O ALCORÃO SAGRADO

(E A QUESTÃO DA LIBERDADE)

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

http://paxprofundis.org

 

Música: Imagine (John Lennon)

http://servtron.sites.uol.com.br/apresentacao.htm

 

 

* * * * * * *

 

PREFÁCIO


       Este trabalho objetiva examinar algumas Suratas do Sagrado Alcorão - particularmente aquelas que se referem a Jesus e a Abraão. Advirto, contudo, que o autor desta monografia não é muçulmano nem está vinculado a qualquer religião instituída, ainda que respeite igualizadamente todas elas. Bem-aventurados TODOS OS ENTES, porque são, estão e existem com e no D'US ÚNICO. Por outro lado, reconhecendo e admitindo como autênticas as Revelações recebidas pelo Profeta Muhammad, informo, outrossim, que será tentada uma leitura especulativa e uma interpretação do Alcorão, através de uma vertente esotérico-iniciático-cabalística. Acredita-se que as especulações que se seguirão trarão PARA TODOS um pouco mais de esperança e de confraternidade, já que, como primeira premissa deste ensaio, é admitida a Unidade da Consciência Cósmica e a fraternidade irredutível de todas as coisas criadas. E, como segunda, a admissibilidade de que o mesmo, o outro e a D'VINDADE são uma só e a mesma coisa. Mas, não posso deixar de informar que para elaborar este livro digital, a fonte principal de consulta foi o

SANTUÁRIO SAGRADO DO MEU CORAÇÃO.

 

PACEM IN TERRIS.

 

A'LAH, ABENÇOE... A TODOS.

 

* * * * * * *

 

SURATA AL-FATIHA

 

1. Em Nome de Deus, Clemente, Misericordioso.

2. Louvado seja Deus, Senhor do Universo,

3. Clemente, Misericordioso,

4. Soberano do Dia do Juízo.

5. Só a Ti adoramos e só a Ti imploramos ajuda!

6. GUIA-NOS À SENDA RETA,

7. SENDA dos que agraciaste,

não à dos abominados

nem à dos extraviados.

 

 

Surata d'A Abertura

 

 

* * * * * * *


INTRODUÇÃO

 

       O Profeta Muhammad (570 A.D. - 632 A.D.), segundo o legado tradicional, recebeu a Revelação Transnoética do Alcorão (do árabe al-Qur'an) em um período turbulento, no qual não havia nem harmonia nem entendimento sobre diversas questões que fervilhavam naqueles idos, nomeadamente sociais, morais, políticas, econômicas e religiosas. Particularmente no campo religioso, qualquer coisa e tudo eram motivos para adoração. Cada facção ou tribo adorava um ídolo ou um elemento qualquer da natureza.(1) Uma idolatria abjeta reinava entre os árabes. A desordem era generalizada. Na Península Arábica, onde nasceu Muhammad e lhe foi Revelado o Alcorão, os costumes, em geral, eram repulsivos e provocavam indignação moral naqueles que não os praticavam nem os aceitavam. Poligamia, poliandria, prática de obscenidades, assassinatos de filhas, herança de mulheres como se objetos fossem, impudicícia sem limites. Em meio a esse caos alimentado, difundido e preocupante, surdiu o Profeta Muhammad com a missão de difundir e irradiar o Livro de Deus - ALCORÃO - ensinando e pregando: ... a adoração a um Deus Único, o respeito ao ser humano, a valorização do pensamento e da mente, auspiciando uma nova ética, que elevaria o valor humano, negando as obscenidades e as imoralidades injungindo a relação do homem com sua comunidade e com seu Senhor.(2)

       No Islã (total submissão à vontade de D' US), o Alcorão é a Palavra de D'US Revelada, de forma fragmentada, ao Apóstolo Muhammad, da primeira à última Surata (Surata d'A Abertura até a Surata d'Os Humanos). É a Leitura por Excelência ou por Recitação. O Homem e a Obra incitam à pesquisa, à aquisição de cultura e à especulação. Há prudencial incentivo à ciência, à instrução e ao estudo. Este Livro Sagrado - equivalente, por exemplo, à Bíblia Sacra e ao Talmude (surgido da necessidade de complementar a Torá) - inclui recomendações e reflexões sobre a felicidade, a reforma entre os homens e a concórdia, no presente e no futuro. A Revelação teve duração de 23 (vinte e três) anos - os últimos da vida do Iluminado - tendo começado com a Primeira Surata, no mês do Ramadã do Ano 1º da Missão Apostólica, isto é, Agosto de 610 A.D. Os Versículos e as Suratas revelados em Meca contêm as normas relativas à crença em D'US, em Seus Anjos, em Seus Livros, em Seus Mensageiros e no Dia do Juízo. Os Versículos e as Suratas revelados em Medina estão vinculados aos rituais e à jurisprudência. Recomendo, para uma leitura completa do Livro, a consulta ao sites:

 

http://www.borborema.net/paginas/Alcorao/file1.htm#AL-FATIHA

http://www.alcorao.com.br/home.htm

http://www.coran.org.ar/portuges/Indices/indicesuras.htm

http://www.macua.com/sobre_Islam_para_nao_muculmunanos.htm


       O Alcorão (que se constitui em um Código e um entendimento da Religião Islâmica) deu estrutura, sustentação e conservação ao Império Muçulmano edificado por Muhammad, cujas bases, minimamente, apóiam-se no respeito e na tolerância às outras religiões instituídas, na condescendência irrestrita perante as desigualdades de qualquer teor ou natureza e no amor incondicional e fraterno entre todos os seres. Se seguido à risca, não poderá haver desvios de nenhum gênero nem de nenhuma qualidade original, afirmou o Profeta, pois, o Alcorão, como já asseverei, é o Livro Sagrado de D'US. Entretanto, para que possa ser cumprido integralmente (para que haja condescendência irrestrita perante as desigualdades de qualquer teor ou natureza e para floresça o amor incondicional e fraterno entre todos os seres) é necessário que seja integralmente compreendido. E, como isto, lamentavelmente, não vem acontecendo na totalidade e por todos respeitado, o que se assiste, com tristeza e emoção, é a completa deturpação de seus Princípios Sagrados por determinados grupos ultra-radicais que interpretam o Livro Sacro de acordo com percepções político-teológico-ideológicas equivocadas. Repetindo: O Alcorão é um Livro Sagrado de D'US. Como o próprio D'US, só pode ser invocado para o BEM, no qual o objetivo, obrigatoriamente, só pode ser o SUPREMO BEM. Igualmente ocorre o mesmo fato com a Santa Bíblia e com o Sagrado Talmude. Alguns Judeus, Árabes e Católicos perderam o Critério de Atuação Espiritual Autêntico e Primordial e estão, essa minoria, agindo através de hipotéticos critérios irreais e inautênticos em defesa de entendimentos meramente humanos, apaixonados, cobiçosos, teológico-ideológicos e patrióticos. Para o momento, só expressarei um pensamento:

 

SOMOS TODOS CIDADÃOS DO UNIVERSO.

IRMÃOS SOB A PATERNIDADE DO

CRISTO CÓSMICO.

MUÇULMANOS,

JUDEUS,

BUDISTAS,

CATÓLICOS...

TODOS NÓS...

SEM EXCEÇÃO!

SEJA SEMPRE FEITA

A VONTADE

E A RAZÃO DO

CRESTOS SOLAR.

NUNCA A NOSSA.

 

       O Profeta, sendo iletrado (segundo os registros históricos que mais adiante refutarei), era incapacitado para escrever o que lhe era transmitido pela D'VINDADE (que escolheu e determinou, conforme é admitido no Islã, como Revelador o Arcanjo Gabriel). A primeira Revelação do Alcorão ao Profeta Muhammad foi feita em uma sexta-feira, no dia 26 do mês do Ramadão, em 609 A.D., na Caverna de Hirá, próxima ao topo da Montanha da Luz (Jabal al-Nur), perto de Meca (Arábia Saudita). Para tornar públicas as Revelações, socorreu-se, para esse mister, alguns anos depois do início das Revelações, de diversos escribas comprometidos com a Nova Ordem, de aderentes conversos ou de pessoas de sua confiança, todos criteriosamente escolhidos, que em Meca e em Medina alcançaram a cifra de 43 (quarenta e três). Interessante este número 43! A soma de seus algarismos leva ao número SETE! SETE é o número de Versículos da AL-FATIHA, a Surata d'A ABERTURA, revelada em Meca. 43, por outro lado, é um NÚMERO PRIMO, exatamente o DÉCIMO-QUARTO. (2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43...). Um duplo SETE! (Um inteiro, maior do que um e distinto de zero é denominado de NÚMERO PRIMO se seus únicos divisores positivos - fatores - forem um e o próprio número. Convencionou-se não considerar o número 1 como primo. Matematicamente, isto possibilita estabelecer proposições sobre os números primos sem introduzir qualificações). A adição dos algarismos de 14 (1 + 4) é igual a CINCO! A ESTRELA DE CINCO PONTAS! A ESTRELA FLAMEJANTE! Os pitagóricos usavam-na para representar a SABEDORIA (ShOPhIa).

 

ShOPhIa = 396.

 

SABEDORIA... EM UM LIVRO

PODER... EM UMA PEDRA

BELEZA... EM UMA FLOR

RIQUEZA... EM UM TESOURO

BEATITUDE... EM UM ESTADO

 

       Tudo aquilo que pode ser conhecido e alcançado por meios naturais é determinado pelos Números. A tríade é completada pelo Peso e pela Medida. Os 22 primeiros números primos são: 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53, 59, 61, 67, 71, 73, 79. (2 é o único PRIMO PAR). A soma dos algarismos do 22º número primo (79) é igual a 16, que se reduz a SETE (1 + 6). Há aqui também um mistério!

 

SETE SÃO OS SELOS

QUE SELAM O LIVRO

 

* * * * * * *

 

Como muito bem escreveu Fernando Pessoa (1888-1935) em poemas distintos...

 

... Cheio de DEUS, não temo o que virá...

... Todo o passo é uma CRUZ...

... Tudo é VERDADE e CAMINHO...

... NEÓFITO, NÃO HÁ MORTE...

... E súbito encontro DEUS!

 

* * * * * * *

 

       O número total de Revelações (Suratas) é de 114 (cento e quatorze), fracionadas em 30 (trinta) Livros (Juz), que contêm 6616 (seis mil seiscentos de dezesseis) Versículos (Ayas). Foram recebidas, quando a oportunidade se fazia presente e urgente, no decorrer de treze anos em Meca (Cidade árabe onde nasceu Muhammad) e no decurso de dez anos em Medina. A Revelação, às vezes, consistia de uma Surata integral; em outras oportunidades o Profeta intuicionava cosmicamente apenas alguns Versículos. Durante seus últimos anos de vida, seu amanuense predileto era Zaid Ibn Çábet. 114, 30 e 6616 também não foram números escolhidos por acaso! 114 e 30 são equivalentes, porque 1 + 1 + 4 = 6, sendo 6 o Valor Oculto ou Secreto de 3. Seis é um NÚMERO PERFEITO (um NÚMERO PERFEITO é um número cujo resultado da soma dos seus divisores naturais REPRODUZ O PRÓPRIO NÚMERO). Assim, o número 6 tem como divisores 1, 2 e 3; e 1 + 2 + 3 = 6. 30 é o próprio 3 em um nível ou plano mais refinado. FÉ! ESPERANÇA! PACIÊNCIA! 30... LaMeD... Três Letras... A Letra Final... Tudo é UM... O COMEÇO DE UMA MISSÃO... SOMOS TODOS IRMÃOS... Os 6616 Versículos! 6 + 6 + 1 + 6 = 19! 19 = 1 + 9 = 10 = 1 + 0 = 1. Em outra dimensão, a soma das Suratas, dos Juz e dos Ayas é igual a 6760, que se reduz a DEZENOVE.

 

UNIDADE

 

PACEM IN TERRIS

 

* * * * * * *

 

O PROFETA MUHAMMAD

SABIA EXATAMENTE

O QUE ESTAVA FAZENDO!

 

* * * * * * *

 

ENSINAMENTOS DO

PROFETA MUHAMMAD

 

Deus não tem misericórdia daquele que não têm misericórdia dos outros.

Ninguém de vós crê realmente, antes de desejar ao seu irmão o que deseja a si próprio.

Aquele que se alimenta enquanto seu vizinho está passando fome não é crente.

O comerciante honesto está associado aos Profetas, aos Santos e aos Mártires.

O poderoso não é aquele que derruba os outros. Poderoso é aquele que se controla em um acesso de cólera.

Deus não vos julga baseado em vossos corpos e aparências, mas perscruta vossos corações e examina vossas obras.

Um homem caminhava em uma estrada e sentiu muita sede. Encontrando um poço, nele desceu, saciou a sede e subiu. Então, viu um cão arfando, tentando lamber a lama para minorar a sede. O homem percebeu que o cão estava sentindo a mesma sede que ele sentira antes. Então, ele desceu novamente no poço e encheu o seu sapato com água e deu de beber para o cão. Por isto, Deus perdoou os pecados do homem. Aqueles que ouviam este ensinamento perguntaram ao Profeta: - Ó Mensageiro de Deus, seremos acaso recompensados por nossa bondade para com os animais? Ele respondeu: - Há recompensa pela bondade demonstrada por qualquer ser vivo.

 

* * * * * * *

       O Alcorão (constituição que Deus escolheu para os seus verdadeiros servidores) contemporaneamente declamado em todo o mundo, afirmam os especialistas e pesquisadores árabes e não-árabes, é o mesmo recitado pelo Apóstolo e por seus discípulos e companheiros de peregrinação. O CÍRCULO ÍNTIMO. Esta uniformidade benfazeja é devida à determinação intimorata, propícia, tempestiva e necessária do Terceiro Califa, Uçman Ibn Affan, que ordenou que fossem queimadas todas as cópias anteriormente existentes que estivessem em dissentimento com a cópia oficial (elaborada por uma Comissão de Doutos e presidida pelo já referido Zaid Ibn Çábet), que instituía um único padrão recitativo baseado nos Pergaminhos escritos no tempo de Abu Bakr. Em todo os lugares, o Alcorão Sagrado conserva a mesma estrutura, as mesmas letras, as mesmas suratas e os mesmos versículos.(3) Não é um Livro só para os muçulmanos; é dirigido a toda a Humanidade sem separação ou distinção de etnia, confissão religiosa ou grau de instrução. O Corão - como a Bíblia Sagrada e o Talmude - é de todos e é para todos. Muçulmanos, Judeus, Cristãos, Budistas... O Livro de Dzyan também é para todos... O Svmmvm Bonvm é de todos e é para todos... O Universo é UM... A D'VINDADE é UNA. SOMOS TODOS IRMÃOS.

 

* * * * * * *

 

PACEM IN TERRIS

ET IN CORDE!

 

* * * * * * *

 

       Antes de se dar início à análise de algumas Suratas do Alcorão, determinadas considerações preliminares devem ser apresentadas. Em qualquer especulação que se faça sobre os temas que envolvem e perpetuam as religiões (atuais ou remotas), é necessário que se estabeleça o parâmetro primordial: Existe ou não existe uma D'VINDADE? A perscrutação dialética que se seguirá, admitirá a prevalência no Universo da irredutível presença de uma CONSCIÊNCIA incriada, imanente, insubstituível e inatingível em sua integralidade, que, dependendo da época e da cultura dos povos que A reconhecem como tal, assume Nomes os mais diversos, sendo objeto de adoração e de veneração. Alcançá-La, compreendê-La, realizá-La ou atingi-La completa e integralmente é, s.m.j., uma impossibilidade. Talvez, esta reflexão discrepe das convicções religiosas generalizadamente. Sem esforço, respeito as compreensões de todos. Contudo, já foi dito que mesmo os mais Elevados Hierofantes prosternam-se genuflexos perante a magnificência DAQUILO que está além de suas compreensões. Esta mesma D'VINDADE só se dá a conhecer por intermédio de mediatários, que no caso específico do Profeta Muhammad, segundo é admitido no Islã, foi o Arcanjo Gabriel (o Mesmo que, tradionalmente, anunciou a Maria o nascimento de Jesus). Então, o desejado alcançamento de D'US só pode se verificar assintoticamente, e a compreensão das Leis Universais só pode ocorrer paulatinamente por esforço pessoal, mérito pessoal e peregrinação pessoal. E o recebimento da compreensão dessas Leis ocorre lentamente ao longo da história da civilização, cuja veiculação, geralmente, se dá através de Seres que são utilizados como canais de expressão e de expansão da LUZ. Assim, não pode haver (para o homem) uma verdade absoluta, pois este mesmo homem não pode (nem poderá) jamais ter acesso integral à VERDADE ÚLTIMA E ABSOLUTA DO UNIVERSO. Pretender o contrário é iludir-se com o que não é possível. E o próprio recebimento dessa compreensão ou iluminação pode estar (e geralmente está) inconscientemente e involuntariamente maculado ou distorcido pelas limitações Daquele que é instrumento dos diversos Planos da Hierarquia Cósmica. Por outro lado, muitos ensinamentos são apresentados e propagados de forma cifrada e/ou críptica, e as cifras para os desbloqueios só são conhecidas Daquele que foi escolhido e aceitou o encargo de ser o Transmissor e de um limitado número de discípulos ou de amigos escolhidos exclusivamente por mérito espiritual e que compõem o CÍRCULO ÍNTIMO ou RESTRITO do Avatar, Profeta ou Mensageiro. Entrementes, que não haja engano: os Decretos, as Leis e os Princípios Universais são permanentes, imutáveis e intemporais. Portanto, nada justifica, no âmbito da Consciência Cósmica, por exemplo, o assassinato e o suicídio. O Profeta Muhammad transmitiu esse Ensinamento Sagrado. E, também, a Humanidade já alcançou um nível de compreensão e de maturidade que a obriga a repelir certas práticas e certos atos, por considerá-los incompatíveis com sua própria existência e sua permanência neste Mundo de Concretização. Por isso, ainda que a Ética Cósmica seja inalcançável em sua ilimitada universalidade (se realmente houver uma Ética Cósmica), os códigos morais humanos vagarosa e concertadamente se avizinham assintoticamente desta indecomponível e presumida Ética. Por esse motivo, os códigos são revistos e as religiões atualizadas. A reintegração do ente não pode admitir estagnação. Por isso, também, surgiu o Islã e uma nova onda de transmissão do saber foi disseminada. Nesse contexto há uma figura importantíssima: O Imã - o Sacerdote Islâmico.
O Imã é o chefe espiritual, o guia ou Sheik no contexto islâmico. O Imã é o Sacerdote que tem a incumbência de dirigir as atividades superiores de uma Mesquita. São prelados doutrinados nos Divinos Ensinamentos Islâmicos, possuidores de uma memória retentiva e privilegiada, altamente capacitada para memorizar os textos alcorânicos e a tradição oral - Hadith - do sagrado Profeta Muhammad. Assim sendo, o Imã tem por dever dissipar as divergências que possam surgir no seio da comunidade, além de harmonizar as pessoas em conflito para que possam superar suas discrepâncias. Seus estudos são, na maioria das vezes, realizados na Universidade de Al-Azhar, no Egito (a mais antiga do mundo), nas Universidades da Liga Islâmica Mundial, na Arábia Saudita, ou nas Universidades de outras capitais do mundo muçulmano. O Imã é um homem que pode e deve constituir família, pois o Islamismo não admite, em hipótese alguma, o celibato. Sua função primordial nas Mesquitas é liderar os fiéis nas orações. No entanto, antes das orações profere um sermão no qual glorifica a Deus, o Magnificente, enaltece a missão profética de Muhammad, suplica a misericórdia de Deus para sua família, para seus seguidores e para seus companheiros. O fiel, ao chegar à Mesquita e antes de sentar para participar da oração, faz duas genuflexões voluntárias, como 'Saudação à Mesquita', porque o Profeta Muhammad, em uma tradição, disse: 'Quando alguém de vós entrar na Mesquita, não deve se sentar antes de ter praticado uma oração e duas prostrações'. Depois desse gesto respeitoso, pode se sentar e aguardar. Escuta atentamente a leitura do Alcorão, meditando sobre o sentido dos seus eloqüentes versículos. Se não encontrar um leitor do Alcorão fazendo a leitura, senta-se com bons modos e se ocupa em meditar e em invocar a Deus, de preferência em silêncio. O Imã tem também sob sua responsabilidade a incumbência de realizar os casamentos entre os nubentes muçulmanos, segundo os mandamentos e normas estabelecidas no Divino Contexto Islâmico. O serviço fúnebre é também da alçada do Imã, este serviço consistindo em lavar o corpo do falecido, de perfumá-lo e de envolvê-lo com a mortalha. E, também, praticar as orações fúnebres e acompanhar o sepultamento até seu último ato.(y)

