ALFRED ADLER (Pensamentos)

 

 

Alfred Adler

Alfred Adler

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo tem por objetivo apresentar para reflexão alguns pensamentos do psicanalista austríaco Alfred Adler.

 

 

 

Breve Biografia

 

 

 

Alfred Adler (Viena, 7 de fevereiro de 1870 – Aberdeen, 28 de maio de 1937) foi um psicanalista austríaco. Filho de judeus húngaros, formou-se em Medicina, Psicologia e Filosofia pela Universidade de Viena. Praticou clínica geral antes de se dedicar à Psiquiatria. Em 1902, como aluno e colaborador, foi trabalhar com Sigmund Freud (Príbor, 6 de maio de 1856 – Londres, 23 de setembro de 1939), realizando pesquisas no campo da Psicanálise. Mais tarde, se desligou dele por considerar o fator sexual superestimado por Freud. Para Adler, o fator sexual era apenas mais um dentre tantos que poderiam servir ao sujeito em sua luta pela superioridade e domínio da Natureza. Adler disse que aprendera mais com os erros de Freud do que com os seus ensinamentos.

 

Adler é o fundador da Psicologia do Desenvolvimento Individual. Segundo sua teoria, o meio social e a preocupação contínua do indivíduo em alcançar objetivos preestabelecidos são os determinantes básicos do comportamento humano, o que inclui a sede de poder e a notoriedade. Os complexos de inferioridade, provocados pelo conflito com o envolvimento social, poderão se traduzir-se em uma dinâmica patológica (psicose, neurose), que deve ser tratada de um ponto de vista psicoterapêutico.

 

Também se ocupou da orientação da criança como método preventivo na Psicologia Médica. Com o apoio do Governo Austríaco, abriu centros de orientação infantil em escolas de Viena, Berlim e Munique. Entrevistas públicas de orientação familiar, seguidas de discussões, disseminaram seus métodos e teorias, especialmente entre educadores. Realizou inúmeras conferências na Europa e nos Estados Unidos. Em 1930, seus esforços para divulgar sua doutrina de interesse social diante do totalitarismo europeu marcaram-no mais como pregador do que como cientista.

 

Adler morreu quando se encontrava em Aberdeen, Escócia, ministrando um curso de Psicologia. Merece lugar de destaque no movimento psicanalítico pela importância que deu ao fator da agressividade.

 

Em seu livro intitulado What Life Should Mean to You, Adler afirma: É o indivíduo que não está interessado no seu semelhante quem tem as maiores dificuldades na vida e causa os maiores males aos outros. É entre tais indivíduos que se verificam todos os fracassos humanos.

 

 

 

Pensamentos Adlerianos

 

 

 

Lágrimas e queixas – que chamo de 'o poder das águas' – podem ser muito úteis para prejudicar a cooperação e reduzir os outros à condição de servos.

 

O maior perigo na vida é tomarmos precauções excessivas.

 

As únicas pessoas normais são aquelas que você não conhece bem.

 

A verdade é, muitas vezes, uma terrível arma de agressão. É possível mentir, e até matar, pela verdade.1

 

É sempre mais fácil lutar pelos princípios de alguém do que viver de acordo com eles.

 

Qualquer um para entrar no hospício deveria assinar um termo. Só um louco assinaria.

 

Devemos interpretar o mau gênio como um sinal de inferioridade.

 

Sensibilidade exagerada é sentimento de inferioridade.2

 

O objetivo da superioridade de cada individuo é pessoal e único. Depende do significado que ele dá à vida. Este significado não é uma questão de palavras. É construído sobre seu estilo de vida e nela se introduz.

 

Sentimentos de inferioridade não são, em si, anormais. São a causa de todo progresso na situação da espécie humana.

 

A Psicologia Individual se baseia firmemente no terreno da evolução, e sob este prisma encara toda luta humana como uma luta pela perfeição.

 

Em quase todas as pessoas ilustres encontramos alguma imperfeição orgânica, e ficamos com a impressão de que elas foram dolorosamente testadas no início da vida, mas, lutaram e superaram suas dificuldades.

