Este estudo teve por objetivo oferecer para reflexão alguns pensamentos de Aldous Leonard Huxley.

Aldous Leonard Huxley (Godalming, 26 de julho de 1894 – Los Angeles, 22 de novembro de 1963) foi um escritor inglês e um dos mais proeminentes membros da família Huxley. Mais conhecido pelos seus romances, como Admirável Mundo Novo e diversos ensaios, Huxley também editou a revista Oxford Poetry e publicou contos, poesias, literatura de viagem e roteiros de filmes. Passou a última parte de sua vida nos Estados Unidos, vivendo em Los Angeles, de 1937 até sua morte, em 1963. No final de sua vida, Huxley foi amplamente reconhecido como um dos principais intelectuais de sua época. Ele foi nomeado para o Prêmio Nobel de Literatura sete vezes e foi eleito Companheiro de Literatura pela Royal Society of Literature em 1962.

 

Huxley era humanista e pacifista. Ele cresceu interessado no misticismo filosófico e no universalismo, abordando esses temas com obras como A Filosofia Perene (1945) – que ilustra as semelhanças entre o misticismo ocidental e o oriental – e As Portas da Percepção (1954) – que interpreta sua própria experiência psicodélica com mescalina. Em seu romance mais famoso Admirável Mundo Novo (1932) e seu último romance Island (1962), ele apresentou sua visão de distopia (cacotopia ou antiutopia é qualquer representação ou descrição, organizacional ou social, cujo valor representa a antítese da utopia ou promove a vivência em uma "utopia negativa") e utopia (palavra usada freqüentemente para descrever realidades perfeitas não atingíveis ou ainda não atingidas), respectivamente.

Literária ou científica, liberal ou especializada, toda nossa educação é predominantemente verbalista, e, assim, não consegue atingir plenamente seus objetivos. Ao invés de transformar crianças em adultos completamente desenvolvidos, ela produz estudantes de Ciências Naturais, que não têm a menor noção do papel primordial da Natureza como elemento fundamental da experiência; entrega ao mundo estudantes de Humanidades que nada sabem sobre a Humanidade, seja ela a sua ou a de quem mais for.

 

As palavras permitiram que nos elevássemos acima dos brutos, mas, foi também pelas palavras que, não raro, descemos ao nível dos seres demoníacos.

 

 

Adolf Hitler

 

 

O charme da História e sua lição enigmática consiste no fato de que, de tempos em tempos, nada muda e mesmo assim tudo é completamente diferente.

 

Posso simpatizar com a dor de uma pessoa, mas, não com os seus prazeres. Há algo de rigorosamente monótono na felicidade dos outros.

 

O maior pecado contra a Humanidade é fazer acreditar em coisas sem evidências, [como, por exemplo, no inferno, nos demônios e na falácia que hidroxicloroquina cura a COVID-19]. A ciência é somente o supra-sumo do bom-senso – é rigidamente precisa em suas observações e inimiga da lógica falaciosa [obscurantista e autoritária, como, por exemplo, a afirmação de que a Amazônia é úmida e não pega fogo.]

 

Os provérbios são sempre chavões, até você experimentar a verdade contida neles.

 

Da sua experiência pessoal ou da experiência gravada de outros (história), os homens aprendem somente o que suas paixões e seus preconceitos metafísicos lhes permitem.

 

 

 

 

Se não fossem os intelectuais esnobes, que pagam o tributo que o prosaísmo deve à cultura, as artes pareceriam com seus famintos profissionais.

 

Não há civilização sem estabilidade social. Não há estabilidade social sem estabilidade individual.

 

A finalidade de todo o condicionamento é fazer as pessoas amarem o destino social do qual não podem escapar.

 

Experiência não é o que acontece com um homem; é o que um homem faz com o que lhe acontece.

 

O inferno é a incapacidade de sermos diferentes da criatura segundo a qual ordinariamente nos comportamos.

 

O hábito converte os suntuosos prazeres em suspeitas necessidades cotidianas.

 

Depois do silêncio, o que mais se aproxima de expressar o inexprimível é a música.

 

O silencioso nunca depõe contra si próprio.

 

Quando não se tem o hábito da história, os fatos relativos ao passado parecem quase sempre inacreditáveis.

 

Toda a descoberta da ciência pura é potencialmente subversiva; por vezes, a ciência deve ser tratada como um inimigo possível.

 

Se as usarmos adequadamente, as palavras podem ser como os raios x: penetram em tudo. A gente lê e é trespassado.

