Mein
Kampf (em
português Minha Luta) é o título do livro no
qual Adolf Hitler expressou suas idéias nazistas para a implantação
de uma nova ordem na Europa. O livro foi dedicado a Dietrich Eckart,
membro da Sociedade Thule, uma sociedade secreta, racista e ocultista, fundada
em 17 de agosto de 1918 por Rudolf von Sebottendorf (1875-1945), em Munique,
na qual Adolf Hitler foi iniciado por Walter Richard Rudolf Hess (1894 –
1987), político alemão e importante personagem do Terceiro Reich,
enquanto estavam presos no forte de Landsberg. A Socidade Thule ficou conhecida
por ter estado associada à Sociedade Germanenorden, uma sociedade secreta
alemã, formada e instalada em 1912 por vários ocultistas alemães
proeminentes, e que tinha por símbolo uma suástica1.
A Sociedade Germanenorden ensinava aos seus iniciados ideologias nacionalistas
sobre a superioridade da raça nórdica, anti-semitismo e também
ocultismo. Inacreditavelmente, Heinrich Luitpold Himmler (1900 – 1945),
comandante da Schutzstaffel alemã, homem-chave na organização
do Holocausto e um dos mais poderosos homens da Alemanha Nazi, tinha como
livro de cabeceira a Bhagavad Gita!
Mein
Kampf foi escrita na prisão e editada inicialmente em
1924. É uma obra composta de um prefácio, uma dedicatória,
27 capítulos (organizados em dois volumes, com 12 e 17 capítulos,
respectivamente) e um posfácio. Tornou-se um guia ideológico
e de ação para os nacional-socialistas e também, atualmente,
para os neonazistas, primeiro dentro e depois fora da Alemanha. É
importante notar que a flexibilidade conotativa e contextual da língua
alemã – e em especial da palavra alemã Kampf
– traz diversas possibilidades de tradução para o título.
A palavra, assim, além de luta, também pode ser traduzida
como combate ou, até mesmo, como guerra, o que é evidenciado
por vários exemplos como os nomes alemães de diversos tanques
(Panzerkampfwagen, veículo de guerra blindado) ou
por bombardeiros (Sturzkampfflugzeug, avião bombardeiro
de guerra). Minha Luta pode ser considerado o mais correto, porém,
Minha Guerra pode chegar mais perto daquilo que o mundo conheceu
de 1939 a 1945, e que só acabou de fato com a dupla destruição
de Hiroshima e de Nagazaki.
Enfim,
qual é o objetivo deste trabalho? Por que o Website Pax Profundis
divulgaria fragmentos desta obra caliginosa? Tudo deve ser lido; tudo deve
ser conhecido; tudo deve ser examinado. Aquele que se encerra em uma bolha
pensa que está protegido, meio que santificado; mas não está
nem uma coisa nem a outra. É necessário, sim, conhecer o lado
esquerdo, pelo menos em termos literários, para refutá-lo
com convicção. A segunda pergunta fica, assim, respondida.
Quanto
à primeira pergunta – o objetivo propriamente dito do trabalho
– é necessário que se observe que mesmo um representante
da Grande Loja Negra, talvez, até, principalmente, para bem poder
representá-la e cooptar aderentes, precisa estruturar e apresentar
seu pensamento em bases concatenadas e convincentes e – por que não?
– aceitáveis e justificáveis. Como bem salienta Giorgio
Galli, por exemplo, na Mein Kampf, Hitler apresenta um projeto
político que tem aspectos normais, como, justamente, a luta contra
o desemprego. Contudo, os perigos da aceitabilidade e da justificabilidade,
no caso de Mein
Kampf, por
exemplo, é que, por descuido ou fantasia, fazem os descuidados e
os fantasiadores adernarem a consciência para o que há de pior
na experiência vital humana, característica incontestável
do Nazismo: uma mistura pútrida e retrocessiva de preconceito, mistificação,
mentira sistemática, magia no pior sentido, neopaganismo romântico
(revivescimento mal-intencionado do paganismo ancestral do povo alemão),
anticlericalismo, imposição de uma religião nacional,
violência, tirania, supressão da dissidência, propaganda
sistemática, escravismo, opressão, perversidade, intolerância,
exaltação do orgulho patriótico, ideologia militarista,
anexações, assassinatos seletivos,
atrocidades, violações sobre terceiros, arianismo às
avessas, purificação da raça alemã
através da eugenia2 (que culminou na eutanásia
não-voluntária de pessoas consideradas diminuídas),
e, no caso, particularmente de um nacionalismo étnico associado à
uma profunda e inconciliável aversão aos semitas, especialmente
aos judeus. O item 4 do Programa do Partido Nacional Socialista Alemão
dos Trabalhadores (NSDAP), estabelecido em Munique em 24 de fevereiro de
1920, deixava isto muito claro: Só os cidadãos gozam de
direitos cívicos. Para ser cidadão, é necessário
ser de sangue alemão. A confissão religiosa pouco importa.
