Objetivo do Estudo
Este estudo tem por objetivo oferecer para consideração e análise a terceira parte de alguns pensamentos e reflexões (eventualmente comentados) contidos na obra A Cidade Virtuosa, de autoria de Alfarábi, um filósofo muçulmano da Idade de Ouro Islâmica, e de quem foi gerado o termo português alfarrábio e termos deste derivados, como, por exemplo, alfarrabista e alfarrabístico. Alfarábi é considerado não apenas o fundador da Filosofia Islâmica, mas, também, um dos autores mais influentes na formação das Filosofias Cristã e Judaica Medievais. Usei como fonte bibliográfica a tradução do árabe de Catarina Belo, editada pela Fundação Calouste Gulbenkian.
Breve Biografia
Alfarábi
Abu Nasr Muhammad ibn Muhammad Farab (Farabe, Turquistão, cerca de 872 – Damasco, Síria, 950), mais conhecido somente como Alfarábi ou Farábi, foi um filósofo muçulmano da Idade de Ouro Islâmica. Do seu nome se gerou o termo português alfarrábio e termos deste derivados. Estudou em Bagdá e Harrã, viveu na Síria e no Egito, e se estabeleceu depois na corte do soberano de Alepo, Ceife Adaulá.
Alfarábi, que inaugurou a grande linha de filósofos muçulmanos da Idade Média, se interessou tanto por química, ciências naturais, física quanto por ética, ciência política e Filosofia da religião. Foi também um bom músico e seu Grande Livro da Música o colocou entre os principais teóricos do assunto.
Na Filosofia, se dizia, ao mesmo tempo, influenciado por Platão e Aristóteles, e considerava que as doutrinas dos dois mestres da Antigüidade, longe de serem opostas, se complementavam. Alfarábi formulou, com uma clareza até então desconhecida, a distinção entre a existência peregrinante e a essência. Retomou a teoria aristotélica sobre a eternidade do mundo, o que lhe causou dificuldades com os círculos islâmicos ortodoxos. Mas, o próprio Alfarábi não separava a religião da Filosofia e se servia de termos do Alcorão para traduzir os conceitos de Filosofia grega.
Grande parte de sua obra é dedicada à política e à economia. Em seu tratado Epístolas Sobre as Opiniões do Povo ou Estado Modelo, o filósofo apresentou uma utopia platônica na qual a sociedade é comparada com um grande corpo único que estenderia suas ramificações à totalidade dos homens.
Fragmentos da Obra A Cidade Virtuosa
Na Cidade Virtuosa, cada pessoa atinge o limite da felicidade através de duas coisas, nomeadamente, através daquilo que tem em comum com os outros ao mesmo tempo, e através daquilo que é específico das pessoas do grupo a que pertence.
Quanto mais aumentam as ações que levam à felicidade e a pessoa persiste em praticá-las, mais a [personalidade-]alma – cujo objetivo é atingir a felicidade – se torna mais forte, mais excelente e mais perfeita, até chegar ao limite de perfeição, em que prescinde da matéria, de modo que fica despojada dela e não perece quando a matéria perece, e permanece sem precisar da matéria. [Com todo respeito a Alfarábi, penso que, no mínimo, seja uma simplificação medíocre/inconsciente admitir que o objetivo da personalidade-alma seja apenas buscar/atingir a felicidade, pois, isto é uma mistura de egoísmo + delírio + imperativo hipotético. Felicidade não pode ser objetivo de nada; felicidade é uma conseqüência (muito mais coletiva do que individual). Portanto, não devemos tentar buscar/garimpar a felicidade, até porque não adianta nada; temos, sim, que, coletivamente, nos tornar a própria felicidade, que, efetivamente, é o resultado direto e conseqüencial da Illuminação grupal. (Mesmo + Outro = 1) Portanto, ainda que uma ação seja boa, digna e veraz, se o pressuposto que norteia esta ação for hipotético, conjectural ou supositício, o resultado sempre desaguará em águas de bacalhau1 (que a minha mãe, que era tripeira, chamava de calhuço).]
