Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O a

O abusador é uma pessoa comum, que mantém preservadas as demais áreas de sua personalidade, ou seja, é alguém que pode ter uma profissão e até ser destaque nela, pode ter uma família e até ser repressor e moralista, pode ter bom acervo intelectual, enfim, pode ser considerado ‘um indivíduo normal’. Ele é perverso, e faz parte da sua perversão enganar a todos sobre sua parte doente. Para ele, enganar é tão excitante quanto a própria prática do abuso. Pode esconder-se vestindo uma pele de cordeiro, ou uma pele de autoritário, ou uma pele de moralista, mas isto não passa de um artifício a serviço da sua perversão. Esse é o ponto central da sua perversão. Ele necessita da fantasia de poder sobre sua vítima, usa das sensações despertadas no corpo da criança ou adolescente para subjugá-la, incentivando a decorrente culpa que surge na vítima.

O abusador pode ser agressivo, mas, na maioria das vezes, ele usa a violência silenciosa da ameaça verbal ou apenas velada. Covarde, ele tem muito medo e sempre vai negar o abuso quando for denunciado ou descoberto.

O pedófilo procura, freqüentemente, a situação de exercer a função de substituto paternal para ter a condição de praticar sua perversão. Seu distúrbio mental é compulsivo: ele vai repetir e repetir seu comportamento abusivo, como o mais forte dos vícios. Nenhuma promessa de mudança de seu comportamento pode ser cumprida por ele, pois ele é dependente do abuso. Ele tem consciência do que pratica, portanto deve ser responsabilizado criminalmente, sem atenuantes.

O maior dano que ele causa é à mente da criança, que é invadida pela concretização das fantasias sexuais próprias da infância e que deveriam permanecer em seu imaginário. A concretização precoce destas fantasias pode explicar a evolução de abusado para abusador; a criança fica aprisionada nesta prática infantil do sexo e suas numerosas implicações psicológicas adoecedoras, e apenas muda de lado quando se torna adulto, permanecendo, assim, na cena sexual infantil traumática.

 

Ana Maria Brayner Iencarelli
(Psicanalista de crianças e adolescentes)

 

 

 

 

 

 

 

O abusador não é um indivíduo normal.

Sem se dar conta, está a serviço do mal;

prevalece-se de uma situação favorável

para concretizar um ato ímpio e execrável.

 

Sim, isto é fato. Mas deixarei uma reflexão

para ser examinada no fundo do Coração:

Mais do que responsabilizar e criminalizar,

por que não orientar, auxiliar e irmanar?

 

Ninguém se torna um pedófilo porque quer;

ninguém se torna um abusador porque quer.

No Kosmos, tudo tem sempre mão e contramão;

criminalizar é esquecer que o outro é um irmão.

 

Licitamente, podemos nos enojar e nos revoltar.

Mas será que podemos desamar e desamparar

um nosso irmão que escorregou e se entregou

 

 

 

 

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.riogrande.com.br/
Clipart/gif/flores_flora/flores_flora.html

http://violada_mas_nao_vencida.blogs.sapo.pt/
tag/testemunhos

http://sadangel.weblog.com.pt/
arquivo/2003_05.html

http://flog.digizap.com.br/
canindesoares/53086

http://www.revistasintetica.com.br/internasNoticias.asp?news
MundoEventosArtesDicasmodaCulturaruaEspeciasID=169

http://www.al.sp.gov.br/
StaticFile/integra_sessao/090aSO030901.htm

 

Tango: La Cumparsita. (M.Rodriguez, P.Contursi & E.Maroni)

Fonte: http://www.geocities.com/Baja/3061/tango.html