Nenhum judeu, porém, pode ser cidadão.
Por
tudo isto, e pelo que aqui não foi abordado, decidi recolher
na Mein
Kampf hitleriana alguns fragmentos de alguns capítulos
e divulgá-los, no sentido de recordar as bases de sustentação
daquilo que, certamente, foi o pior momento da Humanidade. Sem medo, recordar
é preciso. Mas atenção também é preciso,
pois muitas argumentações hitlerianas inseridas na Mein
Kampf são absolutamente coerentes e incontestáveis.
Este sempre foi o perigo rondante, para a Humanidade, derivado das lideranças
instrumentalizadas que se dispuseram a servir a Oitava Esfera, ou seja:
discrepância e insânia ancoradas e sustentadas em uma bem orquestrada
conexão de coerência e congruência. Quantos não
têm sido pescados nessa rede tenebrosa? Quantos inocentes úteis,
por despreparo, ingenuidade e ignorância, não têm sido
cooptados e usados no serviço de causas e de idéias políticas
absurdas? Quantos místicos e quantos religiosos, enfim, também
já não escorregaram e apoiaram irracionalidades e desconformidades,
todas inteiramente incompatíveis com os próprios princípios
místicos e religiosos
que aprenderam e que juraram defender? Seja como for, reproduzo para reflexão
o último parágrafo da Apresentação do livro,
escrito por Nélson Jahr Garcia: Por isso tudo, divulgo o livro,
uma peça de propaganda bastante eficiente, mas apenas no seu tempo
e contexto. Devemos ler, analisar, discutir e produzir vacinas. Como os
vírus, as idéias absurdas tendem a retornar fortalecidas e
resistentes; só conhecendo poderemos enfrentá-las. Não
podemos esquecer que, em outro contexto, coisas como assassinatos seletivos,
doutrina da terra arrasada e legítima defesa preventiva fazem parte
do arsenal político-militar de potências que se dizem guardiãs
da Democracia e da liberdade. O Tibete, o Estado Islâmico do Afeganistão
e a República do Iraque, por exemplo, estão pagando o preço
destes conceitos injustificáveis. Entretanto, em meio a tudo isto,
coisas boas acontecem. A Chanceler da Alemanha, Angela Merkel, em
18 de março de 2008, recebeu um grande aplauso do Parlamento
de Israel – o Knesset –
após pedir desculpas pelo Holocausto. Merkel disse que os alemães
ainda estão cheios de vergonha pelo genocídio de
seis milhões de judeus, praticado pelo regime nazista durante a Segunda
Guerra Mundial. Seu discurso foi o primeiro de um chefe de Estado alemão
no Parlamento Israelense.
Enfim,
comecei este enfadonho, monótono, cansativo e cruciador trabalho
em 14 de março de 2008, e não sei se e quando irei terminá-lo.
(Voltei a este ponto para informar que concluí o esforço em
18 de março de 2008 e fiz uma revisão completa de todo o trabalho
em 19
de março de 2008). Quando resolvi acrescentar este último
parágrafo, eu já havia lido o segundo capítulo do Mein
Kampf... e já estava sonolento, enfastiado e com
vontade de desisitir. A única vantagem-liberdade que eu tenho nisso,
é que se eu resolver deletar o arquivo, ninguém ficará
sabendo deste meu delírio, e poderei dormir um pouco mais cedo. Por
outro lado, deletando esta literatice, a antipropaganda que eu me propus
a fazer contra o Nationalsozialismus irá para o ralo. Então,
bravamente, esta minha luta contra o sono, contra o fastio, contra a desistência
e contra o Hitlerismo irá até o fim. Mas, como não
pretendo apresentar fragmentos de todos os capítulos do livro, e
como a obra está esgotada, e parece que, por um acordo cavalheiresco,
não está mais sendo editada, informo que a Bibliothèque
do Website abaixo citado (Morte Súbita Inc.) oferece
o texto integral para leitura:
http://www.mortesubita.org/
Sobre
Hitler e Sobre o Nazismo
(Comentários)
O
Führer é profundamente religioso, embora completamente anticristão;
ele vê o Cristianismo como um sintoma de decadência. E com razão,
é uma ramificação da raça judia. (Paul
Joseph Goebbels).