— Irei à missa aos domingos,
para que a minha personalidade-alma
possa estar entre os agraciados,
se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Irei à missa nos dias santos de guarda,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Não comerei carne na Sexta-feira Santa,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Darei três pulinhos para São Longuinho para achar o Caminho,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Mensalmente, darei o dízimo para minha igreja,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Farei uma oferta especial para a minha igreja,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.
Imperativos hipotéticos se apóiam em ações coisistas,
que se direcionam para um determinado fim; desta
forma, são ações que não são boas em-si-mesmas,
e poderão proporcionar fins inteiramente opostos.
Na verdade, nós deveremos agir de acordo com a
máxima que as nossas ações possam se tornar Leis
Unimultiversais, sem risco de contradição, isto é, que
as nossas ações jamais sejam consideradas negativas,
interesseiras, supositícias, conjecturais e duvidosas.
Imperativos hipotéticos, de fato, são atos de magia negra.
Portanto, devemos sempre agir –› Imperativos Categóricos,
sem anelar ou querer absolutamente necas de pitibiriba.
— Em sinal de devoção, usarei um escapulário,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Em sinal de devoção, comprarei e beberei água consagrada,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Em sinal de devoção, comprarei e comerei feijões mágicos,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Em sinal de devoção, pedirei a bênção a João de Deus,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Sempre confessarei e comungarei,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.
— Sempre amarei um só Deus,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Não me prostrarei nem servirei outros Deuses,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Não tomarei o Nome do Senhor meu Deus em vão,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Sempre santificarei o dia de sábado,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Sempre honrarei meu pai e minha mãe,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Sempre beijarei a mão dos sacerdotes,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Sempre participarei das procissões e das quermesses,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Sempre me autoflagelarei,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Sempre subirei a Escadaria do Convento da Penha de joelhos,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Sempre farei o sinal-da-cruz e me persignarei com água benta,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Não matarei, não adulterarei e não furtarei,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais darei falso testemunho contra meu próximo,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais cobiçarei a perereca da vizinha,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais olharei lascivamente para a butique dela,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais assistirei a um filme pornô,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais lerei uma literatura pornô,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais serei gabiru nem mulherengo,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais serei pedófilo nem cometerei estupro,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Sempre serei democrata e republicano,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais redigirei uma minuta golpista,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais serei um minion nem um pau-mandado,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais serei maria-vai-com-as-outras,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais serei bucha de canhão,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais serei inocente útil,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais serei papagaio de pirata,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais causarei terror nem provocarei aflição,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Sempre serei digno, inatacável e incorruptível,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Sempre pagarei direitinho os impostos que me cabem,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Sempre ajudarei os pobres e os necessitados,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Sempre alimentarei os famintos e os sedentos,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais acusarei alguém falsamente,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais apoiarei uma falsa acusação,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais me manifestarei para falar contra ser-aí algum,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais acrescentarei nada ao peso da balança,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais agirei com perfídia nem serei ardiloso,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais divulgarei news,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais escutarei o que não for dirigido aos meus ouvidos,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais me afastarei da Retidão e da Verdade,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais farei julgamentos apressados e impiedosos,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais farei a água voltar na época da maré alta,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais deterei o fluxo das correntes,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais construirei um gabinete do ódio,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais recomendarei a não-vacinação,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais recomendarei Cloroquina ao invés de Tubaína,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais serei um matador de passarinhos,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais serei e desfraterno,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais serei um devastador de florestas,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais destruirei o leito dos rios,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais poluirei o meio ambiente,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais serei um acólito do ,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.
— Jamais serei um ,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.— Jamais serei um sacanocrata filho-da-puta,
para que a minha personalidade-alma
possa se salvar e alcançar a suprema felicidade.Uma vez que as diferenças dos corpos entre si são ilimitadas em número, também as diferenças entre as [personalidades]alma são ilimitadas em número.
