ALEXANDRA B. PORTER

Pai-Mãe Deus, Deus do Universo, Deus de nossos corações. Nós Te pedimos, em nome de Jesus Cristo, que nos concedas, a todos e a cada um de nós, o conhecimento, o entendimento, e o esclarecimento que cada um está procurando.

Para a maioria das pessoas, o desconhecido sempre causa medo, e assim torna-se compreensível que, para essa maioria, perguntas estranhas relacionadas à morte física podem causar medo.

As pessoas tendem a fazer as mesmas perguntas relativas à morte. As seis perguntas mais comuns que abordam o fato da morte física e as revestem de incerteza e medo são as seguintes: 1ª) O indivíduo sofre? 2ª) Para onde vai a pessoa quando morre? 3ª) O indivíduo recebe a recompensa prometida? 4ª) O indivíduo ainda seria capaz de guiar crianças pelo caminho certo? 5ª) São rompidos todos os contatos com os seres amados? 6ª) Como é a morte?

Do ponto de vista Rosacruz, a morte nada mais é do que a passagem do Espírito para uma Esfera maior ou um nascimento, nessa Esfera. Ao terminar esta vida o Ego deve assimilar aquilo que experimentou, e para extrair o melhor de suas experiências ele inicia o processo da morte física. Portanto, morte – como definido por Max Heindel – é a saída do Espírito-Alma individual (ou Corpo Etérico) da carne que ele interpenetrava. O Espírito-Alma efetua esta transferência durante os primeiros três e meio dias¹ após as mortes física e clínica. E a morte não se completa antes de terminado este processo.

Cada átomo de cada grão de areia que forma a praia oceânica, cada semente, cada planta e cada árvore, cada molécula de terra que cobre a pedra estéril que forma o bloco de rocha e cada gota d’água que flui nas cascatas têm um Corpo Etérico.

Nenhuma vida pode existir no mundo físico se não tiver um envoltório de matéria com vibração inferior à dela própria apropriada a esse propósito.

No Reino Físico, os sinais e sintomas da aproximação física da morte são: 1) Os braços e pernas podem ficar frios ao toque, e o lado debaixo do corpo pode ficar mais escuro. Estes sintomas resultam da diminuição da circulação sangüínea; 2) A pessoa poderá despender muito tempo dormindo durante o dia, de maneira que. às vezes, pode ser difícil levantar-se. Isto resulta da lentidão do metabolismo corporal; 3) A pessoa pode perder o controle da bexiga e dos intestinos, resultando isso em incontinência. Isto significa o vazamento involuntário e contínuo de urina e de matéria fecal; 4) A pessoa pode ter diminuída sua necessidade de alimento e de bebida; 5) Secreções bucais podem tornar-se mais abundantes e se acumular no fundo da garganta, produzindo aquilo a que comumente se referem os profissionais da medicina como o 'estertor da morte'. Isto resulta da diminuição do muco engolido e da incapacidade da pessoa de escarrar a saliva normal; 6) A visão e audição da pessoa podem diminuir um pouco, sendo geralmente a audição o último sentido a ser perdido; 7) A pessoa pode tornar-se inquieta, arrancando as roupas da cama e tendo visões de pessoas ou coisas. Isto resulta da diminuição de oxigênio no cérebro assim como da diminuição do metabolismo; 8) O padrão respiratório do indivíduo pode mudar durante o sono para um tipo irregular de respiração arrítmica. Neste tipo, a princípio a respiração é lenta e superficial; aí ela aumenta em rapidez e profundidade até alcançar o máximo, então diminui gradativamente até chegar a períodos de 10 a 30 segundos sem respirar (apnéia). Este padrão respiratório é chamado respiração Cheyne Stokes. Embora ocorra em certas doenças agudas do sistema nervoso central, coração, pulmões e em intoxicações, freqüentemente ela ocorre antes da morte; e 9) A morte física é descrita como a cessação dos processos fisiológicos que sustentam a vida. Também tem sido definida como 'um momento no tempo' porque normalmente ela se acaba em um piscar de olhos. Os sinais da morte clínica incluem: a) nenhum sinal evidente ou disfarçado de respiração; b) nenhuma batida do coração. No Estado da Califórnia, dois eletrocardiogramas efetuados dentro do período de 24 horas são considerados sinais definitivos de morte; c) nenhuma reação do indivíduo a sacudidelas ou gritos; d) perda de controle da bexiga e dos intestinos; e) cílios levemente abertos com olhos fixos em algum ponto; e f) mandíbulas relaxadas e boca levemente aberta.