Uma
mentira dita cem vezes torna-se verdade. (Paul
Joseph Goebbels).
Sinto-me
feliz de haver cumprido com o meu dever como alemão, como nacional-socialista
e como fiel do Führer. Não me arrependo de nada. Se tivesse
que começar tudo de novo, trabalharia da mesma forma, inclusive se
soubesse que me aguardaria, no final, uma fogueira para a minha morte. Pouco
importa o que podem fazer os homens. (Rudolf Hess).
Eu
recordo com profunda gratidão da ajuda de padres católicos
na minha fuga da Europa e decidi, em honra da fé católica,
tornar-me membro honorário. (Adolf Eichmann).
Não
importa onde estamos lutando; não importa contra quem estamos lutando.
Mataremos quem tivermos que matar no interesse de nosso País, e tirar
a vida de um homem não significará mais do que tirar a vida
de um boi... Só com esta filosofia poderemos trilhar com confiança
o caminho da vitória. (Heinrich Himmler).
Aquele
que jura pela suástica deve renunciar a qualquer outra lealdade.
(Heinrich Himmler).
A
melhor arma política é a arma do terror. A crueldade gera
respeito. Podem odiar-nos, se quiserem. Não queremos que nos amem.
Queremos que nos temam. (Heinrich Himmler).
Führer,
meu Führer,
que me foste enviado por Deus,
protege-me e mantém-me vivo por muito tempo.
Salvastes a Alemanha da mais profunda miséria;
a ti te devo o meu pão de cada dia.
Führer, meu Führer, minha fé, minha luz;
Führer meu Führer, não me abandones.
(Oração
habitual proferida em alguns orfanatos alemães).
Damos
graças, veneráveis irmãos, a vós, aos vossos
sacerdotes e a todos os fieis que, defendendo os direitos da Divina Majestade
contra um provocador neopaganismo, apoiado, desgraçadamente com freqüência,
por personalidades influentes, haveis cumprido e cumpris o vosso dever de
cristãos. (Papa Pio XI).
O
limite que separa a expulsão, o encerramento nos guetos, as deportações
e os assassinatos esporádicos, do massacre e da destruição
sistemáticas, não foi ultrapassado senão um certo tempo
depois da invasão nazista da União Soviética, em 22
de junho de 1941... Só em 20 de janeiro de 1942, na Conferência
de Wanssee, foram tomadas as medidas para a 'solução final',
que implicava na tortura e no aniquilamento dos judeus de toda a Europa
ocupada e controlada pelos nazistas. (Arno Mayer).
Se
olharmos para as chamas deste fogo sagrado e nelas lançarmos os nossos
pecados, poderemos baixar desta montanha com as nossas almas limpas. Não
precisamos nem de padres nem de pastores. (Palavras de Julius Streicher
no festival nórdico do Solstício de Verão, perante
uma enorme multidão de alemães reunidos em Hesselberg –
montanha que o Fuhrer declarou sagrada.)
O filósofo do
movimento nazista era o educador Alfred Rosenberg, também membro
da Sociedade Thule, que divulgava a supremacia do povo alemão e fazia
de Hitler um super-homem (como o da prosa de Nietzsche). Rosenberg afirmava
que os únicos descendentes legítimos dos povos do norte (hiperbóreos)
eram os alemães. (Eliy Wellington Barbosa da Silva).
O
Nazismo é uma primeira (autônoma e nova) forma de niilismo
radical, que nega simultaneamente todos os valores, sejam eles valores capitalistas
e burgueses, sejam eles proletários. (Sebastian Haffner).
O
que acabamos de dizer [sobre o Nazismo], responde às três
perguntas que nos foram postas: a) Pode um católico ser membro do
Partido Hitleriano? b) Está um sacerdote católico autorizado
a consentir que os adeptos desse partido tomem parte em cerimônias
eclesiásticas, incluindo funerais? c) Pode um católico, fiel
aos princípios do Partido, ser abrangido pelos sacramentos? Devemos
responder 'Não' a tais perguntas. (Palavras do superior eclesiástico
de Mogúncia, em nome do seu bispo).