Quanto mais as [personalidades-]alma [ilusoriamente] separadas, mas, semelhantes entre si [semelhança não significa igualdade] aumentam em número e [conscientemente] se unem umas às outras – tal como o inteligível sempre se liga ao inteligível [e, por exemplo, tal como um átomo de Hidrogênio se liga a dois átomos de Oxigênio para formar uma molécula de H2O e tal como os pólos e de um magneto se atraem] – mais aumenta o comprazimento de cada uma delas [e de todas associativa e conjuntamente]. E sempre que se junta a elas uma [personalidade-]alma, posteriormente, cresce o comprazimento da recém-chegada, por encontrar as anteriores, e o prazer das antigas aumenta quando se unem às que vão chegando, pois, cada uma se intelige a si mesma e intelige as que são como a sua essência, muitas vezes, e assim aumenta a qualidade daquilo que intelige. E, uma vez que o número de [personalidades-]alma que se encontram [e se unificam] é ilimitado, o aumento dos poderes e dos prazeres de cada uma [e de todas], com o passar do tempo, vai se tornando também ilimitado, [entretanto, sem jamais se tornar absoluto, inacrescentável ou definitivo]. [A Lei é: Cada coisa é cada coisa, mas, todas as coisas são O espaço-tempo é uma miralusão (miragem + ilusão). Portanto, tudo isto é sinônimo de ÆTERNA UNIMULTIPLICITAS.]
A separatividade é fome + sede insaciadas.
A separatividade é insustentabilidade.
A separatividade é desprazimento.
A separatividade é tristeza.
A separatividade é desalento.
A separatividade é melancolia.
A separatividade é esmorecimento.
A separatividade é abatimento.
A separatividade é nec caput nec pedes (habet).
A separatividade é ignorância.
A separatividade é ilogicidade.
A separatividade é ceguidade.
A separatividade é .
A separatividade é paralisia.
A separatividade é descontinuação.
A separatividade é desarmonia.
A separatividade é .
A separatividade é maladia.
A separatividade é impossibilidade.
A separatividade é incapacidade.
A separatividade é inconclusividade.
A separatividade é impedimento.
A separatividade é .
A separatividade é orfandade.
A separatividade é futilidade.
A separatividade é apócope.
A separatividade é media nox.
A separatividade é carpe noctem.
A separatividade é fiat voluntas mea.
A separatividade é res extensa.
A separatividade é magia negra.
A separatividade é masmorra.
A separatividade é caverna.
A separatividade é deserto.
A separatividade é incompletude.
A separatividade é miragem + ilusão.
A separatividade é Fata Morgana.
A separatividade é crença delirante.
A separatividade é dogmatização.
A separatividade é cagaço infundado.
A separatividade é desejo.
A separatividade é cobiça.
A separatividade é paixão.
A separatividade é desajustamento.
A separatividade é .
A separatividade é pobreza.
A separatividade é miséria.
A separatividade é insensatez.
A separatividade é preconceito.
A separatividade é desfraternidade.
A separatividade é deseqüidade.
A separatividade é egocentrismo.
A separatividade é cousismo.
A separatividade é achismo.
A separatividade é apriorismo.
A separatividade é artificialismo.
A separatividade é hipoteticidade.
A separatividade é .
A separatividade é .
A separatividade é o-que-nunca-foi.
A separatividade é o-que-não-é.
A separatividade é o-que-jamais-será.
A separatividade é .
A separatividade é .
A separatividade é .
A separatividade é assassinato.
A separatividade é suicídio.
A separatividade é vida (que não é ).
A separatividade é morte (que não é ).
A separatividade é tempo (que não é ).
A separatividade é a madrasta maldita de todas as nossas aflições e dores.
No Unimultiverso,
cada coisa é cada coisa, mas, todas as coisas sãoNo Unimultiverso,
ÆTERNA UNIMULTIPLICITAS.No Unimultiverso,
1 + 1 = 1 e 1 – 1 = 1.No Unimultiverso,
o não existe.No Unimultiverso,
No Unimultiverso,
= 1.