Se aquele que parte não está sob efeito de sedativos, é bem possível que no momento da transição real a consciência possa retornar momentaneamente, e o Espírito-Alma que parte, ainda que esteja parcialmente separado do corpo, pode dar uma descrição das cenas e das pessoas que está vendo, ou pode subitamente se tornar consciente do que está acontecendo e dar um último adeus àqueles que estão ao seu lado.

O que realmente acontece na morte e no reino espiritual é que a força do Átomo-semente do indivíduo deixa o corpo, e todas as suas impressões são transferidas do corpo vital para o corpo de desejos, as quais formam então as bases da vida do homem ou da mulher no Purgatório e no Primeiro Céu. A lenta transferência dos átomos, a qual chamamos de “gravação dos Átomos-semente”, é o processo normal da morte. Com a completa transferência, chega o momento marcado para a transição real. O tempo requerido para essa separação depende consideravelmente da potência eletromagnética armazenada no campo de força etérico. Quando essas forças eletromagnéticas se esgotam e os três Átomos-semente se separam completamente, o corpo vital liberta do seu jugo o cordão prateado. Aí, quando o cordão se parte, o Espírito-Alma fica completamente livre.²

Toda mudança em a Natureza é bela e a morte não é uma exceção à regra. A mudança chamada morte é simplesmente a libertação da nossa forma Espírito-Alma do Corpo Físico que compõe a vestimenta cárnea externa, e essa libertação é perfeitamente natural e indolor.

Existem Sete Planos Astrais, sendo que cada um varia em densidade. Cada Plano é habitado pelos Espíritos-Alma e, dependendo das vibrações dos seus Corpos Astrais, cada Plano é mais refinado na medida em que se escala os degraus do progresso. Por sua vez, cada um desses Planos tem divisões chamadas zonas do tempo ou Esferas que abrigam os Espíritos-Alma pertencentes àquele período de tempo. Relativamente à constituição social das Esferas, crescimento mais intenso e aumento de atividade são as seis mais distinguidas como Esferas espirituais. Cada uma é divida em seis círculos ou sociedades em que Espíritos afins, idênticos, são reunidos para subsistirem juntos sob a Lei de Afinidade. Aqui a Lei de Atração atua assim como uma relação familiar continua, onde cada membro Espírito-Alma busca iluminação na mesma Lei Cósmica. A Lei da Natureza, que é a suprema força, chamada de Lei Universal, tem que ser obedecida para que cada Esfera possa ser alcançada. Todo indivíduo permanece no Plano para o qual se adaptou até que sujeite a sua vontade à Lei Universal. À medida que progride, ele aprende novas leis, mas estas são fundamentalmente as mesmas, apenas ficam mais intensas e vitais até que o Espírito-Alma se torne uma parte da Lei em si mesmo.

Peregrinação do Espírito-Alma
(animação não-fidedigna)

Quando se morre, cada sentido é despertado, de maneira que toda vida que ocupa o espaço se torna perceptível aos sentidos espirituais e, por assim dizer, tangível ao tato e ao cérebro espirituais.

