ALEGRIA DE VIVER

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Gru

Gru

 

 

 

O fato é que nós nunca conheceremos a verdadeira criadora alegria de viver, se não sentirmos as coisas profundamente, se não houver paixão em nossa vida, não uma paixão para nos tornarmos benemerentes ou para realizarmos uma certa reforma, mas, paixão no sentido de sentirmos as coisas intensamente com toda força. Todavia, só teremos esta paixão vital quando houver uma revolução total em nosso pensar, em todo o nosso ser. [In: A Cultura e o Problema Humano (título do original: This Matter of Culture), de autoria de Jiddu Krishnamurti.]

 

De fato, deveríamos viver em um estado de perpétua revolução interior. Poderemos ser imensamente talentosos, possuir um saber enciclopédico, mas, se não houver a vitalidade do sentimento intenso e profundo, nossa inteligência será como flor sem perfume. Precisamos nos esforçar para nos tornar entes humanos completos, tão completos que não reste um só ponto contaminado pelo velho. Precisamos deixar de ser meros autômatos, porém, indivíduos com uma canção dentro em nós mesmos, e, por conseguinte, entes humanos felizes e criadores. [Ibidem.]

 

 

 

Inferno

O Inferno
(Como eu acreditava que era)

 

 

 

Já acreditei no inferno;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei no limbo;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei no purgatório;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei no diabo;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em supositório de dinamite;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei no Caronte;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei no Cérbero;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei no paraíso;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em uma terra que mana leite e mel;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei que o mundo explodirá em 2.060;1

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em um deus
(inventado pelos seres-aí);

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei no Dodecateão;2

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei no perdão divino;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei na ira divina;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em toma-lá-dá-cá;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em dá-cá-toma-lá;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em privilégios;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em sortilégios;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em vivissecção;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em borbonhoca;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em minholeta;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em Minotauro;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei no Catolicismo;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei na inquisição;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei que herege bom é herege morto;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em milagres;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei nas indulgências;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em bênção especial;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei na excomunhão;

hoje, eu não acredito mais nisso.

 

 

Papa Gregório IX

Uma representação do Papa Gregório IX aplicando uma excomunhão

 

Já acreditei no perdão dos pecados;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei no Budismo (exotérico);

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei nos médiuns;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei nos xamãs;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei que 'Roma locuta est, causa finita est'
(Roma falou, a causa está encerrada);

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em saci-pererê;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em Papai Noel;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em mãe-d'água;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em mula-sem-cabeça;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em mula-com--cabeça;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em mula-com--cabeça;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em mula-com-666-cabeças;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em mau-olhado;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei que Gato Preto dá azar;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei que Trevo de 4 Folhas dá sorte;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em Juízo Final;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em Arrebatamento;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em 'desarrebatamento';

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em H2O benta;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em praga de mãe;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em 'Big Bang';

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei na Hipótese do Primordial;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei no Modelo Geocêntrico;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em 'Big Crunch';

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei no 'nihil';

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei na Lenda da Piroga de Cristal;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei no pirogão do Boi Xavante;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei nas petas do Pantaleão;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei nas promessas do Tim Tones;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em Cafeomancia;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em Quiromancia;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei no Capitalismo;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei na mais-valia;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei no 'laissez-faire';

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei na escravidão;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei na ditadura;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei na tortura;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei na censura;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei no Comunismo;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei no Positivismo;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei no Nazismo;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei que o mundo nasceu em 6 dias;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei que Jesus chiou do Seu Pai;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei que 'Iesus Nazarenus Rex Iudæorum';

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei que os pobres de espírito são benditos;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei que manga + leite mata;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei no Fascismo;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em paredón;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em guerra justa;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em um Reich de 1.000 anos;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em 'Ein Volk, ein Reich, ein Führer'
(Um Povo, um Império, um Líder);

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em destino;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei 'that I will not need another lover'...

Hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei 'that all I had to do was think of her'...

Hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei que eu era mais importante do que todos;

hoje, eu não acredito mais nisso.

Já acreditei em mil outras superficialidades,

e só quebrava a focinheira!

Hoje, eu acredito em mim,

no Deus do meu Coração

e apenas no que, de fato,

experiencialmente, eu puder comprovar.

