ORAÇÃO
ABSURDA
(Adrenalina e 'Milagre')
Rodolfo Domenico Pizzinga
Música
de fundo: Apesar de Você
Fonte:
http://members.fortunecity.de/donauwoerth/Download_mids_02.htm
ABSURDIDADE
Ondes estás, ó meu Deus?
Por que não queres me premiar?
Melhor fazem os ateus
Que não precisam se humilhar.
Eu exijo que a minha Escola
Tire o primeiro lugar no carnaval.
Senão, para Ti, não darei mais esmola,
E vou armar um bafafá infernal.
Também quero muitas mulheres,
Não pagar mais alugueres
E viver de capitalização.
Vê se Tu me ajudas um pouquinho!
Afinal, sempre fui um cordeirinho.
Tu és minha única salvação!
APRENDENDO...
De qualquer forma, aprenderemos um dia que, na verdade, não existem Deuses como nós imaginamos. O Deus de que falou Sâr Alden é o Deus de nossos Corações — o único Deus verdadeiro, que é uma imagem efetiva de nossa arquitetação mental, e, por isso, deve ser mística e diuturnamente projetado e construído pela nossa soberana vontade para ser UM com o Bem e com a Beleza universais. É este Deus que veremos em essência e em primeiro lugar no dia de nossa transformação ou transição. Ele em nós; nós Nele. Será que iremos nos envergonhar do Deus que projetamos e criamos enquanto estávamos vivos aqui neste Plano? Afinal, nós não somos crianças (e muito menos bebês) a brincar em um playground, e quando a coisa aperta saímos correndo para o primeiro Deus disponível para resolver as embrulhadas em que nos metemos. Isso é coisa de incréu covarde, incompetente e chorão. Por isso, não se deve confundir ateu com incréu, ainda que os dicionários os apresentem como sinônimos. Não são. O dito ateu é, potencialmente, um místico por excelência; o incréu não acredita nem em si próprio porque é um preguiçoso assumido, vivendo na ilusão de que é um devoto especial. Quer que qualquer Deus (já criado por terceiros) faça por ele o que ele deveria fazer por si se não fosse um maria-vai-com-as-outras. E pior: pensa que pode comprar um Deus qualquer de sua simpatia com promessas, dízimos, óbolos, mortificações, jejuns de araque e outras criancices mais. E também com orações recitadas de forma papagaial, muitas vezes absurdas, nas quais não é empenhado o Coração, mas, sim, fundamentadas em interesses pessoais e hipotéticos, isto é, impelidos pelo coração. Então, no soneto Absurdidade que inicia este rascunho, o peticionário estuporado acerta com relação ao ateu, mas se degrada no sentido mais aviltador que se possa imaginar, pois, inclusive, ameaça, em um absurdo sem limite, o Deus que ele acredita existir, já que anuncia ameaçadoramente que não dará mais esmola (para Deus), tentando, inclusive, intimidar esse mesmo Deus com um bafafá infernal.
Mas, o incrível e 'miraculoso' (para o incréu que se diz devoto) é que alguns 'milagres' acabam acontecendo mesmo [algumas vezes um mero resultado temporário de uma descarga suplementar de adrenalina (C9H13NO3) – hormônio e neurotransmissor (com efeito sobre o sistema nervoso simpático) secretado pela medula das glândulas supra-renais, e que tem numerosos efeitos no organismo, particularmente circulatórios e metabólicos (oposto ao da insulina), sendo importante na produção de respostas fisiológicas rápidas aos estímulos externos (turbinando o organismo), mas cessado o estímulo as reações retornam ao seu estado anterior], porque entra em funcionamento associativamente uma Lei Cósmica (desconhecida do incréu), que acaba agindo inconscientemente sobre o seu Corpo Físico, dando a impressão errônea de 'milagre'. E assim a coisa se espalha – porque o 'milagre' é visto por muitos – e o Egrégora desse Deus se fortalece. Eu acho que não preciso explicar muito esse mecanismo prestacionista oracional peditório nem essa Lei, mas, matematicamente, ela pode ser assim apresentada (depois de examinar o peditório matemático-biológico, passe o mouse sobre ele para ver a fórmula espacial da adrenalina):
Quando isso não dá certo ou o efeito do 'milagre' é temporário (que geralmente é, porque o incréu volta a cometer os mesmos absurdos de antanho) ou mesmo não ocorre, o que se vê amiúde é as pessoas trocando de religião e de Deus. No Brasil, de uns anos para cá, a moda é trocar uma religião qualquer pela Religião Evangélica. Eu, particularmente – que não tenho nada contra religião alguma – conheço uma senhora que já passou por não sei quantas religiões. A última mudança – e, de certa forma, recente – foi sua afiliação uma respeitável Igreja Evangélica, mas ela não se batizou porque teria que dar mensalmente o dízimo e ela não está disposta a ser dizimista nem fiel nessa matéria (é fiel aquele que dá o dízimo, e todos os confrades, inclusive os mais pobres, devem contribuir com 10% de toda a sua renda bruta).
O fato é que, muitas religiões funcionam na base do negócio pré-pago e não pós-pago, isto é, para haver o 'milagre' do dá-cá, tem que haver primeiro o pagamento do toma-lá. E o mais fantástico é que há apoio bíblico para isso!!! (Consulte Levítico 27: 31, 32; Números 18: 21, 24 e 18: 26, 27; Deuteronômio 14: 22 e 26: 12; etc.). Estou rouco de escrever: todas essas coisas são imperativos hipotéticos da pior qualidade e só comprometem o Eu Interior dos seus praticantes. Ninguém deve praticar qualquer tipo de ação na esperança de receber algo em troca. O que me deixa estarrecido é que as pessoas não se mancam!
Enfim, há uma pergunta que eu me faço todos os dias: estou sendo um Rosa+Cruz digno? E quantas vezes me vejo chorando pelas besteiras que ainda imprudentemente insisto em cometer. Perdão, ó Deus do meu Coração Espiritual. Ainda não sou um Rosa+Cruz digno! Mas serei! Não posso terminar meus dias nesta bendita encarnação envergonhado das ofensas que ainda pratico contra Você, nem posso imaginar que Você continue a ter vergonha de mim. E eu não quero e nem posso ficar passeando pelo Zodíaco eternamente. Tenho coisas mais úteis para fazer em prol do Bem e da Beleza, do que ficar encarnando e desencarnando como uma mola para aprender a ser um Rosa+Cruz e um Homem (com R e H maiúsculas). Quero ser Você agora, não depois. Auxilia-me a completar essa construção já há muito tempo iniciada. Está Selado.
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