Geralmente, a Primeira Esfera é onde deve ser feita a restituição.³ Nesta Esfera inferior vê-se muito sofrimento entre aqueles que ainda se encontram apegados à Terra. Uma vez que se ocupam em corrigir os erros do passado, de modo geral, a maioria dos Espíritos-Alma aqui é 'inquieta de consciência' (consciência pesada). Isto se deve, em parte, ao fato de que, na transferência, nosso Espírito-Alma não perde nada de sua inteligência, tampouco qualquer coisa é acrescentada ao seu entendimento. Assim, por exemplo, o doente mental sai da vida terreal ainda mentalmente doente. O Espírito-Alma que tenha saído insano da vida terrena receberá cuidados na Primeira Esfera. Dar-lhe-ão tratamento apropriado, de tal modo que sua mentalidade seja restaurada ao normal. Participações em acontecimentos como guerras ou ataques terroristas são exemplos de para quem precisamos fazer restituição. Ademais, qualquer inimizade, morte e destruição que causemos ao inimigo afetam a natureza grosseira do nosso eu inferior, e devemos sofrer as conseqüências deste comportamento. Por último, para o ignorante e o depravado, o átomo do bem que neles tem encontrado expressão é expandido e orientado. A Segunda Esfera é a do ensino. É um período de estudo durante o qual o Espírito-Alma absorve conhecimento de si mesmo e da Lei Natural. A Lei de Atração atua aqui, onde numerosos homens pensadores procuram descobrir as forças ocultas da Natureza. Aqui nosso Espírito-Alma se instala para uma vida ampla e melhor. Aqui O Espírito-Alma devem se livrar do fardo de qualquer malfeito. O objetivo é dispersar a escuridão de qualquer pecado cometido enquanto se achava no corpo físico, bem como toda dívida contraída com o gênero humano. Ele trabalha com olhos claros e visão limpa, e, ao terminar, está em paz com todos. Nesta Esfera mostram-se às crianças como viver ideais espirituais. Muitas estão ali por efeito de guerras. As crianças que morrem com seus pais durante as guerras entram em um período de transição, quando, então, se reúnem na Esfera mais apropriada ao progresso de seus familiares. Ali também se encontram outras crianças, aquelas que não foram amadas na Terra e que agora experimentam o amor materno. No Plano Físico, chamamos a essas crianças de 'fracasso a vencer'. Quando uma criança morre antes dos seus pais, ela é conduzida a um processo de reeducação. Neste processo, lhe é permitido voltar com um guardião ao Plano Terreno para observar o progresso de seus pais, para que, no tempo certo, a família seja reunida. A Terceira Esfera é onde nosso Espírito-Alma começa a ensinar aos que estão nas Esferas inferiores. Aqui, aqueles Espíritos-Alma que foram engenheiros são capazes de magnetizar nossos aposentos no Plano Físico. No processo, podemos ouvir as freqüências de suas vibrações como vozes. Este não é um processo automático: deve-se lhes pedir isto em oração. Também encontramos aqui mulheres que, quando na Terra, nunca casaram ou, se casaram, nunca tiveram filhos por uma ou outra razão. Estas mulheres podem ser encarregadas de cuidar de crianças ou ensinar outras mulheres o tema maternidade. Talvez elas pudessem ter sido grandes mães neste plano terreal, mas como as oportunidades lhe escaparam, seus desejos seguem-nas para outra vida. Na Quarta Esfera, nosso Espírito-Alma se dedica a provas e tentações. Os Espíritos-Alma que habitam nesta Esfera são capazes de perceber nossos pensamentos amorosos. Mas embora não nos seja possível vê-los, eles nos visitam, deixando-nos, às vezes, suas marcas. Na Quinta Esfera nosso Espírito-Alma começa a trabalhar com a Verdade Espiritual. É aqui que o erro e a falsidade são conhecidos. O indivíduo virá a esta Esfera se falhou no momento crucial e assim anulou o bem que poderia ter feito. Somos guardiões do saber. Através de nossas investigações, aprendemos muitas coisas. Se em razão de nossa posição pudemos ter feito muito bem, mas deixamos de fazê-lo, isto representou uma pedra de tropeço, e para que possamos progredir devemos nos tornar fortes em quaisquer áreas em que fomos fracos. É interessante notar que não há possibilidade de progresso após a morte para aquele que ocupou a posição de líder espiritual na Terra, até que tenha procurado, no seu Plano, todos aqueles que seguiram os seus ensinamentos, e, então, os conduzir à verdade. Além disso, ele deve se deter e esperar até que cheguem aqueles que ainda estão vivendo na Terra para que seus erros sejam corrigidos o mais cedo possível. Propalar ensinos desconhecidos ou impraticáveis enquanto no Plano Terreno é algo muito grave. Isto viola uma Lei Cósmica e cria, portanto, uma dívida cármica para com a Humanidade.⁴ Quando alcançamos a Sexta Esfera, notei que os Espíritos-Alma já estavam trabalhando em harmonia. Do nosso grupo, nenhum dos Espíritos ou qualquer anjo fora deixado nesta Esfera, nem qualquer explicação fora dada. Concluo daí que talvez eu não tivesse a necessária experiência para compreender as razões da existência da Sexta Esfera. Talvez seja possível que esta Sexta Esfera fosse aquela em cujas Leis Cósmicas estou atualmente tentando me aperfeiçoar nesta vida. Finalmente, na Sétima Esfera é onde o Espírito-Alma alcança o Plano de Exaltação e se torna UM com o Grande Espírito que rege o Universo. Aqui é para onde um Illuminado Mestre deve ir para viver em uma condição de perfeita Illuminação interna⁵ e felicidade. Nesta Esfera, a palavra 'Illuminação' significa completo entendimento^5a de todas as coisas sem modificações mentais. É mais fácil para os Espíritos-Alma na Sétima Esfera – que já avançaram para uma vida superior, mais pura – nos alcançar do que para aqueles em qualquer outra Esfera. Contudo, os Espíritos-Alma na Sétima Esfera só nos alcançarão e se contatarão em casos de emergência.