       Este trabalho, enfim, se restringirá tão-só á analise de algumas Suratas que posam embutir um certo tipo de sabedoria oculta, esotérica, iniciática ou cabalística que não pôde ser temporaneamente divulgada. Serão examinadas, exclusivamente, aquelas que se referem a Jesus, o Cristo e a Abraão. Fora desta delimitação, uma ou outra Surata será chamada à reflexão, pois poderá estar ocultando uma Lei ou Princípio que precise ser elaborado para dar sustentação aos critérios que nortearam esta pesquisa. É, por último, um texto que homenageia o povo muçulmano em sua azáfama meritória em tentar compreender o D'US de seu coração, ao mesmo tempo em que convida os não-árabes a refletirem sobre a obra máxima da cultura islâmica - o Alcorão Sagrado, reverenciado por mais de um bilhão e trezentos milhões de seres humanos e pilar de uma das maiores religiões do Planeta.

       Peço, com humildade e respeito, que o Profeta Muhammad ilumine meus pensamentos, para que eu possa servir à causa da PAZ, da JUSTIÇA e da FRATERNIDADE entre todos os povos da Terra. O Alcorão também foi escrito para mim. Sinto-me abençoado por isso. Sei, entretanto, que por maior que seja o meu esforço e dedicação, não poderei compreender este Livro em sua integralidade. O pouco - que foi muito para mim - que pude perceber, iluminou minha consciência e auxiliou a esclarecer determinados fatos que eu suspeitava, mas que não tinha certeza. Hoje, posso pensar que tenho!

 

* * * * * * *

 

PACEM IN TERRIS...

PACEM IN CORDE...

 

* * * * * * *


AS SURATAS SAGRADAS

 

       O Alcorão, versículo por versículo, foi revelado e é propagado para aperfeiçoar a boa conduta e estimular, minimamente, a vida virtuosa, a bondade, a solidariedade, a piedade, a simpatia, a fraternidade, a caridade, a humildade e a benevolência. O Salat (oração) e a Sunna (tradições) auxiliam a preservar o ser humano das obscenidades e dos ilícitos, como, também, subsidiam a manter o postulante (fiel) afastado daquilo que entende por ou está prescrito como maldade (ou mal) e promovem a purificação das insídias e dos equívocos cometidos. O Hajj é uma peregrinação obrigatória, realizada em determinado período, que objetiva minimizar o apego ao que é terrenal e mundano. Os membros da comunidade muçulmana ainda estão imbuídos da necessidade da realização, em momentos específicos, do saum (jejum) e de praticar a caridade por intermédio do zakat (contribuição aos necessitados). Todas estas práticas regulares são executadas contritamente em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso, o Onipotente.

 

 

* * * * * * *

 

EXAME MÍSTICO DO CORÃO

 

       Em a Surata d'A Abertura há uma solene invocatória: Guia-nos à senda reta.(4) Há ato de humildade maior do que este? O religioso, ao proferir estas cinco palavras, está admitindo sua limitação e incapacidade de, por si, encontrar o Justo Caminho. Roga, assim, o concurso da Divindade para auxiliá-lo nessa peregrinação. Este 6º Versículo, salvo melhor entendimento, é chave de todo o Corão. A cada momento que passa, mais me convenço disto. O homem terá que aprender, escolha o caminho que escolher, que não é onipotente; que não pode decidir o destino de outros homens em função daquilo que ache que seja correto para si. (Ralph Maxwell Lewis fez esta advertência em seu Credo da Paz). Nem tem o direito de, baseado em sua compreensão pessoal do Livro - de qualquer Livro considerado sagrado - proceder a apócopes de qualquer teor ou natureza, em nome de nenhuma Divindade ou de nenhum Emissário desta real ou hipotética Divindade. Recordo, brevemente, as barbaridades que foram executadas em nome de deus pelo satânico santo ofício (de péssima memória), pelos seus execráveis próceres e pelos seus detestáveis acólitos. Joana D'Arc, Jacques de Molay, Giordano Bruno. Recordo, também, os pactos demoníacos que determinadas seitas fizeram (e ainda fazem) com as trevas, suprimindo vidas inocentes em rituais macabros. Em nome de que? Da D'VINDADE? JAMAIS.

       O julgamento (do homem) será sempre falho ou parcial, o que dá na mesma, pois, no mínimo, o fato de estar encarnado já implica que nele (homem) não há perfeição. Ora, como o que não é completamente perfeito (NEM PODERÁ SER NUNCA) pode pretender entender intestinamente o que é (por admissibilidade) absolutamente perfeito, e/ou julgar e punir, de forma desumana e atroz, alguém, como ele, que também é imperfeito? Com base em quais critérios? A leitura de qualquer Livro Sacro, por mais reverencial que possa ser tal leitura, sempre conduzirá o leitor a especulações e a conclusões que estarão perpetuamente vinculadas à sua instrução, cultura, ambiência e, superlativamente, ao seu particular estágio de desenvolvimento espiritual. Vicente Velado, João Paulo II, o Dalai-Lama, Shaykh Moqtada Al-Sadr, John Kerry, Usama bin Laden, Fidel Castro, Christian Bernard, Ariel Sharon, Ernesto Che Guevara, Imã Ruhollah Khomeini, Lula, o Grande Aiatolá Ali Al-Sistani, George Bush e eu, por exemplo, temos compreensões diferentes Daquilo que possa ser a D'VINDADE. Nenhum de nós se considera um acréu. Eu presumo. Todos nós pensamos a existência de D'US. Não importa o NOME. E, por termos todos realizações particulares e diversas do MESMO UM (do UM que concebemos), não podemos julgar as compreensões dos outros com base na nossa. Isto é uma mestiçagem de ignorância, de despotismo abominável e de vaidade. De totalitarismo ultramontanista inverossímil e de prepotência absurdo-psicótica. De algo pior com algo muito pior. Não há ouro suficiente sobre a Terra que pague (ou compre) a liberdade de escolha. Não há ouro suficiente sobre a Terra que pague (ou compre) a liberdade de credo e de culto. Não há ouro suficiente sobre a Terra que pague (ou compre)... Isto tem e deve ser respeitado. Uma Mesquita, uma Sinagoga e uma Igreja são tão sagradas quanto um Templo Budista, uma Loja Maçônica ou um simples Pronaos Rosacruz. Não são sagrados simplesmente porque são sagrados; são invioláveis porque foram tornados sagrados pelos pensamentos e pelas condutas de seus confrades que ali se reúnem para comungar com o D'US de seus entendimentos. E, são tão sagrados quanto quaisquer outros lugares que sejam consagrados ao D'US do rogador, do místico, do religioso ou do iniciado. Por exemplo: considero o local em que está instalado o computador que utilizo para escrever estes textos, um LUGAR CONSAGRADO ao BEM, à JUSTIÇA e à FRATERNIDADE. (Não esquecerei jamais o valor da primeira conta telefônica após a instalação do modem. Também aprendi rápido que ele - o computador - não pode saber nunca que estou com pressa. Mas, trabalhar é preciso! Tenho prazer em cumprir o que estou cumprindo. Faço o que faço com amor no coração.). Foi neste espaço sagrado de meu lar que passei por uma das mais importantes e significativas INICIAÇÕES de minha vida:



 


       Nesta matéria - o LUGAR CONSAGRADO ao BEM, à JUSTIÇA e à FRATERNIDADE - o que está em jogo é a INTENCIONALIDADE. Então:

 

 

D'US de nossos corações! GUIA-NOS À SENDA RETA. Illumina nossas consciências para que possamos discernir o que pode e o que deve ser feito daquilo que não pode e não deve ser feito. Que se faça em nós a TUA LUZ, a TUA RAZÃO e a TUA VONTADE; não a nossa luz, não a nossa razão, não a nossa vontade.

 

 

AUM  RA  MA

 

 

* * * * * * *

 


       No Alcorão está escrito: Somos responsáveis por nossas ações assim como vós por vossas, e somos sinceros para com Ele [D'US].(5) Aqui, esotericamente, está embutida, de forma velada, a LEI DA RETRIBUIÇÃO ou LEI DA RECIPROCIDADE. A sinceridade, ainda que realmente sincera, do devoto não implica acerto incondicional. Sinceridade não é laissez-passer para nada. Errou, e errou fragorosamente, a Inquisição com as torturas e as calcinações que praticou. Em casos como o da Inquisição (não consigo deixar de pinçar esse tema para exemplo), a coisa foge ao campo da sinceridade teológica, para resvalar para o das patologias mentais, muito especialmente da psicopatia (distúrbio mental grave em que o enfermo apresenta comportamentos anti-sociais e amorais sem demonstração de arrependimento ou de remorso. Há uma inerente incapacidade involuntária para amar e se relacionar com outras pessoas e firmar laços afetivos profundos. Esta patologia mental se manifesta por uma egolatria extrema e por ausência de capacidade, também inconsciente, de aprender pela experiência). Tomás de Torquemada, por exemplo, inquisidor-geral da Espanha de 1483 a 1498, pp da melhor qualidade, por quinze anos extravasou sua infeliz doença entre o povo espanhol. O inferno de uma hora anula o inferno eterno, pensava o religioso psicótico, amoral e pirosférico. A presumida purificação de uma presumida apostasia pelo fogo da fogueira é, no mínimo, uma completa maluquice. Na verdade é mais, muito mais, do que simples maluquice. É maldade doentia. Mas, o saco de maldades é imenso. Como é imenso! Quem foi enjaulado pela revolução de 64 conhece bem os métodos dos torturadores. Isto aconteceu aqui, na Terra de Santa Cruz, durante 20 anos e continua acontecendo em muitos países mundo afora. A cadeira é a mesma. As técnicas de flagelação talvez tenham piorado. Mudam tão-só os infelizes e pobres torturados. A tortura é uma espécie de capitania hereditária na qual os capitães-mores adestram filhos que não são filhos, e deixam-na como herança para filhos que, também não sendo filhos, comportam-se como filhos de pais que não honram os possíveis filhos que possam ter. Há um maldito elo negro que une todos eles. Em suma: não há em suma. Libertas Quæ Sera Tamen.

       Enganaram-se os antigos quando consideraram seus deuses mais importantes do que os de outros povos. Equivocam-se todos aqueles que perseguem, atormentam e matam em nome de deus. Mas Muhammad precisava por fim, conforme já foi dito, à poligamia, à poliandria, à prática de obscenidades, aos assassinatos de filhas, à herança de mulheres como se objeto fossem e à impudicícia sem limites. A desordem e a idolatria precisavam ser exauridas. Não fizeram a mesma coisa Abraão, Akhnaton e Jesus? Por que foi assassinado Sócrates? Por que foi queimado vivo o neoplatônico Giordano Bruno? A riqueza de visão de Bruno quanto às contradições do pensamento intelectual e teológico de sua época causava pavor e inveja. Morreu, por ordem da inquisição (Tribunal eclesiástico instituído pela Igreja Católica no começo do século XIII com a finalidade de investigar e de julgar sumariamente pretensos hereges e feiticeiros, acusados de crimes contra a fé católica), queimado em uma fogueira sem renegar seu pensamento filosófico-religioso. Bruno foi um homem de convicções. Amolou muita gente.

 

* * * * * * *

 

       Voltando a Muhammad, o Profeta ditou o Corão conforme o recebeu, mas não explicou os pormenores ou passagens iniciáticas. Não publicamente. Da mesma forma que a Bíblia e o Talmude, o Alcorão é mal compreendido por uma parcela (ponderável ou imponderável - isto eu não sei realmente aquilatar) do povo muçulmano, que o interpreta de maneiras as mais diversas. Coisa semelhante aconteceu com a Gnose Iniciática Cristã, com o Budismo Esotérico etc. Há um fato pouco conhecido, e quando conhecido pouco compreendido, que é existência irredutível e insubstituível de um DNA CÓSMICO, memória universal do presente do passado, do presente do presente e do presente do futuro. Do eviterno e inexistente tempo. Santo Agostinho, em suas Confissões, especulou sobre esse inexistente tempo. Não discutiu propriamente a relação da não-existência do tempo com a existência, desde sempre existente, dos REGISTROS (ou ARQUIVOS) AKASICOS. Um fio de cabelo não cai... Um pensamento não se esvai... Uma palavra não se dissipa... Um ato não se apaga... sem que um efeito não seja produzido. Assim é que a causa 1 gera um efeito 1, que produz uma causa 2, que repica dando nascimento a um efeito 2, que, sucessivamente, procria causas m e efeitos n. O DNA Akasico e a Retribuição ou Reciprocidade universais agem harmonicamente. Não há prêmio para hipotéticas boas ações, nem punição para presumidos maus atos. Céu e Inferno simbolizam estados internos de harmonia dos entes. Mais conformes com a Atualidade Cósmica, Céu; menos conformes, Inferno. Após a morte (transição) as vivências individuais serão, obviamente, equivalentes às deste Plano. O Cone de Sombra, assim, será mais ou menos escurecido e mais ou menos dominado pela tristeza, pela amargura e pela dor moral, em função e diretamente proporcional aos nossos pensamentos, verbalizações e ações aqui na Terra. Não adianta fazer penitência, nem pagar promessa. A LEI TERÁ QUE SER CUMPRIDA. Para todos.