Se as ações praticadas pelos habitantes das cidades forem más e cruéis, produzirão más e cruéis disposições nas suas [personalidades-]alma, e, quanto mais estas ações se repetirem, tanto mais inferiores e imperfeitos se tornarão os seus habitantes, e as disposições das suas [personalidades-]alma se tornarão também inferiores, imperfeitas e doentes. Este é o caso, por exemplo, das doenças psíquicas, que acontecem devido à corrupção da faculdade da imaginação, corrupção esta adquirida pela vontade [fiat voluntas mea] ou pelo hábito [carpe noctem], havendo mesmo pessoas que desconheçam as suas doenças e até achem que estão com boa saúde e que sejam mentalmente sãs, fazendo com que elas se comprazam nas más e nas cruéis disposições e com os maus e cruéis atos, rechaçando, por isto, as disposições belas e as coisas virtuosas ou nem sequer mesmo imaginando que possam existir. Nessas pessoas, não se imprimiu qualquer vestígio da Verdade Espiritual, e, dia-a-dia, vão perecendo sem perceber, se desintegrando e avançando para o nada. [Este nada alfarrábico pode ser entendido como sendo uma condição medonha, provavelmente irreversível, de uma não-entidade absoluta —› 8ª Esfera, conforme explicou o Mestre Ascensionado Kut Hu Mi em um ensinamento de uma carta (Cartas dos Mahatmas) enviada ao escritor, teósofo e presidente da Loja de Londres da Sociedade Teosófica Alfred Percy Sinnett (18 de janeiro de 1840 – 26 de junho de 1921). Ensinou Kut Hu Mi: Na Oitava Esfera, caem somente as não-entidades absolutas. Estes fracassos da Natureza serão completamente remodelados. Suas Mônadas Divinas se separaram dos Cinco Princípios durante suas vidas terrestres (tenha isto acontecido no nascimento anterior ou em vários nascimentos anteriores, pois, tais casos existem nos nossos registros), posto que viveram como seres-humanos-sem-alma. Estas pessoas foram abandonadas pelo seu Sexto Princípio, enquanto o Sétimo – por ter perdido o seu 'Vahan' (ou Veículo) – não poderá existir independentemente por mais tempo; seu Quinto Princípio ou Alma Animal, naturalmente, descerá ao poço sem fundo.]
Poço Sem Fundo
Tudo isto, como afirmou Alfarábi, é infelicidade, que é o contrário da felicidade, e que, devido à negligência e ao erro, [aos preconceitos e às crueldades] fará com que o indivíduo pereça e se desintegre, [ou seja, que perca a sua individualidade unimultiversal (Impressão Digital + DNA Cósmicos)]. Por outro lado, os habitantes da Cidade Virtuosa – que foram coagidos e constrangidos a agir como as pessoas da cidade ignorante – o fato de persistirem em fazer aquilo a que são forçadas não os levam à aquisição da disposição da [personalidade-]alma contrária à disposição virtuosa. Por isto, não os prejudicam irreversivelmente as ações que são obrigados e compelidos a praticar, [ainda que tenham que compensar integral e educativamente cada uma e todas elas, porque, na verdade, todos nós temos livre-arbítrio, e não somos obrigados a nada]. As pessoas virtuosas apenas se encontram nessa situação quando estão sob o domínio dos habitantes das cidades opostas à Cidade Virtuosa ou quando são obrigadas a viver nos locais daqueles que são opostos à Cidade Virtuosa.
A refutação da verdade é possível apenas através da sofística [filosofia que se desenvolve como puro verbalismo, sem seriedade ou solidez] e da falsificação. Sofistas e falsificadores são impostores, e não devem fazer parte da Cidade Virtuosa.
As coisas que todos os habitantes da Cidade Virtuosa têm de saber em comum são: 1º) o conhecimento da Primeira Causa e de todos os seus atributos; 2º) as coisas imateriais, seus atributos específicos e o nível de cada uma delas; 3º) as substâncias celestiais e os atributos de cada uma delas; 4º) os corpos naturais que se encontram abaixo delas e o modo como são geradas e se corrompem, e o fato de tudo o que lhes sucede seguir a ordenação, a precisão, a providência, a justiça e a sabedoria, e que não há negligência, nem imperfeição, nem injustiça alguma nelas 5º) a geração do ser humano, como surgem as faculdades da [personalidade-]alma e de que modo o Intelecto Agente emana Luz sobre elas, até surgirem os primeiros inteligíveis, a vontade e o livre-arbítrio; 6º) o Primeiro Líder, e como se dá a Revelação; 7º) os líderes que deverão sucedê-Lo quando não estiver mais presente; 8º) como é possível alcançar a felicidade; 9º) o que acontece a todas as [personalidades-]alma após a morte [e início da Grande Aventura]. Todas estas coisas poderão ser conhecidas de duas maneiras: impressas nas suas [personalidades-]alma tal como são e existem ou impressas nelas através das semelhanças e dos símbolos. [A bem da verdade, porque o Unimultiverso e a peregrinação são i-l-i-m-i-t-a-d-o-s, a maioria destas coisas – (talvez, até todas) – seja através das semelhanças, seja através dos símbolos, como sugere Alfarábi, é impossível de ser conhecida. Mas, isto não significa que não devamos, assintoticamente, nos esforçar para conhecer todas as coisas.]
