poder todo advém do fato de lhes não opordes resistência.

 

A ação dos Espíritos que vos querem bem é sempre regulada de maneira que não vos tolha o livre-arbítrio, porquanto, se não tivésseis responsabilidade, não avançaríeis na senda que vos há de conduzir a Deus. Não vendo quem o ampara, o homem confia em suas próprias forças. Sobre ele, entretanto, vela o seu guia e, de tempos a tempos, lhe brada, advertindo-o do perigo... Entretanto, sem o livre-arbítrio o homem seria máquina.

 

Antes de encarnar, tem o Espírito conhecimento das fases principais de sua existência, isto é, do gênero das provas a que está se submetendo. Tendo estas caráter assinalado, ele conserva, no seu foro íntimo, uma espécie de impressão de tais provas, e esta impressão, que é a voz do instinto, faz-se ouvir, na forma de pressentimentos, quando chega o momento de sofrê-las.

 

O progresso moral decorre do progresso intelectual, mas nem sempre o segue imediatamente... A moral e a inteligência são duas forças que só com o tempo chegam a se equilibrar.

 

A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. Escolhendo-a, institui para si uma espécie de destino, que é a conseqüência mesma da posição em que vem a se achar colocado. Falo das provas físicas, pois, pelo que toca às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir. Ao vê-lo fraquejar, um bom Espírito pode vir em seu auxílio, mas não pode influir sobre ele de maneira a dominar-lhe a vontade. Um Espírito mau, isto é, inferior, mostrando-lhe, exagerando aos seus olhos um perigo físico, poderá abalá-lo e amedrontá-lo. Nem por isso, entretanto, a vontade do Espírito encarnado deixa de se conservar livre de quaisquer embaraços.

 

Grande probabilidade tem de se afogar quem pretender atravessar a nada um rio, sem saber nadar. O mesmo se dá relativamente à maioria dos acontecimentos da vida. Quase sempre obteria o homem bom êxito, se só tentasse o que estivesse em relação com as suas faculdades. O que o faz perder são o seu orgulho excessivo e a sua ambição, que o desviam da senda que lhe é própria e o fazem considerar vocação o que não passa de desejo de satisfazer certas paixões. Fracassa por sua culpa. Mas, em vez de se culpar a si mesmo, prefere se queixar da sua estrela. Um, por exemplo, que seria bom operário e ganharia honestamente a vida, mete-se a ser mau poeta e morre de fome. Para todos haveria lugar no mundo, desde que cada um soubesse se colocar no lugar que lhe compete.

 

O homem não tem o direito de dispor da sua vida, importando o suicídio em uma transgressão das Leis de Deus, ainda que um louco que se mate não saiba o que faz.

 