 

* * * * * * *

 

       Faço aqui um pequeno parêntesis para relatar um episódio pessoal. Agradeço por, na altura do acontecimento, eu já ser membro da Ordem Rosacruz - AMORC. O que vou deixar agora registrado não é simbólico nem é ficcional. Aconteceu realmente há, mais ou menos, 33 ou 34 anos. E não se repetiu. Reconheço que nem todos compreenderão exatamente o insólito evento; mas penso que tem tudo a ver com o que estou escrevendo e com o que ainda irei escrever adiante. É, assim, esotericamente educativo. Do fundo do meu coração espero que seja. Praticamente, eu estava entrando para a AMORC e (é fácil calcular, pois fiz minha primeira Iniciação no Sanctum em 1969) eu ainda não havia feito a Iniciação do 4º Grau de Templo. Logo... Os Rosacruzes que já alcançaram este grau entendem o que estou querendo dizer. O fato é que, em uma tarde, quase noite, de um dia que não me recordo, eu estava fazendo uma meditação, e, de repente, vi meu demônio interior. O demônio que eu criei, alimentei e adulei por... sei lá quanto tempo. Séculos? Milênios? Foi a visão mais aterradora de minha vida. Pior, com certeza, do que a visão da degola de Nick Berg, que me impressionou sobremaneira. Hoje, não posso precisar quanto tempo ele (o monstro dos meus pecados) ficou parado na minha frente. Era uma massa vibratória de uns dois metros de altura que me transmitiu mentalmente (mais ou menos) a seguinte informação: - Eu fui gerado por você ao longo de muitas encarnações. Você é o responsável por eu existir. Só poderei ser dissolvido por você. Meu amigo e meu irmão: Não desejo a ninguém que passe por esta experiência mística se não estiver preparado para ela. Até acredito que quem não estiver preparado não passará. O Santo Egrégore de nossa Ordem, cautelatoriamente, impedirá. Penso que seja assim. Eu, na época, fiquei alguns dias fora do prumo. Algum tempo depois passei pelo reverso desta medalha. Vivenciei psiquicamente a Androginia Cósmica, conforme relatei em outro livro digital que está disponibilizado em minha página e na Ordo Svmmvm Bonvm, da qual tenho a honra de ser membro e de ter a confiança de seu Abade, Frater Vicente Velado. Para ler sobre a boa experiência da ANDROGINIA MÍSTICA, por gentileza, visite os sites:

 

http://svmmvmbonvm.org/latinoportal.htm

http://svmmvmbonvm.org

 

* * * * * * *

 

       A reintegração é ilimitada, e novas complementações e suplementações de conhecimentos arquetípicos só poderão ser conquistadas, se os padrões anteriores foram depurados e perfeitamente compreendidos pelo ente. Neste Processo Educacional Cósmico o aluno é seu próprio Mestre; Mestre e aluno (discípulo, chela, noviço...) acabam por estabelecer o que aprender, como aprender e quando aprender. É óbvio que há outros mecanismos neste processo ensino-aprendizagem, mas não serão objeto de exame nesta oportunidade. O importante, para todos nós, é estarmos cientes de que, no Cósmico, não há impunidade para nada. Há uma misteriosa harmonia que o sustenta em seus intermináveis ciclos sistólico-diastólicos, na qual e da qual o ser não se pode evadir. Pode tentar desconhecê-la (e mesmo desconhecê-la realmente) e até lutar contra ela. Mas dela não pode se esquivar. E esta harmonia insondável não contempla nenhuma forma de desvio que não tenha obrigatoriamente que ser compensada. A lista de desarmonias ou de desvios da ordem cósmica é também ilimitada como o próprio Universo, pois, o que hoje sabemos ou conhecemos, amanhã poderá ser atualizado. Será. Tudo depende de nós. De nós e de nosso Mestre Interior. Assim como a Sabedoria Universal é inatingível, a ignorância do ente jamais será inteiramente iluminada pela Luz que ele possa presumir ter existência, nele ou fora dele. O ponto fulcral que desejo ressaltar, é que a ninguém é dado ou delegado nenhum tipo de poder ou de autoridade para matar ou assassinar a título de nada nem de nenhuma pessoa, esteja ela entre nós (chamados vivos), esteja ela entre os mortos (que estão também vivos). Teologicamente, só D'US - que deu a vida - pode tirar a vida. Nisso repousa o princípio de fraternidade universal estabelecido em todas as religiões. Os pontos fora do Arco Cósmico são distorções de entendimento que precisam e devem ser reexaminados. Matar e assassinar em nome de deus é desservir à GRANDE OBRA. Mesmo em legítima defesa. Mesmo para evitar um mal maior. Mesmo que o indivíduo a ser sacrificado seja um suposto infiel. Mesmo para todo e qualquer outro que se queira admitir como outro, e que se presuma uma iniqüidade ou ameaça ao mesmo. Todas e quaisquer presunções não justificam a apócope do outro. Certamente, a maior surpresa que um carrasco terá em sua trajetória evolutiva (reintegradora), é um dia (um dia do DIA que não anoitece, mas que repousa por 311 040 x 1 000 000 000 anos) tomar consciência que ao matar ou assassinar um ente, na verdade cometeu um suicídio, pois tudo é UM. E, se tudo é UM, não há nada que não faça parte do UM. Ao eliminar (aparentemente) uma parte do UM, este carrasco está (efetivamente) destruindo uma parte de si. Ao destruir uma parte de si da qual ou sobre a qual não poderia jamais fazê-lo, terá que, por reciprocidade amorosa, educativa e irreduzível compensar a ignorância desse fundamento distorcido. A forma e momento propício desta compensação serão cosmicamente estabelecidos, quando a retribuição fraternal puder ser mais bem apreciada pelo transgressor. Este, é claro, é um exemplo-limite. Matar passarinho com espingarda de chumbinho, vivisseccionar animais, destruir a flora, agir hipoteticamente para colher um benefício escuso... terão, todas essas ambigüidades, que ser reciprocamente contrabalançadas e equilibradas. Nesta matéria, não se trata de olho por olho, de -1 por +1 ou de +1 por -1. Não, não é assim que funciona. Da mesma forma que não se dá uma surra de pau em uma criança por não compreender cálculo integral, a Lei do Karma não é vingativa, obsedante ou punitiva. É didática, amorosa e educativa. O paraíso e o inferno somos nós que produzimos com nossos pensamentos mais ou menos desconexos, com nossas palavras impróprias e desarticuladas e com nossos atos vis, repugnantes, hediondos, obscuros, ambíguos e hipotéticos. Este mesmo paraíso e este mesmo inferno nos esperam após a morte. Já comentei isto mais atrás. Este mesmo paraíso e este mesmo inferno nos aguardam quando reencarnarmos neste plano. Isto eu não havia comentado. Dure o tempo que durar. Não há saída, pistolão, jeitinho, perdão, quebra-galho. O tráfico de influência não funciona nesta matéria. Se construirmos um averno, claudicaremos nele até o transmutarmos em céu. Daí o profundo ensinamento místico-alquímico:

 

.'.  ORA ET LABORA  .'.
.'.  SOLVE ET COAGULA  .'.

 

       Como ensinou Helena Bavatsky, ...onde haja infortúnio e miséria, ali estará o Inferno. Que tem sua adubação e germinação, acrescento eu, primeiramente, no interior dos seres. Fora, é conseqüência. Não adianta tentar consertar o lado de fora, se o interior continuar conspurcado e maculado. Tomar banho e vestir cuecas usadas é uma porcaria, como poracaria é não tomar banho a passar perfume para disfarçar. O início de tudo são os pensamentos desconexos, mutilados e inverídicos, isto é, mâyâvicos (ilusórios). Mas, se até Buddha cometeu erros ao ensinar certos Preceitos a alguns que não estavam preparados... Nós, então, temos que ter cuidado (quadruplicado) elevado à potência (m+n), m e n tendentes para + infinito.

 

* * * * * * *


       Ditou o profeta Maomé: Não reparaste naquele que disputava com Abraão [Nemrod, soberano que reinou na Babilônia, em Açad e em Colane; em seguida, estendeu o seu poder a uma grande parte da Terra Entre Dois Rios. Toda aquela região ficou conhecida como 'Terra de Nemrod'] acerca do seu Senhor, apesar de lhe haver Deus concedido o poder? Quando Abraão lhe disse - 'Meu Senhor é Quem dá a vida e a morte!', retrucou: - Eu também dou a vida e a morte. Abraão insistiu: - Pois bem, já que Deus faz sair o Sol do Oriente, faze-o tu sair do Ocidente. Então o incrédulo ficou confundido, porque Deus não ilumina os iníquos.(6) Sobre este magnífico Versículo muitas páginas poderiam ser escritas. Infimamente, comentarei o que segue: 1º) Meu Senhor é Quem dá a vida e a morte!... Admitindo-se como verdadeira esta afirmação, repito, ninguém, a pretexto de nada, em nenhum ponto do Universo, pode subtrair uma vida. Isto contraria o PRINCÍPIO IRREDUTÍVEL DE LIBERDADE E O DIREITO INALIENÁVEL À VIDA. A vida é parte inalheável da VIDA UNIVERSAL. Não há autorização ou justificativa para essa deliberação em nenhum Livro Sagrado. Logo, as diversas modalidades de penas capitais (com amparo legal ou sem amparo legal) são contrárias à Lei de D'US, Lei essa que, particularmente na Terra, vem sendo descumprida por diversos indivíduos em muitos países, estados, cidades e vilas. Quando uma vida é suprimida pela vontade do próprio (suicídio) ou de outrem (assassinato), a VIDA UNIVERSAL sofre um abalo que fica registrado ad æternum. Haveremos todos que alcançar a insubstituível compreensão de que SOMOS TODOS EMANAÇÕES DA VIDA UNIVERSAL, E QUE, NO INEXISTENTE TEMPO, À ELA NOS REINTEGRAREMOS CONSCIENTEMENTE. Não há melhor nem pior, crente ou incréu, remido ou interdito; há, sim, maior ou menor ignorância da LEI ÚNICA, e, quanto a isso, somos todos mais ou menos ignorantes. Não há nenhuma ironia no que vou propor a seguir. O assunto é muito sério para se usar de sarcasmo ou de zombaria. Eu ontem fui à festa/na casa do Bolinha/Confesso não gostei/dos modos da Glorinha... então, como não gostei, vou dar-lhe uma surra de borduna até matá-la. Ou até posso degolá-la, se achar que isso a purificará. Guilhotina nela.

       A guilhotina nasceu do desejo de introduzir a igualdade nos suplícios, somado à vontade de abreviar os sofrimentos do condenado. Um dos privilégios da nobreza francesa era o de ter a cabeça cortada. Aos plebeus aplicavam-se a fogueira, o esquartejamento, a forca e a roda. A proposta de uma maneira uniforme de execução partiu de um Deputado, o Doutor Joseph Ignace Guillotin (1738-1814), que disse na Assembléia: 'Com minha máquina, faço saltar vossa cabeça num piscar de olhos, sem que sintais a menor dor'. Houve uma enorme gargalhada no recinto, mas ironicamente, a guilhotina iria matar vários daqueles que riram naquele momento.(a) A guilhotina - ampliando esta breve revisitação histórica - por absurdo que pareça, derivou do projeto de um médico humanitário, que enviou a recomendação da sua fabricação à Assembléia Nacional em 1789. Menos de três anos depois, uma máquina de matar em massa começou a ceifar vidas durante a Revolução Francesa, em uma rotina que parecia não ter mais fim. O alarde correu por toda a Paris: que fossem à Place de Grève para assistir a uma execução com uma nova máquina infernal. Os bairros patriotas mobilizaram sua gente para vê-la ser experimentada em um ladrão comum. Era o dia 25 de abril de 1792 quando a multidão começou a se aglomerar em frente ao patíbulo. Sobre ele, lá em cima, coberto com um pano breado, estava o assustador artefato. Comentou-se que Samsom, o carrasco oficial da Cidade, havia se exercitado antes em vários repolhos. [Repolhos?]. A multidão calou-se. Traziam o condenado. A cabeça dele havia sido tosada para que os cabelos do pescoço não criassem embaraços ao cortante fio do cutelo. O verdugo estendeu o desgraçado em uma prancha, amarrou-o e soltou a alavanca que mantinha a lâmina suspensa. O aço, com traçado diagonal, despencou sobre a vítima com a rapidez do bote da serpente. Um sucesso. No cesto, a cabeça saltou e parou. A multidão exclamou uníssona, fascinada pelo espetáculo e pelo horror. A máquina funcionava; a guilhotina começava a fazer história. Poucos na vida tiveram a infelicidade do Doutor Joseph Ignace Guillotin, que teve a má sorte de ter seu nome associado à morte. Na verdade, era um cientista respeitado e um profissional de sucesso, dedicado à causa da saúde pública e considerado um emérito médico vacinador. Antes da Revolução de 1789, foi clínico do Conde de Provence e indicado, graças a sua credibilidade, para participar da Comissão que desmascarou a impostura de Mesmer, um aventureiro que encantou os ingênuos da época com suas experiências sobre o magnetismo animal. Eleito representante do Terceiro Estado, tratou de apresentar um projeto que aplicava o princípio de Beccaria da uniformização das sentenças, afirmando que 'les délits du même genre seront punis par le même genre de peine, quel que soient le rang de l'etat du coupable' ('os delitos do mesmo gênero serão punidos pelo mesmo gênero de pena, não importando a origem social do culpado'). Para democratizar as penas de morte, Guillotin sugeriu a construção de um engenho para tal fim: ... a cabeça voa, o sangue jorra, o homem não existe mais. Por isso, passou o resto da sua vida tentando inutilmente desassociar o seu nome do terrível engenho. Era a Igualdade, uma das máximas da Revolução de 1789, chegando ao patíbulo. O Projeto do doutor Guillotin, apresentado em 10 de Outubro de 1789, com o apoio de Mirabeau, não foi imediatamente aprovado. Dois anos depois, mais um passo foi dado: em 5 de Junho de 1791, com a Lei do Deputado Le Peletier de Saint-Fargeau, que determinava que 'todo o condenado à morte terá sua cabeça decepada'. Abolia-se a forca, a espada e a roda, bem como as torturas. Em seguida, a Assembléia Nacional autorizou o Secretário da Academia de Cirurgia, a idealizar o aparelho mortífero. Este entregou a parte mecânica do projeto para um prosaico fabricante de harpas. Na verdade, o artefato deveria chamar-se 'ouison', mas, uns tempos antes, o jornal monarquista Actes des Apôtres, satirizando o projeto, publicou que cette machine suplicielle devra-t-elle porter la denomination douce... de guillotine! (esta máquina supliciadora deveria trazer a doce denominação de... guilhotina!) Pobre Doutor Guillotin! Morreu de carbunculose [infecção cutânea por staphylococcus] em 1814.(b)

       Mas, o que é geralmente desconhecido é que quando a cabeça é violentamente separada do corpo - degolação - o coração continua a bater durante aproximadamente trinta minutos... (o HOMEM ESPIRITUAL está no CORAÇÃO - que corresponde à TRÍADE SUPERIOR. Há no CORAÇÃO um Centro de Vida que é último a cessar de bater - Sede de Brahman)(7); e 2º) Continuando a examinar a Surata, lê-se: Então o incrédulo ficou confundido, porque Deus não ilumina os iníquos... Ora, aqui fica absolutamente claro que o Sábio Muhammad não considerava Abraão um iníquo. Então, quem somos nós... Precisamos começar a admitir a possibilidade de que Abraão, Jesus e Muhammad possam ter uma ORIGEM COMUM.

       E concedemos a Jesus, filho de Maria, as evidências e o confortamos com o Espírito da Santidade.(8) ... os anjos disseram: ó Maria... Deus te alvíssara novas felizes com seu Verbo, cujo nome será Jesus, o Messias... nobre neste mundo e no outro, e se encontrará entre os bem-aventurados.(9) Eu [Jesus] vim para confirmar-vos a Torá que vos chegou antes de mim, e para liberar-vos algo que está vedado. Eu represento um sinal de Vosso senhor. Tomai-O, pois...(10) Sabei que Deus é meu Senhor e o vosso. Adorai-o, pois. Esta é a Verdadeira Senda.(11) Precisamos todos começar a aceitar e a nos conformar com o fato de que o Profeta Muhammad sabia exatamente quem eram Abraão e Jesus. Deus te alvíssara novas felizes com seu [VERBUM] ... vim para confirmar-vos a Torá... Sabei que Deus é meu Senhor e o vosso... Quando digo exatamente, quero dizer EXATA, INTEGRAL, RIGOROSA, IRRETOCAVEL e PERFEITAMENTE. Talvez, para que pudesse ser mais bem aceito pelo povo de sua época, Muhammad, estratégica e inteligentemente, tenha se feito passar por iletrado, suprema virtude de humildade - IGUAL ENTRE IGUAIS, IRMÃO ENTRE IRMÃOS, PASTOR ENTRE AS OVELHAS - apresentando-se exotericamente incapacitado para escrever o que lhe era transmitido pela Divindade (que escolheu e determinou, conforme é admitido no Islã, como Revelador o Arcanjo Gabriel), socorrendo-se, para esse agregador mister, conforme já foi aludido mais acima, de diversos escribas comprometidos com a Nova Ordem, de aderentes conversos ou de pessoas de sua estrita confiança, criteriosamente escolhidos, tanto em Meca quanto em Medina. O CÍRCULO... Mesmo assim, teve problemas em Meca... Depois... Compreensão e perdão. O que não lhe coube - essa não era sua Missão - foi divulgar ao povo as conexões entre os Avatares e suas ligações com a GRANDE LOJA BRANCA, muito menos tornar públicas as vinculações das Religiões Autênticas com esta GRADE LOJA - como é o caso do Islamismo - apesar de o Profeta Muhammad, ele próprio, ter sido um Iluminado. Aceitemos ou não, compreendamos ou não, há um Islamismo Esotérico e Iniciático, como há uma Igreja Joanita, um Budismo Esotérico e um Judaísmo Iniciático. Todos estes Movimentos são IRMÃOS ENTRE SI. Mais não deve ser dito ou especulado. Muhammad foi uma LUZ que veio para unir o que estava disperso sob uma única Lei. Seu povo, contudo, não estava preparado ouvir e conhecer todas as LEIS que regulam a RESPONSABILIDADE CATEGÓRICA PERANTE A CONSCIÊNCIA CÓSMICA. Também Abraão e Jesus fizeram isso. Buddha, em certo sentido, avançou um pouco mais. As mentes eram outras... E Pitágoras... Mas os Três (Abraão, Jesus e Muhammad) mantiveram CÍRCULOS ÍNTIMOS E PRIVATIVOS DE INICIADOS, aos quais eram ensinadas as LEIS que os catecúmenos ainda não podiam conhecer. Geralmente, este tipo de ação mística é regulada por círculos concêntricos, cujo poder e conhecimentos se diluem do centro para a periferia. Uma possibilidade é:

 

1 < 12 < 72 < 360

12 + 72 + 360 = 444

444 = 4 + 4 + 4 = 12

12 = 1 + 2 = 3

TRÊS = UNIDADE

 

       As separações, as divisões, as idolatrias, as criações mentais de falsos deuses etc. não vieram das bocas de Abraão, de Jesus ou de Maomé. Os entes se perdem quando seus líderes espirituais se afastam. Falsos líderes e falsos profetas tomam seus lugares, e acabam por conduzir segmentos da massa humana para desvãos, muitas vezes, horripilantes e inconcebíveis para a razão mais irracional. Eu, pessoalmente, estou informado de que atravessadores, traficantes e assassinos (eventuais) de aluguel têm se mostrado horrorizados com o que está acontecendo na Palestina e no Iraque. De ambas as partes. Dos agressores e dos agredidos. Francis Albert Sinatra (12/12/1915-14/5/1998), certa vez, afirmou: não é possível manter ódio no coração e, ao mesmo tempo, viver uma vida saudável. PRECONCEITO NÃO COMBINA COM CIDADANIA. Acho que não perderei tempo nem tomarei o tempo do leitor, se reproduzir alguns Artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Então(c):

 

Artigo I

Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e de consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de FRATERNIDADE.

 

Artigo III

Toda pessoa tem direito à VIDA, à liberdade e à segurança pessoal.

 

Artigo V

Ninguém será submetido à TORTURA, NEM A TRATAMENTO OU CASTIGO CRUEL, DESUMANO OU DEGRADANTE.

 

Artigo IX

Ninguém será ARBITRARIAMENTE preso, detido ou exilado.