 

Tipos de Temperamento: 1º) Tipo Governante – pessoas com certo nível de agressividade, de tirania e de dominação, correspondendo ao Tipo Colérico, de Galeno; 2º) Tipo Submisso ou Dependente – pessoas sensíveis que se acomodam em uma concha existencial para se proteger dos eventos externos; possuem baixos níveis de energia, são cronicamente cansadas, pouco dispostas e correspondem ao Tipo Fleumático, de Galeno; 3º) Tipo de Evitação ou de Fuga – pessoas que tendem a se afastar do contato direto com os outros e com as circunstâncias; estas pessoas também têm níveis baixos de energia, são predominantemente tristes e correspondem ao Tipo Melancólico, de Galeno; e 4º) Tipo Socialmente Útil – pessoas saudáveis que apresentam interesse social e energia, atléticas e vigorosas, relacionadas ao Tipo Sangüíneo, de Galeno.

 

Todo querer é querer compensar algo.

 

Nos sonhos, em forma simbólica, são revelados os problemas vitais de um indivíduo.

 

É dever patriótico de cada cidadão mentir pelo seu país.3

 

Confie apenas nos fatos. A vida acontece nos fatos, não nas palavras.

 

A guerra é a organização de assassinatos e torturas contra os nossos irmãos.

 

 

 

A mentira não tem qualquer sentido, a menos que sintamos a verdade como algo perigoso.

 

Uma regra simples para lidar com pessoas difíceis, é lembrar que elas estão tentando afirmar a sua superioridade, e você deverá conviver com elas a partir desta pressuposição.

 

A morte é realmente uma grande bênção para a Humanidade; sem ela não poderia haver progresso real. As pessoas que vivem para sempre não só dificultam e desencorajam os jovens, mas, carecem de estímulo suficiente para a criatividade.4

 

Deus – que é eternamente completo, que dirige as estrelas, que é o proprietário dos destinos, que eleva o homem, que fala a cada alma humana – é a mais brilhante manifestação da meta de perfeição.

 

As experiências estão as causas do sucesso ou do fracasso. Não sofremos o impacto das nossas experiências, chamadas traumas, mas, nós as adaptamos aos nossos propósitos.

 

Nossos Estados modernos se preparam para a guerra, mesmo sem saber quais serão os futuros inimigos.

 

O educador deve acreditar no potencial do seu aluno, e deve usar toda a sua arte para transmitir a sua experiência aos alunos.

 

Não existe tal coisa como talento. Existe pressão.5

 

Para todos aqueles que perseguem o caminho da cooperação humana, a guerra lhes deve parecer odiosa e desumana.

 

A guerra não é a continuação da política com diferentes meios. É a maior massa de crimes perpetrada na comunidade humana.

 

Quanto maior for o sentimento de inferioridade experimentado por uma pessoa, mais poderoso será o desejo de conquista e mais violenta será a agitação emocional.

 

 

 

Não se pode dividir o indivíduo; o homem é um ser humano completo.

 

Quando se conhece o objetivo de uma pessoa, sabemos o que se seguirá.

 

Não tenha medo de cometer erros, porque não há outra maneira de aprender a viver!

 

Não poderemos amar sendo limitados.

 

Vivemos das contribuições dos nossos antepassados. A Natureza é um bom tesouro. Ela logo se livra de seu lixo.

 

De antemão, não poderemos dizer que se uma criança for mal nutrida irá se tornar uma criminosa. Temos que observar quais conclusões a criança vai desenhando.

 

Podemos compreender todos os fenômenos uma vida, como se o passado, o presente e o futuro, juntamente com uma ordem superior, guiem as idéias presentes.6

 

Ver com os olhos do outro, ouvir com os ouvidos do outro, sentir com o Coração do outro. Isto me parece uma definição admissível do que chamamos de sentimento social.

 

Ferir outra pessoa através do arrependimento é um dos recursos mais sutis do neurótico.

 

Há apenas uma razão para que um indivíduo dê um passo para o lado inútil: o medo de uma derrota do lado útil.

 

 

 

 

Sempre há um elemento acusatório escondido na neurose, a sensação do paciente de estar privado do seu direito, ou seja, de ser o centro das atenções – e o desejo de responsabilizar e de culpar alguém.

 

Há uma lei que diz que o homem deve amar o próximo como a si mesmo. Em algumas centenas de anos, isto acabou se tornando tão natural para a Humanidade como respirar ou andar na posição vertical, mas, ela ainda não aprendeu que deverá morrer.

 

Existem milhares de graus e de variações, porém, sempre é claramente a atitude de uma pessoa que encontra sua superioridade na resolução das complicações dos outros.7

 

A vida é essencialmente um movimento em direção a uma melhor adaptação ao ambiente, a uma maior cooperação e a um fraternal altruísmo.