Também, quando o Espírito-Alma vai de uma esfera para outra, ele também o faz através de uma mudança – uma espécie de morte. Neste caso, à semelhança do que ocorre na morte física, o indivíduo é avisado de que a mudança está próxima e de que tem tempo para elevar sua mente a um Plano Superior de pensamento compreensão, pelo que ele ficará preparado para entrar na nova vida. Quando chega a hora, ele é posto a dormir com a mente fixa no pensamento de que vai se mudar. Quando chega este momento, seu lar deixa de ser aquele entre seus amigos anteriores. O pensamento ajusta-o ao progresso, e quando o pensamento que o manteve preso no Plano Inferior cessa, a corporificação daquele Espírito-Alma que foi mantida junta pelo seu pensamento, deixa de ser visível. A esta altura, o indivíduo simplesmente cessa de ser habitante de uma Esfera e se torna habitante de outra. Quando o Espírito-Alma desperta, encontra-se em seu novo lar na Esfera Superior seguinte. Esta mudança se dá sempre para uma Vida melhor e superior. A única exceção é aquela de que não há nenhum corpo velho para ser sepultado ou para se decompor. Na medida em que o nosso Espírito-Alma progride de uma Esfera para outra, torna-se tão grande e universal, que, às vezes, chegamos a pensar que ele extrapola e que deve perder sua personalidade. Em virtude de que toda matéria astral deixa de existir no Plano Espiritual, funcionando ali somente o Puro Espírito, freqüentemente acreditamos que eles mudam sua individualidade para uma outra forma. Fiquei surpresa ao descobrir que minha suposição não era verdadeira.

A morte simplesmente faz avançar uma esfera de vida; os que morrem permanecem seres vivos, agora habitantes do Primeiro Plano além da Terra.

Nós somos ensinados sobre o amor de Deus tão logo nos capacitamos a aceitar as novas condições de vida após a morte. Ele não é o Deus abstrato que a maioria dos humanos sobre a Terra conhece. Devemos reconhecer que Deus está no Coração de todas as coisas. Ele é a única Força que flui através de toda a criação. Vós não podeis conhecer verdadeiramente a si mesmos enquanto não entenderem que Deus é o único Bem do qual pode ser extraída a Água da Vida. Não existe outra fonte quando formulamos este conceito mental de Deus.

O corpo humano é uma máquina. É uma máquina para a utilização da energia e das forças vitais empregadas pela personalidade no processo de crescimento espiritual. No processo de sua evolução, o Espírito-Alma junta sabedoria através de experiências na forma física. Somente por meio da morte e da dissolução dos átomos da nossa presente forma é que a Alma ganha uma oportunidade de construir uma melhor. A despeito de quão perfeita ou de quão bonita seja a nossa presente forma, o propósito do Espírito-Alma é construir formas ainda mais perfeitas através das quais possa se expressar. Assim, pois, como a lagarta, uma deve morrer como verme para outra nascer como borboleta.

Assim como o processo do nascimento envolve mais que trabalho de parto, assim também o processo da morte envolve mais que um simples cessar de respirar e de bater o coração. Há um processo de saída na morte física do mesmo modo que há um processo de entrada pelo nascimento físico. Incluída no processo do nascimento físico está a passagem da forma do bebê físico saindo pelo canal vaginal. Nesse momento há uma lenta e gradual abertura desse canal para possibilitar a passagem da nova forma, junto com as contrações naturais do útero. No processo da morte física, a forma física torna-se o útero do qual o espírito-alma deve nascer. Neste instante, as substâncias químicas das glândulas endócrinas centralizam-se na glândula pineal e lutam para arrancar do cérebro o Átomo-semente mental. Uma vez libertado este Átomo-semente sai do crânio pelo topo da cabeça e pelo cordão prateado. Em cada processo de nascimento humano, as suturas dos ossos parietal e occipital estão abertas. Isto possibilita aos ossos do crânio se sobreporem pelas bordas (imbricação), permitindo, assim, que a volumosa cabeça óssea do nascituro passe através do canal vaginal da mãe. Quando o nascimento se consuma, as suturas se unem criando uma janela ou abertura chamadas fontanelas – anterior e posterior – ou 'moleiras'. Durante o processo da morte física, o mesmo se dá ao contrário. Aqui as fontanelas – anterior e posterior – se abrem, permitindo se abrirem igualmente as suturas dos ossos parietal e occipital do crânio. As substâncias químicas endócrinas unem-se, então, com grande força e intensidade, em volta do coração. Isto inicia a luta para separarem o corpo físico. A ruptura real ou separação do Cordão Prateado estimula a consciência a recordar e reviver incidentes que precisam ser experimentados novamente, isto para enfatizar as lições que tencionavam ensinar quando a pessoa ainda se encontrava no Plano Físico. Após o rompimento do Cordão Prateado, o Espírito-Alma entra em seu invólucro astral. A média de processos para a média de pessoas é despender os próximos três e meio dias após a morte em um estado que pode ser chamado de sono profundo ou de transe da morte (estupor – estado cataléptico). Durante estas oitenta e quatro horas a pessoa deve ser ajudada por nossas orações. É de grande ajuda dirigir nossos pensamentos amorosos para as experiências iluminadoras da pessoa em seu novo estado de vida. Esta atitude, de nossa parte, pode libertar a pessoa para o progresso de sua própria alma durante o período que se segue imediatamente após a transição.

