1.
Pragmata = os negócios
humanos; aquilo com o que se lida; os retratos das coisas.
2. Chremata
= as coisas de e em uso.
3. Conhecer
no sentido de um conhecimento sempre relativo, limitado; mas progressivamente
de forma mais harmoniosa e mais concertada, a depender de...
4. Aletheia
= o desesquecimento relativo e progressivo; o não-velamento relativo
e progressivo; o desencobrimento relativo e progressivo; a revelação
relativa e progressiva; a verdade relativa e progressiva como resultado
de uma interpretação mais
harmoniosa e mais concertada da
Verdade inalcançável. Para os Filósofos gregos, particularmente
os platônicos e os neoplatônicos,
Aletheia designava,
simultaneamente,
Verdade Universal e Atualidade Cósmica. Nos anos 1930, o filósofo
alemão Martin Heidegger (1889 – 1976) retomou o termo para
definir a tentativa de compreensão da verdade. Realizou uma análise
etimológica do termo a-letheia,
atribuindo-lhe a significação de desvelamento. Portanto,
para Heidegger, Aletheia
é distinta do conceito
comum de verdade –
esta considerada como um estado
descritivo objetivo. Seja como for,
para nós, seres-no-mundo, mortais, mas imortais em potência,
como
afirmou Laura Goulart Fonseca em sua tese de doutorado Nos Labirintos
da Memória: a Poética de Autran Dourado em Os Sinos da Agonia
e Ópera dos Mortos, apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Ciência da Literatura (Teoria Literária) da Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Aletheia é a physis
em seu permanente e ambíguo movimento de velamento e desvelamento...
pois se oculta e se revela, muda e permanece. Aletheia,
em última instância, é a [des]conhecida Verdade, sempre-sendo
e não-sendo,
não-sendo
e sempre-sendo.
5. Por
exemplo, escarrapachados no sofá engolindo hipnotizados o que a mídia
televisiva quer que engulamos.
6. aletheia
—›
reflexo (muitas vezes distorcido) da Aletheia.
7.
Navegar é preciso; viver não é preciso.
(Navegar é Preciso, Fernando Pessoa). Navigare
necesse. [Divisa] Navegar é preciso. Navigare
necesse; vivere non necesse. [Plutarco, Vida de Pompeu
50.2/Rezende 3765]. Navegar
é preciso; viver não é preciso. (O general
romano Pompeu tentava convencer seus soldados a embarcarem em mar proceloso
levando trigo a Roma, então ameaçada por fome iminente).
8.
Deambular no sentido de acreditar em mirabolâncias, de viver a trouxe-mouxe
e de saçaricar à-toa. Vaguear fantasiando sem rumo certo,
ao acaso, meio que esquizofrenicamente como bosta n'água, sem projetos
precisos, fundamentados, genuínos e incontestados.
O
Bosta N'água
9.
Deambular não é preciso; laborar é preciso. Ora,
lege, lege, relege, labora et invenies! Ora, lê, lê,
relê, labora e encontrarás!