Doutrina Espírita: O Princípio Inteligente independe da matéria. A alma individual preexiste e sobrevive ao corpo. O ponto de partida ou de origem é o mesmo para todas as almas, sem exceção; todas são criadas simples e ignorantes e sujeitas a progresso indefinido. Nada de criaturas privilegiadas e mais favorecidas do que as outras. Os anjos são seres que chegaram à perfeição, depois de haverem passado, como todas as outras criaturas, por todos os graus da inferioridade. As Almas ou Espíritos progridem mais ou menos rapidamente, mediante o uso do livre-arbítrio, pelo trabalho e pela boa-vontade. A vida espiritual é a vida normal; a vida corpórea é uma fase temporária da vida do Espírito, que durante ela se reveste de um envoltório material, de que se despe por ocasião da morte. O Espírito progride no estado corporal e no estado espiritual. O estado corpóreo é necessário ao Espírito, até que haja galgado um certo grau de perfeição. Ele aí se desenvolve pelo trabalho a que é submetido pelas suas próprias necessidades e adquire conhecimentos práticos especiais. Sendo insuficiente uma só existência corporal para que adquira todas as perfeições, retoma um corpo tantas vezes quantas forem necessárias, e, de cada vez, encarna com o progresso que haja realizado em suas existências precedentes e na vida espiritual. Quando, num mundo, alcança tudo o que aí pode obter, deixa-o para ir a outros mundos, intelectual e moralmente mais adiantados, cada vez menos materiais, e assim por diante, até à perfeição de que é suscetível a criatura. O estado ditoso ou inditoso dos Espíritos é inerente ao adiantamento moral deles; a punição que sofrem é conseqüência do seu endurecimento no mal, de sorte que, com a perseverança no mal, eles se punem a si mesmos; mas, a porta do arrependimento nunca se lhes fecha e eles podem, desde que o queiram, volver ao caminho do bem e efetuar, com o tempo, todos os progressos. As crianças que morrem em tenra idade podem ser Espíritos mais ou menos adiantados, porquanto já tiveram outras existências em que ou praticaram o bem ou cometeram ações más. A morte não os livra das provas que precisam sofrer e, em tempo oportuno, voltam a uma nova existência na Terra ou em mundos superiores, conforme o grau de elevação que tenham atingido. A alma dos cretinos e dos idiotas é da mesma natureza que a de qualquer outra alma encarnada; possuem, muitas vezes, grande inteligência; sofrem pela deficiência dos meios de que dispõem para entrar em relação com os seus companheiros de existência, como os mudos sofrem por não poderem falar. É que abusaram da inteligência em existências pretéritas e aceitaram voluntariamente a situação de impotência, para usar dela a fim de expiarem o mal que praticaram etc., etc., etc.

 

Sem a vida futura, a atual se torna para o homem a coisa capital, o único objeto de suas preocupações, ao qual ele tudo subordina. Por isto, quer gozar a todo custo, não só os bens materiais como as honrarias; aspira a brilhar, elevar-se acima dos outros, eclipsar os vizinhos por seu fausto e posição. Daí a ambição desordenada e a importância que liga aos títulos e a todos os efeitos da vaidade, pelos quais ele é capaz de sacrificar a própria honra, porque nada mais vê além. A certeza da vida futura e de suas conseqüências muda-lhe totalmente a ordem de idéias e lhe faz ver as coisas por outro prisma; é um véu que se levanta descortinando imenso e esplêndido horizonte.

 

Há no homem três coisas: 1ª - o Corpo ou Ser Material, análogo aos dos animais e animado pelo mesmo Princípio Vital; 2ª - a Alma ou Ser Imaterial, Espírito encarnado no corpo; e 3ª - o Laço que prende a Alma ao Corpo, Princípio Intermediário entre a Matéria e o Espírito. [Há outros entendimentos, mais complexos, para a manifestação do homem nos diversos Planos. Segundo a Teosofia, por exemplo, o homem é um ser setenário. Atman (que em sânscrito significa Alma ou Sopro Vital), com o objetivo de se individualizar, emana de Si um Princípio mais denso chamado Buddhi (o fino vaso onde dentro arde o Atman, o Espírito, raio individual que emana da Alma Universal). Esta díade – Atman-Buddhi se reveste de princípios cada vez mais densos e em número de sete: Atman - o Raio do Absoluto, isto é, nossa Essência Divina, o 7º Princípio na constituição setenária do Homem; Buddhi - nossa Alma Divina, o 6º Princípio na constituição setenária do Homem; Manas - nossa Alma Humana ou Mente Divina, sendo o elo entre a Díade Atman-Buddhi e nossos princípios inferiores (corpo mental de Manas inferior), o 5º Princípio na constituição setenária do Homem; Kâma Rupa - o Corpo de Desejos ou Corpo Emocional, o 4º Princípio na constituição setenária do Homem; Pranan - o Corpo Vital, o 3º Princípio na constituição setenária do Homem; Linga Sharira - o Duplo Etérico, Corpo Etérico, Corpo Fluídico, Homem Astral, o 2º Princípio na constituição setenária do Homem; e Sthula Sharira - o Corpo Físico ou Corpo Denso, o 1º Princípio na constituição setenária do Homem, o mais denso na constituição humana.]