 

Todo mundo se desenvolve rumo a um objetivo final, conscientemente ou não, mas, ignorante do seu significado.8

 

É fácil acreditar que a vida é longa e que os próprios dons são vastas – isto é fácil, no início. Mas, os limites da vida vão se tornando cada vez mais evidentes, e acaba por se tornar patente que realizar uma grande obra pode ser difícil ou mesmo que ela nunca será realizada.

 

Mais importante do que as disposições inatas, do que a experiência objetiva e do que o ambiente é a avaliação subjetiva. Todavia, esta avaliação será sempre incerta e, muitas vezes, estranha com relação à realidade.

 

Os significados não são determinados pelas situações, mas, nos determinamos a nós mesmos pelos significados que damos às situações.9

 

Todas as possibilidades hereditárias e todas as influências do corpo, todas as influências ambientais, incluindo a pressão educacional, são percebidas, assimiladas, digeridas e respondidas por um ser vivente que aspira a realização exitosa no seu modo de ver. A subjetividade do indivíduo, seu especial estilo de vida e sua concepção da vida modelam e configuram todas as influências. A vida individual reúne todas estas influências, e as usa como ladrilhos provocativos para construir uma totalidade que aspira uma meta exitosa ao se relacionar com os problemas externos.

 

Cada indivíduo age e sofre de acordo com a sua Teleologia peculiar, que tem toda a inevitabilidade do destino, mesmo que ele não entenda.10

 

O ideal abstrato, fictício, é o ponto de origem para a formação e a diferenciação dos recursos psicológicos dados em forma de atitudes preparatórias, de disponibilidades e de traços de caráter. O indivíduo, então, veste os traços de caráter exigidos por sua meta fictícia, assim como a máscara de um personagem ('persona') tem que se ajustar aos fins da tragédia.

 

O neurótico está pregado na cruz da sua ficção.

 

 

 

 

Mesmo as soluções mais corretas e concertadas interferem com o curso da vida, quando são extremadas, por exemplo, se alguém fizer da impecabilidade o verdadeiro objetivo de toda a aspiração.11

 

Eu não sou limitado por qualquer regra rígida ou preconceito; mas, prefiro subscrever o princípio: tudo pode ser diferente.

 

Um dos complexos mais interessantes é o complexo de redentor. Caracteriza aqueles que, conspícua, mas, inadvertidamente, assumem a atitude que devem redimir ou salvar alguém.12

 

Os indivíduos desafiadores sempre perseguirão os outros, e, sem embargo, sempre se considerarão perseguidos.

 

 

 

 

Em cada caso, existe um "sim", que aumenta a pressão de interesse social; entretanto, é invariavelmente seguido por um "mas", que tem uma força maior, e impede o necessário aumento de interesse social. Este "mas", em todos os casos, típicos ou particulares, terá um matiz individual. A dificuldade de uma cura está na proporção e na força do "mas".

 

Como regra geral, a conjunção subordinativa condicional "se" contém uma condição impossível de cumprir ou uma disposição do paciente. Só ele pode mudar a si mesmo.13

 

A neurose é o progredimento natural, lógico, de um indivíduo que está relativamente inativo, imerso em um desejo pessoal, egocêntrico, de superioridade, e, por isto, está atrasado no desenvolvimento do seu interesse social.

 

Na vida real, sempre encontramos a confirmação da melodia do si-mesmo integral, da personalidade, com suas milhares ramificações.

 

Os mesmos tons contam histórias diferentes em Richard Wagner e em Franz Liszt.

 

Com freqüência, as pessoas crêem que esquerda e direita são contradições, que o homem e a mulher, o quente e o frio, o leve e o pesado, o forte e o fraco são contradições. De um ponto de vista científico, não são contradições, mas, variedades. Eles são graus de uma escala, ordenados de acordo com a sua abordagem para uma ficção ideal. Da mesma forma, bem e mal e normal e anormal não são contradições, mas, variedades.14

 

O homem sabe muito mais do que ele compreende.

 

As pessoas têm preocupação permanente em alcançar objetivos para obter afirmação social. O poder, a fama, a notoriedade e o reconhecimento público são os extremos dessa aceitação. O oposto é a inferioridade, a rejeição (complexo de inferioridade).

 

O protesto masculino é uma luta interior para combater a dependência emocional, construir a autonomia e obter a superioridade.

 

A Vontade é sinônimo de luta pela superioridade e realização de objetivos de vida.