 

O silêncio está tão repleto de sabedoria e de espírito em potência como o mármore não talhado é rico em escultura.

 

 

 

 

A Democracia permite que criaturas abomináveis conquistem o poder. [Mas, esta mesma Democracia apeia os abomináveis do poder.]

 

As sensações não são entidades à parte, suscetíveis de ser estimuladas independentemente do resto do espírito. Quando um homem fica emocionalmente exaltado numa direção, está sujeito a ficar também em outras...

 

A felicidade não é atingida pela busca consciente de felicidade; ela é, geralmente, um subproduto de outras atividades.

 

Quando pomos em jogo toda a nossa força para levantar o que nos parece ser um peso enorme, é desagradável perceber que se trata apenas de um halter de papelão, e que teria sido possível erguê-lo com dois dedos...

 

 

 

 

Existem coisas conhecidas e outras desconhecidas, e no meio estão as portas da percepção.

 

O progresso tecnológico apenas nos forneceu meios mais eficientes para retroceder.

 

Você precisa saber a verdade, mas, a verdade o deixará louco.

 

A beleza é pior do que o vinho: intoxica tanto o portador quanto o observador.

 

Um intelectual é uma pessoa que encontrou algo mais interessante do que sexo.

 

Para os cães, todo homem é um Napoleão; daí, a popularidade dos cães.

 

A maioria dos seres humanos tem uma capacidade quase infinita de tomar todas as coisas como certas.

 

Uma das grandes atrações do patriotismo cumpre nossos piores desejos. Podemos, indiretamente, intimidar e trapacear passando a sensação de que somos profundamente virtuosos.

 

Todo homem que sabe ler [e gosta de ler] tem em seu poder se engrandecer, multiplicar as suas formas de existência e tornar a sua vida mais plena, mais significativa e mais interessante.

 

Sonhe, porém, sonhe de forma pragmática.

 

O mais valioso de toda a educação é a capacidade de nos obrigar a fazer o que deve ser feito, quando for necessário, quer gostemos ou não.

 

A maior parte da ignorância é ignorância vencível. Não sabemos porque não queremos saber.

 

Uma tragédia é algo de que se participa; a uma comédia apenas assistimos.

 

A religião da experiência direta do divino tem sido considerada privilégio de muito poucas pessoas. Pessoalmente, não penso que isso seja necessariamente verdade. Penso que, praticamente, todas as pessoas são capazes dessa experiência imediata, desde que ajam da maneira correta e estejam preparadas para fazer o que for preciso. Mas aceitamos como certo que os místicos são uma pequena minoria entre uma vasta maioria que deve se contentar com a religião dos credos, dos dogmas, dos símbolos, dos livros sagrados, das liturgias e das organizações.

 

 

 

 

Os mitos têm sido menos perigosos do que os sistemas teológicos porque são menos precisos e têm menos pretensões. Onde existem sistemas teológicos, exige-se que as proposições sobre fatos do passado e futuro e sobre a estrutura do Universo sejam absolutamente verdadeiras; conseqüentemente, a relutância em aceitá-las é encarada como rebelião contra Deus, merecedora do mais severo castigo.

 

— Pe-quei.
Confessei-me.
Ganhei uma penitência.

— Pe-quei de novo.
Confessei-me.
Ganhei outra penitência.

— Du-vi-dei.
Confessei-me.
Fui excomungado.

 

Carregamos dentro das nossas cabeças um universo amplo e variado, com regiões estranhas, regiões que a grande parte de nós não penetra na maioria do tempo, mas, que estão sempre lá.

 

Há os sonhos ordinários, que obviamente lidam com fatos que preocupam o inconsciente pessoal, e há o que Jung chamou os grandes sonhos, que lidam com o que ele designou por inconsciente coletivo – os grandes símbolos humanos permanentes, que perpassam toda a história humana e parecem ser comuns a quase toda a Humanidade.

 

Um obstáculo muito comum à tomada de consciência é uma espécie de intelectualismo deslocado. É o tipo de intelectualismo que considera palavras e conceitos como algo mais real e importante do que acontecimentos e coisas concretas.

 

Nosso problema é, de alguma forma, reunir os diferentes aspectos do mundo assim como o conhecemos, e recriar o estado de união com o qual nos familiariza a experiência direta.

 

Devemos o progresso aos insatisfeitos.

