A luta pela Verdade deve ter precedência sobre todas as outras lutas. [In: Como Vejo o Mundo, de autoria de Albert Einstein.]

 

 

 

Cada ser-humano-aí-no-mundo deve participar na elaboração do espírito de seu tempo. [Ibidem.]

 

Proibir a liberdade do ensino [ou de expressão] e expulsar de seu posto os recalcitrantes [os que pensam de modo diferente] é a mesma coisa que aniquilar alguém pela fome [ou impedir de fazer xixi.] [Ibidem.]

 

 

Um intelectual – um patriota de verdade – deve sacrificar seus interesses pessoais pelos interesses culturais do país. [O nome disto é Patriotismo Sadio. Apesar de Você é uma canção escrita e originalmente interpretada pelo cantor e compositor brasileiro Chico Buarque, em 1970. A canção, por lidar implicitamente com a falta de liberdade durante a plúmbica ditadura militar brasileira (1º de abril de 1964 a 15 de março de 1985), foi proibida de ser executada pelas rádios brasileiras pelo Governo do general Emílio Garrastazu Médici.] [Ibidem.]

 

 

 

 

Hoje, você é quem manda,
Falou, 'tá falado,
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda falando de lado
E olhando pro chão, viu.
Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão,
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão.
Apesar de você,
Amanhã há de ser outro dia.
Eu pergunto a você, onde vai se esconder.
Da enorme euforia?
Como vai proibir,
Quando o galo insistir,
Em cantar?
Água nova brotando,
E a gente se amando sem parar...
Quando chegar o momento, esse meu sofrimento,
Vou cobrar com juros, juro.
Todo esse amor reprimido, esse grito contido,
Este samba no escuro...
Você que inventou a tristeza,
Ora, tenha a fineza de desinventar.
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada nesse meu penar.
Apesar de você,
Amanhã há de ser outro dia...
Inda pago pra ver (lá-lá-iá, lá-lá-iá)...
O jardim florescer (lá-lá-iá, lá-lá-iá)...
Qual você não queria (lá-lá-iá, lá-lá-iá)...
Você vai se amargar (lá-lá-iá, lá-lá-iá)...
Vendo o dia raiar (lá-lá-iá, lá-lá-iá)...
Sem lhe pedir licença (lá-lá-iá-lá)...
E eu vou morrer de rir (lá-lá-iá, lá-lá-iá)...
Que esse dia há de vir (lá-lá-iá, lá-lá-iá)...
Antes do que você pensa (lá-lá-iá-lá)...
Apesar de você,
Apesar de você,
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai ter que ver (lá-lá-iá, lá-lá-iá)...
A manhã renascer (lá-lá-iá, lá-lá-iá)...
E esbanjar poesia (lá-lá-iá, lá-lá-iá-lá)...
Como vai se explicar (lá-lá-iá, lá-lá-iá)...
Vendo o céu clarear (lá-lá-iá, lá-lá-iá)...
De repente, impunemente (lá-lá-iá, lá-lá-iá)...
Como vai abafar (lá-lá-iá, lá-lá-iá)...
Nosso coro a cantar (lá-lá-iá, lá-lá-iá)...
Na sua frente (lá-lá-iá, lá-lá-iá)...
Apesar de você,
Apesar de você,
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai se dar mal (lá-lá-iá, lá-lá-iá)...
Etc. e tal...
Lá-lá-iá, lá-lá-iá (lá-lá-iá, lá-lá-iá)...
Lá-lá-iá, lá-lá-iá (lá-lá-iá, lá-lá-iá)...
Lá-lá-iá, lá-lá-iá (lá-lá-iá, lá-lá-iá)...
Lá-lá-iá-lá (lá-lá-iá-lá)...
Lá-lá-iá, lá-lá-iá (lá-lá-iá, lá-lá-iá)...
Lá-lá-iá-lá (lá-lá-iá-lá)...
Apesar de você,
Apesar de você,
Amanhã há de ser...

 

 

 