 

Os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais, nem em poder, nem em inteligência, nem em saber, nem em moralidade. Os da primeira ordem são os Espíritos Superiores, que se distinguem dos outros pela sua perfeição, pelos seus conhecimentos, pela sua proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e por seu amor do bem: são os anjos ou Espíritos Puros. Os das outras classes se acham cada vez mais distanciados desta perfeição, mostrando-se os das categorias inferiores, na sua maioria, eivados das nossas paixões: ódio, inveja, ciúme, orgulho etc. Comprazem-se no mal. Há, também, entre os inferiores, os que não são nem muito bons nem muito maus, antes perturbadores e enredadores do que perversos. A malícia e as inconseqüências parecem ser o que neles predomina. São os Espíritos estúrdios ou levianos.

 

Os Espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria. Todos melhoram, ascensionam, passando pelos diferentes graus da Hierarquia Espírita. Esta melhora se efetua por meio da encarnação, que é imposta a uns como expiação, a outros como missão. A vida material é uma prova que lhes cumpre sofrer repetidamente, até que tenham atingido a absoluta perfeição moral.

 

 

 

 

A encarnação dos Espíritos se dá sempre na espécie humana; seria erro acreditar-se que a Alma ou Espírito possa encarnar no corpo de um animal [ou, por efeito retrocessivo ou punição divina, em qualquer representante dos reinos vegetal ou mineral]. As diferentes existências corpóreas do Espírito são sempre progressivas e nunca regressivas; mas, a rapidez do seu progresso depende dos esforços que faça para chegar à perfeição.

 

As comunicações dos Espíritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As ocultas se verificam pela influência boa ou má que exercem sobre nós, à nossa revelia. Cabe ao nosso juízo discernir as boas influências das más inspirações. As comunicações ostensivas se dão por meio da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, quase sempre pelos médiuns que lhes servem de instrumentos.

 

A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal. Neste princípio encontra o homem uma regra universal de proceder, mesmo para as suas menores ações.

 

Não há faltas irremissíveis que a expiação não possa apagar. Meio de consegui-la encontra o homem nas diferentes existências que lhe permitem avançar, conforme seus desejos e seus esforços, na senda do progresso, para a perfeição, que é o seu destino final.

 

Se as religiões, apropriadas em começo aos conhecimentos limitados do homem, tivessem acompanhado sempre o movimento progressivo do espírito humano, não haveria incrédulos, porque está na própria natureza do homem a necessidade de crer, e ele crerá desde que se lhe dê o alimento espiritual de harmonia com as suas necessidades intelectuais.

 

O progresso nos Espíritos é o fruto do próprio trabalho; mas, como são livres, trabalham no seu adiantamento com maior ou menor atividade, com mais ou menos negligência, segundo sua vontade, acelerando ou retardando o progresso e, por conseguinte, a própria felicidade. Enquanto uns avançam rapidamente, entorpecem-se outros, quais poltrões, nas fileiras inferiores. São eles, pois, os próprios autores da sua situação, feliz ou desgraçada, conforme esta frase do Cristo: — A cada um segundo as suas obras.

 

A encarnação é necessária ao duplo progresso moral e intelectual do Espírito: ao progresso intelectual pela atividade obrigatória do trabalho; ao progresso moral pela necessidade recíproca dos homens entre si. A vida social é a pedra de toque das boas ou das más qualidades.

 

A bondade, a maldade, a doçura, a violência, a benevolência, a caridade, o egoísmo, a avareza, o orgulho, a humildade, a sinceridade, a franqueza, a lealdade, a má-fé, a hipocrisia, em uma palavra, tudo o que constitui o homem de bem ou o perverso tem por móvel, por alvo e por estímulo as relações do homem com os seus semelhantes. Contudo, para o homem que vivesse insulado não haveria vícios nem virtudes. Preservando-se do mal pelo insulamento, o bem de si mesmo se anularia.