 

Um dos mecanismos através dos quais a sociedade consegue que as pessoas se conformem a ela é criar um ideal e fazer com que as pessoas o imitem voluntariamente.

 

Precisamos de um idealismo realístico que harmonize o homem com a Natureza e dê conta de todos os fatos.

 

 

 

 

A organização em excesso transforma em autômatos homens e mulheres, reprime o espírito criador e elimina a própria possibilidade de liberdade. Como sempre, o único caminho seguro está no meio-termo, entre o excesso do laissez-faire, num dos topos da escala, e o controle total, no outro extremo.

 

Já não compramos laranjas, compramos vitalidade, já não compramos um automóvel, compramos prestígio. Com um dentifrício, por exemplo, adquirimos, não um mero antisséptico ou um produto de higiene, mas, sim, a libertação do medo de sermos sexualmente repulsivos. Com a vodka ou o whisky não adquirimos um veneno protoplásmico que, em pequenas doses, pode afetar o sistema nervoso de maneira psicologicamente valiosa; estamos adquirindo amizade e boa camaradagem. Com o best-seller do mês adquirimos cultura, a inveja dos vizinhos menos ilustrados e a admiração dos que são intelectuais. [E com os dízimos, estamos fazendo negócios com Deus, e achando que estamos comprando uma cadeira cativa no céu!]

 

Não existe um remédio único para males que jamais têm somente uma causa.

 

O único grande mérito dos deuses [inventados pela Humanidade] (além de amedrontar os pássaros e os ‘pecadores’ e, às vezes, consolar os miseráveis), consiste nisto: erguidos sobre estacas, temos de levantar a cabeça para vê-los. Quando alguém olha para cima, mesmo que seja para procurar um deus, não pode deixar de ver o céu que está além. E o que é o céu? Simples dispersão de ar e de luz.

 

O segredo da genialidade é conservar o espírito de criança até à velhice, o que significa nunca perder o entusiasmo.

 

 

 

 

Os mártires penetram na arena de mãos dadas, mas, são crucificados sozinhos.

 

O homem que pretende ser sempre coerente no seu pensamento e nas suas decisões morais ou é uma múmia ambulante ou, se não conseguiu sufocar toda a sua vitalidade, um mono maníaco fanático.

 

A constância é contrária à Natureza, contrária à vida. As únicas pessoas completamente constantes são os mortos.

 

As paródias e as caricaturas são as formas mais agudas de crítica.

 

A castidade é a mais anormal das perversões sexuais.

 

Nenhum indivíduo são pode concordar com a idéia de que os homens são iguais.

 

Eá um único recanto do Universo que podemos ter certeza de melhorar: o nosso próprio Eu.

 

Os fatos são como os bonecos dos ventríloquos. Sentados no joelho de um homem sábio articularão palavras de sabedoria; noutros joelhos, não dirão nada, dirão disparates ou se comprazerão em puro diabolismo.

 

O degrau da escada não foi inventado para repousar, mas, apenas, para sustentar o pé o tempo necessário, para que o homem coloque o outro pé um pouco mais alto.

 

 

 

 

Os fatos não deixam de existir só porque são ignorados.

 

A vida é curta. O conhecimento ilimitado.

 

O burguês é o animal humano perfeitamente domesticado.

 

Se apenas soubesse quem realmente sou, deixaria de me comportar como penso ser. E se parasse de me comportar com penso ser, saberia quem sou.

 

Convenientemente aplicado a qualquer situação, o amor vence sempre.

 

Rebolar no lodo não é, com certeza, a melhor maneira de alguém se lavar.

 

Nada acontece por acaso.

 

 

 

 

Não existe por acaso.
Não existe porventura.
Não existe casualidade.
Não existe eventualidade.
Não existe sorte.
Não existe azar.
Não existe castigo.
Não existe perdão.
Não existe inferno.
Não existe paraíso.
Existe Lei da Causa e do Efeito.
Escreveu, não leu, o pau comeu.
E, ô, e, ô, bobeou, dançou!
E, ô, e, ô, Seu Boneco é um terror!
A, i, a, i, Silvio Santos vem aí!

 

 

Viajar é descobrir que todo mundo está errado sobre os outros países.

 

A hipocrisia, além de ser a homenagem que o vício presta à virtude, é também um dos artifícios com que o vício se torna mais interessante.