 

Interesse Social: Senso de solidariedade humana, a relação de um homem com outro, a mais ampla conotação de um senso de fraternidade na comunidade humana. Preocupação com a comunidade ideal de todo o gênero humano – o último estágio da evolução de nossa espécie.

 

Somente através da cooperação com outros e operando como um valioso e cooperativo membro da sociedade poderemos superar nossas inferioridades reais ou nosso sentimento de inferioridade. Aqueles que têm dado as mais valiosas contribuições para a Humanidade são os indivíduos mais colaboradores, e os trabalhos dos grandes gênios sempre têm uma orientação social. Por outro lado, a falta de cooperação e um conseqüente sentimento de inadequação e malogro são as raízes de todo estilo de vida neurótico ou inadaptado.

 

A luta construtiva pela superioridade e o forte interesse social e a cooperação são os traços básicos do indivíduo saudável.

 

As três maiores tarefas: Trabalho, Amizade e Amor. O Trabalho inclui todas as atividades úteis à comunidade, e não apenas as ocupações pelas quais recebemos um salário. O trabalho fornece um sentimento de satisfação e de merecimento apenas na medida em que beneficia outros. A amizade expressa nossa pertinência à raça humana e nossa constante necessidade de adaptação e de interação com outros de nossa espécie. Nossas amizades específicas estabelecem laços essenciais com nossa comunidade, uma vez que nenhum indivíduo jamais se relaciona com a sociedade abstratamente. O amor envolve uma íntima união da mente e do corpo e a máxima cooperação entre duas pessoas de sexos opostos. O amor se baseia no fato de que cada ser humano é um membro de um sexo e não de outro, e de que a intimidade entre os sexos é essencial para a continuação de nossa espécie. O vínculo íntimo do casamento representa o maior desafio para nossa habilidade de cooperar com outro ser humano. Um casamento bem sucedido cria o melhor meio para promover cooperação e interesse social nas crianças. Trabalho, Amizade e Amor estão inter-relacionados.

 

Situações na infância que tendem a resultar em isolamento: Inferioridade Orgânica, Superproteção e Rejeição – desembocam em falta de interesse social e desenvolvimento de um estilo não-cooperativo baseado no objetivo irreal de superioridade pessoal. Crianças com inferioridade orgânica, ou seja, que sofrem de doenças ou enfermidades tendem se tornar fortemente autocentradas. Fogem da interação com outros por um sentimento de inferioridade ou incapacidade de competir com sucesso com outras crianças. Todavia, as crianças que superam suas dificuldades tendem a compensar sua fraqueza original além da média e desenvolvem suas habilidades em um grau incomum. Crianças superprotegidas e mimadas também têm dificuldades em desenvolver um sentimento de interesse social e cooperação. Falta-lhes confiança em suas próprias habilidades, uma vez que os outros sempre fizeram tudo por elas. Ao invés de cooperarem com outros, essas crianças tendem a fazer exigências unilaterais aos amigos e à família. O interesse social é habitualmente mínimo, e, em geral, essas crianças mimadas nutrem poucos sentimentos genuínos em relação aos pais, os quais manipulam muito bem. Já a rejeição tende a impedir fortemente o desenvolvimento de uma criança. Uma criança não-desejada e rejeitada nunca conheceu o amor e a cooperação em casa e, portanto, lhe é extremamente difícil desenvolver estas capacidades. Tais crianças não têm confiança em suas habilidades para serem úteis e obterem afeição e estima dos outros. Quando adultas, tendem a se tornar frias e duras. Os traços de crianças não-amadas, em sua forma mais desenvolvida, podem ser observados no estudo das biografias de todos os grandes inimigos da Humanidade. Neste caso, a única coisa que se destaca é que, quando crianças, foram maltratadas. Desenvolveram, assim, dureza de caráter, inveja e ódio; não podiam suportar ver os outros felizes.

 

 

 

 

Quando predominam sentimentos de inferioridade ou quando o interesse social é subdesenvolvido, os indivíduos tendem a buscar superioridade pessoal, pois lhes falta confiança em sua habilidade para atuar efetivamente e trabalhar de forma construtiva com outros. Tais indivíduos não dão contribuições de real valor para a sociedade e se tornam fixados em modelos de comportamento autocentrados, levando inevitavelmente a um sentimento de fracasso. Essas pessoas se desviaram dos problemas reais da vida e estão engajadas na luta com a própria sombra para se reassegurarem de sua força.

