— A minha geena é a Simone!

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Jean-Paul Sartre desabafou:

A minha geena é a Simone!

Mas, Dom Estêvão aconselhou:

Cautela, ela é irmã do Capone!

 

, que peruava, falou:

Arre! E daí? E pur si muove!

Aguçoso, Albert Camus avisou:

Esse treco é pulo-do-nove!

 

E Arquitas de Tarento, irritado:

Ora, ele qui-lo porque fi-lo!

Condillac, já meio abichornado:

Tá tudo doido! O fim é o asilo!

 

Seu Freud, que ia passando:

Aí tá o nexo! É tudo sexo!

Ananda Mohî foi logo refutando:

Não é sexo; é tão-só reflexo!

 

E Santo Antão, lá no Deserto:

Ora tíbi! Isto é meio relativo!

Epstein, que andava por perto:

Neca! É questão de conectivo!

 

Adam Smith deu seu pitaco:

Não! É o raio da mais-valia!

Diógenes, saindo do buraco:

Isto, sim, é que é agnosia!

 

Agnosia é o cacete palpitou Platão!

É caçarolinha de assar alface!

E o Itararé – que jamais foi barão:

— Esse Arístocles é um mendace!

 

É assim: só lassidão e confusão.

Adormece o Sol... E endurecemos!

Indiscernimos dragona de dragão.

E o Lalau cantarola seu hialemos:

 

O bode que deu vou te contar:

e foi proclamada a escravidão!

E o Araribóia resolveu se casar.

Do himeneu, nasceu o mensalão!

 

Na prisão, Zé Morfeu comemorou.

Wathson petiscou um bom salmão.

Danúbio as regalias reconquistou!

E Zé Perolino ficou bom do coração.

 

Pra coroar, o Supra-sumo amenizou,

E Hipócrates a cicuta não tomou.

Já os incendiários com água regaram.

 

The Voice, lá no céu: — That's Life!

Tony Bennett, cá na Terra: — É não!

Onde se meteu Mister Mack the Knife!

Miss Hawn: — Vou dar cabo do anão!

 

Na Rússia, Putin:

Em Washington, Obama: — Slow, slow!

É tudo embolação! É tudo cizânia!

E vai tamanhando o bolão-de-snow!

 

É o samba do cafuzo maluquete!

É a rumba do branquelo xexelento!

É omim-fum-fum com Grapette®.

É pitosga dando de marcar tento!

 

Bizzunga, fulo, rezingou baixinho:

— Pedrão, eles sabem o que fazem!

Desce o porrete; de mansinho.

Esses santinhos só bem-fazem!

 

 

 

 

E um sapo, na lagoa, que ouvia tudo:

— E esses bundas-moles medram do figura!

Eu não sei qual é o mais botocudo!

Adispois, pedem a bênção pro cura!




 

 

 

Música de fundo:

Samba do Crioulo Doido
Composição: Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta)
Interpretação: Sérgio Porto & Quarteto Em Cy

Fonte:

http://www.genteflow.com/mp3/
samba-do-crioulo-doido-quarteto-em-cy-/

 

Observação:

O Samba do Crioulo Doido é uma paródia composta pelo escritor e jornalista Sérgio Porto, sob o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta, em 1968, para o Teatro de Revista, em que procurou ironizar a obrigatoriedade imposta às escolas de samba de retratarem nos seus sambas-enredo somente fatos históricos. A expressão do título é usada, no Brasil, para se referir a coisas sem sentido, a textos mirabolantes e sem nexo. A composição fez parte do musical Pussy Pussy Cats, produzido por Carlos Machado e estrelado pelo Quarteto em Cy (que gravou a música juntamente com Sérgio Porto, o autor). A paródia do samba-enredo ia de encontro à obrigatoriedade imposta pelo Departamento de Turismo da Guanabara aos compositores desses sambas de tratarem dos temas da História do Brasil, e que produziam os maiores disparates. No seu enredo, dentre outros disparates que reúnem em um contexto personalidades de épocas e de lugares distintos em condições absurdas, a música descreve como Chica da Silva obrigou a Princesa Leopoldina a se casar com Tiradentes. Este, que na verdade era Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga, depois de ter sido entronizado como Dom Pedro II – alcunhado o Magnânimo – conspirou com o padre José de Anchieta e, juntos, Anchieta e D. Pedro, proclamaram a escravidão, que dura até hoje.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.junglewalk.com/sound/toad-sounds.htm

http://www.animateit.net/categories.php?cat_id=218

http://pt.wikipedia.org/wiki/Samba_do_Crioulo_Doido

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.