 

Os homens são atormentados pelo pecado original dos seus instintos anti-sociais, que permanecem mais ou menos uniformes através dos tempos. A tendência para a corrupção está implantada na natureza humana desde o princípio. Alguns homens têm força suficiente para resistir a esta tendência; outros não a têm. Tem havido corrupção sob todo o sistema de governo. A corrupção sob o sistema democrático não é pior, nos casos individuais, do que a corrupção sob a autocracia. Há meramente mais, pela simples razão de que onde o Governo é popular, mais gente tem oportunidade para agir corruptamente à custa do Estado do que nos países onde o Governo é autocrático. Nos Estados autocraticamente organizados, o espólio do Governo é compartilhado entre poucos. Nos Estados democráticos há muito mais pretendentes, que só podem ser satisfeitos com uma quantidade muito maior de espólio, que seria necessário para satisfazer os poucos aristocratas. A experiência demonstrou que o Governo democrático é geralmente muito mais dispendioso do que o governo por poucos.

 

Um desembarque na lua poderá ser de alguma utilidade militar para a nação que o conseguir.¹ Mas, em nada contribuirá para tornar a vida mais tolerável, durante os cinqüenta anos que vamos dispender na nossa duplicação, para os bilhões de subalimentados que pululam na Terra.

 

A nossa sociedade ocidental contemporânea, apesar do seu progresso material, intelectual e político, se dirige cada vez menos para a saúde mental, e tende a sabotar a segurança interior, a felicidade, a razão e a capacidade de amor no ser humano; tende a transformá-lo em um autômato, que paga o seu fracasso com as doenças mentais cada vez mais freqüentes e com o desespero oculto sob um delírio pelo trabalho e pelo chamado prazer.

 

Qualquer cultura que, no interesse da eficácia ou em nome de qualquer dogma político ou religioso, procurar padronizar o indivíduo humano, cometerá um ultraje contra a natureza biológica do homem.

 

A liberdade só surge e tem sentido dentro de uma comunidade auto-regulamentada de indivíduos que colaboram livremente.

 

A propaganda a favor da ação inspirada por impulsos que estão abaixo do verdadeiro interesse apresenta provas falsas, falsificadas ou incompletas, evita os argumentos lógicos e procura influenciar as suas vítimas pela simples repetição de frases feitas, pela denúncia louca de bodes expiatórios, estrangeiros ou domésticos, e pela associação hábil das paixões mais vis com os mais elevados ideais, de modo tal que são perpetradas atrocidades em nome de Deus.

 

Quem pretender arrastar as multidões deve conhecer a chave que lhes abre a porta dos corações.

 

Agrupadas numa multidão, as pessoas perdem o poder de raciocínio e a capacidade de escolha moral. A sugestionabilidade pode ser fomentada até o ponto em que as pessoas cessam de ter qualquer juízo ou vontade própria. Tornam-se excitáveis, perdem todo o senso de responsabilidade individual ou coletiva, e são sujeitos a acessos súbitos de ódio, de entusiasmo e de pânico.

 

O Reino dos Céus está no íntimo de uma pessoa, não dentro da demência coletiva de uma multidão. Cristo prometeu estar presente onde dois ou três se encontrassem reunidos. Nada disse sobre a sua presença onde milhares de pessoas se envenenam umas às outras com o tóxico gregário.

 

A eficiência da propaganda religiosa e política depende dos métodos aplicados, não das doutrinas ensinadas.

 

Uma verdade desinteressante pode ser eclipsada por uma mentira emocionante.

 

 

Paul Joseph Goebbels – O Príncipe das Mentiras

 

 

O bem da Humanidade deve consistir em que cada um goze o máximo de felicidade que possa, sem diminuir a felicidade dos outros.

 

Ser banido significa ir para longe. Para um lugar onde as pessoas sejam conscientes demais.

 

Quanto mais poderosa e original for uma mente, mais ela se inclinará para a Religião da Solidão.

 

Talvez, a maior lição da História seja que ninguém aprendeu as lições da História.

 

Todo excesso traz, em si, o germe da autodestruição.

 

 

 

 

Acreditamos nas coisas porque fomos condicionados a acreditar nelas.

 

As palavras formam os fios com os quais tecemos nossas experiências.

 

Eu não quero conforto. Quero Deus, quero poesia, quero perigo real, quero liberdade, quero bondade. Eu quero o pecado. [Eu entendo pecado, aqui, como o que está além do proibido, como aquilo que todos nos recomendam para não fazer e não tentar.]

 

Se alguém é diferente, está fadado a ser solitário.

 

Eu quero saber o que é paixão. Eu quero sentir algo fortemente.