 

Artigo XVIII

Toda pessoa tem direito à LIBERDADE DE PENSAMENTO, CONSCIÊNCIA E RELIGIÃO; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a LIBERDADE DE MANIFESTAR ESSA RELIGIÃO OU CRENÇA, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.

 

Artigo XIX

Toda pessoa tem direito à LIBERDADE DE OPINIÃO E EXPRESSÃO; este direito inclui a LIBERDADE de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e TRANSMITIR INFORMAÇÕES E IDÉIAS POR QUAISQUER MEIOS e independentemente de fronteiras.

 

Artigo XXIV

1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará sujeita apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
3. ESSES DIREITOS E LIBERDADES NÃO PODEM, EM HIPÓTESE ALGUMA, SER EXERCIDOS CONTRARIAMENTE AOS PROPÓSITOS E PRINCÍPIOS DAS NAÇÕES UNIDAS.

 

Artigo XXX

Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à DESTRUIÇÃO DE QUAISQUER DOS DIREITOS E LIBERDADES AQUI ESTABELECIDOS.


Agora, para refrescar nossa memória, alguns fragmentos da Declaração dos Direitos da Criança(d):

 

PRINCÍPIO 1º

A criança gozará TODOS os direitos enunciados nesta Declaração. Todas as crianças, absolutamente sem qualquer exceção, SERÃO CREDORAS DESTES DIREITOS, sem distinção ou discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição, quer sua ou de sua família.

 

PRINCÍPIO 5º

À criança incapacitada física, mental ou socialmente serão proporcionados o tratamento, a educação e os CUIDADOS ESPECIAIS exigidos pela sua condição peculiar.

 

PRINCÍPIO 6º

Para o desenvolvimento completo e harmonioso de sua personalidade, a criança precisa de AMOR E COMPREENSÃO...

 

PRINCÍPIO 7º

Ser-lhe-á propiciada uma educação capaz de promover a sua cultura geral e capacitá-la a, em condições de iguais oportunidades, desenvolver as suas aptidões, sua capacidade de emitir juízo e seu senso de responsabilidade moral e social, e a TORNAR-SE UM MEMBRO ÚTIL DA SOCIEDADE.

 

PRINCÍPIO 8º

A criança figurará, em quaisquer circunstâncias, entre os PRIMEIROS A RECEBER PROTEÇÃO E SOCORRO.

 

PRINCÍPIO 9º

A CRIANÇA GOZARÁ PROTEÇÃO CONTRA QUAISQUER FORMAS DE NEGLIGÊNCIA, CRUELDADE E EXPLORAÇÃO. NÃO SERÁ JAMAIS OBJETO DE TRÁFICO, SOB QUALQUER FORMA.

 

PRINCÍPIO 10º

A CRIANÇA GOZARÁ PROTEÇÃO CONTRA ATOS QUE POSSAM SUSCITAR DISCRIMINAÇÃO RACIAL, RELIGIOSA OU DE QUALQUER OUTRA NATUREZA. Criar-se-á num ambiente de compreensão, de tolerância, de amizade entre os povos, de paz e de fraternidade universal e em plena consciência QUE SEU ESFORÇO E APTIDÃO DEVEM SER POSTOS A SERVIÇO DE SEUS SEMELHANTES.


E, por último, alguns itens da Convenção Sobre os Direitos Políticos da Mulher(d):

 

Artigo 1

As mulheres terão, EM IGUALDADE DE CONDIÇÕES com os homens, o direito de voto em todas as eleições, sem nenhuma restrição.

 

Artigo 2

As mulheres serão, EM CONDIÇÕES DE IGUALDADE com os homens, elegíveis para todos os organismos públicos de eleição, constituídos em virtude da legislação nacional, sem nenhuma restrição.

 

Artigo 3

As mulheres terão, EM CONDIÇÕES DE IGUALDADE, o mesmo direito que os homens de ocupar todos os postos públicos e de exercer todas as funções públicas estabelecidas em virtude da legislação nacional, sem nenhuma restrição.

 

* * * * * * *

       Retornando ao prazeroso estudo do Alcorão Sagrado, apresentarei alguns Versículos extremamente interessantes. Pelo que já foi discutido anteriormente será fácil chegar a uma conclusão convergente. Ó adeptos do Livro, porque questionais acerca de Abraão...(12) Abraão ... foi... monoteísta, submisso e nunca se contou entre os idólatras.(13) Os mais chegados a Abraão foram aqueles que o seguiram, assim como (o são) este Profeta e seus prosélitos.(14) ... Deus elegeu a Abraão por fiel amigo.(15) E eis que Nossos Mensageiros trouxeram a Abraão alvíssaras de boas novas...(16) Abraão era Imã e monoteísta consagrado a Deus e jamais se contou entre os idólatras.(17) Anteriormente havíamos concedido a Abraão o seu discernimento porque o sabíamos digno disso.(18) E quando Nossos Mensageiros Angelicais levaram a Abraão a alvíssara de boas novas...(19) Sabei que entre seus prosélitos estava Abraão.(20) Que a Paz esteja com Abraão!(21) Porque foi um dos Nossos servos crentes.(22) E o abençoamos a ele e a Isaac.(23) E menciona Nossos servos Abraão, Isaac e Jacob, poderosos e sagazes.(24) Tivestes um excelente exemplo em Abraão e naqueles que o seguiram...(25) Em verdade, isto se acha nos primitivos Livros.(26) Nos Livros de Abraão e de Moisés.(27)

       Todas estas passagens do Corão ditadas pelo Profeta Muhammad reforçam as convicções anteriormente examinadas. Muhammad era um Iluminado, um Iniciado e um Mensageiro Privilegiado. Como tantos outros que o precederam. Já citei alguns. Muhammad acrescentou outros. Por exemplo, Moisés. Agora, que se entenda concertadamente: não são todos, estes Mensageiros, do mesmo nível hierárquico, ainda que todos pertençam a uma mesma Hierarquia. Nem é a mesma a Lei que os traz a este Plano. Acredito que seja fácil compreender, por exemplo, que Harvey Spencer Lewis, Ralph Maxwell Lewis e Christian Bernard representem instâncias distintas de uma mesma Irmandade. E que Akhnaton, Vivente Velado e eu, ainda que lutando pelo mesmo ideal e pertencendo a uma Fraternidade comum, estejamos em degraus diferentes do TECLADO que sustenta esta Irmandade. Como poderei eu me comparar a Velado e a Akhnaton? João Batista e Jesus eram dois. Mas, também eram um. O propósito é o mesmo. Em todos os Iniciados. O propósito é o mesmo em todas as Fraternidades. O propósito é o mesmo em todos os Transmissores. Jesus e Muhammad são dois e ao mesmo tempo são UM. É preciso muita, superlativa, atenção para o conteúdo do Versículo 157 da 4ª Surata: E por dizerem: Matamos o Messias, Jesus, Filho de Maria, o Apóstolo de Deus, embora não sendo, na realidade, certo que o mataram nem que o crucificaram, senão que isso LHES FOI SIMULADO. E aqueles que discordam quanto a isso estão na dúvida, porque NÃO possuem conhecimento algum, abstraindo-se tão-somente em conjecturas: PORÉM, EM REALIDADE, NÃO O MATARAM.

 

* * * * * * *

 

       O fato invencível é que as pessoas, por se recusarem a raciocinar (misto de preguiça, de ataraxia e de incultura consentida) e por viverem amedrontadas com o que acontecerá no pós-vida(!?), aceitam sem contestação todas as pílulas que lhes são empurradas pela garganta. Está certo o Profeta. Sabia mais, muito mais, do que pôde expor nesta última Surata que citei. Calou! Ainda era tempo de silêncio! Era um sábio: viveu no meio do seu povo esforçando-se para não ser notado.
Por que os Flinstones comemoravam o Natal se eles viviam em uma época antes de Cristo? Por que no filme O Planeta dos Macacos o astronauta não desconfia em que planeta está, se todos os macacos falam inglês? Adão e Eva tinham umbigo? Se continuarmos a pensar e a fazer sempre as mesmas coisas, só iremos continuar a pensar e alcançar (ou conquistar) as mesmas coisas. E a Dialética? E o processo de elevação consciente da personalidade-alma que deve, como recomendou Platão, partir da realidade concreta em direção ao Mundo Inteligível e, finalmente, à idéia do Bem e, ascensionalmente, à idéia de SVMMVM BONVM? O famoso pensador português Leonardo Coimbra (1883-1936) denominou este processo de fazimento mental cristalizado, repetitivo e empedrado de coisificação. Quem mata o 'tempo' não é um assassino: é, sim, um suicida. Alguém disse isso. Se Leonardo vivo estivesse, concordaria. Eu concordo. Matar o tempo é perder tempo.

* * * * * * *

       Thutmose III, Pitágoras e HUT HU MI, três e ao mesmo tempo UM. Elias e João Batista, dois e ao mesmo tempo UM. Ptha, o Arquiteto, Robert Fludd, o Alquimista e Iolanda Therezinha Marcier. Três. UM. Um aviso: é absolutamente necessário não confundir personificações projetadas no Plano Terrestre com reencarnação. São Leis distintas que regulam tais manifestações. E tais manifestações podem ocorrer tanto em corpos masculinos quanto em femininos. Um dos ensinamentos ocultos está na repetição de retornos de um Grau Superior a um Grau Inferior. No que concerne especificamente à Lei da Reencarnação, SETE é, geralmente, o número que regula o LIMITE para reencarnações em um mesmo padrão vibratório, isto é, em um mesmo sexo. Enquanto a RODA não for esgotada... Agora, sob outra visada, Pitágoras, Platão, Moria, Muhammad, Francis Bacon, Santo Tomás, João XXIII, Buddha, Alan Kardec, Chico Xavier, Moisés, Amônio Sacas e muitos outros são diversos e são UM. Outra é a Lei. Um mercador... e Rodolfo D. Pizzinga, entre muitos, dois... N... UM. Objetivo: o mesmo. SEMPRE. Como deixou gravado o Mestre Apis, o Iluminador da Senda Rosacruz, DEZENOVE PALAVRAS:

 

 

      Aqui está a beleza! Aqui também mora o místério! Se p e p + 2 são números primos, então, estes são chamados de NÚMEROS PRIMOS GÊMEOS! Mestre Apis sabia desta relação Cósmico-Místico- Matemática. O SÉTIMO número primo é DEZESSETE. Então, 17 + 2 = 19. São GÊMEOS 17 e 19;... 17 + 19 = 36! O Valor Secreto deste Número {VSN = N(N + 1)/2} permite diversas associações: a) III Livro dos Reis, X, 14: E o peso de ouro que era levado a Salomão todos os anos era de seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro; b) Quadrado do Sol; c) Domingo; d) Metal = Ouro; e) Cor esotérica = azul; f) Coração...; g) Constante do Sol = 111 = ALeF; h) ALHIM = MIHeLA = MIHAeL. Na Surata, Versículo 98 está escrito: Seja quem for inimigo de Deus, de Seus Anjos, de Seus Apóstolos, de Gabriel e de MIGUEL [MIHAeL], saiba que Ele [Deus] é adversário dos incrédulos. 17... 153... DEZENOVE PALAVRAS... 190...CaNaAN (20 + 50 + +70 + 50 = 190)... TERRA PROMETIDA!... O JARDIM!... BEM!... JUSTIÇA!... BELEZA!...153 + 190 = 7³!... 343!... 10!... UM. DEZENOVE conduz também ao Arcano XIX do Tarô! O SOL! Este é o Arcano da INTUIÇÃO CÓSMICA TRANSRACIONAL!

 

* * * * * * *

 

SOL = INTUIÇÃO = INTELIGÊNCIA + SABEDORIA

 

 

* * * * * * *

 

MIHI   FIAT   SECUNDUM   VERBUM   TUUM!

 

 

* * * * * * *

UNIDADE

CÓSMICA

SAGRADA

 

       As animações apresentadas abaixo, inspiração artística de John Bell, simbolizam a GEOMETRIA CÓSMICA SAGRADA (SACRED GEOMETRY). Talvez seja interessante observar e meditar um pouco em cada mandala e emitir, ao final, um pensamento de PAZ e de LUZ ao nosso Planeta em crise.

 

311 040 x 1 000 000 000

http://home.kooee.com.au/sandalphon/

 

 

Mandala

 

Mandala

 

Mandala

 

Mandala

 

Mandala

 

Mandala

 

Mandala

 

Mandala

 

Mandala

 

Mandala

 

Mandala

 

Mandala

 

* * * * * * *

TETRACTYS

PITÁGORAS

K-H

DEZESSETE

 

 

Tetractys

 

 

Tetractys

 

 

Tetractys

 

 

* * * * * * *

 

UNIVERSO: VIBRAÇÃO PERPÉTUA

.

... 2 ...

... 4 ...

... 8 ...

... 16 ...

... 32...

... 64 ...

... 128 ...

... 256 ...

... 512 ...

... 1024 ...

... 2048 ...

... 4096 ...

... 8192 ...

... 16384 ...

... 32768 ...

... 65536 ...

...131072 ...

... 262144 ...

... 524288 ...

... 1048576 ...

... 2097152 ...

... 4194304 ...

... 8388608 ...

... 16777216 ...

. . . . . . . .

. . . . . . . .

. . . . . . . .

 

 

Universo

 

 

Universo

 

 

Universo

 

 

RADIAÇÃO de FUNDO do UNIVERSO

 

         Se a radiação do fundo do Universo fosse totalmente homogênea, não haveria formação de estrelas nem de galáxias. A matéria se acumula onde há uma pequena redução na temperatura da radiação, representada na figura por um vale. Esta simulação computacional feita por M.White, mostra como a interação gravitacional aumenta o constraste inicial. (http://astro.if.ufrgs.br)

 

 

EXPANSÃO do UNIVERSO

Temperatura atual: 2,735º K (-270,265º C)
Densidade: 400 fótons/cm³
Fluxo: 10 trilhões de fótons/s/cm²

 

(Durante a expansão, todos os objetos se afastam um dos outros e a luz vai aumentando de comprimento de onda. A radiação do fundo do Universo, que é uma emissão em microndas no presente e é chamada de Cosmic Microwave Background, contribui com 1% do ruído das transmissões de sinais por antenas – não por cabo).

 


 

 

* * * * * * *

 

PACEM IN TERRIS...

 

* * * * * * *


       Poderia o Profeta Muhammad discordar de tanta beleza? NÃO! ELE SABIA! Podem muçulmanos, católicos, judeus, budistas e homens e mulheres de boa vontade discordar de tanta beleza? Muhammad sabia: São blasfemos aqueles que dizem: Deus é o Messias, filho de Maria.(28) Pergunto com Muhammad: Como foi possível a confraria católica chegar ao absurdo de afirmar que a D' VINDADE tenha, privilegiada, arbitrária e unilateralmente, escolhido o Planeta Terra, na Palestina de 2000 anos atrás, o ventre de Maria e o corpo de Jesus para visitar a Humanidade? Penso, com humildade e respeito pelas opiniões divergentes da minha, da seguinte forma:


CREIO EM UMA SÓ DIVINDADE

Consciente. Inconsciente.

Nas Diástoles Universais

Consciente em cada ente

Algo menos, algo mais.

 

Metafísica Saudade:

Espaço? Tempo? Inexistente.

Assintótica intemporalidade.

KÓSMOS: uma só MENTE.

Se D'US é OMNIPRESENTE — está presente em todos os lugares — por que os seres olham para cima para falar com ELE?

DEUS HOMO EST

 

* * * * * * *



       Retornando ao estudo Corão, lê-se: E depois dos outros Profetas - Alcorão, 5ª Surata, Versículo 46 - enviamos Jesus, filho de Maria [não D'US], corroborando a Torá que o precedeu: e lhe concedemos o Evangelho que encerra Direção e Luz, o qual confirma a Torá e é guia e exortação para os tementes. Continua o Livro: Crede em Mim e no Meu Enviado [Jesus]...(29) ...Tu conheces [disse Jesus a D'US] a natureza da minha mente, ao passo que ignoro o que encerra a Tua. Somente Tu és Onisciente por excelência.(30) Não lhes disse senão o que me ordenaste: Adorai a Deus, meu Senhor e o vosso...(31) E a Zacarias, a Iáhia (João), a Jesus e Elias, pois todos eles se contavam entre os virtuosos.(32)

       Acredito que as ligações de tudo quanto foi misticamente especulado neste livro digital poderão ser feitas ao se ler o conteúdo do 6º Versículo, da 61ª Surata: E de quando Jesus, filho de Maria, disse: Ó israelitas, em verdade, sou o Apóstolo de Deus enviado a vós, corroborante de tudo quanto a Torá antecipou no tocante às predições... de um Apóstolo que virá depois de mim, cujo Nome será AHMAD [um dos nomes do Profeta Muhammad].