 

A terapia é um trabalho cooperativo entre terapeuta e paciente, um relacionamento de apoio que ajuda este último a desenvolver cooperação e interesse social. A tarefa do médico ou do psicólogo é oferecer ao paciente a experiência de contato com um companheiro, e, então, capacitá-lo para transferir este interesse social despertado para outras pessoas. Freqüentemente, o terapeuta deve prover os cuidados, o apoio e o senso de cooperação que o paciente nunca recebeu de seus próprios pais. Uma vez que o interesse voltado para a própria pessoa ao invés de para os outros é o núcleo da maioria dos problemas psicológicos, a maior missão do terapeuta é afastar gradualmente o paciente do interesse exclusivo em si próprio, fazendo com que se volte para um trabalho construtivo para os outros, como um membro de valor para a comunidade.

 

O teste-padrão de comportamento é a relação com a sociedade, com o trabalho e com o sexo.

 

Minhas dificuldades pertencem a mim!

 

Toda cura terapêutica... deve contar com a resistência mais veemente.15

 

Só o objetivo final pode explicar a conduta humana.

 

Siga o seu Coração, mas leve o seu cérebro com você.16

 

Tente pensar todos os dias em como você pode ajudar alguém.

 

Na investigação de um estilo neurótico de vida, devemos sempre suspeitar de um oponente [catalisador], que, normalmente, é um membro da família.

 

A luta pela perfeição é inata, faz parte da vida, é um impulso, um algo sem o qual a vida seria inimaginável.

 

Cada indivíduo é um todo unificado.

 

 

 

 

Tendência à agressividade e dominação —› sadismo, dependência química, suicídio.

 

Fuga dos objetivos ou da sociedade —› psicose.

 

Submissão ou dependência —› fobias, obsessões, compulsões e histerias.

 

A falta de cooperação e o resultante sentimento de inferioridade e fracasso são responsáveis pelas perturbações psicológicas.

 

As perturbações psicológicas ocorrem quando um indivíduo se sente inferiorizado e indigno de ocupar um lugar entre as pessoas. O interesse social, que é uma potencialidade inata de qualquer humano, não se desenvolve na presença de fortes sentimentos de inferioridade. Estes são substituídos por uma luta compensatória pela superioridade pessoal.

 

Qualquer mudança comportamental é superficial, se não for acompanhada por uma alteração da percepção e um aumento do interesse social. Substituir comportamentos inaceitáveis por outros mais adequados não se constitui em mudança do estilo de vida, se o indivíduo continuar a se sentir inferiorizado em relação a outros seres humanos.

 

Arranjo psíquico: qualquer tentativa psicológica de substituir uma necessidade por outra, sendo que quase sempre este processo é terrivelmente neurótico. No caso do tímido, há uma troca do pavor da rejeição pela exclusão afetiva e social, mais fácil de ser tolerada segundo o psiquismo da pessoa.

 

A essência máxima da tristeza é uma ficção mental de que alguém poderia ser feliz em um projeto estritamente privado.

 

Pressões dos Meios Familiar e Social —› Sentimento de Inferioridade —› Compensações —› Complexos —› Neurose.

 

Não somos instrumentos do destino nem precisamos assumir o papel de vítimas no jogo da vida.

 

Todo indivíduo tem de resolver três problemas: o das relações entre o seu Eu e o resto do mundo, o das ocupações diárias e o sexual.

 

É o indivíduo que não está interessado no seu semelhante quem tem as maiores dificuldades na vida e causa os maiores males aos outros. É entre tais indivíduos que se verificam todos os fracassos humanos.

 

 

 

 

 

Destempo Despótico
(O Martírio de uma Neurose)

 

 

 

O dia está ensolarado,

mas, eu prefiro a chuva.

O vinhal está carregado;

todavia, eu detesto uva.

 

Sonho só com ataúde;

morrido, sem um dente.

Eu estou bem de saúde,

porém, me sinto dolente.

 

Quando o povão festeja,

me dá vontade de chorar.

Quando novo dia auroreja,

sinto a noite me engolfar.

 

Se um enfermo padece,

eu não sinto compaixão.

Se um carola desfalece,

eu gargalho de montão.

 

Só me importo comigo;

os outros que se ferrem.

Sou o meu único amigo;

os outros que emperrem.

 

Sinto-me plenificado;

gosto de estar sozinho.

Se eu fico baratinado,

faço comigo, quietinho.

 

Afinal, o que á a vida?