 

As verdadeiras vítimas desesperadas de doenças mentais se encontram entre aqueles que parecem ser os mais normais. Muitos deles são normais porque estão tão bem ajustados ao nosso modo de existência, porque sua voz humana foi silenciada tão cedo em suas vidas, que eles nem lutam, sofrem ou desenvolvem sintomas como os neuróticos. Eles são normais, não no que pode ser chamado de sentido absoluto da palavra; eles são normais apenas em relação a uma sociedade profundamente anormal. Seu ajuste perfeito a esta sociedade anormal é uma medida de sua doença mental. Estes milhões de pessoas anormalmente normais vivem em uma sociedade, na qual, se, de fato, fossem seres humanos normais, não estariam ajustados. [Talvez, a maior de todas as anormalidades seja a imitação. Imitamos por ignorância, por medo e, também, para levar alguma vantagem. Imitar é o fim da picada.]

 

Eu sempre quis mudar o mundo, mas, descobri que a única coisa que podemos ter certeza é de mudar a nós mesmos.

 

Eu sou eu, todavia, gostaria de não ser. [De modo geral, nós somos o que somos porque não somos quem somos.]

 

Está escuro porque você está se esforçando demais. Aprenda a fazer tudo levemente. Sim, sinta-se leve, embora esteja sentindo a coisa profundamente. Simplesmente, deixe as coisas acontecerem e lide com elas com leveza. [Não creio que seja, simples e propriamente, deixar as coisas acontecer. Temos o poder de lutar contra as coisas e de mudar as coisas. O que não podemos ou, pelo menos, não devemos, é nos revoltar com os acontecimentos. Foi exatamente a revolta de uma grande parte da Humanidade, que flexibilizou e não cumpriu as recomendações da OMS, que fez com que esta PanCOVIDmia se espalhasse tão disseminadamente e se tornasse tão mortal quanto se tornou.]

 

 

 

 

Gosto de ser eu mesmo. Eu e desagradável.

 

A maioria dos homens e das mulheres crescerá para amar sua servidão e nunca sonhará com a revolução. [Revolução = Revolução Interior = Liberdade.]

 

A memória de cada homem é a sua literatura particular.

 

Tudo o que acontece significa algo; nada do que você faz é insignificante.

 

Então, de repente, minha consciência foi iluminada, e eu vi, de forma vívida, como todo o Universo era feito de partículas que estavam cheias de uma beleza intensa e vital.

 

Talvez, seja bom sofrer. Um artista pode fazer alguma coisa se estiver feliz? Ele iria querer fazer alguma coisa? Afinal, o que é a arte senão um protesto contra a horrível inclemência da vida? [Dizer que a vida é inclemente é a mesma coisa que dizer que o inferno são os outros, como disse o filósofo existencialista Jean-Paul Charles Aymard Sartre (Paris, 21 de junho de 1905 – Paris, 15 de abril de 1980). Nem a vida é inclemente nem o inferno são os outros; somos nós que, por ignorância + todos os outros reboques, inclementizamos e infernizamos a (nossa) vida.]

 

A experiência mística é duplamente valiosa. É valiosa porque, primeiro, dá ao experimentador uma melhor compreensão de si mesmo e do mundo, e, segundo, porque pode ajudá-lo a levar uma vida menos egocêntrica e mais criativa. [Menos egocêntrica e mais criativa = mais altruísta e menos retrógrada.]

 

A paixão pelo poder é uma das paixões mais comoventes que existe no homem. E, afinal, todas as Democracias são baseadas na proposição de que o poder é muito perigoso e que é extremamente importante não permitir que nenhum homem ou um pequeno grupo tenha muito poder por muito tempo. Afinal, o que são as constituições britânica e americana, exceto dispositivos para limitar o poder? E todos esses novos dispositivos (televisão, rádio, etc.) são instrumentos extremamente eficientes para a imposição de poder por pequenos grupos sobre as massas maiores.

 

Quando vemos uma rosa, imediatamente, dizemos rosa. Não dizemos, vejo uma massa arredondada de pétalas vermelhas e delicadamente sombreadas. Passamos imediatamente da experiência real para o conceito.

