Rodolfo Domenico
Pizzinga
O
que é simplesmente é, mas, poderá melhorar. O
que ainda não é simplesmente não é, mas,
poderá se tornar. Todavia, urubu (nem que seja um Sarcorhamphus
papa, popularmente chamado de urubu-rei, urubu-real, urubutinga,
corvo-branco, urubu-branco, urubu-rubixá e iriburubixá)
não vira aparelho de aviação projetado para se
elevar verticalmente, se sustentar no ar e se deslocar por meio do
giro de hélices horizontais. Se você imaginou um helicóptero,
acertou. Definitivamente, urubu não vira helicóptero;
só se tiver vocação genética para urubucóptero.
Urubu-rei
|
O Urubucóptero
Daí, catapum: as
querelas!
Quem não fará
cagadelas,
se estiver seco o Coração?
São
um a gotinha e o mar;
são um eqüidade
e senso.
A vertente do contra-senso
é não saber,
porém, achar.
—
Acho o Tonto
um barato
e o Zorro, então, nem se fala.
Bandido? Acho que só à
bala,
e largando o presunto no mato.
—
Acho que
o Putin tá certo;
foi um golpe de mestre anexar.
Que se dane quem não gostar;
um novo momento foi aberto.
—
Kim Jong-un é outro esperto.
Com ele, não há infidelidade:
quem é traíra fica na saudade
e morre secuzinho no deserto.
—
Mas, acho o Obama melhor.
Deu um jeito no velho Osama,
que tirava um ronco na cama.
Tá dicionarizado: é remelhor!
—
E o tal panamá de Pasadena,
acho que foi espetacularíssimo,
bem tramado e bem boladíssimo.
—
Achando e 'contra-sensando',
de leve, vou dando uns pitacos,
tapando e destapando buracos.
E sabe, to cagando e andando!
Quentinho
não é friacho;
Rico Vacilón
não é bolero.
Urubu-rei não é
helicóptero;
Vacilón,
que rico vacilón!
Bailarín, que rico bailarín!
Arlequín, que rico arlequín!
Comilón, que tonto comilón!
Corazón,
horrible Corazón!
Crueldad, horrible crueldad!
Frialdad, horrible frialdad!
Paredón, mierda de paredón!
O
que é simplesmente é;
o que não é,
talvez, seja.
Mas, frutilha não
é cereja,
e pecado
não existe, né?
Ralhando
não se muda
um devasso berdamerda,
uma personalidade lerda
Bordoada
não é agrado;
um citadino não
é pé-duro.
Cada qual pare seu futuro;
cada qual motiva seu fado.
Sete
Céus não é Mouraria;
Amália nunca foi
Fernando.
Mas, o Bovino Ferdinando1
sabia as coisas. Isto
sabia!
Lula
nunca foi um indigente:
é um invertebrado
cefalópode.
Figueira seca não
é galópode,
e o diabo não é
meu parente.
Garibaldi
não é balde de gari,
a senhora Carolina Sá
Leitão
não é caçarola
de assar leitão,
e o Rei Leão não
é um saci.
O
Sr. Idi Amin Dada abotoou.
Não foi nganda
nem buganda;
foi Chefe de Estado de
Uganda.
Será que o Dada
já decolou?
Inépcia
é inépcia; não defeito.
Defeito pode ser consertado,
e conserto pode ser burilado:
é só ir
administrando o efeito.
Enquanto
isso, encarnação,
para compensarmos delitos,
nos tornarmos menos carlitos
e Aguarmos o seco Coração.
Será
que os ruins Aguarão
ou virarão anões
de jardim?2
ou a Santa Voz escutarão?
Isto
quem haverá de saber?
Arrependimento e promessa,
do lado-de-lá,
existem à beça!
Depois, revoltar a abrutecer!3
E
o tempo vai passando...
E as chances vão
sumindo...
E o Eu vai se consumindo...
E o prâlâya
vai chegando...
E
vai pintando a inatividade...
E o que poderia ser não
será!
E cada babaquara aguardará,
lastimando sua absurdidade.
311.040.000.000.000
anos!
Este será o tempo
da espera,
até ressuscitar
uma
nova era!
Oh!, como chiarão
os ananos!
— Para
você, um
presente: a Chave!
Agora, você precisa abrir a Porta!
No Caminho... AUM RA MA HUM!