Mas, antes de tudo isto, penso que
precisamos estar conscientes de que
– entre tantas e tantas outras coisas –
são ultracavilosos, causam retrogradação,
são impedientes e impossibilitantes,
e acabam por produzir, em nós, entropia irreversível
– perdas da nossa Cósmica e do nosso Cósmico,que podem ser entendidos como o nosso Átomo-semente –
o abandono do nosso Sexto Princípio
e, enfim, nos encaminhar para o poço sem fundo,
e, inevitavelmente, para a inescapável 8ª Esfera:
• o cagaço avelhentador e ancilosante,
• o servilismo fugeca,
• o acolitato subserviente,
• o beija-mão aviltoso,
• o imperativo hipotético,
• o fideísmo fanático,
• a supressão/ocultamento da verdade,
• a tergiversação,
• o eusismo,
• o egoísmo,
• a ambição,
• a acumulação,
• o desejo,
• a cobiça,
• a paixão,
• o derramamento,
• o empobrecimento kundalínico,
• a zação permanente,
• o desprezo pelo ,
• a desvalorização do Silêncio Interior,
• a imitação absurda,
• a insolidariedade,
• o deixa-pra-lá,
• o imobilismo indolente,
• a estagnação preguiçosa,
• a impiedade desumana,
• a imisericórdia,
• o assassinato-suicídio,
• o suicídio-assassinato,
• o juízo de valor,
• a mentira,
• a falsidade,
• o preconceito hediondo e injustificável,
• a pejoração acachapante,
• a manipulação das consciências,
• a escravização,
• a covardia,
• a omissão,
• a vivissecção,
• o vantagismo,
• o toma-lá-dá-cá,
• o dá-cá-toma-lá,
• o fudelhufas de cagahouse,
• o fudehouse de cagalhufas,
• a inversão de valores,
• a nababia,
• a mais-valia,
• o mais-trabalho,
• a corrupção,
• o negacionismo,
• o achismo,
• o cousismo,
• o autoritarismo,
• a conspirata,
• o vandalismo,
• o quebra-quebra,
• a devastação,
• o aniquilamento,
• a traição,
• o perjúrio,
• o ufanismo impertinente,
• o militarismo ditatório,
• a tortura,
• a censura,
• a antidemocracia maquinadora,
• o anti-republicanismo artificioso,
• o conciliábulo malévolo,
• o esquerdismo,
• o direitismo,
• o conservadorismo,
• o reacionarismo,
• o medievalismo,
• o niilismo,
• a caverna (sem lanterna),
• o deserto (sem oásis),
• a separatividade desfraterna,
• a media nox (que não acaba),
• o fiat voluntas mea,
• a res extensa,
• a vida que conduz à morte.Enfim, para podermos ser Illuminados,
pelo menos, três coisas são necessárias:
• Lutar o Bom Combate,
• deixar de viver para ,
• deixar de morrer para .A religião, nas cidades da ignorância e nas cidades que se perderam, tem origem apenas em algumas opiniões antigas dogmáticas e corruptas.
Nas cidades da ignorância e nas cidades que se perderam, as pessoas se opõem, e cada uma procura a destruição da outra.
Nas cidades da ignorância e nas cidades que se perderam, cada indivíduo, mesmo que não o deseje, procura subjugar os outros, na medida em que isso lhe é útil.
Nas cidades da ignorância e nas cidades que se perderam, de maneira geral, as coisas decorrem sem ordem e sem harmonia.