 

Uma só existência corporal é manifestamente insuficiente para o Espírito adquirir todo o bem que lhe falta e eliminar o mal que lhe sobra. Como poderia o selvagem, por exemplo, em uma só encarnação, nivelar-se moral e intelectualmente ao mais adiantado europeu? É materialmente impossível. Deve ele, pois, ficar eternamente na ignorância e barbaria, privado dos gozos que só o desenvolvimento das faculdades [superiores] poderá lhe proporcionar? Para cada nova existência de permeio à matéria, entra o Espírito com o cabedal adquirido nas existências anteriores, em aptidões, conhecimentos intuitivos, inteligência e moralidade. Cada existência é, assim, um passo avante no caminho do progresso.

 

A encarnação é inerente à inferioridade dos Espíritos, deixando de ser necessária desde que estes, transpondo-lhe os limites, ficam aptos para progredir no estado espiritual ou nas existências corporais de mundos superiores, que nada têm da materialidade terrestre. Da parte destes, a encarnação é voluntária, tendo por fim exercer sobre os encarnados uma ação mais direta e tendente ao cumprimento da missão que lhes compete junto dos mesmos. Desse modo aceitam abnegadamente as vicissitudes e os sofrimentos da encarnação. [Melhor seria, neste caso, conceituar este processo voluntário e solidário como projeção, particular e principalmente, da Consciência Nirmanakayca .4]

 

O estado corporal é transitório e passageiro. É no estado espiritual, sobretudo, que o Espírito colhe os frutos do progresso realizado pelo trabalho da encarnação. É também neste estado que o Espírito se prepara para novas lutas e toma as resoluções que há de pôr em prática na sua volta à Humanidade.

 

A reencarnação pode se dar na Terra ou em outros mundos. Há entre os mundos alguns mais adiantados onde a existência se exerce em condições menos penosas do que na Terra, física e moralmente, mas onde, também, só são admitidos Espíritos chegados a um grau de perfeição relativo ao estado desses mundos.

 

Ao lado das grandes missões confiadas aos Espíritos Superiores, há outras de importância relativa, em todos os graus, concedidas a Espíritos de todas as categorias, podendo afirmar-se que cada encarnado tem a sua, isto é, deveres a preencher a bem dos seus semelhantes, desde o chefe de família, a quem incumbe o progresso dos filhos, até o homem de gênio que lança às sociedades novos germens de progresso. É nessas missões secundárias que se verificam desfalecimentos, prevaricações e renúncias que prejudicam o indivíduo sem afetar o todo. (Grifo meu).

 

Por toda parte há vida e movimento. [Por toda parte há transformação e evolução (ou reintegração).]

 

A felicidade não é pessoal. Se a possuíssemos somente em nós mesmos, sem poder reparti-la com outrem, ela seria tristemente egoísta.

 

A verdadeira desgraça está mais nas conseqüências de uma coisa do que na própria coisa.

 

Não poderá haver caridade sem esquecimento dos ultrajes e das injúrias; não poderá haver caridade sem perdão; não poderá haver caridade com o coração tomado de ódio.

 

Em todas as épocas da História, às grandes crises sociais se seguiu uma era de progresso. Opera-se, presentemente, um desses movimentos gerais, destinados a realizar uma remodelação da Humanidade. A multiplicação das causas da destruição constitui sinal característico dos tempos, visto que elas apressarão a eclosão dos novos germens. São as folhas cheias de vida, porquanto a Humanidade tem suas estações, como os indivíduos têm suas várias idades. As folhas mortas da Humanidade caem batidas pelas rajadas e pelos golpes de vento, porém, para renascerem mais vivazes sob o mesmo sopro de vida, que não se extingue, mas que se purifica.