Um mal que eu não pedi.

Nasce o dia, nova ferida.

Quando eu nasci, decedi.

 

Acaso, serei neurótico?

Quando findará esta dor?

Oh!, destempo despótico!

Oh!, arco-de-deus incolor!

 

Por que eu nasci assim?

Eu quero tanto não sofrer!

Se Deus me fez chinfrim,

então, como haverá de ser?

 

Não imagine que é mole

carregar esta cruz pesada.

Cruz-anaconda que engole

minh'alma desestruturada.

 

Queria falar mais três dias,

mas, não acho os vocábulos.

Ficarei com minhas acedias;

cansei de procurar venábulos.

 

Ouça só mais esta coisinha:

não se sinta assim tão imune.

Seja bem-falante ou lingüinha,

 

 

 

 

 

______

Notas:

1. Pois é. Enquanto não compreendermos que todas as verdades são relativas, seremos, no mínimo, autoritários e antipáticos. Mas, então, não existe uma Verdade Única, Absoluta? Ora, para fins práticos, sociais e interpessoais, isto não interessa. O que interessa é a verdade acreditada pelo mesmo. Por isto, o mesmo precisa respeitar a verdade do outro. A duas maiores desgraças das pseudo-veracidades autoritárias e fanático-intolerantes se verificam nos campos político e religioso, que, em algumas partes do mundo, andam coladinhas, de mãos dadas.

2. Depende. Se for interpessoal, é mesmo um inferno, tanto para o próprio quanto para o outro. Mas, se for sensibilidade místico-psíquica, quanto maior, melhor.

3. Eu acho isto um absurdo, simplesmente porque não há absurdo maior do que o patriotismo. Segundo o historiador, biógrafo, ensaísta e filósofo grego platônico Plutarco (cerca de 46 d.C. – 120 d.C.), Sócrates (cerca de 469 a.C. – 399 a.C.) teria afirmado: Não sou um ateniense ou um grego, mas, um cidadão do mundo. Bem, penso que mais do que cidadãos do mundo, somos todos cidadãos do Universo.

4. Penso que a questão do viver e do morrer seja muito mais do que isto. Se fosse possível viver para sempre – e ainda bem que não é – simplesmente estagnaríamos, acarquilharíamos e apodreceríamos. Ora, quem quer estagnar, acarquilhar e apodrecer? Ninguém. Logo, morrer, que nada mais é do que um aspecto da Vida Eterna, é ótimo, porque oportuniza novas experiências, novos aprendizados e novas emoções.

5. Eu, hein! Como assim? E Heráclito de Éfeso (535 a.C. – 475 a.C.)? E Platão (428/427 – 348/347 a.C.)? E Plotino (205 – 270)? E Leonardo da Vinci (1452 – 1519)? E Leonhard Paul Euler (1707 – 1783)? E Louis Pasteur (1822 – 1895)? E o Mahatma Gandhi (1869 – 1948)? E Helena Petrovna Blavatsky (1831 – 1891)? E Albert Einstein (1879 – 1955)? E Mâ Ananda Moyî (1896 – 1982)? E Golda Meir (1898 – 1978)? E Linus Carl Pauling (1901 – 1994)? E Paulo Paquet Autran, mais conhecido como Paulo Autran (1922 – 2007)? E Maria Callas (1923 – 1977)? E Nílton dos Santos, mais conhecido como Nílton Santos (1925 – 2013)? E Luciano Pavarotti (1935 – 2007)? E Tawakel Karman (7 de fevereiro de 1979 –), galardoada com o Prêmio Nobel da Paz de 2011? E... E... E... Nenhum teve talento? Só houve pressão? Bem, admitindo que tenha havido algum tipo de pressão, se essas pessoas não tivessem um tiquinho (ou um ticão) de talento congênito, qualquer pressão não teria adiantado nada. Ora, teria sido como tentar juntar areia com peneira ou acumular água em balde furado. Quanto a mim, poderiam ter me pressionado a vida inteira para fazer diversas coisas, mas, minha incompetência impediria que eu realizasse 99,99% delas. Fiquei na Chimica, e fiquei por aí.

