Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

A alegria de um filho nascer

e a tristeza de a mãe adoentar.

O júbilo de ver o filho evolver

e o luto de a mãe desencarnar.

 

 

O regozijo de ver a bolsa subir

e o desgosto de vê-la descer.

A exultação de na vida progredir

e a consternação de retroceder.

 

 

Um grande amor correspondido...

Um grande amor desmoronado...

Um momento bom e favorecido...

Um acontecimento desventurado...

 

 

A vibração alegre da chegada...

O pesar melancólico da partida...

A satisfação da casa comprada...

A inquietude da hipoteca vencida...

 

 

 

 

 

 

A vida não será sempre um baile,

but smile though your heart is aching.1

Ouça Sir Chaplin2: 3

Smile, even though it's breaking!4

 

 

 

Smile, and maybe tomorrow
you'll see the Sun!
When there are clouds in the sky,
you'll get by, if you smile.
5

 

 

______

Notas:

1. But smile though your heart is aching. Mas sorria mesmo que o seu coração esteja dolorido.

2. Em 1972 — vinte anos depois de ter tido injusta e macarthisticamente seu visto americano confiscado (devido às suas afinidades socialistas e a acusações de atividades antiamericanas) e já alforriado das malditas e descabidas perseguições políticas que sofreu, particularmente por parte de John Edgar Hoover (1895 – 1972), que durante 48 anos foi o poderoso chefe do Federal Bureau of Investigation – FBI — Charles Spencer Chaplin (Walworth, Londres, 16 de abril de 1889 – Vevey, Suíça, 25 de dezembro de 1977) foi convidado a voltar aos Estados Unidos para receber um Prêmio Honorário por sua gigantesca e incomparável contribuição à indústria cinematográfica. City Lights (1931) e Modern Times (1936) são considerados os melhores filmes de todos os tempos. Seu último filme foi A Countess From Hong Kong, de 1967. Na cerimônia de premiação da entrega do Oscar, Chaplin recebeu a maior aclamação de toda a história do Oscar, tendo sido aplaudido por mais de cinco minutos por todos os presentes. Eu, que assisti a toda filmografia de Charlot, fiquei muito emocionado com aquele momento de glória e triunfo, mas principalmente de reconhecimento pela obra do homem. Só o filme The Great Dictator, de 1940, justificaria aquela homenagem. E, claro, chorei um pouquinho! Três anos depois, em 1975, Chaplin recebeu uma das maiores honrarias que um artista pode receber: foi condecorado Cavaleiro do Império Britânico pela Rainha Elizabeth II, obtendo, assim, o título de Sir. É dele a reflexão: Uma pessoa pode ter uma infância triste e, mesmo assim, chegar a ser muito feliz na maturidade. Da mesma forma, pode nascer em um berço de ouro e sentir-se enjaulada pelo resto da vida. Quanto à primeira afirmação, este foi precisamente o caso de Charles Chaplin. Seu pai teve pouco contato com ele, pois se separou antes do nascimento de Chaplin deixando-o aos cuidados de sua mãe – esta cada vez mais instável emocionalmente vindo a falecer com problemas de vício em bebida quando Chaplin estava apenas com doze anos de idade. Sua mãe, desempregada e sem conseguir encontrar um emprego, acabou ficando com sérios problemas mentais, tendo que ser internada no Asilo Cane Hill, próximo a Coulsdon, vindo a falecer em 1928. Também são de Charles Chaplin os excertos a seguir: a) Por simples bom senso, não acredito em Deus. Em nenhum; b) Não é preciso ser judeu para ser antinazista. Basta ser uma pessoa humana decente e normal; c) Há dentro de nós alguma coisa que nos induz a esquecer o ódio e os aspectos desagradáveis da vida; d) Creio no sorriso e nas lágrimas como antídotos contra o ódio e o terror; e) Nada é permanente neste mundo – nem mesmo os nossos problemas; f) Pensamos em demasia e sentimos bem pouco; g) Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem estas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido; h) Nunca se afaste de seus sonhos, pois, se eles se forem, você continuará vivendo, mas terá deixado de existir; i) Não se julga um homem pelos trapos que o vestem, mas, sim, pelo seu caráter; e j) O homem não morre quando deixa de viver, mas, sim, quando deixa de amar. Quanto à composição musical – SmileSir Charles Chaplin fez apenas a música, como tema para o filme mudo Modern Times, de 1936, com retoques, por assim dizer, de Alfred Newman; a letra foi escrita dezoito anos depois pelos compositores John Turner e Geoffrey Parsons, em 1954, e a mais famosa gravação é de Nat King Cole, que acabou se tornando um hit. Também gravaram esta linda música Tony Bennett, Barbara Streisand, Rob Stewart, Diana Ross, Michael Buble, Michael Jackson, Liberace, Judy Garland e Madeleine Peyroux. Há um ensinamento esotérico na letra da música, que é: Smile, and maybe tomorrow you'll see the Sun! In your Heart! — Por isto, grafei Sun com letra maiúscula.

 

 

 


3. Always Smile! Just Smile! Sempre sorria! Apenas sorria!

4. Smile, even though it's breaking! Sorria, ainda que (seu coração) esteja a se despedaçar.

5. Smile, and maybe tomorrow you'll see the Sun! When there are clouds in the sky, you'll get by, if you smile. Sorria, e talvez amanhã você veja o Sol! Quando houver nuvens no céu, você passará por elas, se você sorrir.

 

Fundo musical:
Smile
Compositores: Música: Charles Spencer Chaplin (1936, para o filme Modern Times); Letra: John Turner e Geoffrey Parsons (1954).
Intérprete: Nat King Cole
Fonte:
http://www.pedemeia.net/midivoice.htm

 

 

 

 

 

 

Smile, and maybe tomorrow you'll see the Sun!