 

Todos somos livres na escolha das nossas crenças. Podemos crer em alguma coisa ou em nada crer, mas aqueles que procuram fazer prevalecer no espírito das massas e da juventude, principalmente, a negação do futuro, apoiando-se na autoridade do seu saber e no ascendente da sua posição, semeiam na sociedade germens de perturbação e de dissolução, incorrendo em grande responsabilidade.

 

 

 

Uma Palavra Final

 

 

Conforme afirmei no item Esclarecimento, não sou espírita, não conhecia intestinamente o pensamento de Kardec e convicta e declaradamente sou um Ateu-Místico. Entretanto, para meu gáudio, colhi e bebi no que estudei diversos esclarecimentos iluminadores e maravilhas espirituais que jamais esquecerei.

 

Mas, não posso concluir este estudo sem deixar um pensamento pessoal que venho desenvolvendo em trabalhos anteriores, qual seja: O Universo (que, sem perda de substância, pode ser entendido como o acreditado Deus dos religiosos) não é nem premiador nem castigador. É inconscientemente educativo. Portanto, nós é que devemos, paulatinamente, aprender e tomar consciência das Leis Universais, pois, o Universo, como tal, não tem consciência de nossas existências e nelas não interfere. A beleza deste conceito está encravada no fato de que só o que é categórico e tendente à Ética Cósmica poderá manumitir o homem. E o Caminho Místico para a Santa Liberdade – independente de qualquer religião ou do que quer que seja – está tão-somente em nosso Coração. Por isto, vira-e-mexe, mexe-e-vira, afirmo: In Corde loquitur nostro Vox Dei. Em nosso Coração fala a Voz de Deus. Digitarei este conceito até ficar rouco... Ou dedeta.

 

 

 

 

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Notas:

1. O perispírito, segundo o Espiritismo, é o invólucro fluido que serve de ligação entre o corpo e o espírito. Também pode ser entendido como o elemento intermediário que conecta a vontade que nasce do espírito com a percepção que direciona o cérebro. O termo perispírito foi cunhado por Allan Kardec, e encontra seu primeiro uso em uma explicação inserida em O Livro dos Espíritos.

2. A metempsicose (do grego, metempsúkhósis, e também denominada de metacomorfose) é uma doutrina que professava a crença que, através de um movimento cíclico, um mesmo espírito, após a morte do antigo corpo em que habitava, retornava à existência material, animando sucessivamente a estrutura física de vegetais, animais ou seres humanos. Foi bastante difundida pelo misticismo especulativo do Orfismo e do Pitagorismo, tendo sido adotada por correntes filosóficas como o Empedoclismo, Platonismo e Neoplatonismo. O Espiritismo leciona o contrário, ou seja: 1º - a reencarnação é um processo progressivo e constante; 2º - o homem é um ser cuja alma evoluiu e não pode regredir (sofrer involução) e voltar a animar corpos vegetais ou animais; e 3º - as diferentes existências podem se realizar – quer na Terra, quer por uma lei progressiva em mundos de ordem superior – até que o Espírito se torne purificado. Por isto, em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, há uma passagem que ensina: Todos os Espíritos tendem para a perfeição...