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS E ADITAMENTOS


       Hoje, já há mais de 1,3 bilhão de muçulmanos na Terra. Desse total, em torno de um milhão vivem Brasil. Contudo, a maioria dos seguidores do Islamismo se encontra localizada na Ásia e no Médio Oriente. Segundo estimativas, um em cada quatro habitantes do Planeta será muçulmano dentro de quinze anos. Talvez antes. Como todas as Grandes Religiões da Segunda Via (ISLAMISMO ESOTÉRICO = 1ª VIA; ISLAMISMO EXOTÉRICO = 2ª VIA), prega a concórdia e o amor ao próximo. A grande maioria dos seguidores dos ensinamentos do Profeta Muhammad é pacífica, tolerante e hospitaleira. Sabe conviver em paz com seus vizinhos, professem eles (os vizinhos) a religião que professarem. O Rio de Janeiro é um exemplo dessa fraternidade. No Centro da Cidade, lá pela altura da Rua da Alfândega, há um local chamado SAARA (Sociedade de Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega). Sigla sugestiva! É uma associação formada em 1962 pelos comerciantes de uma das mais antigas e dinâmicas áreas comerciais do Rio de Janeiro. Tornou-se de tal maneira popular que passou a identificar todo o trecho do Centro do Rio circundado pelas Ruas dos Andradas, Buenos Aires, Alfândega e Praça da República. Na SAARA é encontrada a maior variedade de mercadorias do Rio de Janeiro. Nas suas mais de 600 lojas pode-se encontrar roupas, brinquedos, calçados, artigos esportivos, artigos de festa, entre muitos outros. Na SAARA, há todos os tipos de mercadorias em um só lugar com a garantia dos melhores preços da Cidade. Lá, é fato, encontra-se de tudo. E, baratinho! São negros, brancos, mulatos, caribocas, católicos, judeus, muçulmanos, imigrantes... Outro dia encontrei por lá um negão de dois metros de altura por um de largura. O cara era um armário. Duplex! Estava vendendo uns chaveiros que piscavam intermitentemente uma luz azulada. Perguntei o preço, avisando que se fosse caro eu não compraria nada. O rosto do gigante sumiu e no seu lugar apareceu uma boca cheia de dentes branquíssimos. Sem nenhuma cárie aparente. O homem transformou-se em um sorriso só. Claro, tinha arpoado um peixe. - Prrra você, quatrrro rrreal - respondeu com um sotaque indecifrável. Antes de comprar qualquer coisa, bati um papinho com ele. Contou-me que era africano de um país que agora não consigo me lembrar. Estava tentando a sorte no Brasil. - Vou levar três vaga-lumes - falei para o simpático negão do país que me esqueci. Ele riu muito de eu ter apelidado seus chaveiros de vaga-lumes. Sem eu pedir, ele propôs: - Prrra você, eu faz os trrrês porrr dez rrreal. Tamu cunverrrsado. Achei aquilo sensacional. Mesmo com a diferença em meu favor, é claro que aquela bagulhada deveria estar dando um retorno para ele de uns 100%. Talvez um pouco menos. Mas, vocês sabem, eu não aceitei o desconto e paguei 'doze rrreal' pelo lote de três chaveiros pisca-pisca. Acabei não ficando com nenhum. No mesmo dia já tinha dado todos eles. Mas, não é assim que tem que ser? O que eu iria fazer com um chaveiro acende-apaga? Com três eu acabaria pensando que era um chaveiro-vagalume ou vaga-lume-chaveiro! Só de ficar olhando para um deles eu comecei a ficar meio tonto! Os pisca-vaga-pisca-chaveiro-pisca-lumes foram mais importantes para quem eu os dei. Fiquei feliz por quem os ganhou.

       Lá, na SAARA, todos são amigos e se auxiliam mutuamente. Eles só não gostam muito dos compradores que não regateiam. Se você não pechinchar um pouco, não será considerado um bom cliente. Eu pechincho sempre. A diferença, geralmente, dou para os que necessitam mais do que eu. Na maioria das vezes dou muito mais. Entretanto, sou um ex-professor universitário a quem nunca faltou nada. Nem quando passávamos alguma necessidade - eu e minha mãe. Ela lavando roupa; eu brincando com quebra-nozes, panelas, pregadores, chaleiras...

 

* * * * * * *

       Embora a religião recebida por Muhammad esteja historicamente ligada aos árabes, o Islamismo não configura uma mesma e exclusiva etnia. Na verdade, a maioria dos muçulmanos é originária de povos não-árabes, sendo que a Indonésia é o maior País muçulmano do mundo. De acordo com a tradição, todos os Livros Sagrados estão contidos no Corão e todos os significados do Corão estão contidos em AL-FATIHA - a Surata d'Abertura, constituída de SETE VERSÍCULOS e que contém a imploração: GUIA-NOS À SENDA RETA. Por isso, se um fiel lê a Surata AL-FATHIA é como se tivesse lido todos os Livros Sagrados, incluindo o Corão. O muçulmano não deve perder nenhuma ocasião de orar em congregação, cada vez que tal ocasião se apresentar. A oração em congregação é uma brilhante demonstração da unidade de objetivo e ação, de piedade e de humildade coletiva perante Deus, e de solidariedade efetiva entre muçulmanos(y).

       Geralmente, como afirmei e é de domínio público, estão em paz, como determina tacitamente a sua religião. É nas Mesquitas que o Sheik ou Imã - Sacerdote - através de seus sermões - Khutba - prega a obediência a Deus ou seja 'al-amr bi al-maruf'. A Lei Islâmica ordena ao homem que faça o bem e rechace o que é repreensível; é também obrigatório para os muçulmanos incutir o bom comportamento em seus familiares e em companheiros(y).

       Mas, há uma minoria radicalíssima que... Não há quem não saiba o que está acontecendo no mundo. O povo muçulmano vem sendo discriminado, ofendido, maltratado e desrespeitado há séculos. Agora, todos passaram a desconfiar deles. Uma lástima imperdoável! Bem, perdoável, mas vergonhosa. E a ONU, inspirada em boas intenções, incrustou naquela região o Estado de Israel. Tudo piorou consideravelmente para os palestinos, a ponto de hoje nem sequer terem autonomia como Estado. Aliado a tudo isso, o desinteresse dos EUA - os poderosos-especialistas da hora - em promoverem uma solução efetiva para o problema do Médio Oriente tem dado fôlego a Israel para cometer toda a sorte de atrocidades contra esta milenar comunidade. Refiro-me, particularmente, à Palestina. Por outro lado, essa fedorenta e maldita coalizão de ratazanas do banhado enfiou na glande cerebróide que vai fazer (está fazendo) do Iraque um teatro de operações de sei-lá-o-quê para conquistar todos-nós-sabemos-muito-bem-o-quê. Os poderosos-especialistas são mutantes estupidificados que pensam que sabem cada vez mais sobre determinado tema que desconhecem, mas, na realidade, sabem(?) - sem saber que não sabem - cada vez menos sobre aquilo que presumem saber, e, ao fim e ao cabo do cumulativo e destrutivo não-saber, acabam sabendo uma caganita sobre absolutamente nada.

       Os poderosos-especialistas do mundo deveriam ouvir o conselho de Emerson (1803-18820): You shall have joy, or you shall have power, said God; you shall not have both. Mas, será que os corações desses indivíduos sabem o verdadeiro significado da alegria? Acredito sinceramente que não. Mas, não é nossa missão também ajudá-los a sair da Caverna? Os estudiosos de Filosofia asseguram que há quatro interpretações para o Mito da Caverna. 1º) Simboliza os múltiplos graus nos quais a realidade ontologicamente está dividida. O VERDADEIRO SER encontra-se do outro lado do muro e o SOL representa o SVMMVM BONVM; 2º) O segundo simbolismo está vinculado aos graus do conhecimento, isto é à Dialética desejavelmente ascensional: eikasia (ilusão), pistis (fé), dianoia (entendimento ou razão discursiva) e noesis (inteligência ou razão intuitiva); 3º) Uma terceira interpretação é o que se poderia denominar de LIBERTAÇÃO DOS GRILHÕES. MUNDO VISÍVEL = CAVERNA = REALIDADES OBJETIVAS. MUNDO SUPERIOR = INTELIGÍVEL = ATUALIDADE CÓSMICA. A visão do SOL e da LUZ sinonimizam a visão do BEM e a contemplação da D'VINDADE; e 4º) A quarta possibilidade para o Mito da Caverna está associada à concepção platônica da Política. É, em realidade, uma concepção Místico-Política. Não podemos por de lado o fato de que Platão era um INICIADO. Sua SUPREMA INICIAÇÃO aconteceu no Egito... Isto, portanto, está associado à idéia de RETORNO. Aquele abençoado que se livra de suas algemas deve retornar à CAVERNA para auxiliar na libertação daqueles que lá, com ele, eram escravos e continuam a viver como escravos de seus desejos, paixões, cobiças e equívocos. A descida à CAVERNA é equivalente ao sacrifício dos Avatares (Nirmânâkâyas) e dos Adeptos que encarnam para auxiliar seus irmãos. Uns e outros sabem o duplo risco que correm. A ausência da LUZ, EM FUNÇÃO DO DECAIMENTO VIBRATÓRIO, poderá fazê-los não enxergar com concertamento o que precisa e deve ser enxergado. Mas, conforme já aludi anteriormente, um dos ensinamentos ocultos está na repetição de retornos de um Grau Superior a um Grau Inferior. Nestas repetições aparece o segundo risco. Estes Iniciados, além de terem dificuldade em se readaptar aos antigos companheiros de peregrinação e aos próprios modus vivendi e faciendi deste Plano, têm grande probabilidade de não serem entendidos e de serem acoimados de loucos, de nefelibatas, de românticos, de tolos, de utópicos e, principalmente, de perigosos para o establishment. Correm assim o risco (calculado) de serem excluídos e até assassinados. Uns são assassinados mesmo por darem testemunho em uma dimensão do tipo socrática. Não com cicuta. Isto, há seculos, tornou-se démodé. Se não estiverem atentos, o pau canta em casa de Noca. Outros são perseguidos e vexados. Alguns poucos se retratam; a maioria, não. Sócrates, Jesus, Lord Raymund VI, Jacques de Molay, Giordano Bruno, Joana D'Arc, Mahatma Gandi...

       Mas, aquele que conheceu o SVMMVM BONVM aceitará correr esse risco, pois compreendeu que este é o ÚNICO sentido da EXISTÊNCIA. Então, vamos pensar um pouquinho nas palavras de Blake (1757-1827), que eu tive a ousadia de modificar um tanto. Nem tanto:

 

Quem acorrenta a si uma alegria passageira,

Compromete inconscientemente a VIDA ALADA.

Mas, quem BEIJA A ALEGRIA em pleno vôo,

VIVE NO NASCER DO SOL DA ETERNIDADE!

 

Sugiro, aos que ainda não conhecem, uma visita aos sites:

 

http://www.amorc.org

http://svmmvmbonvm.org

http://www.maat-order.org

http://svmmvmbonvm.org/latinoportal.htm

http://www.geocities.com/rosicrucian_2000/mport.htm

 

 

* * * * * * *

 

       O que lhes sobra? O que sobra aos palestinos e aos iraquianos? Sharon Rolha-De-Poço, de um lado, assassinando seletiva e generalizadamente e arrasando tudo que pode; e Bush Surdo-Que-Só-Ouve-O-Que-Quer, do outro, assessorado por uma tropa de fazer inveja ao Terceiro Reich, dizimando sem perdão o povo sofrido da Terra Entre Dois Rios (Tigre e Eufrates). O que sobra, repito, aos palestinos e aos iraquianos? Reagir e lutar por dias melhores. Mas, o que não posso admitir é o terrorismo indiscriminado que ceifa vidas inocentes. O argumento de que escandalizando o mundo com atrocidades localizadas (coletivas ou individuais) fará com que os Governos envolvidos nas usurpações e nos fratricídios se retraiam e que até possam vir a desistir de seus projetos abomináveis de dominação-apoderamento-ilícitos, não é justificável perante a Consciência Cósmica, dê-se a Essa Consciência o Nome que se desejar. Até porque o seu NOME não pode ser pronunciado. É um SOM IMPRONUNCIÁVEL. As VOGAIS... Os apelidos que impusemos à D'VINDADE desde a separação dos sexos na Quinta Sub-raça da Terceira Raça-raiz são tão variados, que hoje, mais um ou menos um não faz a mínima diferença. Há, portanto, um flagrante equívoco da Coalizão das Trevas -THE CHRISTIAN COALITION - (americanos, ingleses, australianos, italianos etc.) em sua fome insaciável e truculência inconcebível, como há, em contrapartida, uma insanidade ultra-radical do outro lado, que não está realmente interessada ou preocupada em não ferir pessoas inocentes e incapazes de se defender ou esboçar qualquer tipo de reação. Vamos estropiar com o Ocidente e dar o troco cavalarmente por tudo aquilo que já fizeram, fazem e pensam em fazer no futuro. Covardia de ambos os lados.

 

Horror versus Terror.

Terror versus Horror.

Horror, antítese do Amor.

Terror, síncrese do Amor.

Amor, reflexo do AMOR.

AMOR, por AMOR, amor!

Tão-só com e pelo amor

Poderá ser sentido o AMOR.

AMOR

OM

RA

OM RA

OM RA MA

OM RA MA OM

 

       O pior de tudo isso, se há algo que possa ser pior do que o que está acontecendo, é que nem a Bíblia, nem o Talmude, nem o Corão incitam a atitudes e estratégias dessa natureza. Ora, quem não sabe isso? Todos. Então, é de se concluir que os beligerantes de todos os lados não estão dispensando o devido respeito pelos Livros Sagrados de suas Religiões. Também estão sendo flagrantemente desrespeitadas a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Declaração dos Direitos da Criança, a Convenção Sobre os Direitos Políticos da Mulher e a Declaração Islâmica Universal dos Direitos Humanos baseada no Alcorão e na Sunnah. Será que este meu raciocínio é muito infantil? Acho que é. Mas não me incomodo, porque, na verdade NÃO É. Se eu fosse religioso - Muçulmano, Católico, Judeu ou de outra denominação - jamais aviltaria os códigos que sustentassem a religião à qual estivesse vinculado. Curiosamente, os judeus, muçulmanos, católicos, espíritas e salafras que conheço pensam da mesma forma. Serão todos pacóvios? Ou serão romântico-utópicos como eu? Eu não sou romântico-utópico coisa nenhuma. Nem eles. A coisa toda é tão estapafúrdia, que até os nefelibatas e os alienados andam preocupados e comentando aqui e ali a situação mundial. Não conheço ninguém que não torça por um empate técnico justo e honrado. Mas, hoje, estou com meu coração mergulhado no Corão. NÃO QUERO MAIS PENSAR EM GUERRA. Por enquanto. Mas... Até hoje, 59 anos depois de encerrada a Segunda Grande Guerra, não consegui compreender por que os pilotos japoneses (kamikases) usavam capacete? Aliás, não consigo digerir nem compreender guerra alguma. Est modus in rebus, sunt certi denique fines. (Há uma justa medida em todas as coisas; existem, afinal, certos limites que devem ser respeitados).

       Peço, novamente, com humildade e respeito, que o Profeta Muhammad ilumine meus pensamentos para que eu possa servir à causa da Paz, da Justiça e da Fraternidade entre todos os povos da Terra. Vou voltar ao Corão e meditar mais um pouquinho. Depois, para concluir, examinarei a questão da liberdade, com base em meu entendimento das palavras do Profeta. Aliás, este ensaio não está sendo, todo ele, uma reflexão e uma dialética sobre a LIBERDADE?


A LIBERDADE


A Surata 24, Versículo 33, ensina: ...Quanto àqueles dentre vossos escravos ou escravas que vos peçam por escrito a liberdade, concedei, desde que os considereis dignos dela, e gratificai-os com uma parte dos bens com que Deus vos agraciou. Não incitei vossas escravas à prostituição para proporcionar-vos o gozo transitório da vida terrena... Mas, se alguém as compelir, Deus as perdoará por terem sido compelidas, porque é... Misericordiosíssimo.


A COBIÇA


A Surata 102, Versículos 1, 2 e 8, ensina: A cobiça vos entreterá. Até que desçais aos sepulcros... Então, sereis interrogados, nesse dia, a respeito dos prazeres.


ALUCINAÇÃO PELA VIDA TERRENA


A Surata 31, Versículo 33, ensina: ...não vos alucine a vida terrena nem vos engane o sedutor com respeito a Deus.


ASSASSINATO


A Surata 4, Versículo 93, ensina: Quem matar intencionalmente um crente, seu castigo será o inferno, onde permanecerá eternamente. Deus o anatematizará, o amaldiçoará e lhe preparará um suplício atroz. A Surata 5, Versículo 32, ensina: ...quem matar uma pessoa sem que esta tenha cometido homicídio ou semeado a corrupção na Terra será considerado como se tivesse assassinado toda a Humanidade. Quem a salvar será reputado como se tivesse salvado toda a Humanidade.


CONDUTA EM RELAÇÃO AOS INCRÉDULOS


A Surata 6, Versículo 108, ensina: Não injurieis o que invocam em vez de Deus, porque eles, em sua ignorância, injuriaram iniquamente a Deus. Assim fizemos parecerem justas as ações a cada povo. Logo, seu retorno será ao Senhor, que os inteirará de quanto tiverem feito. A Surata 7, Versículo 87, ensina: E se entre vós há um grupo que crê na missão que me foi confiada e outro que a nega, aguardai até que Deus julgue entre nós, porque Ele é o mais equânime dos julgadores. A Surata 9, Versículo 6, ensina: Se algum dos idólatras procurar tua proteção, ampara-o para que escute a Palavra de Deus e, então, escolta-o até que chegue a seu lar... A Surata 10, Versículo 41, ensina: Mas, se te desmentem, dize-lhes: os encargos das minhas atitudes só a mim incumbem, e a vós os vossos. Estais isentos do que faço eu, assim como estou isento de quanto fazeis. A Surata 45, Versículo 14, ensina: Dize aos crentes que perdoem aqueles que não esperam os dias de escarmentos [correção, desengano, repreensão] de Deus, quando ele retribuirá a todos segundo seu merecido.


CRISTÃOS


A Surata 2, Versículo 62, ensina: Os crentes, os judeus, os cristãos e os sabeus [antiga seita astrólatra que existia no Islã], enfim, todos os que crêem em Deus e praticam o bem, no Dia do Juízo Final receberão sua recompensa de seu Senhor, e não serão presas do temor nem se atribularão.


DISPUTAS E CONTROVÉRSIAS


A Surata 29, Versículo 46, ensina: Não disputeis com adeptos do Livro, senão da mais pacífica maneira possível; ...combatei tão-só os ímpios...Dizei-lhes: Cremos no que nos foi revelado, assim como no que vos foi revelado antes; nosso Deus e o vosso são Um e a Ele nos consagramos...


EVANGELHO E TORÁ


A Surata 3, Versículo 3, ensina: Ele te revelou [ó Muhammad] o Livro com a verdade, corroborante dos anteriores, assim como havia revelado a Torá e o Evangelho.


FRATERNIDADE


A Surata 49, Versículos 9, 10 e 11, ensina: E quando dois grupos de crentes combaterem entre si, reconciliai-os... Sabei que os crentes são irmãos. Reconciliai, pois, entre vossos irmãos, e temei a Deus para que sejais compadecidos... Que nenhum povo zombe do outro; é possível que os escarnecidos sejam melhores do que os escarnecedores...