Para chegar ao XYZ,
é preciso saber o ABC...
Para ir do ponto A ao ponto B,
uma linha reta é o melhor caminho.
Para, um dia, poder colher,
é necessário, concertadamente, plantar.
Para a COVID-19 evitar pegar,
é preciso se vacinar.
Para desemburrar e poder voar,
é preciso merecer e o Bom Combate lutar.
Para poder ver o nascer,
é preciso
Para deixar de claudicar e morrer,
é preciso e .
Para se tornar relativamente justo e perfeito,
é preciso se livrar de cada defeito/malfeito.
Ora, essas coisinhas elementares todo mundo sabe.
Acho que não há quem não saiba.
Mas, o que nem todos sabem
(ou insistem em não querer saber)
é que apesar do desrespeito,
apesar do preconceito,
apesar das 7 arrobas,
apesar do uivo das lobas,
apesar do negacionismo,
apesar do antivacinismo,
apesar de você pensar que é imbrochável,
apesar de você pensar que é inarredável,
apesar do seu — E daí?,
apesar do seu Varanus komodœnsis tropical,
apesar de tantos coveiros,
apesar de tantas vidas apocopadas
e de tantas lágrimas derramadas,
apesar dos 700.000 que partiram,
apesar de tanta desfraternidade
e de tanta separatividade,
apesar de tanto deixa-pra-lá
e de tanto do-lado-de-cá e do-lado-de-lá,
apesar de tanta Cloroquina e de tanta Tubaína,
apesar de tantas esdruxulices malogradas,
apesar de tantas consciências manipuladas,
apesar de tantos embromeiros malsucedidos,
apesar de tantos puxa-sacos entorpecidos,
apesar de tantos papagaios de pirata paralisados,
apesar de tantos inocentes úteis imobilizados,
apesar de tantos terem obedecido
o que nunca se poderia obedecer,
apesar de tantos terem ajoelhado
para o que jamais se poderia ajoelhar,
apesar de quererem passar a boiada,
de fechar o Congresso e o Supremo,
de pedirem uma intervenção militar,
de exigirem a reencarnação da ditadura,
da volta da censura, da tortura
da Casa da Morte e da Boa constrictor,
de um novo tempo de chumbo,
apesar, tembém, de tanta cegueira inculta,
de tanta estultice estulta,
de tanta inadimplência inulta,
apesar de tanto ódio esparramado,
apesar de tanto sem jeito descuidado,
apesar de tanto incorreto acumulado,
apesar de tanto preconceito verbalizado,
apesar de tanto açulamento desarrazoado,
apesar de tanto conveniente vergado,
apesar de tantas news,
apesar da antidemocracia doente,
apesar do anti-republicanismo dolente,
apesar, inclusive, das várias tentativas
de dar um golpe de Estado,
apesar do auge, em 8 de janeiro de 2023,
articulado nos intestinos morféticos
dos que estão putrefeitos por dentro,
apesar da minuta maldita
do Estado de Defesa,
escondida em um buraco na casa do A. G. T.,
apesar de muitos sins que deveriam ter sido nãos
e de muitos nãos que deveriam ter sido sins,
de muitas validações que deveriam ter sido impugnadas
e de muitas invalidações que deveriam ter sido aprovadas,
de muitos vetos que deveriam ter sido ratificados
e de muitas ratificações que deveriam ter sido vetadas,
de muitas nomeações contrárias à sensatez e ao bom senso,
(— é simples assim: um manda e outro obedece!),

 

 

 

apesar das torpes conspirações
às escondidas e pelas caladas,
apesar de a paz e a harmonia nacionais
terem sido enxovalhadas e amesquinhadas por quatro anos,
apesar de você negar peremptoriamente
a verdade sabida por todos nós
da sua boçalidade azeda e mal-humorada
de tentar fazer o Brasil,
sentadinho em um carro de bois,
retornar à Baixa Idade Média
e ao dacadente, doentio e ultrapassado feudalismo,

apesar, apesar, apesar,
apesar, apesar, apesar,
apesar, apesar, apesar,
apesar, apesar, apesar,
apesar, apesar, apesar,
apesar, apesar, apesar,
apesar, apesar, apesar,
de mil outras coisas que esqueci,
e que, graças dando, fico feliz em não lembrar,
apesar de você e dos seus,
hoje, desacreditados pela maioria do povão brasileiro,
querendo você ou não, gostando você ou não,
querendo os seus ou não, gostando os seus ou não,
em cada Coração Brasileiro, está raiando um Novo Dia,
Arco-irisado e Luminoso,
em que o medo e a tristeza
estão dando lugar à Coragem e à Alegria,
em que o hipotético, supositício, duvidoso e incerto
estão dando lugar ao Idôneo, Cabal, Sincero e Categórico,
em que, na caverna escurecida pela inépcia consentida,
está sendo acesa uma Lanterna Iluminadora e Ensinadora,
em que, no deserto do nada sem nada,
está brotando um Oásis Verdejante,
em que o oblíquo e o inclinado
estão se Desentortando e se Aprumando,
em que a Liberdade
está deixando de ser saudade declinante,
em que a Beleza Transformadora
está deixando de ser uma nuvem passageira
que com o vento se vai
ou como um cristal bonito
que se quebra quando cai,
em que a Insubstituível Cidadania
está deixando de ser uma embaçada agonia,
em que o Sadio Patriotismo
está deixando de ser ufanismo/fanatismo,
em que a Brasilidade
está deixando de ser incivilidade/boçalidade,
em que o Caminho Heróico para o Alto
está sendo novamente trilhado,
em que a escravidão ameaçadora
está se tornando Alforria Conscientizada,
em que cada um, de fato, corajosamente, está podendo dizer:
—