3. 'Benedictus Deus Summum Bonum'. Mesmo que se provasse que não existe Deus, tal qual os homens O concebem, a idéia de Deus continuaria a ser tão necessária que seria praticamente impossível a uma sociedade organizada viver sem ela. Deus representa a suprema aspiração, a Luz Maior buscada por todos, mesmo por aqueles que se declaram ateus. O homem é um animal, evolução da ameba primordial, tendo alcançado um estado de consciência que lhe permite idealizar Deus. Esta, na realidade, é a única diferença entre o homem e os demais animais na Terra; ou seja, a diferença fundamental não está em ser racional - capaz de raciocinar - pois muitos outros animais raciocinam; a diferença marcante é que o homem é capaz de criar mentalmente Deus. Se Deus é Uno, Trino, se se desdobra ou não em emanações hierárquicas (como Semideuses - por exemplo: Brahma, o criador do Universo visível habitado pelo homem, segundo os Vedas) nada disso é tão transcendental que justifique glória para quem proclama esta ou aquela (sua) verdade a respeito. Tendo criado Deus à sua imagem e semelhança, o homem também O interpreta e proclama de várias maneiras, conforme sua cultura e sua etnia, plasmando egrégoras emanantes de leis. A grande alavanca para a criação mental de Deus pelo homem é a morte. A estupefação diante da finitude parou, como um muro, toda a capacidade de raciocinar, e ante este muro caíram todas as filosofias. O homem não se conforma em ser um evento como todos os demais eventos; ele não quer deixar de existir, subitamente, como uma bola de sabão colorida que se desfaz no ar. Nesse momento, inventa Deus para escapar da morte, inspirado pelo próprio Deus, que, então, deixa de ser uma abstração e assume formas. Em cima daquela necessidade de provar a imortalidade individual, a perenidade da personalidade, mesmo com transformações subseqüentes, foram criadas numerosas teorias, como a da reencarnação, a da ressurreição dos mortos e sua ida para a Vida Eterna, a da existência de almas individuais imortais, o Espiritismo, a do duplo etéreo e a da sublimação do ego em ser angélico, pela renúncia e pela purgação. A Morte (a Grande Iniciação) toca tão fundo o homem que resultou na construção das pirâmides, na criação do Taj Mahal, no Livro dos Mortos do Antigo Egito, no Bardo Todol, nas idéias de Céu e de Inferno e na própria Rosacruz. A idéia central é a da Suprema Alquimia: a Transformação Crística, não como metamorfose, mas como salto na evolução, com o ser menor passando do plano da mortalidade para o Plano da Eternidade, já ali como Ser Maior, diante do Pai Eterno. Uma transfiguração, pelo crisol da dor Iniciática, a Noite Negra seguida do Áureo Alvorecer. Tudo de bom que o homem conseguiu fazer até hoje foi feito em nome da idéia de Deus. Paradoxalmente, grande parte de todo o mal gerado pelo homem até hoje o foi com base nessa mesma idéia. Assim, a religião tem sido, através das eras, uma ponte para a ligação com Deus e também o pretexto para os mais terríveis atos. A religião sempre pretendeu ser o lado místico do poder temporal; em uns casos a fórmula deu certo, em outros não frutificou, e tudo sempre dependeu da condução dada ao tema pela alta hierarquia da casta sacerdotal. A Iniciação Esotérica, Ritualística, foi introduzida no imaginário místico como fórmula de propiciar a evolução da consciência por etapas, segundo um método, e não apenas baseada na fé, como a Iniciação Religiosa. Contudo, a certa altura as duas se confundem, ao ponto de se fundirem sem, no entanto, serem a mesma coisa. Dir-se-ia que a Iniciação Religiosa dá olhos para ver e que a Iniciação Esotérica abre esses mesmos olhos, que até então estavam vendados. Se não houvesse a idéia de Deus, seria impossível ao homem almejar a transcendência, e a evolução de sua consciência se faria unicamente em função de referenciais materiais. Resultaria daí uma sociedade empedernida e norteada pela competição entre os seres, com a adoração e deificação de valores como dinheiro, poder e glória. E egoísmo seria erigido em Hierofante desse conglomerado de seres destituídos de ética (porque a Ética é um atributo direto da idéia de Deus, como 'Summum Bonum'). Não é preciso que se compreenda exatamente o que é Deus, mesmo porque a tentativa de entendimento nesse sentido lançaria o homem em um buraco negro de frustração do qual ele não se reergueria. Nesse mesmo buraco, caem aqueles que professam o ateísmo, e, nessa condição, criam o inferno no Plano Terrestre para todos os seres: animais, vegetais e minerais. Igualmente a consagração de uma particular idéia de Deus como "única e verdadeira" pode resultar em infernais tormentos para a Humanidade, como tem resultado. Por isso, dizem os místicos: Deus é Amor. Onde está o Amor, ali está Deus. Onde não há Amor, não há Luz. Deus é o Amor e a Luz que mantêm a Vida Imortal, em contínua evolução, na grande, infinda, Espiral da Manifestação, vestida pela túnica inconsútil do Conhecimento. E é neste sentido que a missão das instituições iniciáticas esotéricas é exercida, tecendo a túnica. Rituais e religiões cairão, porque a repetição de fórmulas não será mais necessária, em certa etapa da evolução. O Amor, porém, permanecerá, junto com a Luz, mantendo a Vida, que é Eterna. Os seres, estes sim, são transitórios. A Vida está infundida neles, mas eles não são a Vida; são os eventos que Ela gera em todos os Planos e que se sucedem, com autopercepção, como no caso do homem. Mesmo carregando a imensa culpa de ter inventado o diabo o homem caminha permanentemente para Deus. 'Benedictus Deus Summum Bonum'. (Pronunciamento de Sua Eminência Reverendíssima Dom Abade Beda, Abade Primaz da Ordo Svmmvm Bonvm, relativo a acontecimentos na China Comunista, envolvendo sites Rosacruzes de Língua Portuguesa.)