O Tratado trouxe ao
Governo Nacional-socialista, considerado por quase todo o mundo como sendo
formado de usurpadores, quando não bandoleiros, o selo de um acordo
com a força internacional mais antiga, o Vaticano. Em certo sentido,
era o equivalente a um diploma de honorabilidade internacional. (Comentário
de Joseph Rovan, autor católico, sobre o acordo diplomático
entre o Vaticano e o Reich nazista, em 8 de julho de 1933).
O
Holocausto foi executado na sociedade moderna e racional, em nosso alto
estágio de civilização e no auge do desenvolvimento
cultural humano. Por isto, é um problema da nossa civilização
e da nossa sociedade. (Zygmunt Baumann).
Embora
a História se repita, nunca é da mesma maneira. Dificilmente
veremos uma situação idêntica à da Alemanha nazista.
Mas não estamos livres da estruturação do Nazismo em
partidos políticos, como os do austríaco Jorg Haider e do
francês Jean-Marie Le Pen, que camuflam sua ideologia com discursos
ultracatólicos. (Pilar Rahola).
Na
cultura esotérica, existe uma diferença fundamental entre
'iniciação' e 'contra-iniciação'. A 'iniciação'
– a maçônica, para dar um exemplo claro – seria
positiva. A 'contra-iniciação', por sua vez, teria algo de
diabólico. E Churchill ficou sabendo que Hitler era um 'contra-iniciado'.
Churchill, portanto, estando a par do precedente 'esotérico-diabólico'
da 'contra-iniciação' de Hitler, temia que, por trás
dos objetivos negociáveis (mão livre na Europa e no Leste
da Alemanha e garantia de continuidade do Império inglês),
que provavelmente ele poderia aceitar, houvesse objetivos não negociáveis:
o império do mal. Hitler não queria apenas um império
de tipo geopolítico. Queria um império sobre as consciências,
baseado em uma série de valores que até o conservador anticomunista
Churchill via como negativos e inegociáveis. O fato é que
a profecia de Hitler sobre o fim do império britânico substancialmente
se realizou. Hitler profetizou que Churchill destruiria o império
inglês e entregaria o cetro imperial aos Estados Unidos. (Giorgio
Galli).
Por
mais de doze anos – doze dos melhores anos de nossa maturidade –
vivemos entre o povo alemão, cumprindo os deveres de ofício
a nós confiados. Durante esse tempo, na atmosfera de liberdade que
as condições políticas e sociais do tempo permitiam,
trabalhamos pela consolidação do 'status' da Igreja Católica
na Alemanha. Tivemos, então, a ocasião de conhecer as grandes
qualidade do povo e estivemos pessoalmente em contato próximo com
seus homens mais representativos. Por esta razão, acalentamos a esperança
de que possa se erguer à nova dignidade e à nova vida quando
finalmente tiver enterrado o espectro satânico levantado pelo Nacional
Socialismo e os culpados (como já tivemos noutros tempos a ocasião
de expor) tiverem expiado os crimes que cometeram. (Papa Pio XII).
Não é que a Igreja,
por sua parte, tivesse quaisquer ilusões, construídas em excessivo
otimismo ou que, em concluir a Concordata, tivesse a intenção
de dar qualquer tipo de aprovação aos ensinamentos ou tendências
do Nacional Socialismo; isto foi expressamente declarado e explicado na
ocasião [Cf. L’Osservatore Romano, nº 174,
2 de julho de 1933]. Deve, entretanto, ser reconhecido que a Concordata,
nos anos que seguiram, trouxe algumas vantagens ou, ao menos, preveniu maiores
males. (Papa Pio XII).
Como
um chamado de clarim que toca o alarme, o documento Papal com seus vigorosos
termos – muito vigorosos e meditados – alarmaram as mentes e
os corações dos homens. Muitos – mesmo além das
fronteiras da Alemanha – que até então tinham cerrado
seus olhos à incompatibilidade do posicionamento do Nacional Socialismo
com os ensinamentos de Cristo, tiveram de reconhecer e confessar seus erros.
Muitos, mas não todos! Alguns, mesmo entre os próprios fiéis,
estavam demasiado cegos por seus preconceitos ou fascinados pelas vantagens
políticas. (Papa Pio XII).
Fragmentos
do Livro Mein
Kampf