______
Notas:
1. Ferdinand,
the Bull, Ferdinando, o Touro
(1936) é a obra mais conhecida do autor americano de
Literatura Infantil Wilbur Munro Leaf (Hamilton, Maryland, 4 de dezembro
de 1905 – Garret Park, Maryland, 21 de dezembro de 1976), cujas ilustrações,
na época de seu lançamento, foram feitas pelo ilustrador americano
Robert Lawson (4 de outubro de 1892 – 27 de maio de 1957). O livro
infantil conta a história do Touro Ferdinando, que prefere cheirar
as flores ao invés de lutar em touradas. Convocado para atuar nas
touradas, Ferdinando evita as provocações tanto do toureiro
quanto da platéia, pois, para ele, era mais divertido a vida no campo
e viver em paz com a Natureza. O livro foi lançado nove meses antes
da eclosão da Guerra Civil Espanhola (que iniciou em 17/18 de julho
de 1936 e terminou em 1º de abril de 1939). Mesmo assim, naquele período,
adeptos do ditador Francisco Franco Bahamonde (Ferrol, 4 de dezembro de
1892 – Madrid, 20 de novembro de 1975) o classificaram como um livro
pacifista, sendo proibido em muitos países que adotaram modelos fascistas
de Governo. Por outro lado, devido à proibição por
esses regimes, o pequeno romance foi promovido à condição
de livro de ideologia esquerdista. Na verdade, a mensagem do Touro Ferdinando
é clara nos dias de hoje: não ataca nem ideologias de direita
nem agencia as de esquerda. Antes de tudo, é um livro infantil que
promove ideais pacifistas. Em 1938, a Walt Disney Company adaptou o romance
com sucesso para um curta-metragem que lhe rendeu o Oscar na categoria.
Se você quiser ver o curta, que é uma graça, o endereço
é:
http://www.youtube.com/watch?v=CGTVRbpAuRo
Ferdinand,
the Bull
2. Dizem os experts
que o anão de jardim é um objeto de rituais de decoração.
É normalmente encontrando em jardins de donzelonas idosas ou de macróbias
desocupadas, que só se ocupam de falar mal da vida alheia. Afirmam
que essa criatura do demônio, na surdina, cria vida quando
ninguém está olhando, e faz travessuras com as pessoas, como
tocar campainha e sair correndo, voltar correndo e tocar de novo, furtar
gelatina, dar pum e dizer que foi o gato, tirar meleca e botar a meleca
nas costas de um desavisado... Coisas assim! Dizem também que, depois
das travessuras, eles se reúnem em bandos para contar piadas de curiboca.
Depois, voltam ao seus respectivos jardins, e fingem que nada aconteceu,
e ficam lá parados espantando os passantes... Muitas vezes, são
confundidos com duendes e anões normais. Há pessoas que já
viram, pelo menos uma vez, um anão de jardim. Algumas delas são:
papai-noel, Bob Esponja, Homer Jay Simpson, Popeye, Hannibal Lecter, Rofolda
Nepomucena das Dolores e Alberto "Che" Anhangüera de la Lucerna,
que viu um anão de jardim de três metros de altura na Quebrada
del Churo, na aldeia boliviana La Higuera, quando estava vivo. Leonid Tupolev
da Silveira, apesar de, como Ruiz-Camões, ter um olho só,
também viu. Quase ia me esquecendo: o Hopalong Cassidy também
viu. E o Amaury Couto da Sylveira me disse pessoalmente que o ex-presidente
Hernesto Medicinal Figueiroa viu um anão de jardim pequeninho, do
tamanho de uma unha, lá na Ganja do Entortado. O Patropi deve a abertura
à esta insólita visão.
Boniphácio
(Anão de Jardim do Palácio do Altiplano)
3. Não é
sempre assim, mas, na maioria das vezes é. O livramento, quando acontece,
em geral, demora zilênios!
Mas, quando
o sujeito é um filho-das-ervas
convicto, a tendência, com o passar das encarnações,
é ser entropizado. A coisa mais difícil para um cruel e deixar
de fazer crueldades. E aí, o cara vai apodrecendo... até cair
de podre!
Música
de fundo:
Rico Vacilón
Compositor: Rosendo Ruiz Jr.
Interpretação: Jarabe De Palo & La Vieja Trova Santiaguera
Fonte:
http://livemp3.co/music/jarabe+de+palo+
vieja+trova+santiaguera+rico+vacilon/0/s
Páginas
da Internet consultadas:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Urubu-rei
http://desciclopedia.org/wiki/An%C3%A3o_de_jardim
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Story_of_Ferdinand
http://disney-strology.tumblr.com/post/55452934
677/15-july-ferdinand-the-bull-ferdinand-the-bull
http://www.hasslefreeclipart.com/
clipart_cartanim/vulture.html
http://www.imageslist.com/2014/01/
animated-gifs-of-hearts-part-1.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferdinando,_o_Touro
Direitos autorais:
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neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar
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