HOMICÍDIO


A Surata 4, Versículo 92, ensina: Não é dado a um crente matar outro crente, salvo involuntariamente...


JUSTIÇA E E
QÜIDADE


A Surata 4, Versículos 58 e 135, ensina: ...quando julgardes vossos semelhantes fazei-o com eqüidade... sede justiceiros [aquele que faz justiça], fiéis testemunhas por amor a Deus, ainda que o testemunho seja contra vós mesmos, contra vossos pais ou contra vossos chegados, seja o acusado rico ou pobre, porque [só] a Deus incumbe julgá-los... A Surata 5, Versículo 8, ensina: ...prestai testemunho a bem da justiça; que o ódio... não vos mova a serdes injustos... A Surata 11, Versículo 85, ensina: não despojeis o próximo de seus haveres nem perpetreis o mal na Terra, corrompendo-a.


MATANÇA


A Surata 6, Versículo 151, ensina: ... tratai com benevolência vossos pais... não sejais filicidas... e não mateis, de acordo com a justiça e a Lei, o que Deus proibiu matar... A Surata 17, Versículo 31, ensina: ...assassinato é um grave delito.


MODERAÇÃO E AMABILIDADE


A Surata 7, Versículo 31, ensina: ... não vos excedais por que Deus não aprecia os perdulários... A Surata 28, Versículo 77, ensina: ...sê amável... não semeies a corrupção... porque Deus abomina os corruptores.


ALGUNS PRECEITOS MORAIS


A Surata 2, Versículo 263, ensina: Uma palavra cordial e uma indulgência são preferíveis a caridades seguidas de agravos... A Surata 23, Versículo 96, ensina: Retribui tu o mal com o bem... A Surata 31, Versículo 15, ensina: comporta-te com benevolência... e segue o caminho de quem se voltou contrito a mim [Deus]... A Surata 41, Versículo 34, ensina: Jamais poderão equiparar-se a bondade e a maldade! Retribui o mal com o bem. E eis que aquele que nutria inimizade por ti converter-se-á em íntimo amigo! A Surata 42, Versículo 37, ensina: ... embora ofendidos, sabem perdoar...


PAGAR O MAL COM O BEM


A Surata 4, Versículo 112, ensina: Quem cometer uma falta ou um pecado e o imputar a um inocente sobrecarregar-se-á com uma falsa imputação e um pecado flagrante... A Surata 28, Versículo 54, ensina: A estes lhes será duplicada a recompensa por sua perseverança, porque retribuem o mal com o bem e fazem caridade... A Surata 41, Versículo 34, ensina (revisitando): Retribui o mal com o bem...


PERDÃO E INDULTO AO PRÓXIMO


A Surata 3, VersículoS 133 e 134, ensina: Emulai-vos em obter a indulgência de Vosso Senhor e um Paraíso... está reservado para... os que fazem caridade, tanto na prosperidade como na adversidade; para os que reprimem a cólera; para os que indultam o próximo. Sabei que Deus aprecia os benfeitores. A Surata 2, Versículo 263, ensina: Uma palavra cordial e uma indulgência são preferíveis a caridades seguidas... A Surata 4, Versículo 149, ensina: Quer pratiqueis o bem... quer perdoeis o mal, sabei que Deus é Onipotente, Indulgentíssimo. A Surata 42, Versículo 40, ensina: ... quanto àquele que indultar possíveis ofensas dos inimigos e se emendar, saiba que seu galardão pertencerá a Deus, porque Ele não estima os agressores. A Surata 64, Versículo 14, ensina: TOLERÂNCIA, PERDÃO E INDULTO.


SUICÍDIO


A Surata 4, Versículo 29, ensina: NÃO PRATIQUEIS SUICÍDIO...


EXAGERO RELIGIOSO


A Surata 5, Versículo 77, ensina: ... Ó adeptos do Livro: não exagereis em vossa religião profanando a verdade, nem sigais a concupiscência daqueles que se extraviaram... e se desviaram da verdadeira senda.


DEUS UNO


A Surata 4, Versículo 171, ensina: DEUS É UNO. GLORIFICADO SEJA! Longe está a hipótese de ter tido um filho.

 

 

* * * * * * *


       Já se faz tarde e é tempo de concluir estas lucubrações. Falta, talvez, uma reflexão final sobre a liberdade. Então, Adolfo Correia da Rocha, conhecido por Miguel Torga (1907-1995):


— Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pão de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.

Liberdade, que estais na Terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.

Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
Liberdade, que estais em mim,
Santificado, seja o vosso nome.
(33)


        Não há como não concordar com Adolfo. Ele preferia Miguel. Então, Miguel. Também não há como discordar de Shakespeare (1564-1616) quando afirmou: A liberdade indócil é domada pela própria desgraça. Se, por um lado, a vera liberdade só pode ser encontrada e saboreada ab imo corde, por outro, a licença imoderada, irrefletida, abusiva - então, licenciosidade - que desrespeita, rasga e fratura convenções sociais e regras universais acabará por ser reduzida e domesticada pelas desgraças que ensejou. Popularmente, é o velho bateu, levou! É como uma caçamba. Ali só cabe uma certa quantidade de água. Uma gota a mais e... transbordamento. A grande e autêntica mudança é interior. O Eclesiastes ensina que há tempo para que o tempo reclame seu tempo. Não adianta chiar! Tempo de esperar. Tempo de nascer. Tempo de existir. Tempo de aprender. Tempo de ensinar. Tempo de compartir. Tempo de dar. Tempo de receber. Tempo de não-tempo. Novo tempo. Tempo para tudo no inexistente tempo. Para plantar. Para arrancar o plantado. Para a paz e para a guerra. A liberdade do ser outorga seus quefazeres. Ao escolher o tempo de guerra, deve ter presente que há a GOTA que transbordará esse tempo. Não pode ser permanente a liberdade se amoldada ao anverso do Svmmvm Bonvm - do Bem universal. Este Bonvm não está na discórdia, no vilipêndio e no desrespeito à ordem e ao progresso da humanidade. Ainda que a reintegração se faça também pela dor, ai dos que promovem a dor. Os Senhores da Dolor, da Desgraça e da Discórdia - qualquer Dor, qualquer Desgraça qualquer Discórdia - têm que refletir sobre suas iniqüidades. Não passarão TRINTA ANOS. Para cada D, DEZ ANOS. O que ensinou o Profeta? Ensinou... Retribui tu o mal com o bem... quanto àquele que indultar possíveis ofensas dos inimigos ... saiba que seu galardão pertencerá a Deus... ...assassinato é um grave delito... Enfim, ensinou: TOLERÂNCIA, PERDÃO E INDULTO.

 

* * * * * * *

 

       Finalmente, um amigo querido (Um amigo é um presente que você dá a você mesmo), refletindo sobre essa categoria suprema do ser - LIBERDADE - me fez a seguinte pergunta: Se uma religião baseada em ensinamentos e revelações de um determinado Profeta a difunde e expande, arrebanhando novos adeptos continuamente, proíbe ao mesmo tempo que se retrate esse Profeta, isso deve ser aceito pelo mundo inteiro constituindo-se na aceitação de censura pelos e aos artistas? Tenho realmente dificuldade em compreender porque há esta proibição. Contudo, uma última revelação deve ser feita. Para escrever este ensaio, em primeiro lugar, recitei contritamente a AL-FATIHA. Depois, mentalmente...

       Tenho certeza de que o Profeta Muhammad houve por bem e por misericórdia me inspirar. Senti claramente que ele está profundamente magoado e apreensivo com o que está acontecendo em nossa Terra, particularmente com os desvirtuamentos localizados de seus Sagrados Ensinamentos. Acredito que, em meus pensamentos, O Profeta tenha se deixado visualizar. Olhar sereno, mas perscrutador e profundo. Barba muito alva. Força, Compaixão e Justiça.
Se eu fosse um artista gostaria imensamente de poder pintar Seu retrato para que a humanidade pudesse conhecê-Lo como eu O conheci. Tenho a sensação interior de que o Profeta Muhammad aprovou o que estou escrevendo e não se importaria se eu o retratasse, porque sabe que eu, se soubesse pintar, faria seu retrato com respeito e amor em meu coração. Se ele não me censurou - pelo contrário, aprovou a síntese do que escrevi - porque censuram os homens, SEUS IRMÃOS EM MUHAMMAD? Não compreendo. A própria Declaração Islâmica Universal dos Direitos Humanos não ampara esta proibição.

 

* * * * * * *

 

       Finalizo este livro digital com uma certa nostalgia. Completei mais uma missão. Sei lá! É mais ou menos como se uma porção de amigos se despedissem de uma vez: as páginas que eu consulto na Internet... as idéias de outros autores que me iluminam e das quais eu aproveito alguns pedacinhos... as músicas dos sites... os anúncios que entram no computador sem eu querer... as meninas que me visitam para ter... as imagens que eu 'furto' a mais não poder... os cassinos que entram sem eu pretender... Todos meus companheiros da madrugada. Não que eu pense no 'passado' como um 'tempo' melhor do que o 'presente'. Não. Não é mesmo. Sou um tiquinho saudosista. Só isso. Isso é mau? Acho que não. Hoje, fico feliz, sou menos ignorante. Só um pouco menos. Já estou até digitando em html... Há menos de um ano eu nem sabia mexer com o ou no 'mauze'. Ctrl Alt Del... Ctrl v... Ctrl b... Ctr t... Ctrl s... Caps Lock... Backspace... Delete... Page Up, Page Down... Shift... Ctrl c, depis Ctrl v, e... 'nostalgie'. Melhorei muito! Ctrl s. Mas, filo(ShOPhIa)r é, de certo modo, um pouco doloroso. Quero aprender o que ainda não posso [e ELE(S) não passam mesmo antes da 'hora'], e, às vezes, ensinar o que não devo. Isto não é um pouco sofrido? Mas, nada que um Miojo de madrugada não resolva! Contudo, eu não resisto a um momento de descontração. Imagino (e estou morrendo de rir) os menos novos lendo o que se seguirá. - Bom mesmo era na época do bonde - dizia o Wanderley, um amigão que já se foi. Bondes não existem mais; rimas não se lêem mais. Brincadeiras inocentes, também não; só se ouve: Pega ladão! Pega ladão! Condutor, fosse dia, fosse night: - São dois pra mim e um pra Light. Deve estar jogando - o meu irmão Wanderley - sinuca no céu com o Seu Aloísio. Provavelmente, deve estar perdendo. O velho Seu Aloísio era uma fera. Matava bolas impossíveis!

       Veja, Ilustre Passageiro, o belo tipo faceiro que o Senhor tem ao seu lado. No entanto, acredite: quase morreu de bronquite. Salvou-o o Rum Creosotado. (Observação: eu não tomei e não conheço ninguém que tenha tomado esse tal de Rum Creosotado.). Xarope de Limão Bravo... Casas Pernambucanas... Elixir de Inhame Goulart... Coca-Cola (...no inverno ou no verão)... Xarope São João... Salicilato de Bismuto... Detefon... Salof(ph?)eno... Entero-viofórmio... Pílulas de Lussen... Grapette... Crush... Sloper... Barbosa Freitas... Biotônico Fontoura... Balas Toffe... Atirei o Pau no Gato... to... Ciranda Cirandinha, vamos todos cirandar. Vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar. O anel que tu me deste, era vidro e se quebrou. O amor que tu me tinhas, era pouco e se acabou... Banco do Estado da Guanabara... Ki-Suco... Estudantina... Pílulas de Erva de Bicho... Leite Glória... Phimatosan... Angu do Gomes... Violeta de Genciana... Hidrolitol... Sabonete Life Boy... Refresco de groselha... Maravilha Curativa... Elixir Dória... Pílulas de Vida do Dr. Ross (pequeninas, mas resolvem)... Regulador Xavier (números 1 e 2)!... O velho, na porta da Colombo... Bat Masterson... Limonada Purgativa... Lojas Ducal... Talco Ross... Tintas Ypiranga... Aero-Willys (...rodando contente em 110 HP)... A Taça do Mundo é Nossa... De abóbora faz melão, de melão faz melancia... Biscoitos Duchen... Auris-Sedina ... Banha de Porco (Sadia - ...é banha preferida no almoço ou no jantar)... Elixir Paregórico... Negrão de Lima... Botas Vulcabrás... A Feiticeira... Carlitos... Super-Homem... Reco-Reco, Bolão e Azeitona... O Amigo da Onça... Cafiaspirina... Popeye, Olívia Palito, Brutus, Pafúncio e Procopinho... Óticas Fluminense... Emulsão de Scott (hoje com cheiro infantil cor de rosa dos morangos)... Fantasma... Catapora... Mandrake... Sarampo... Brylcreem (Apenas um pouquinho! Brylcreem: você irá brilhar! Brylcreem: para as pequenas conquistar!)... Pizza com Guaraná... Gumex... Sal de Frutas Eno... Coqueluche... Sabonete Lux... Programa PRK30... Balança, balança, balança... Mas não cai... Aqua Velva... Alka Seltzer (...Exija o envelope azul de Alka Seltzer)... Lectric Shave... Kolynos, Kolynos, Kolynos, Kolynos, Kolynos, Kolynos... Programa César de Alencar... Elixir de Capeba... Perucas Lady... O Sombra (Rádio Novela de Mistério)... Repórter Esso (A testemunha ocular da história...) ... Vaselina Glostora... Alpargatas Roda... Líder de audiência... Um jornal de verdade... Ouvinte amigo... Por apenas... Contra pulgas e baratas... Monark Alegria... De Tostão em Tostão se faz um Milhão! Os condutores, não sei; os Tios Patinhas, eu sei!

 

De Encarnação em Encarnação

Fica-se menos toleirão.

 

* * * * * * *

 

FOTOGRAFIAS DIGITAIS

 

 

 

 

* * * * * * *

 

IMAGINE

(Writen by: John Lennon)

Imagine there's no heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today...

Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace...

You may say I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will be as one.

Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world...

You may say I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will live as one.

 

 

* * * * * * *

 

DADOS SOBRE O AUTOR


Mestre em Educação, UFRJ, 1980. Doutor em Filosofia, UGF, 1988. Professor Adjunto IV (aposentado) do CEFET-RJ. Consultor em Administração Escolar. Presidente do Comitê Editorial da Revista Tecnologia & Cultura do CEFET-RJ. Professor de Metodologia da Ciência e da Pesquisa Científica e Coordenador Acadêmico do Instituto de Desenvolvimento Humano - IDHGE.

 

WEBSITES CONSULTADOS


http://www1.folha.uol.com.br/folha/fovest/danton_guilhotina.htm

http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/guilhotina.htm

http://www.mj.gov.br/sedh/dpdh/gpdh/ddh_bib_inter_universal.htm

http://afilosofia.no.sapo.pt/cidadania1a.htm

http://www.xtec.es/aulanet/viatge/credit1/medies/meca.gif

http://www.educa.aragob.es/ryc/wq/Mahoma/Meca.jpg

http://photography.pauljames.de/jpg/medina.jpg

http://www.aceiweb.org/medina.jpg

http://www.islam.com.br/quran.JPG

http://www.klepsidra.net/klepsidra8/alcorao.jpg

http://www.terra.com.br/noticias/especial/terroreua/fotos/paz_corao.jpg

http://www.alcoraosagrado.hpg.ig.com.br/quran.jpg

http://www.uni.pt/homepages/docentes/delfim/comunic/cOlga%20Nunes970423/wpe29.jpg

http://www.constelar.com.br/revista/edicao40/imagens40/adorandomaome.jpg

http://www.latsi.com/latsipix/0501krt5.jpg

http://www.lalibre.be/article.phtml?id=10&subid=83&art_id=165427

http://www.rdbcub.it/palestina.jpg

http://www.ogrish.com

http://www.nickberg.org

http://www.drudgereport.com/iiraq3.htm

http://geocities.yahoo.com.br/palestina67

http://www.birzeit.edu

http://www.alfredo-braga.pro.br/discussoes/palestina.html

http://www.alcorao.com.br/mesquita.htm

http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm98/icm12

http://www.nodo50.org/labarored/interpueblos/palestina/Palest.gif

http://www.palestina.com.mx/geografia/PalState.gif

http://www.fischerhemden-schachtschneider.de/flaggen/kuwait.gif

http://www.upscale.utoronto.ca/GeneralInterest/Harrison/Vibrations/Animations/drum4.gif

http://www.nishidesign.com/puc/dd1/CIRCULO.gif

http://home.kooee.com.au/sandalphon/animations/gifs/galaxia.gif

 

BIBLIOGRAFIA

 

ALCORÃO SAGRADO. Otto Pierre Editores Ltda. Versão portuguesa diretamente do árabe por Samir El Hayek. Apresentação de S. E. Dr. Abdalla Abdel Chakur Kamel. Antelóquio de Samir El Hayek. São Paulo: Tangará - Expansão Editorial S/A, 1975 e Rio de Janeiro: Otto Pierre Editores Ltda., 1980.

BLAVATSKY, Helena Petrovna. A doutrina secreta (objeto dos mistérios e prática da filosofia oculta). Vol. VI. São Paulo, Pensamento, passim.

______. Síntese da doutrina secreta. Introdução, seleção e tradução de textos por Cordélia Alvarenga de Figueiredo. São Paulo: Pensamento, 1994.

SÍMBOLOS SECRETOS DOS ROSACRUZES DOS SÉCULOS XVI E XVII. Rio de Janeiro: Renes, 1978.

TORGA, Miguel. Antologia poética. 2ª ed. Coimbra: Gráfica de Coimbra, 1985.

WEINREB, Friedrich. Kabbala (La Biblia: divino proyecto del mundo). Buenos Aires: Editorial Sigal, 1991.