Animação pictórica e meramente simbólica
do que se passa nas 84 horas após a transição

Para o Illuminado, a experiência pós-morte é uma viagem ao êxtase e à Iniciação. Para o assim chamado pecador, esta é uma experiência denominada julgamento. Nesta viagem, a pessoa observa toda a sua vida em revisão, testemunhando-a como um panorama de eventos passados. O 'filme de lembranças' inteiro é exibido para a sua consciência. Ela não somente vê as cenas como também participa delas. Portanto, ficamos realmente de lado observando a nós próprios atuar no palco da vida que acabou de passar. Durante este tempo, nosso Espírito-Alma permanece desperto no Plano do Desejo, e a parada de eventos desfilando expõe seus desejos pessoais frustrados. Por conseguinte, o cenário que cerca a pessoa em seu próprio panorama terá um relacionamento simbólico definido com os problemas do seu Espírito-Alma individual, suas condições na evolução e sua reação cósmica. Estas imagens simbólicas derivam de experiências da sua própria história. Nesta experiência o Espírito-Alma olha para a sua própria imagem e enfrenta lutas difíceis, cujas gravidades são proporcionais aos seus desvios dos padrões espirituais. Através desta viagem. o o Espírito-Alma vê, por assim dizer, onde cometeu erros e como as escolhas sempre foram suas.⁶ O Espírito-Alma será mantido neste processo até ser esclarecido.

Como em todas as coisas, e consoante o 'status' evolutivo, cada Espírito-Alma enfrentará diferentes experiências pessoais quando sai da forma física e do Plano Terreno. Normalmente, há três tipos de reações a experimentar no processo da morte. O primeiro é a reação que se verifica na média das pessoas, e que é uma lenta e natural retirada da alma, retirada que dura, em média, aproximadamente, 84 horas. O segundo tipo é o da separação súbita do Espírito-Alma pela violência. Devo lembrá-los de que os atos violentos variam, e que todos os atos violentos não são necessariamente seguidos de retiradas súbitas. O terceiro e último tipo é o da retirada imediata sem interrupção da consciência, e que dura em média seis minutos aproximadamente. É o tipo freqüentemente experimentado pelos que são espiritualmente Illuminados.

A sensibilidade ao valor requer uma delicada percepção dos nossos motivos e atitudes, de tal modo que possamos reconhecer nossos pensamentos habituais exatamente por aquilo que eles são.

Durante a nossa transição, no decorrer das 84 horas após o rompimento do Cordão Prateado, na jornada ao longo do caminho que temos de percorrer, o que está sendo refletido são os motivos do indivíduo. Não é tanto aquilo que o homem fez enquanto esteve na Terra, mas, sim, a razão e o porquê de o fazer. O mal que um homem pratica não é tão importante quanto o motivo que o leva a cometê-lo, pois o motivo é reflexo do caráter formado e estabelecido. O Espírito-Alma não pode ascender em seu vôo para o alto enquanto não se completar o esclarecimento. Ademais, o Juiz é o próprio Espírito-Alma, mantido preso aos seus próprios pensamentos-forma.

O Átomo-semente Astral resulta da soma total das qualidades emocionais do indivíduo, sendo, assim, condutor do presente e do futuro do homem, entretanto, podendo ser modificado em qualidade em qualquer momento presente por esforços do indivíduo.

Nós podemos dominar o passado com o Átomo-semente do Coração. Mas isto requer poderes espirituais que estão além da evolução do homem comum. Para conseguir isto, o indivíduo deve tornar a influência de sua vida diária tão poderosa para o bem, que isto contrabalançará a influência do Átomo-semente do Coração físico enquanto este despeje suas essências vibratórias dentro da nossa corrente sanguínea, anulando e evitando assim seus efeitos no sistema glandular. O carma do passado deve, portanto, ser superado pelas poderosas cargas de gravações do presente, vertidas dos Átomos Mental-Astral que não mais podem se enraizar em nossa vida, e perdem a capacidade de causar qualquer dano ou sofrimento.

Se não vivemos como deveríamos, o dia da morte nos encontrará sob escravidão – presos a grilhões que nós próprios fabricamos. As algemas a que nos acostumamos na Terra não são nem de longe tão opressivas quanto as que teremos de enfrentar após a morte.

