Exortação
da Guerra
– Encorajamento feito na presença de D. Manuel
por ocasião da partida de D. Jaime,
Duque de Bragança, para Azamor – (sic)
Ó
famoso Portugal,
Conhece teu bem profundo,
pois até o polo segundo
chega o teu poder real.
Avante, avante, Senhores,
pois que com grandes louvores
todo o céu vos favorece:
El Rei de Fez esmorece,
E Marrocos dá demoras.
Óh! deixae edificar
tantas camaras dobradas,
mui pintadas e douradas,
que he gostar sem prestar.
Alabardas, alabardas!
Espingardas, espingardas!1
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Nota:
1.
VICENTE Gil.
Exortação da Guerra.
Obras Completas de Gil Vicente, vol. IV. Lisboa: Sá da Costa,
1943, pp. 147 e 148. Apud António Quadros. In:
Poesia e Filosofia do Mito Sebastianista, vol. 2. Lisboa:
Guimarães & Cia. Editores, 1983, p. 89.
Observação:
José
Saramago (Azinhaga, Golegã, 16 de novembro de 1922 –
Lanzarote, Ilhas Canárias, 18 de junho de 2010) deixou um
livro inacabado no seu computador. O romance, sobre o tráfico
de armas, havia sido batizado com o título Alabardas,
Alabardas! Espingardas, Espingardas!, que homenageia o grande
poeta e dramaturgo português Gil Vicente (1465? – 1536?).
Gil
Vicente escrevendo
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