Nas cidades da ignorância e nas cidades que se perderam, umas querem dominar outras e se atacam umas às outras. [Foi a China que anexou o Tibete, é a Venezuela querendo anexar o Essequibo, é a Rússia querendo dominar a Ucrânia, é o Hamas querendo dominar Israel, é Israel querendo dominar o Hamas, é a direita querendo dominar a esquerda, é a esquerda querendo dominar a direita, é a religião A querendo dominar a religião B, é a religião B querendo dominar a religião A...]
Nas cidades da ignorância e nas cidades que se perderam, há um pensamento comum: não existe amor mútuo nem ligação por natureza ou pela vontade; portanto, é necessário que todos os seres humanos se odeiem uns aos outros.
Nas cidades da ignorância e nas cidades que se perderam, cada indivíduo tem aversão aos outros, e não há ligação [nem afetiva, nem desinteressada, nem categórica] entre duas pessoas, senão por obrigação [ou por vantagem para uma delas]. As pessoas só se juntam em caso de necessidade, e, inclusive, só se juntam sob a condição de uma ser a dominadora e a outra a dominada. E, de modo geral, a associação só dura enquanto a necessidade está presente ou enquanto algo exterior a obriga.
Nas cidades da ignorância e nas cidades que se perderam, os cruéis subjugam os mais fracos e os transformam em escravos e instrumentos para obterem aquilo que desejam.
Nas cidades da ignorância e nas cidades que se perderam, os vínculos e as associações se formam através de: 1º) antepassados; 2º) participação na geração de filhos; 3º) um primeiro líder comum que os juntou em primeiro lugar e os liderou; 4º) juramentos, alianças e pactos; 5º) semelhanças de caráter e de qualidades naturais, e de uma língua e de uma expressão comuns; 6º) residência comum; 7º) conhecimento comum antigo. [Também, entre outras coisas, pode-se acrescentar ter uma mesma religião.]
Nas cidades da ignorância e nas cidades que se perderam, as coisas pelas quais lutam uns contra os outros são a segurança, a honra, a riqueza, os prazeres e todos os meios de se obter estas coisas. É necessário que cada grupo tente obter à força todas essas coisas que o outro grupo tem e se apoderar delas.
Nas cidades da ignorância e nas cidades que se perderam, a base comum de todas as ações é: subjugação + medo + injustiça + miragens + ilusões. [Portanto: hipoteticidade + desfraternidade + separatividade.]
Nas cidades da ignorância e nas cidades que se perderam, todo o mal que um líder faz é considerado por todos como sendo bom.
Nas cidades da ignorância e nas cidades que se perderam, todos os bens e posses adquiridos por um líder – seja através da luta, seja através do engano, seja através da perseguição – são considerados pelas pessoas como tendo sido obtidos por alguém contente, bem-sucedido, esperto, sábio, com grande conhecimento e experiência, sendo, por isto, venerado, louvado e elogiado. [Talvez, no século XX, o maior exemplo disto tenha sido o do mago negro Adolf Hitler.]
Nas cidades da ignorância e nas cidades que se perderam, as pessoas elogiam, aprovam e aplaudem o modo de vida, o modo de ser e o modo de agir de um líder cruel, desumano e devasso, receando que ele lhes retire o que possuem, se não o apoiarem e não imitarem o seu modo de vida. Há, por outro lado, aqueles que elogiam o líder cruel, desumano e devasso porque também estão tão iludidos como ele. [Ora, não é exatamente isto o que, por exemplo, está acontecendo atualmente na Coréia do Norte, na Rússia, na Bielorrússia, na China, na Síria, na Venezuela e na Nicarágua? Ora, não foi exatamente isto o que, por exemplo, aconteceu na Alemanha hitlerista, na União Soviética stalinista, na Itália mussolinista, na Espanha franquista, no Haiti papadoquista, no Portugal salazarista, na Cuba fidelista, na Líbia al-gaddafista, no Iraque saddamhusseinista, no Chile pinochetista, no Uruguai bordaberrysta, no Paraguai stroessnerista, na Argentina videlista, no Peru fujimorista, na Uganda idiamindadaísta e no Brasil na época da excrescente ditadura militar (1º de abril de 1964 a 15 de março de 1985)?]