A correção efetiva para um comportamento anti-social não é a punição, mas, sim, o amor e a lembrança de sua identidade. Quando você reconhece a sua própria canção, então, você não sente desejo ou necessidade de fazer qualquer coisa que possa prejudicar qualquer outro ser. Amigo, portanto, é alguém que conhece a sua canção e que a canta quando você a esqueceu. Amigo é aquele que ama você, não zombando dos erros que você cometeu ou pela imagem enodoada que você, porventura, faça de si mesmo. Amigo é alguém que acha você bonito, quando você se acha feio. Amigo é alguém que diz que você está inteiro, quando você está em frangalhos, Amigo é alguém que diz que você é inocente, quando todos dizem que é culpado, Enfim, amigo é alguém que diz qual é o seu propósito, quando você se encontra confuso.

Não devemos esperar acomodados que algo nos aconteça simplesmente pela graça de Deus. Mas devemos buscar a graça de Deus vivendo, pensando, arriscando e orando de modo definido e prático. Assim, a Luz inerente a todo homem que vem a este mundo se converterá gradualmente na chama que guia a sua vida. Quando saímos deste mundo, nossas vidas nos outros Planos não são como suave aura de delicadeza amorosa, mas, sim, focos de todas as nossas energias, de todas as nossas capacidades, de todos os nossos pensamentos, de todas as nossas imaginações e de todos os nossos desejos.

A palavra Iniciação está relacionada com a palavra latina 'initium', significando 'entrada em' ou 'início'. Uma Iniciação implica o início de um novo ciclo ou nova fase de crescimento. Nas Escolas de Mistério antigas, entendia-se que as Iniciações revelavam ao candidato dramaticamente uma 'gnosis' ou Sabedoria obscura... A segunda parte do processo de Iniciação, nas antigas Escolas de Mistério, consistia na admissão a um novo modo de vida e, com esperança, de uma realmente nova maneira de viver. Isto era o símbolo do renascimento. Durante esta fase, o candidato tomava conhecimento que tinha renascido em consciência, e que tinha de abandonar conceitos passados e formas errôneas para se elevar a uma percepção superior e avaliação da sua existência... A terceira parte da Iniciação, nas antigas Escolas de Mistério, era a exposição. Isto era o símbolo da Revelação. Era durante esta parte da Iniciação, que certos sinais, símbolos, preceitos e verdades sagrados eram revelados ao candidato. Como resultado, a consciência do candidato tornava-se Illuminada, aumentando, assim, a profundidade do seu entendimento. A parte final do processo de Iniciação (quarta parte) era a reentrada. Esta era o símbolo de um retorno ao mundo exterior em serviço à Humanidade, ainda que o candidato se comprometesse a manter a experiência secreta. Estas quatro partes, de uma forma ou de outra, estão incorporadas no processo de todas as Iniciações antigas ou modernas.

Os místicos sempre admitiram que quando um homem manifesta o mal, o mal que ele manifesta não é, de fato, uma coisa, mas a ausência de uma coisa. Segundo esta definição, a Lei Cósmica relacionada com o nosso 'karma' é uma omissão de fazer alguma coisa. Segundo este conceito, o registro dos nossos atos não é uma documentação listada de maus atos e de más ações, mas a nossa incapacidade para exercer os elemento dos atos verdadeiros, positivos e bons na nossa existência. Como pode ver, por este entendimento, o 'karma' é simplesmente o reajustamento lógico das condições voluntariamente assumidas ou induzidas ao Eu, e que têm de ser corrigidas para que as nossas vidas possam voltar de novo às condições normais ou próprias.

É através de imagens simbólicas que todos os homens, consciente ou inconscientemente, vivem, trabalham e têm a sua existência. Um Iniciado entende o significado mais profundo das imagens simbólicas. Além disso, os Irmãos Maiores assegurar-se-ão sempre de que o Iniciado entenda cada parte de uma determinada mensagem; por isto, não se dá o caso de má interpretação de Ensinamentos transmitidos.

Um Iniciado é uma pessoa que alcançou um ponto de confiança na sua capacidade para usar o conhecimento que recebeu dos Irmãos Maiores. Além disso, ele é capaz de julgar, racionalizar, decidir e chegar a uma conclusão justa e honesta, de maneira apropriada, sobre questões que se relacionam e envolvem a sua família, os seus amigos, os membros da sua organização e/ou a si próprio. Finalmente, o parâmetro para delinear quem é um Iniciado está alicerçado em três características. Há Sabedoria, Caridade e Verdade. Estas características repousam sobre a capacidade de o Iniciado entender as leis imutáveis e princípios do nosso Cosmos. As suas ações estão contidas dentro da estrutura da lei e da ordem. Talvez, saber isto (e agir de acordo) possa ser a sua única liberdade. Ele encontrará restrição e frustração quando desafia as Leis Cósmicas, pois as Leis do Homem Interior e da Natureza têm de ser observadas.