______. Kabala: El livro de Jonas. Buenos Aires: Editorial Sigal, 1993, 487 p.

______. Kabala: el libro de los profetas. Argentina: Editorial Sigal, 1993, 126 p.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E NOTAS COMPLEMENTARES

 

1. ALCORÃO SAGRADO. Otto Pierre Editores Ltda. Versão portuguesa diretamente do árabe por Samir El Hayek. Apresentação de S. E. Dr. Abdalla Abdel Chakur Kamel. Antelóquio de Samir El Hayek. Tangará - Expansão Editorial S/A, São Paulo, 1975 e Otto Pierre Editores Ltda., Rio de Janeiro, 1980. Apresentação em Nome de Deus, Clemente, Misericordioso, Abdalla Abdel Chakur Kamel, p. IX.
2. Ibid.
3. Id., p. XIV. O Alcorão está presente em todos os lares muçulmanos espalhados pelo mundo, constituindo-se a base da Lei e dos Ritos Islâmicos. O Alcorão era e continua sendo o centro da cultura islâmica, dos movimentos filosóficos e de todas as suas atividades intelectuais. Cs. Antelóquio, por Samir El Hayek, op. cit., p. XXI.
4. Id., p. 3.
5. Id., 2ª Surata, Versículo 139.
6. Id., Versículo 258.
7. Helena Petrovna Blavatsky, A Doutrina Secreta (Objeto dos Mistérios e Prática da Filosofia Oculta), Vol. VI, passim.
8. Id., 2ª Surata, Versículo 253.
9. ALCORÃO SAGRADO. Cs. ref. Nº 1. 3ª Surata, Versículo 45.
10. Id., Versículo 50.
11. Id., Versículo 51.
12. Id., Versículo 65.
13. Id., Versículo 67.
14. Id., Versículo 68.
15. 4ª Surata, Versículo 125.
16. 11ª Surata, Versículo 69.
17. 16ª Surata, Versículo 120.
18. 21ª Surata, Versículo 51.
19. 29ª Surata, Versículo 31.
20. 37ª Surata, Versículo 83.
21. Id., Versículo 109.
22. Id., Versículo 111.
23. Id., Versículo 113.
24. 38ª Surata, Versículo 45.
25. 60ª Surata, Versículo 4.
26. 87ª Surata, Versículo 18.
27. Id., Versículo 19.
28. 5ª Surata, Versículo 17.
29. Id., Versículo 111.
30. Id., Versículo 116.
31. Id., Versículo 117.
32. 6ª Surata, Versículo 85.
33. Miguel Torga, Liberdade, In: Antologia Poética, p. 448.

 

 

* * * * * * *

 


PALESTINA - LINHA DE TEMPO


Fonte: http://www.conradeditora.com.br/palestina
Acesso: 31/5/2004


2000 a.C.

Cananeus se estabelecem na área da atual Palestina até serem confinados à faixa litorânea, posteriormente conhecida como Fenícia pelos hebreus e filisteus.

722 a.C.

Israel é destruída pelos Assírios.

86 a.C.

Nabucodonosor II destrói Jerusalém e transfere muitos de seus habitantes para a Babilônia.

536 a.C.

A dinastia Caldéia da Babilônia é derrubada por Ciro, o Grande e os judeus são autorizados a retornar à Palestina.

168 a.C.

Independência de Jerusalém reconquistada através da revolta dos Macabeus contra os Selêucidas. Lá, sob liderança de Nemias e Ezra, reconstroem Jerusalém.

63 a.C.

Pompeu anexa a região à Roma.

70 d.C.

Dinastia Heroes governa parte da região sob aprovação romana. Até que, em resposta a agitações (revoltas judaicas), os romanos destroem Jerusalém. Período de cristianização por Roma e Bizâncio.

642 d.C.

Árabes se estabelecem no local. Posteriormente passa ao controle dos cruzados, dos mamelucos, e dos turcos otomanos.

1897

Tem início o Sionismo.

1917

Declaração de Balfoer que dá novo ímpeto ao Sionismo.

1918

o Britânicos derrotam forças turcas e alemãs em Meggido.

1923

O nome Palestina é revivido como um título político oficial para o território localizado à oeste do Rio Jordão. Torna-se mandato britânico.

1936

Tensão entre árabes e judeus explode em revoltas.

1937

Comissão Beel recomenda a partilha do território em dois estados: um árabe e um judeu. Nenhum dos dois países aceita.

1945

A pressão pela imigração judia inflama a situação.

1947

A ONU apresenta o projeto de criar dois Estados separados que dava 57% do território para judeus, que antes possuíam apenas 7% do território e constituíam apenas 3% da população.

1948

Através de uma política de boatos, ameaças e massacres o movimento Sionista expulsa uma considerável quantidade e árabes, criando uma nova distribuição populacional para garantir a natureza judia de Israel.
Mandato britânico expira. Palestina deixa de ser reconhecida oficialmente como entidade política.

1956

Guerra do Suez.

1967

Guerra dos Seis Dias, na qual Israel conquista o lado leste de Jerusalém, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.

1973

Guerra de Ion Kippur.

1982

Guerra do Líbano.

1987

Nasce a Intifada, movimento de protesto espontâneo reprimido de forma brutal por Israel. O Corpo Legislativo da OLP no Conselho Nacional Palestino afasta-se da reivindicação anterior de extinção do Estado de Israel e procura uma solução de dois Estados, com uma Palestina independente que seria criada no território ocupado.

1993

OLP e Israel, sob a égide dos EUA, reconhecem-se mutuamente, assinando um tratado de paz.

1994

Eleições para o Parlamento e a Presidência Palestina.

HOJE

Na prática, a paz não se estabeleceu, pois, ainda, não foram superados os problemas relacionados à questão territorial, nem à soberania da Palestina.
O que se vê é a GUERRA...


* * * * * * *


CONFLITO INTERMINÁVEL


Fonte: http://www.israelepalestina.hpg.ig.com.br/conflito.htm
Acesso: 31/5/2004

 

       Depois de 50 anos de existência Israel ainda tem problemas fronteiriços com a Síria e o Líbano, seus vizinhos, além da séria Questão Palestina.

       Durante esse meio século de vida, o Estado judeu travou quatro guerras com os países árabes, além de ser agredido em 1991 com a Guerra do Golfo (Iraque x Kwait).

       A primeira guerra, da Independência, ocorreu de 1948 a 1949 - quando Israel foi formado. Contra os israelenses estavam todos os seus vizinhos árabes, mas que não foram suficientes para deter o novo Estado de vencer a guerra, conquistando ainda novos territórios e aumentando em 50% sua área.

       O segundo conflito, a Guerra dos Seis Dias, aconteceu em 1967, quando Israel obteve grandes conquistas sobre o Egito, Síria e Jordânia - ampliando ainda mais seu território.

       No ano de 1973, eclodiu a Guerra do Yom Kippur, com Egito e Síria tentando recuperar os territórios perdidos para Israel em 1967.

       A quarta guerra, se é que pode ser considerada como tal, começou em 1982, e ganhou o nome de Guerra do Líbano - foi a invasão do território libanês por israelenses formando a Faixa de Segurança, que dura até hoje, como a invasão das Colinas de Golã, sírias desde 1967.
Em 1979, foi assinado um acordo chamado Acordo de Camp David, no qual Israel concordou em devolver a Península do Sinai (Adquirida em 1967) para o Egito.

       Contudo, Israel, apesar de todas essas vitórias, não obteve paz; pois continua lutando com um quinto elemento: os palestinos, que foram destituídos de seu território e hoje se encontram vivendo em áreas sob controle israelense (Faixa de Gaza e Cisjordânia), acampamentos em Israel ou refugiados em países árabes vizinhos.

       Assim, desde a doação de uma parte da Palestina para os judeus pela ONU (Declaração de Balfour) não houve paz na região. Até entre os próprios judeus criou-se profunda divisão, a ponto de o Primeiro Ministro de Israel, Ytzak Rabin, em 1995, ser assassinado por um judeu, apenas porque o Ministro era favorável do Acordo de Oslo (1993 - 'terra para os palestinos e os demais vizinhos em troca de paz para os israelenses'). Essa divisão entre israelenses ficou mais clara em 1996 com a eleição de Binyamin Netanyahu - para Primeiro Ministro - que defendia um Estado Judeu que ocupasse quase toda a terra de Israel. Fracassou Shimon Peres a favor do Acordo de Oslo.

 


Em Nome de DEUS,

O CLEMENTE,

O MISERICORDIOSO!

 

DECLARAÇÃO ISLÂMICA UNIVERSAL

DOS DIREITOS HUMANOS

 

       Esta é uma declaração para a humanidade, uma orientação e uma instrução para aqueles que temem a Deus. (Alcorão Sagrado, Al-Imran 3:138) (Alcorão Sagrado, Al-Imran 3:138)

PREFÁCIO

       Há quatorze séculos atrás, o Islam concedeu à humanidade um código ideal de direitos humanos. Esses direitos têm por objetivo conferir honra e dignidade à humanidade, eliminando a exploração, a opressão e a injustiça.

       Os direitos humanos no Islam estão firmemente enraizados na crença de que Deus, e somente Ele, é o Legislador e a Fonte de todos os direitos humanos. Em razão de sua origem divina, nenhum governante, governo, assembléia ou autoridade pode reduzir ou violar, sob qualquer hipótese, os direitos humanos conferidos por Deus, assim como não podem ser cedidos.

       Os direitos humanos no Islam são parte integrante de toda a ordem islâmica e se impõem sobre todos os governantes e órgãos da sociedade muçulmana, com o objetivo de implementar, na letra e no espírito, dentro da estrutura daquela ordem.

       Infelizmente, os direitos humanos estão sendo esmagados impunemente em muitos países do mundo, inclusive em alguns países muçulmanos. Tais violações são objeto de grande preocupação e estão despertando cada vez mais a consciência das pessoas em todo o mundo.

       Espero sinceramente que esta Declaração dos Direitos Humanos seja um poderoso estímulo aos muçulmanos para que se mantenham firmes e defendam decidida e corajosamente os direitos conferidos a todos por Deus.

       Esta Declaração dos Direitos Humanos é o segundo documento fundamental proclamado pelo Conselho Islâmico para marcar o início do 15° século da Era Islâmica, sendo o primeiro a Declaração Islâmica Universal, proclamada na Conferência Internacional sobre o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e sua Mensagem, ocorrida em Londres, no período de 12 a 15 de abril de 1980.

       A Declaração Islâmica Universal dos Direitos Humanos baseia-se no Alcorão e na Sunnah e foi compilada por eminentes estudiosos, juristas e representantes muçulmanos dos movimentos e pensamento islâmicos. Que Deus os recompense por seus esforços e que nos guie na senda reta.

Paris, 21 dhul qaidah, 1401- Salem Azzam

19 de Setembro de 1981 – Secretaria Geral

       Ó humanos, em verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos para reconhecerdes uns aos outros. Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Deus,é o mais temente. Sabei que Deus é Sapientíssimo e está bem inteirado. (Alcorão Sagrado, Al Hujjurat 49:13) (Alcorão Sagrado, Al Hujjurat 49:13)

INTRODUÇÃO

       CONSIDERANDO que a antiga aspiração humana por uma ordem mundial mais justa, na qual as pessoas possam viver, crescer e prosperar em um ambiente livre do medo, da opressão, da exploração e da privação, ainda não foi alcançada;

       CONSIDERANDO que a Divina Misericórdia para com a humanidade, revelada na concessão de uma subsistência econômica superabundante, está sendo desperdiçada ou injustamente negada aos habitantes da Terra;

       CONSIDERANDO que Allah (Deus) deu à humanidade, através de Suas revelações no Sagrado Alcorão e na Sunnah de Seu Abençoado Profeta Muhammad, uma estrutura moral e legal permanente para estabelecer e regulamentar as instituições e relações humanas;

       CONSIDERANDO que os direitos humanos decretados pela Lei Divina objetivam conferir dignidade e honra à humanidade e que foram elaborados para eliminar a opressão e a injustiça;

       CONSIDERANDO que em razão de sua fonte e sanção Divinas tais direitos não podem ser diminuídos, abolidos ou desrespeitados pelas autoridades, assembléias e outras instituições, nem podem ser cedidos ou alienados;

       Por conseguinte, nós, como muçulmanos, que acreditamos:

em Deus, o Misericordioso e Clemente, o Criador, o Sustentador, o Soberano, o Único Guia da humanidade e a Fonte de todas as leis; na vice-gerência (khilafah) do homem, que foi criado para satisfazer a Vontade de Deus na Terra; na sabedoria da orientação Divina trazida por Seus Profetas, cuja missão atingiu seu ápice na mensagem Divina final, que foi transmitida pelo Profeta Muhammad (que a Paz e a Benção de Deus estejam sobre ele), a toda a Humanidade; que a razão por si só, sem a luz da revelação de Deus não pode ser um guia certo nas questões do ser humano nem pode fornecer o alimento espiritual para a alma humana e, sabendo que os ensinamentos do Islam representam a quintessência da orientação Divina em sua forma mais perfeita e acabada, sentimo-nos na obrigação de lembrar ao ser humano de sua condição e sua dignidade elevadas outorgadas a ele por Deus; que a mensagem do Islam é para toda a Humanidade; que de acordo com os termos do nosso primeiro pacto com Deus, nossos deveres e obrigações têm prioridade sobre nossos direitos, e que cada um de nós está obrigado a divulgar os ensinamentos do Islam pela palavra, por atos e, na verdade, por todos os meios nobres, e torná-los efetivos não só em nossa vida em particular, mas também na sociedade a que pertencemos; em nossa obrigação em estabelecer uma ordem islâmica: onde todos os seres humanos sejam iguais e que ninguém goze de privilégios ou sofra prejuízo ou discriminação em razão de raça, cor, sexo, origem ou língua; onde todos os seres humanos nasçam livres; onde a escravidão e o trabalho forçado sejam abolidos;
onde as condições sejam estabelecidas de tal forma que a instituição da família seja preservada, protegida e honrada como a base de toda a vida social; onde os governantes e governados sejam submissos e iguais perante a Lei; onde a obediência seja prestada somente àqueles mandamentos que estejam em consonância com a Lei; onde todo o poder mundano seja considerado como uma obrigação sagrada a ser exercido dentro dos limites prescritos pela Lei e nos termos aprovados por ela e com o devido respeito às prioridades fixadas nela; onde todas os recursos econômicos sejam tratados como bênçãos divinas outorgadas à humanidade, para usufruto de todos, de acordo com as normas e os valores estabelecidos no Alcorão e na Sunnah; onde todas as questões públicas sejam determinadas e conduzidas, e a autoridade para administrá-las seja exercida após consulta mútua (shura) entre os fiéis qualificados para contribuir na decisão, a qual deverá estar em conformidade com a Lei e o bem público; onde todos cumpram suas obrigações na medida de sua capacidade e que sejam responsáveis por seus atos pro rata; onde, na eventualidade da infringência a seus direitos, todos tenham asseguradas as medidas corretivas adequadas, de acordo com a Lei; onde ninguém seja privado dos direitos assegurados pela Lei, exceto por sua autoridade e nos casos previstos por ela; onde todo o indivíduo tenha o direito de promover ação legal contra aquele que comete um crime contra a sociedade, como um todo, ou contra qualquer de seus membros; onde todo empenho seja feito para assegurar que a humanidade se liberte de qualquer tipo de exploração, injustiça e opressão; garantir a todos seguridade, dignidade e liberdade nos termos estabelecidos e pelos meios aprovados, e dentro dos limites previstos em lei. Assim, como servos de Deus e como membros da Fraternidade Universal do Islam, no início do século XV da Era Islâmica, afirmamos nosso compromisso de defender os seguintes direitos invioláveis e inalienáveis, que consideramos ordenados pelo Islam:

I – Direito à Vida

A vida humana é sagrada e inviolável e todo esforço deverá ser feito para protegê-la.

Em especial, ninguém será exposto a danos ou à morte, a não ser sob a autoridade da Lei.

Assim como durante a vida, também depois da morte a santidade do corpo da pessoa será inviolável. É obrigação dos fiéis providenciar para que o corpo do morto seja tratado com a devida solenidade.

II – Direito à Liberdade

O homem nasce livre. Seu direito à liberdade não deve ser violado, exceto sob a autoridade da Lei, após o devido processo.

Todo o indivíduo e todos os povos têm o direito inalienável à liberdade em todas as suas formas, física, cultural, econômica e política – e terão o direito de lutar por todos os meios disponíveis contra qualquer infringência a este direito ou a anulação dele; e todo indivíduo ou povo oprimido tem o direito legítimo de apoiar outros indivíduos e/ou povos nesta luta.

III – Direito à Igualdade e Proibição Contra a Discriminação Ilícita

Todas as pessoas são iguais perante a lei e têm direito a oportunidades iguais e proteção da Lei.

Todas as pessoas têm direito a salário igual para trabalho igual.

A ninguém será negada a oportunidade de trabalhar ou será discriminado de qualquer forma, ou exposto a risco físico maior, em razão de crença religiosa, cor, raça, origem, sexo ou língua.

IV – Direito à Justiça

Toda a pessoa tem o direito de ser tratada de acordo com a Lei e somente na conformidade dela.

Toda a pessoa tem, não só o direito, mas também a obrigação de protestar contra a injustiça, de recorrer a soluções previstas em Lei, com relação a qualquer dano pessoal ou perda injustificada; para a auto-defesa contra quaisquer ataques contra ela e para obter apreciação perante um tribunal jurídico independente em qualquer disputa com as autoridades públicas ou outra pessoa qualquer.

É direito e obrigação de todos defender os direitos de qualquer pessoa e da comunidade em geral (hisbah).

Ninguém será discriminado por buscar defender seus direitos públicos e privados.

É direito e obrigação de todo muçulmano recusar-se a obedecer a qualquer ordem que seja contrária à Lei, não importa de onde ela venha.

V – Direito a Julgamento Justo

Ninguém será considerado culpado de ofensa e sujeito à punição, exceto após a prova de sua culpa perante um tribunal jurídico independente.

Ninguém será considerado culpado, senão após um julgamento justo e depois que tenha sido dada ampla oportunidade de defesa.

A punição será estabelecida de acordo com a Lei, na medida da gravidade da ofensa e levadas em conta as circunstâncias sob as quais ela aconteceu.

Nenhum ato será considerado crime, a menos que esteja estipulado como tal, nos termos da Lei.

Todo indivíduo é responsável por seus atos. A responsabilidade por um crime não pode ser estendida a outros membros da família ou grupo, que, de outra maneira, não estejam direta ou indiretamente envolvidos no cometimento do crime em questão.