Fonte:

http://www.geocities.com/ordemrosacruz/
nomerc/apa/summumbonum.htm

4. Kaya, no Budismo, significa, literalmente, corpo. Representa um modo de manifestação da Verdade ou de manifestação em uma esfera da Verdade, principalmente os três kayas ou trikaya: o Dharmakaya, o Sambogakaya e o Nirmanakaya. Os três kayas contêm uma doutrina de como e por quais modos se dá a manifestação do Buda. Dharmakaya é a manifestação da Verdade em forma absoluta, para além da necessidade de discriminação em conceitos. Representa a Verdade que está além da forma e da idéia. Corresponde ao Corpo do Buda. Assim como há um só Buda primordial, o Adhi-Buda, do qual emanam todos os outros, o Dharmakaya corresponde a essa primeira manifestação, dele derivando os dois outros kayas. Sambhogakaya é a manifestação da forma pura e perceptível aos grandes praticantes. Representa a Verdade que é conhecida pela forma e pela idéia. Corresponde à Mente do Buda. Nirmanakaya é a mais concreta das manifestações, que adquire um corpo, aparecendo em benefício dos que são incapazes de perceber o Sambhogakaya. Compreende as experiências sensíveis que envolvem os elementos – Terra, Ar, Água, Fogo, Espaço – e as manifestações de formas compostas por esses elementos como os objetos e seres da Natureza e mesmo as pessoas. Representa todos os desejos e o desejo de conhecer a Verdade ou a felicidade. Corresponde à fala do Buda. No Budismo Tibetando, é feita a seguinte associação: Samanthabadra, o Buda do Centro, é a manifestação do Dharmakaya; Avalokiteshvara, o Bodisatva da Compaixão, é a manifestação do Sambhogakaya; e Padmasambava, que historicamente viveu no Tibet e foi o responsável pela chegada do Budismo àquele País, é a manifestação do Nirmanakaya.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Linga_Sharira

http://viasantos.com/
pense/index.html

http://www.saberespirita.com.br/
frases.html

http://www.espirito.org.br/
portal/artigos/luiz-vannucci/

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Kaya_(budismo)

http://www.geocities.com/ordemrosacruz/
nomerc/apa/summumbonum.htm

http://www.bauhaus.com.br/secd/

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Metempsicose

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Perisp%C3%ADrito

http://www.ceac.org.br/
livraria/livraria_1.htm

http://destaquein.sacrahome.net/
node/75

http://pt.wikipedia.org/
wiki/espiritismo

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Allan_Kardec#_note-1

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Doutrina_Esp%C3%ADrita

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Santeria

 

Música de fundo:

La Bohème (Jacques Plante & Charles Aznavour)

Fonte:

http://www.etplanet.com/download/midi/