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Notas:

1. Por este motivo, aquele que, em vida, deixou determinado que deseja ser cremado após sua morte ou transição, só deverá passar pelo processo de cremação após terem transcorrido 84 horas (três e meio dias). Esta recomendação é igualmente válida para qualquer outra disposição do Corpo Físico post-mortem, como, por exemplo, a inumação ou sepultamento. A morte ou transição é um processo lento, e cada um precisa descer ao seu inferno pessoal em tranqüilidade, sem perturbação ou alvoroço.

2. Segundo Augusta Foss Heindel (1865 – 1949), o átomo-semente está situado no ventrículo esquerdo, perto do ápice. Este átomo-semente é a única coisa que o Espírito leva consigo de vida para vida. Sobre este átomo-semente gravam-se cada pensamento e cada experiência que contribuem para edificar ou para destruir o caráter. O caráter constrói o homem espiritual. Este átomo-semente é também o assento da consciência. Todos os outros átomos físicos se desagregam e são eliminados pelo Espírito ao morrer, mas este pequeno átomo-semente, este 'livro da vida', permanece estável. Tem estado conosco não apenas durante uma vida, mas durante toda a existência do espírito virgem. Segundo Alexandra B. Porter, os três átomos-sementes são: Átomo-semente Astral, o Átomo-semente Mental e o Átomo-semente Físico. O Átomo-semente Astral localiza-se no lobo grande do fígado a que chamamos plexo solar. Ele se liga ao Espírito-Alma por meio do Cordão Astral Emocional. O Cordão é simplesmente aquilo que cada pessoa tem feito dele, dependendo de suas emoções e desejos, e serve como via de expressão para todas as energias emocionais experimentadas pelo indivíduo. O Átomo-semente Astral grava todas as fraquezas e fortalezas inerentes ao caráter e desenvolvidas pelo indivíduo contanto que digam respeito aos seus desejos e emoções. Isto permite à pessoa influenciar seu próprio futuro ou seu próprio destino. O segundo é o Átomo-semente Mental. Está localizado na glândula pineal, dentro do cérebro, e se liga à mente supraconsciente no triângulo da supra-alma, acima da cabeça do indivíduo por meio do Cordão da Consciência. Como no caso do primeiro, o Átomo-semente Mental também contém uma gravação. É o registro de todas as qualidades herdadas e congênitas da mente do indivíduo. No Átomo-semente Mental ficam registrados tudo o que é mental e os poderes da mente desenvolvidos por e através do indivíduo durante as eras do seu progresso evolutivo. Portanto, em resumo, o Átomo-semente Mental é também um átomo do presente e do futuro. Isto indica que podemos criar mudanças no Átomo-semente Mental imediatamente pelo simples mudar nossas mentes, porque isto capacita a pessoa a também influenciar seu próprio futuro e seu próprio destino. Finalmente, é importante notar, quando o Cordão da Consciência se acha totalmente desenvolvido, o indivíduo terá 'conexão' direta com sua mente supraconsciente, e, então, se tornará um 'Mestre Mental'. Creio que o dito: 'que sejas transformado pela renovação de tua mente' é basicamente verdadeiro. O Átomo-semente Mental é hoje aquilo que você fez dele em encarnações passadas. Ainda mais: ele pode estar dotado de maiores poderes agora para afetar a ambos: o presente imediato e o futuro do indivíduo. O terceiro é o Átomo-semente Físico, que se localiza no ventrículo direito do coração. Ele se conecta ao Espírito Divino através do Cordão Vital. Este Cordão é uma criação da Divindade por si própria, e o indivíduo nada tem a ver com o seu funcionamento. As forças vitais descem pelo Cordão Vital para a forma física, sendo distribuídas no corpo pela corrente sangüínea e passando pelo Átomo-semente do Coração. Aqui é onde encontramos o registro perfeito do passado de uma pessoa que a prende ao seu destino cármico. O registro inclui os aspectos físicos, emocional e mental. Os Átomos-semente Astral e Mental gravam as qualidades das emoções e da mente. Por outro lado o Átomo-Semente do Coração (físico) registra um quadro eletrônico completo – uma gravação de tudo o que já aconteceu ao indivíduo ao longo de sua existência. Portanto, em resumo, os Átomos-semente Astral e Mental liberam na corrente sangüínea as qualidades emocionais e mentais, enquanto o Átomo-semente Físico libera imagens reais num quadro atômico do passado. É interessante notar que Augusta Foss Heindel e Alexandra B. Porter não concordam com a localização deste terceiro átomo-semente: Augusta o localiza no ventrículo esquerdo, perto do ápice; já Alexandra o localiza no ventrículo direito do coração.