Por isto, por exemplo, eu acredito

na veridicidade do Teorema de Pitágoras,

na Lei do Renascimento,

na Lei da Causa e do Efeito,

na Lei do Triângulo,

na Liberdade como a Primeira das Categorias,

que só a Compreensão Libertará,

que, para o Ser, nunca houve começo,

que o nada não pode dar origem a alguma coisa,

que 1 + 1 = 1

e que 1 1 = 1,

pois,

comprovei que estas coisas são assim!

 

 

 

Unimultiplicidade

 

 

 

______

Notas:

1. O fim do mundo será em 2060, previu o internacionalmente conhecido cientista inglês, astrônomo, alquimista, filósofo natural, teólogo, físico e matemático Isaac Newton (Woolsthorpe-by-Colsterworth, 4 de janeiro de 1643 – Kensington, 31 de março de 1727). Newton se esforçou para decifrar o que ele considerava conhecimentos secretos, conhecimentos codificados nas escrituras sagradas de culturas antigas e de outros arquivos históricos, disse a filósofa Yamima Ben Menahem, curadora da exposição inaugurada há alguns anos na Universidade Hebraica de Jerusalém. Entre os manuscritos do cientista, há um no qual ele tentou calcular o fim do mundo segundo o Livro do Profeta Daniel, no Antigo Testamento, e chegou à conclusão de que ele acontecerá no ano 2060. Cuidadoso, o físico escreveu que não era possível ter 100% de certeza a esse respeito. Pode acontecer mais tarde, mas, não vejo motivo para que aconteça mais cedo, afirmou Newton. Estou de acordo com Fernando Moreira quando afirma que o fim do mundo é quase uma franquia usurpada por seitas apocalípticas. Nas últimas décadas, o Armagedom já mudou de data várias vezes. A essência da teoria de Newton, que escreveu o tratado sobre o Apocalipse usando o pseudônimo de Jehovah Sanctus Unus, segundo revelaram estudiosos citados pelo Daily Star, não é diferente das outras: guerra mundial e catástrofes naturais. O que tudo isto mostra e confirma? Que até um cientista do porte do senhor Jehovah Newton pode delirar e ter surtos sancti psicóticos esquizofrênicos. Isto também mostra e confirma o perigo perigosíssimo do fideísmo religioso desorganizado, incoerente e lunático, que pode levar o fideísta à loucura. Um exemplo disto pode ser visto no filme O Nome da Rosa, no qual o ator William Edward Hickey (Brooklyn, 19 de setembro de 1927 – Nova Iorque, 29 de junho de 1997), interpretou Ubertino de Casale, um religioso franciscano italiano, nascido em Casale Monferrato em 1259 e morto em 1330, que acabou sendo excomungado pelo Papa João XXII, nascido Jacques d'Euse (Cahors, 1249 – Avignon, 4 de dezembro de 1334), devido ao seu fanatismo religioso absolutamente desvairado e desmedido.

 

 

Isaac Newton

Isaac Newton (com 46 anos de idade)
(Retratado por Godfrey Kneller)

 

 

2. Os Doze Deuses Olímpicos, também conhecidos como o Dodecateão, na Religião Helênica, eram os principais deuses do panteão grego, residentes no topo do Monte Olimpo. A composição clássica dos Doze Deuses Olímpicos (o doze canônico da arte e da poesia) inclui os seguintes deuses: Zeus, Hera, Posidão, Atena, Ares, Deméter, Apolo, Ártemis, Hefesto, Afrodite, Hermes e Dioniso. Os Doze Deuses Romanos correspondentes eram Júpiter, Juno, Netuno, Minerva, Marte, Ceres, Febo, Diana, Vulcano, Vênus, Mercúrio e Baco. Hades (no panteão romano, Plutão) não era geralmente incluído nesta lista.

 

Música de fundo:

Something
Composição: George Harrison
Interpretação: Frank Sinatra

Fonte:

https://cloudmp3.ru/song/?rank+Sinatra+-+
Something+Frank+Sinatra+-+Something.audio

 

Páginas da Internet consultadas:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Deuses_ol%C3%ADmpicos

http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL54381-5603-672,00.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Isaac_Newton

https://pt.wikipedia.org/wiki/Excomunh%C3%A3o

https://icon-icons.com/

https://giphy.com/

https://gfycat.com/gifs/detail/athleticfriendlyfrigatebird

https://www.vectorstock.com/

https://fundayforum.com/

https://www.dicionariodesimbolos.com.br/

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.