 

A linguagem é uma bênção imensa, da qual não poderíamos prescindir. Mas, a linguagem tem suas limitações e suas armadilhas. [Basta ver, por exemplo, o que está acontecendo, hoje, no Brasil. Se não fosse a linguagem e a comunicação, usadas por alguns da forma mais vil e criminosa, uma parte dos brasileiros não estaria negacionsiticamente negando o perigo real e imediato do SARS-CoV-2 e desta PanCOVIDmia, e se comportando tão irresponsavelmente como tem se comportado. É a velha imitação produzindo seus cadáveres.]

 

 

 

 

O homem que atravessou a Porta [sua Porta Interior] nunca mais será o mesmo. Ele será mais sábio, mas, de certa forma, menos seguro [seguro = orgulhoso], mais feliz, mas, menos satisfeito consigo mesmo, mais humilde em reconhecer sua ignorância, mas, melhor equipado para compreender a relação das palavras com as coisas, do raciocínio sistemático com o mistério insondável que tenta, para sempre, compreender.

 

A vida inteira é um processo de andar na corda bamba. De alguma forma, temos que continuar a caminhar sobre o fio da navalha (todas as ações da vida são sobre o fio da navalha), estando cientes dos perigos e fazendo o nosso melhor para ficar longe deles.

 

Vivemos em um mundo onde a ignorância da ciência e dos seus métodos é o caminho mais curto e seguro para o desastre. [Mas, não foi exatamente isto o que aconteceu, por exemplo, no Brasil, com o sistemático negacionismo do Governo Federal em relação à PanCOVIDmia? Se tivesse sido diferente, certamente, a montanha de cadáveres teria sido bem menor!]

 

Geralmente, nós nos amamos até a idolatria, mas, também nos desgostamos intensamente, e, muitas vezes, nos achamos indizivelmente enfadonhos. Correlacionado com esta aversão pelo eu idolatricamente venerado, existe, em todos nós, um desejo, às vezes latente, às vezes consciente e apaixonadamente expresso, de escapar da prisão de nossa individualidade, um desejo de [autotransformação e de] autotranscendência. Devemos este impulso à teologia mística, aos exercícios espirituais e à ioga, e também ao alcoolismo e ao vício em drogas.

 

Cada partícula material que nos cerca está encharcada de beleza.

 

A experiência presumidamente feliz de autotranscendência que o álcool torna possível tem que ser paga, e o preço é exorbitantemente alto.

 

As ações vegetativas e involuntárias do nosso corpo podem sofrer uma interferência grosseira dos nossos pensamentos indesejáveis, dos nossos medos, das nossas avarezas, das nossas raivas, dos nossos preconceitos e assim por diante. A questão é: como estamos relacionados com isso? Por que pensamos em nós mesmos apenas como uma pequena parte de uma totalidade muito maior do que nós – uma totalidade que, de acordo com muitos filósofos, pode realmente ser coextensiva com a atividade total do Universo?

 

Nós podemos e devemos nos abrir e nos tornar o que, desde o início, de fato, sempre fomos, isto é, muito mais do que normalmente pensamos que somos. Devemos perceber nossa identidade com a Consciência Cósmica. Precisamos compreender que o limitado, em si, manifesta o ILIMITADO em sua totalidade. Aparentemente, isto é um paradoxo completo, quando expresso em simples palavras; no entanto, é um dos fatos da experiência mística.

 

A busca da felicidade é um dos direitos tradicionais do homem. Infelizmente, a conquista da felicidade pode acabar sendo incompatível com outro dos direitos do homem: a LIBERDADE.

 

De alguma forma, temos que combinar relaxamento com atividade.

 

Lei do Esforço Reverso: quanto mais tentamos, pior fazemos a coisa.

 

Expandir a mente é uma é uma experiência de valor inestimável para todos, especialmente para os intelectuais.

 

À medida que diminui a liberdade político-econômica, a liberdade sexual tende a aumentar como compensação.

 

O Coração tem as suas razões e as glândulas endócrinas têm outras.

 

Os homens são animais muito estranhos: uma mistura do nervosismo de um cavalo, da teimosia de uma mula e da malícia de um camelo.

 

O céu que vá para o diabo!

 

A Vida Interior começa quando o eu analisável deixa de agir.

 

Cada um pertence à todos.

 

 

 

— Eu poderia ter mudado,
mas, me abestalhei, e não mudei!
Eu poderia ter quarentenado,
mas, neguei, e não quarentenei!
Eu podeia ter me isolado,
mas, COVIDiei, e empacotei!
Eu poderia ter me Divinizado,
mas, esquerdeei, e me endemoniei!
Eu poderia ter tomado vergonha na cara,
mas, não liguei, e compensarei!