VI – Direito de Proteção Contra o Abuso de Poder

Toda a pessoa tem o direito de proteção contra embaraços promovidos pelas instituições oficiais. Ela não é responsável por prestar contas de si, exceto quando para fazer a defesa de acusações que pesam contra ela ou onde ela se ache em uma situação em que a suspeita de seu envolvimento em um crime seja razoavelmente levantada.

VII – Direito a Proteção Contra a Tortura

Ninguém será submetido à tortura de corpo e de mente, ou aviltado, ou ameaçado de dano contra si ou contra qualquer parente ou ente querido, ou será forçado a confessar o cometimento de um crime, ou forçado a consentir com um ato que seja prejudicial a seus interesses.

VIII – Direito à Proteção da Honra e da Reputação

Toda a pessoa tem o direito de proteger sua honra e reputação contra calúnias, ataques sem fundamento ou tentativas deliberadas de difamação e de chantagem.

IX – Direito de Asilo

Toda pessoa perseguida ou oprimida tem o direito de buscar refúgio e asilo. Este direito é garantido a todo ser humano, independente de raça, religião, cor ou sexo.
Al Masjid Al Haram (A Casa Sagrada de Allah) em Makkah é um santuário para todos os muçulmanos.

X – Direitos das Minorias

O princípio alcorânico "não há compulsão na religião" deve governar os direitos religiosos das minorias não-muçulmanas.

Em um país muçulmano, as minorias religiosas, no que se refere às suas questões civis e pessoais, terão o direito de escolher ser regidas pela Lei Islâmica ou por suas próprias leis.

XI – Direito e Obrigação de Participação na Condução e Direção da Coisa Pública

Sujeito à lei, todo indivíduo na comunidade (Ummah) tem o direito de assumir um cargo público.

O processo de consulta livre (Shura) é a base da relação administrativa entre o Governo e o seu povo. De acordo com esse princípio, as pessoas também têm o direito de escolher e exonerar seus governantes.

XII – Direito de Liberdade de Crença, Pensamento e Expressão

Toda a pessoa tem o direito de expressar seus pensamentos e crenças, desde que permaneça dentro dos limites estabelecidos pela Lei. Ninguém, no entanto, terá autorização para disseminar a discórdia ou circular notícias que afrontem a decência pública ou entregar-se à calúnia ou lançar a difamação sobre outras pessoas.

A busca do conhecimento e da verdade, não só é um direito de todo muçulmano, como também é uma obrigação.

É direito e dever de todo muçulmano protestar e lutar (dentro dos limites estabelecidos em Lei) contra a opressão, ainda que implique em desafiar a mais alta autoridade do Estado.

Não haverá qualquer obstáculo para a propagação de informação, desde que não prejudique a segurança da sociedade ou do Estado e que esteja dentro dos limites impostos pela Lei.

Ninguém será desprezado ou ridicularizado em razão de suas crenças religiosas ou sofrerá qualquer hostilidade pública; todos os muçulmanos são obrigados a respeitar os sentimentos religiosos das pessoas.

XIII – Direito à Liberdade de Religião

Toda a pessoa tem o direito à liberdade de consciência e de culto de acordo com suas crenças religiosas.

XIV – Direito de Livre Associação

Toda a pessoa tem o direito de participar, individual ou coletivamente, da vida política, social e religiosa de sua comunidade, e de criar instituições e escritórios com a finalidade de permitir o que é direito (ma’roof) e impedir o que é errado (munkar).

Toda a pessoa tem o direito de lutar pelo estabelecimento de instituições onde o gozo desses direitos seja possível. Coletivamente, a comunidade é obrigada a criar tais condições com o fim de permitir a seus membros o desenvolvimento completo de suas personalidades.

XV – A Ordem Econômica e os Direitos Dela Decorrentes

Na sua busca econômica, todas as pessoas têm direito a todos os benefícios da natureza e de seus recursos. Eles são bênçãos concedidas por Deus para o bem da Humanidade como um todo.

Todos os seres humanos têm o direito de ganhar seu sustento de acordo com a Lei.

Toda a pessoa tem o direito à propriedade privada ou em associação com outras. A propriedade estatal de certos recursos econômicos no interesse público é legítima.

O pobre tem direito a uma parte prescrita na fortuna do rico, conforme estabelecido pelo Zakat, cobrado e arrecado de acordo com a Lei.

Todos os meios de produção serão utilizados no interesse da comunidade (Ummah) como um todo e não podem ser descuidados ou malversados.

A fim de promover o desenvolvimento de uma economia equilibrada e proteger a sociedade da exploração, a Lei Islâmica proíbe monopólios, práticas comerciais restritivas desmedidas, usura, uso da força para fazer contratos e publicação de propaganda enganosa.

Todas as atividades econômicas são permitidas, desde que não prejudiquem os interesses da comunidade (Ummah) e não violem as leis e os valores islâmicos.

XVI – Direito de Proteção da Propriedade

Nenhuma propriedade será expropriada, exceto no interesse público e mediante o pagamento de uma compensação justa e adequada.

XVII – Condição e Dignidade dos Trabalhadores

O Islam dignifica o trabalho e o trabalhador e ordena que os muçulmanos tratem o trabalhador justa e generosamente. Não só deve receber seus salários imediatamente como também tem direito ao repouso adequado e ao lazer.

XVIII – Direito à Seguridade Social

Toda a pessoa tem direito à alimentação, moradia, vestuário, educação e assistência médica compatíveis com os recursos da comunidade. Esta obrigação da comunidade se estende em particular a todos os indivíduos sem condições, em razão de alguma incapacidade temporária ou permanente.

XIX - Direito de Constituir Família e Assuntos Correlatos

Toda pessoa tem o direito de se casar, constituir família e ter filhos, de acordo com sua religião, tradições e cultura. Todo cônjuge está autorizado a usufruir tais direitos e privilégios e deve cumprir essas obrigações na conformidade do estabelecido na Lei.

Cada um dos parceiros no casamento tem direito ao respeito e à consideração por parte do outro.

Todo marido é obrigado a manter sua esposa e seus filhos, de acordo com suas possibilidades.

Toda criança tem o direito de ser mantida e educada convenientemente por seus pais, sendo proibido o trabalho de crianças novas, ou que qualquer ônus seja colocado sobre elas que possam interromper ou prejudicar seu desenvolvimento natural.

Se por alguma razão seus pais estiverem impossibilitados de cumprir com suas obrigações para com a criança, torna-se responsabilidade da comunidade a satisfação dessas obrigações às custas do poder público.

Toda pessoa tem direito ao apoio material assim como ao cuidado e proteção de sua família durante a infância, na velhice ou na incapacidade. Os pais têm direito ao apoio material assim como ao cuidado e proteção de seus filhos.

A maternidade tem direito a respeito especial, cuidado e assistência por parte da família e dos órgãos públicos da comunidade (Ummah).

Na família, homens e mulheres devem compartilhar suas obrigações e responsabilidades, de acordo com o sexo, dotes naturais, talentos e inclinações, sem perder de vista as responsabilidades comuns para com os filhos e parentes.

Ninguém deverá se casar contra sua vontade, nem perder ou sofrer diminuição de sua personalidade legal por conta do casamento.

XX – Direitos das Mulheres Casadas

Toda mulher casada tem direito a:

morar na casa em que seu marido mora;

receber os meios necessários para a manutenção de um padrão de vida que não seja inferior ao de seu marido e, em caso de divórcio, receber, durante o período legal de espera (iddah), os meios de subsistência compatíveis com os recursos do marido, para si e para os filhos que amamenta ou que cuida, independente de sua própria condição financeira, ganhos ou propriedades que possua;

procurar e obter a dissolução do casamento (khul’a), na conformidade da Lei. Este direito é cumulativo com o direito de buscar o divórcio através das cortes;

herdar de seu marido, pais, filhos e outros parentes, de acordo com a Lei;

segredo absoluto de seu marido, ou ex-marido se divorciada, com relação a qualquer informação que ele possa ter obtido sobre ela, e cuja revelação resulte em prejuízo a seus interesses. Idêntica responsabilidade cabe a ela, em relação ao marido ou ao ex-marido.

XXI – Direito à Educação

Toda pessoa tem direito a receber educação de acordo com suas habilidades naturais.

Toda pessoa tem direito de escolher livremente profissão, carreira e oportunidade para o pleno desenvolvimento de suas inclinações naturais.

XXII – Direito à Privacidade

Toda pessoa tem direito à proteção de sua privacidade.

XXIII – Direito de Liberdade de Movimento e de Moradia

Considerando o fato de que o Mundo do Islam é verdadeiramente a Ummah Islâmica, todo muçulmano terá o direito de se mover livremente dentro e fora de qualquer país muçulmano.

Ninguém será forçado a deixar o país de sua residência ou ser arbitrariamente deportado sem o recurso do devido processo legal.


Notas Explicativas

1. Na Declaração dos Direitos Humanos acima, a menos que o contexto propicie de outra forma: o termo "pessoa" refere-se tanto ao homem quanto à mulher.

O termo "Lei" significa a Chari’ah, ou seja, a totalidade de suas normas provém do Alcorão e da Sunnah e de quaisquer outras leis que tenham sido baseadas nessas duas fontes, através de métodos considerados válidos pela jurisprudência islâmica.

2. Cada um dos direitos humanos enunciados nesta Declaração traz uma obrigação correspondente.

3. No exercício e gozo dos direitos citados acima, toda pessoa se sujeitará apenas aos limites da lei, assim como por ela se obriga a assegurar o devido reconhecimento e respeito pelos direitos e liberdade dos outros, e de satisfazer as justas exigências de moralidade, ordem pública e bem-estar geral da Comunidade (Ummah).

O texto árabe desta Declaração é o original.

Glossário dos termos árabes:

SUNNAH – O exemplo e o modo de vida do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), compreendendo tudo o que ele disse ou concordou.

KHALIFAH – A vice-gerência do homem na Terra, ou o sucessor do Profeta, transliterado para Califado.

HISBAH - Vigilância Pública, uma instituição do estado islâmico que está autorizada a observar e a facilitar a satisfação das normas corretas do comportamento público. "Hisbah" consiste na vigilância pública e é uma oportunidade para que as pessoas procurem se corrigir.

MA'ROOF – Boa ação.

MUNKAR – Ato repreensível.

ZAKAH – O imposto "purificador" sobre a riqueza, um dos cinco pilares do Islam e que é compulsório aos muçulmanos.

'IDDAH – O período de espera da mulher viúva ou divorciada, durante o qual ela não pode se casar de novo.

KHUL'A – Divórcio obtido por solicitação da mulher.

UMMAH ISLAMIA – Comunidade Muçulmana Mundial.

CHARI'AH – Lei Islâmica.


Referências:

Nota: Os algarismos romanos referem-se a tópicos do texto. Os algarismos arábicos referem-se ao Capítulo e Versículo do Alcorão, por exemplo, 5:32 significa Capítulo 5, versículo 32.

I 1 Alcorão Al-Maidah 5:32
2 Hadith narrado por Muslim, Abu Daud,Tirmidhi, Nasai
3 Hadith narrado por Bukhari

II 4 Hadith narrado por Bukhari, Muslim
5 Ditos do Califa Omar
6 Alcorão As-Shura 42:41
7 Alcorão Al-Hajj 22:41

III 8 Sermão do Profeta
9 Hadith narrado por Bukhari, Muslim, Abu Daud, Tirmidhi, Nasai
10 Do sermão do Califa Abu Bakr
11 Do Sermão da Despedida, do Profeta
12 Alcorão Al-Ahqaf 46:19
13 Hadith narrado por Ahmad
14 Alcorão Al-Mulk 67:15
15 Alcorão Al-Zalzalah 99:7-8

IV 16 Alcorão An-Nisa 4:59
17 Alcorão Al-Maidah 5:49
18 Alcorão An-Nisa 4:148
19 Hadith narrado por Bukhari, Muslim, Tirmidhi
20 Hadith narrado por Bukhari, Muslim
2l Hadith narrado por Muslim, Abu Daud, Tirmdhi, Nasai
22 Hadith narrado por Bukhari, Muslim, Abu Daud, Tirmidhi, Nasai
23 Hadith narrado por Abu Daud, Tirmidhi
24 Hadith narrado por Bukhari, Muslim, Abu Daud, Tirmidhi, Nasai
25 Hadith narrado por Bukhari

V 26 Hadith narrado por Bukhari, Muslim
27 Alcorão Al-Isra 17:15
28 Alcorão Al-Ahzab 33:5
29 Alcorão Al-Hujurat 49:6
30 Alcorão An-Najm 53:28
31 Alcorão Al Baqarah 2:229
32 Hadith narrado por Al Baihaki, Hakim
33 Alcorão Al-Isra 17:15
34 Alcorão At-Tur 52:21
35 Alcorão Yusuf 12:79

VI 36 Alcorão Al Ahzab 33:58

VII 37 Hadith narrado por Bukhari, Muslim, Abu Daud, Tirmidhi, Nasai
38 Hadith narrado por Ibn Majah

VIII 39 Do Sermão da Despedida, do Profeta
40 Alcorão Al-Hujurat 49:12
41 Alcorão Al-Hujurat 49:11

IX 42 Alcorão At-Tawba 9:6
43 Alcorão Al-Imran 3:97
44 Alcorão Al-Baqarah 2:125
45 Alcorão Al-Hajj 22:25

X 46 Alcorão Al Baqarah 2:256
47 Alcorão Al-Maidah 5:42
48 Alcorão Al-Maidah 5:43
49 Alcorão Al-Maidah 5:47

XI 50 Alcorão As-Shura 42:38
51 Hadith narrado por Ahmad
52 Do sermão do Califa Abu Bakr

XII 53 Alcorão Al-Ahzab 33:60-61
54 Alcorão Saba 34:46
55 Hadith narrado por Tirmidhi, Nasai
56 Alcorão An-Nisa 4:83
57 Alcorão Al-Anam 6:108

XIII 58 Alcorão Al Kafirun 109:6

XIV 59 Alcorão Yusuf 12:108
60 Alcorão Al-Imran 3:104
61 Alcorão Al-Maidah 5:2
62 Hadith narrado por Abu Daud, Tirmidhi, Nasai, Ibn Majah

XV 63 Alcorão Al-Maidah 5:120
64 Alcorão Al-Jathiyah 45:13
65 Alcorão Ash-Shuara 26:183
66 Alcorão Al-Isra 17:20
67 Alcorão Hud 11:6
68 Alcorão Al-Mulk 67:15
69 Alcorão An-Najm 53:48
70 Alcorão Al-Hashr 59:9
71 Alcorão Al-Maarij 70:24-25
72 Ditos do Califa Abu Bakr
73 Hadith narrado por Bukhari, Muslim
74 Hadith narrado por Muslim
75 Hadith narrado por Muslim, Abu Daud, Tirmidhi, Nasai
76 Hadith narrado por Bukhari, Muslim, Abu Daud, Tirmidhi, Nasai
77 Alcorão Al-Mutaffifin 83:1-3
78 Hadith narrado por Muslim
79 Alcorão Al-Baqarah 2:275
80 Hadith narrado por Bukhari, Muslim, Abu Daud, Tirmidhi, Nasai

XVI 81 Alcorão Al Baqarah 2:188
82 Hadith narrado por Bukhari
83 Hadith narrado por Muslim
84 Hadith narrado por Muslim, Tirmidhi

XVII 85 Alcorão At-Tawbah 9:105
86 Hadith narrado por Abu Yala¾ Majma Al Zawaid
87 Hadith narrado por Ibn Majah
88 Alcorão Al-Ahqaf 46:19
89 Alcorão At-Tawbah 9:105
90 Hadith narrado por Tabarani¾ Majma Al Zawaid
91 Hadith narrado por Bukhari

XVIII 92 Alcorão Al-Ahzab 33:6

XIX 93 Alcorão An-Nisa 4:1
94 Alcorão Al-Baqarah 2:228
95 Hadith narrado por Bukhari, Muslim,Abu Daud, Tirmidhi, Nasai
96 Alcorão Ar-Rum 30:21
97 Alcorão At-Talaq 65:7
98 Alcorão Al-Isra 17:24
99 Hadith narrado por Bukhari, Muslim,Abu Daud, Tirmidhi
100 Hadith narrado por Abu Daud
101 Hadith narrado por Bukhari, Muslim
102 Hadith narrado por Abu Daud, Tirmidhi
103 Hadith narrado por Ahmad, Abu Daud

XX 104 Alcorão At-Talaq 65:6
105 Alcorão An-Nisa 4:34
106 Alcorão At-Talaq 65:6
107 Alcorão AtTalaq 65:6
108 Alcorão Al-Baqarah 2:229
109 Alcorão An-Nisa 4:12
110 Alcorão Al-Baqarah 2:237

XXI 111 Alcorão Al-Isra 17:23-24
112 Hadith narrado por Ibn Majah
113 Alcorão Al-Imran 3:187
114 Sermão da Despedida, do Profeta
115 Hadith narrado por Bukhari, Muslim
116 Hadith narrado por Bukhari, Muslim, Abu Daud, Tirmidhi

XXII 117 Hadith narrado por Muslim
118 Alcorão Al-Hujurat 49:12
119 Hadith narrado por Abu Daud, Tirmidhi

XXIII 120 Alcorão Al-Mulk 67:15
121 Alcorão Al-Anam 6:11
122 Alcorão An-Nisa 4:97
123 Alcorão Al-Baqarah 2:217
124 Alcorão Al-Hashr 59:9

Publicado por: Islamic Council, 16 Grosvenor Crescent, London SW1
Telefone: 01-2359832
Telex: 894240ISLAMI G
Cables: ISLAMIAH London, SWI

Texto traduzido por Mônica Muniz com colaboração de Maria Moreira. Este texto também pode ser visitado no site Islamic Chat, A Voz Feminina na Internet , Ibn Khaldoun e foi retirado do site do Al-Hewar Center - The Arab American Center For Dialogue. Foi utilizado e traduzido com permissão de seus editores.

 

* * * * * * *

OBSERVAÇÃO: Todas as reproduções aqui divulgadas foram utilizadas com o propósito exclusivo de ilustração. Não há, obviamente, qualquer intuito de violação de direitos autorais. A fonte estará sempre indicada nos SITES CONSULTADOS ou no próprio texto.