6. Eu só posso interpretar esta ordem superior como sendo o Deus de nossos Corações.

7. De poeta, político, médico e louco, todo mundo tem um pouco. E assim vamos dando nossos pitacos poéticos, políticos, medicais e louquetes. Alguns até ajudam, mas, a maioria só complica e estorva. É aquele negócio das simpatias e dos chazinhos da vovó para hipertrofias das papilas (protuberâncias rugosas), almorróidas, gases encarcerados e desencarcerados, espinhela caída, unha encravada, brochura inesperada (porque depois dos 65, mais ou menos, é esperada e definitiva), dor que começa aqui e responde ali, lumbago, eructações sesquipedais, coceira dentro do calcanhar e sei-lá-mais-o-quê.

8. Este é o busílis: a ignorância. Portanto, se quisermos nos libertar, deveremos lutar para nos tornar menos ignorantes. Não podemos continuar a enfiar pregos em tomadas o resto da vida nem comemorar um acontecimento alvissareiro com uma feijoada acompanhada de cachaça ou um churrasco regado a chope! O que os porcos e os bois têm com as nossas alvíssaras?

9. Se desconhecermos a Lei Natural (física ou psíquica, por exemplo) que produziu um certo evento, poderemos rotulá-lo de milagre. E esta determinabilidade nada mais é do que uma indeterminabilidade.

10. A Teleologia (do grego , finalidade, e -logía, estudo) é o estudo filosófico dos fins, isto é, do propósito, objetivo ou finalidade. Embora o estudo dos objetivos possa ser entendido como se referindo aos objetivos que os homens se colocam em suas ações, em seu sentido filosófico, Teleologia refere-se ao estudo das finalidades do Universo e, por isto, a Teleologia é inseparável da Teologia (a afirmação de que um ser superior, Deus, realiza Seus propósitos no Universo). Suas origens remontam aos mitos e à religião, com a noção de que todo acontecimento e todas as coisas são causadas pela vontade de alguma entidade sobrenatural (deuses, Deus, espíritos). Platão e Aristóteles elaboraram esta noção do ponto de vista filosófico. No Fédon, Platão afirma que a verdadeira explicação de qualquer fenômeno físico deve ser teleológica. Ele se queixa daqueles que não distinguem entre as causas necessárias e causas suficientes das coisas, que ele identifica, respectivamente, como a causa material e a causa teleológica. Ele diz que os materiais que compõem um corpo são condições necessárias para seu movimento e sua ação de uma determinada maneira, mas, que os materiais não podem ser condições suficientes para seu movimento e sua ação, que seriam determinados pelas finalidades impostas pelo Demiurgo (Deus-artesão). Aristóteles desenvolveu a idéia de causa final que ele acreditava que era a explicação determinante de todos os fenômenos. Sua Ética afirmava que o Bem-em-si-mesmo é o fim a que todo ser aspira, resultando na perfeição, na excelência, na arte ou na virtude. Segundo Aristóteles, todo ser dotado de razão aspira ao Bem como fim que possa ser justificado pela razão.

Bem, eu penso que no Universo não esteja embutida nenhuma forma de Teleologia, e muito menos que exista qualquer tipo de Teologia, pois, para que houvesse uma meta, um epílogo ou um objetivo cósmico, deveria ter havido, em não-sei-quando-lá-atrás, um propósito, um prólogo e uma intencionalidade, coisas que são incompatíveis com a existência do próprio Universo. Propósito de quê? Prólogo por quê? Intencionalidade para quê? Ora, o Universo, desde sempre, é o que é, e, para sempre, será o que é. Como eu sei isto? Propriamente, não sei; mas, sinto. O grande problema das pessoas – particularmente dos filósofos e dos cientistas – é que querem encontrar chifre de Bos taurus em cabeça de Equus caballus, e isto não existe. As coisas são simples; nós é que as complicamos. Mas, a descomplicação só se tornará patente se e quando ouvirmos a Voz do Silêncio, que esclarece tudo, sem cobrar pedágio.

11. Aqui vale o ditado, que, de vez em quando, eu cito: Tudo o que é demais é moléstia. Na Via do Misticismo, não há nada pior do que querer resolver tudo em uma só encarnação. Não dá. Isto é paranóia, e não há Mestre Ascensionado que apóie este delírio.

12. Já disse isto, mas, vou repetir: ninguém salva ninguém de nada. Esses religiosos eletrônicos, que repetem a mesma ladainha todos os dias, catucando as feridas e as mazelas de todos nós, não são menos do que uns chatos de galochas, e estão mais por fora do que umbigo de vedete. Se salvação há, quem deverá se salvar é o próprio, por esforço e mérito pessoais. Seja qual for a interferência, venha de onde vier, não mudará bulhufas; a Lei da Causa e do Efeito será cumprida de cabo a rabo. Falo isto sentado em minha própria experiência, pois, particularmente, meus filhos, apesar de serem trabalhadores, honestos e dignos, não querem nada com essa tal de espiritualidade. Ainda bem! É melhor fazer um sincero exame de consciência com uma garrafa de Jack Daniel's do lado, do que pedir perdão dos pecados a quem não pode perdoar. Agora, o Jack Daniel's pode ser dispensado.