Nas cidades da ignorância e nas cidades que se perderam, prevalece a idéia de que quando tiverem vencido um grupo, devem avançar para conquistar outro.
Nas cidades da ignorância e nas cidades que se perderam, basicamente, prevalecem dois grupos: o grupo que aumenta e faz crescer os bens, por si mesmos, através de transações comerciais (grupo da transação voluntária), e o outro grupo que domina outros, para que os bens sejam obtidos (grupo da dominação). Alguém que não sirva nem para fazer parte de um ou do outro grupo é considerado supérfluo.
Por ambições e motivos distintos, entre as cidades da ignorância e as cidades que se perderam, há cidades da paz, cidades da necessidade, cidades vis, cidades depravadas, cidades da honra e cidades coletivas.
Nas cidades da ignorância e nas cidades que se perderam, basicamente, há dois grupos de pessoas: 1º) as que não defendem a violência e têm as [personalidades-]alma sãs; e 2º) as que têm as [personalidades-]alma corruptas, porque vêem a conquista como um bem, através do ataque e do engano. Quem tem o poder de ataque exerce-o, mas, quem não o tem usa o subterfúgio, a fraude, a traição, o artifício, a hipocrisia, a dissimulação e a sofística.
Pergunta: uma nação que anexa outra
é virtuosa ou é ignorante e está perdida?Pergunta: uma nação que escraviza outra
é virtuosa ou é ignorante e está perdida?Pergunta: uma nação que invade outra
é virtuosa ou é ignorante e está perdida?Pergunta: uma nação que destrói outra
é virtuosa ou é ignorante e está perdida?Pergunta: um ser-aí que preconceitua outro
é virtuoso ou é ignorante e está perdido?Pergunta: um ser-aí que apocopa outro
é virtuoso ou é ignorante e está perdido?Pergunta: um ser-aí que subjuga outro
é virtuoso ou é ignorante e está perdido?Pergunta: um ser-aí que assassina outro
é virtuoso ou é ignorante e está perdido?Pergunta: um ser-aí espiritualmente cego
é virtuoso ou é ignorante e está perdido?Pergunta: um ser-aí espiritualmente surdo
é virtuoso ou é ignorante e está perdido?Pergunta: um ser-aí que vive sem
é virtuoso ou é ignorante e está perdido?Pergunta: um ser-aí que morre sem
é virtuoso ou é ignorante e está perdido?Pergunta: um ser-aí–›não-entidade-absoluta
é virtuoso ou é ignorante e está perdido?Pergunta: até quando seres-aí serão
desvirtuosos e ignorantes e continuarão perdidos?Pergunta: até quando seres-aí serão
transformados em não-entidades-absolutas?Pergunta: até quando seres-aí serão
definitivamente entropizados na 8ª Esfera?
A Humanidade é o laço entre as pessoas [entrelaçamento quântico humano], e, por isto, os seres-humanos-aí-no-mundo, necessariamente, devem viver em Paz e Bem, devido às suas inerentes humanidades.
Continua...
Música de fundo:
Askin Aldi Benden Beni
Fonte:
https://archive.org/details/SufiMusicOfTurkey2
Páginas da Internet consultadas:
https://br.pinterest.com/pin/574631233695452585/?nic=1a
https://br.freepik.com/fotos-vetores-gratis/caveira-png
https://depositphotos.com/br/photos/po%C3%A7o-sem-fundo.html
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Om_Mani_Padme_Hum_mantra.svg
https://pbsmubeta.tripod.com/index.html
https://www.pngegg.com/es/png-bdzqk
https://pixabay.com/pt/gifs/zero-n%C3%BAmero-bin%C3%A1rio-girando-3d-5198/
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https://gifer.com/pt/s/breaking-glass#google_vignette
https://br.pinterest.com/pin/619456123728593302/
https://trilhante.com.br/curso/filosofia
https://giphy.com/explore/black-magic-m66?sort=relevant
https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/a-filosofia-pratica-de-kant/
https://dspace.unisa.br/items/0012009a-588f-4554-9c3c-afc5bc933638
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alfar%C3%A1bi
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