3. Restituição pode ser entendida como início do processo de compensação/compreensão.

4. Portanto, por exemplo, ai dos escrotonildos que pariram as malditas e ignóbeis negociatas e as torpes e indecorosas maracutaias com Deus. Se eu fosse incumbido de educar um sacanocrata destes, eu o punha para contar dinheiro até fazer calo na mão.

5 e 5a. Perfeita Illuminação interna e completo entendimento, a meu juízo, são alcançáveis, sim, mas apenas como estado transitório, não-definitivo. No tempo que não é tempo (e que é Tempo), é possível que cada um de nós alcance este estado; mas isto, em um determinado momento, implicará em uma Fusão Místico-alquímica com o Todo desde sempre UM. Não há Perfeita Illuminação interna e completo entendimento para sempre, ad æternum, em um céu presumido, inexistente e impossível ou onde quer que seja. Se assim fosse ou se assim pudesse ser, isto acabaria por se tornar uma espécie de egoísmo per se misturado com imobilização ou engessamento. E o Cósmico nem é egoísta porque é inconsciente de Si Mesmo, nem é estático porque não há ausência de movimento em parte alguma. Pense nisto: se o Cósmico fosse consciente de Si Mesmo, faria escolhas; se fizesse escolhas... Bem, eu sei perfeitamente que é muito difícil que alguém aceite de bom grado o fato de que, no tempo que não é tempo (e que é Tempo), a meta seja – porque deva ser – a Fusão Místico-alquímica com o Todo desde sempre UM; mas, para que o Svmmvm Bonvm possa ser compartido, é assim que é, queiramos isto agora ou não, gostemos disto agora ou não. Akhenaton, Jesus e Kut Hu Mi, por exemplo, não nasceram como Akhenaton, como Jesus ou como Kut Hu Mi, prontos e acabados; e não serão Akhenaton, Jesus e Kut Hu Mi para sempre, pois, inclusive, um dia, deverão (precisarão) ser substituídos em suas funções na Grande Loja Branca. E também, seria uma maldade-egoísta de nossa parte desejar que eles continuassem para sempre no mesmo lugar! Nirmanakaya —› Sambogakaya —› Dharmakaya. Então, tenhamos em mente que o Bem que intuímos, e que colorimos de acordo com o nosso nível de entendimento, em parte, deriva de Fusões Místico-alquímicas que ocorrem em processos permanentes e eventuais no Cósmico. Enfim, na verdade, há um ponto em que, volitivamente, nos fusionaremos com o Cósmico; mas há muito arroz com feijão a ser comido até lá.

Intuímos e colorimos o Bem
de acordo com o nosso nível de entendimento!

6. É por isto que tenho dito: somos responsáveis por tudo. Botar a culpa no anhangá, no anhangüera, no arrenegado, no azucrim, no barzabu, no barzabum, no beiçudo, no belzebu, no berzabu, no berzabum, no berzebu, no bicho-preto, no bode-preto, no brazabum, no bute, no cafuçu, no cafute, no caneco, no caneta, no canheta, no canhim, no canhoto, no cão, no cão-miúdo, no cão-tinhoso, no capa-verde, no capeta, no capete, no capiroto, no careca, no carocho, no chavelhudo, no cifé, no coisa, no coisa-à-toa, no coisa-má, no coisa-ruim, no condenado, no coxo, no cramulhano, no cujo, no debo, no decho, no demo, no demonho, no demônio, no demontre, no diá, no diabinho, no diabrete, no diabro, no diacho, no diale, no dialho, no diangas, no diangras, no dianho, no diasco, no diogo, no dragão, no droga, no dubá, no éblis, no ele, no excomungado, no farrapeiro, no fate, no feio, no figura, no fioto, no fute, no futrico, no galhardo, no gato-preto, no grão-tinhoso, no guedelha, no indivíduo, no inimigo, no jeropari, no jurupari, no labrego, no lá-de-baixo, no lúcifer, no macacão, no macaco, no mafarrico, no maioral, no má-jeira, no maldito, no mal-encarado, no maligno, no malino, no malvado, no manfarrico, no mau, no mico, no mofento, no mofino, no moleque, no moleque-do-surrão, no não-sei-que-diga, no nem-sei-que-diga, no nico, no pé-cascudo, no pé-de-cabra, no pé-de-gancho, no pé-de-pato, no pé-de-peia, no pêro-botelho, no pedro-botelho, no peneireiro, no porco, no porco-sujo, no provinco, no que-diga, no rabão, no rabudo, no rapaz, no romãozinho, no sapucaio, no sarnento, no satã, no satanás, no satânico, no serpente, no sujo, no taneco, no temba, no tendeiro, no tentação, no tentador, no tição, no tinhoso, no tisnado, no zarapelho, no que seja ou em quem quer que seja, mais do que uma infantilidade, é uma inutilidade. Somos responsáveis por tudo.

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