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Notas:
1. But
smile though your heart is aching. Mas
sorria mesmo que o seu coração esteja dolorido.
2. Em
1972 — vinte anos depois de ter tido injusta e macarthisticamente
seu visto americano confiscado (devido às suas afinidades socialistas
e a acusações de atividades antiamericanas) e já alforriado
das malditas e descabidas perseguições políticas que
sofreu, particularmente por parte de John Edgar Hoover (1895 – 1972),
que durante 48 anos foi o poderoso chefe do Federal Bureau of Investigation
– FBI — Charles Spencer Chaplin (Walworth, Londres, 16 de abril
de 1889 – Vevey, Suíça, 25 de dezembro de 1977) foi
convidado a voltar aos Estados Unidos para receber um Prêmio Honorário
por sua gigantesca e incomparável contribuição à
indústria cinematográfica. City Lights (1931) e Modern
Times (1936) são considerados os melhores filmes de todos os
tempos. Seu último filme foi A Countess From Hong Kong,
de 1967. Na cerimônia de premiação da entrega do Oscar,
Chaplin recebeu a maior aclamação de toda a história
do Oscar, tendo sido aplaudido por mais de cinco minutos por todos os presentes.
Eu, que assisti a toda filmografia de Charlot, fiquei muito emocionado
com aquele momento de glória e triunfo, mas principalmente de reconhecimento
pela obra do homem. Só o filme The Great Dictator, de 1940,
justificaria aquela homenagem. E, claro, chorei um pouquinho! Três
anos depois, em 1975, Chaplin recebeu uma das maiores honrarias que um artista
pode receber: foi condecorado Cavaleiro do Império Britânico
pela Rainha Elizabeth II, obtendo, assim, o título de Sir.
É dele a reflexão: Uma
pessoa pode ter uma infância triste e, mesmo assim, chegar a ser muito
feliz na maturidade. Da mesma forma, pode nascer em um berço
de ouro e sentir-se enjaulada pelo resto da vida. Quanto
à primeira afirmação, este foi precisamente
o caso de Charles Chaplin. Seu pai teve pouco contato com ele, pois se separou
antes do nascimento de Chaplin deixando-o aos cuidados de sua mãe
– esta cada vez mais instável emocionalmente –
vindo a falecer com problemas
de vício em bebida quando Chaplin estava apenas com doze anos de
idade. Sua mãe, desempregada e sem conseguir encontrar um emprego,
acabou ficando com sérios problemas mentais, tendo que ser internada
no Asilo Cane Hill, próximo a Coulsdon, vindo a falecer em 1928.
Também são de Charles
Chaplin os
excertos a seguir: a) Por
simples bom senso, não acredito em Deus. Em nenhum; b)
Não é
preciso ser judeu para ser antinazista. Basta ser uma pessoa humana decente
e normal; c)
Há dentro de nós
alguma coisa que nos induz a esquecer o ódio e os aspectos desagradáveis
da vida; d)
Creio no sorriso e nas lágrimas
como antídotos contra o ódio e o terror; e)
Nada é permanente neste
mundo – nem mesmo os nossos problemas;
f) Pensamos em demasia e sentimos
bem pouco;
g) Mais do que de máquinas,
precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos
de afeição e doçura. Sem estas virtudes, a vida será
de violência e tudo será perdido; h)
Nunca se afaste de seus sonhos,
pois, se eles se forem, você continuará vivendo, mas terá
deixado de existir; i)
Não se julga um homem
pelos trapos que o vestem, mas, sim, pelo seu caráter; e
j)
O homem não morre
quando deixa de viver, mas, sim, quando deixa de amar.
Quanto à composição musical – Smile
– Sir Charles Chaplin fez apenas a música, como tema
para o filme mudo Modern Times, de 1936, com retoques, por assim
dizer, de Alfred Newman; a letra foi escrita dezoito anos depois
pelos compositores John Turner
e Geoffrey Parsons, em 1954, e a mais famosa gravação é
de Nat King Cole, que acabou se tornando um hit. Também
gravaram esta linda música Tony Bennett, Barbara Streisand, Rob Stewart,
Diana Ross, Michael Buble, Michael Jackson, Liberace, Judy Garland e Madeleine
Peyroux. Há um ensinamento esotérico na letra da música,
que é: Smile, and maybe tomorrow you'll see the Sun! —
In your Heart! — Por isto, grafei Sun
com letra maiúscula.