13. Em qualquer circunstância, seja ela qual for, só nós poderemos mudar a nós mesmos. Não há nada mais difícil do que abrir mão. Mas, não podemos desistir, porque desistir é morrer.

14. Em termos metafísicos avançados ou puros, digamos assim, ainda que não seja bem assim, o bem o mal não existem. Isto é um fato. Quanto a isto, por simplicidade vocabular, o máximo que poderemos definir é que ambos – bem e mal – estão vinculados à maior ou menor compreensão (portanto, relativa) das Leis Universais. É simplesmente por isto que o tal do pecado não existe, mas, faz a riqueza de muito teólogo marca barbante. Não há nada que gere mais riqueza para os teólogos marca barbante do que a ignorância do povão. Isto é uma lástima!

15. O terapeutizando, no início da terapia, geralmente, se insurge contra o terapeuta. E por quê? Porque ninguém quer mudar. Mudar dói e é difícil.

16. Isto quer dizer que precisamos ter muito cuidado – e todo cuidado é pouco! – ao emitirmos uma opinião, darmos um parecer, enfim, expormos o que pensamos com relação à vida dos outros. Às vezes, por misericórdia, queremos ajudar, mas, acabamos atrapalhando e piorando as coisas. Mas, há uma maneira infalível para agirmos concertadamente: deixar a Voz Interior, nosso Deus Interno, comandar nossas ações.

 

Música de fundo:

Emoções
Composição: Roberto Carlos & Erasmo Carlos
Interpretação: Roberto Carlos

Fonte:

http://www.4shared.com/
mp3/AljenDLi/04_-_Emoes.htm

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.oexplorador.com.br/
site/ver.php?codigo=20012

http://psicopsi.com/pt/adler-alfred-1870-1937/

http://sweet-psycho.blogspot.com.br/
2013/07/resumo-teorico-de-alfred-adler.html

http://antonioaraujo_1.tripod.com/
psico1/portugues/timiadler/timiadler.html

http://spagnuolopsicanalise.blogspot.com.br/
2010/08/teoria-psicanalitica-de-alfred-adler.html

http://www.goodquotes.com/
author/alfred-adler/page2

http://www.goodquotes.com/
author/alfred-adler

http://www.goodreads.com/author/
quotes/97579.Alfred_Adler

http://taniart.wordpress.com/2009/11/22/
teoria-da-personalidade-conforme-alfred-adler/

http://www.brainyquote.com/
quotes/authors/a/alfred_adler_2.html

http://www.brainyquote.com/
quotes/authors/a/alfred_adler.html

http://cloudyco.com/
SCRATCH/MonsterGifs.htm

http://www.psiqweb.med.br/site/
?area=NO/LerNoticia&idNoticia=186

http://br.answers.yahoo.com/question/
index?qid=20130605160709AAfgABn

https://sites.google.com/site/
jogosdotomejerryserana/

http://pt.wikipedia.org/wiki/teleologia

http://artetarot.blogspot.com.br/
2012/09/reflexiones-de-alfred-adler.html

http://luzes.org/conteudo.php?ar=4&a=135&Cod=139

http://www.frases-ingles.net/
aforismos/alfred-adler/

http://comapalavrajp.blogspot.com.br/
2011/08/o-gigante-e-o-anao.html

http://www.frasesypensamientos.com.ar/
autor/alfred-adler_2.html

http://www.frasesypensamientos.com.ar/
autor/alfred-adler.html

http://doblelol.com/9/funny-anime-gif.htm

http://www.frasesypensamientos.com.ar/
autor/alfred-adler.html

http://www.psiqweb.med.br/site/
?area=NO/LerNoticia&idNoticia=131

http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php
?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8046

http://www.psicoloucos.com/Alfred-Adler/
frases-e-pensamentos-de-alfred-adler.html

http://www.citador.pt/
frases/citacoes/a/alfred-adler

http://pt.wikipedia.org/wiki/Alfred_Adler

http://pt.wikiquote.org/wiki/Alfred_Adler

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.