A
Base não poderá ser encontrada enquanto existir qualquer forma
de ilusão, que é a projeção [no
tempo] do desejo, do prazer ou do medo. O fato é que choramos,
oramos, jejuamos, meditamos, renunciamos, nos sacrificamos, nos esforçamos,
nos culpamos, fazemos votos disto e votos daquilo, e fizemos e continuamos
a fazer todas estas coisas por milhões de anos, e, no final destes
milhões de anos, ainda estamos onde estávamos: no começo,
pois, percebemos que tudo o que fizemos ou deixamos de fazer não
teve absolutamente qualquer valor, qualquer significado. Isto é uma
grande descoberta [decepção]
para nós. Pensávamos que havíamos avançado
com relação ao início, por termos passado por tudo
isto, mas, repentinamente, descobrimos que estamos de volta ao mesmo ponto
onde começamos. [Na
verdade, por dois motivos principais, não estamos no mesmo
ponto onde começamos: 1º)
não há começo, não há meio, não
há fim; e 2º) na peregrinação ilimitada, sempre
há algum avanço, alguma compreensão, alguma mudança,
mas, estas coisas, para a maioria de nós, são tão diminutas
e tão imperceptíveis, que temos a sensação de
continuarmos na mesma. Na realidade, não iremos a lugar algum, pois,
não há meta alguma; nós somos o lugar, nós somos
a meta.] Todavia,
se a nossa mente puder estabelecer uma relação com Aquilo,
ela se tornará Aquilo, [pois,
Aquilo (ou a Grande Base) sempre esteve, está e estará em
nós, o que, no fundo, é apenas mais uma afirmação,
que precisará ser confirmada ou rejeitada por nós. Individualmente.
Entretanto, enquanto o ego prevalecer, enquanto o self
prevalecer, enquanto o centro prevalecer...]
[Jiddu Krishnamurti e David Joseph Bohm. In: A Eliminação
do Tempo Psicológico (em inglês, The
Ending of Time.)] Abaixo, apresento uma reflexão que
fiz em parceria com Krishnamurti.
Ego-self-centro
—
Então,
um Dia
–
sem, a princípio,
saber
exatamente
como nem por quê –
destruí
completamente,
sem
nem sombra sobrar,
o ego-self-centro,
escravo
do
e
dos demônios que criei,
e
que sempre foi,
para
mim e para muitos,
a
causa de todo mal,
de todo erro,
de
todas as inverossimilitudes,
de
toda escuridade,
de todas as conclusões neuróticas,
de
todas as andanças afóticas,
de todas as limitações,
de
todas as minimizações,
de
todas as desertificações,
dos
oásis escondidos,
de
todas as miragens,
das
Fatas Morganas,1
de
todas as ficções,
de
todas as não-relações,
de
todas as dependências,
de
todas as insuficiências,
de
todas as muletas,
de
todos os corrimões,
de
todos os andadores,
de
todas as inverdades,
de
todas as inexatidões,
de
toda cegueira,
de
toda surdez,
de
todas as mesmices,
de
todas as canalhices,
de
todas as genuflexões,
de
todas as pedincharias,
de
todas as desalegrias,
de
todos os fideísmos,
de
todos os coisismos,
de
todos os achismos,
de
todos os medos,
de
todos os fedos,
de
todos os preconceitos,
de
toda xenofobia,
de
toda homofobia,
de
todos os julgamentos equivocados,
de
todas as acusações infundadas,
de
todas as dores e angústias,
de
todo distanciamento,
de
toda separatividade,
de
toda ofensividade,
de
toda desfraternidade,
de
toda má vontade,
de
todo egotismo,
de
todo autocentrismo,
de
todo vantagismo,
de
todo shylockismo,
de
toda astralidade,
da
inausteridade e da vaidade,
de
todas as prisões,
de
todas as ilusões,
de toda diligência,
de todo esforço,
de toda miséria,
de
toda retardação,
de
toda horariedade,
do
Oeste,
das
crendices,
do
religiosismo,
do
fanatismo,
do
patriotismo,
do
belicismo,
do
terrorismo,
das
fronteiras,
das
alfândegas,
dos
passaportes,
dos
gulags,
da
Lubianka,
do
Guantanamo Bay Detention Camp,
da
Casa Azul,
da
Casa da Morte,
da
Colônia Dignidade,
da
Mansión Seré,
dos
campos de concentração,
do
holocausto,
das
guerras sem vencedores,
das
matanças,
das
degolas,
da
meia-noite,
da
caverna sem lanterna,
da
lanterna sem pilha,
da
inocência útil,
da
insciência,
da
incapacidade,
da
indecisão,
das
reivindicações fúteis,
das
exigências inúteis,
da
Magia Negra,
do
abracadabrismo insano,
da
acolitação inconsciente,
do
acolhimento supositício,
de
todas as vindas e idas,
de
todas as idas
e vindas,
do
sobe-e-desce,
do
desce e sobe,
do vai-e-vem,
do
vem e vai
de mais sei lá o quê
e
de sei lá mais o quê.
—
E,
deslumbrado,
admirado, perplexo e estupefato,
momentaneamente,
mais para incrédulo,
eu
pude constatar,
em
primeira mão,
que
eu e Aquilo
–
que eu e a Grande Base –
sempre
fomos,
somos
e sempre seremos UM.
E
mais:
que
1 +
1 =
1
e
que 1 –
1 =
1.
Ou
seja: que somos todos UM.
Hoy,
soy un hombre sincero,
y
antes de morirme, quiero
echar mis versos del alma,
y,
con usted, compartir mi calma.
_____
Nota:
1.
O efeito de Fata
Morgana (do italiano Fata
Morgana,
ou seja, Fada Morgana), faz referência à fictícia feiticeira
(Fada Morgana) – meia-irmã do Rei Artur que, segundo a lenda,
era uma fada que conseguia mudar de aparência. O
que produz a Fata
Morgana é um fenômeno ótico, que está
correlacionado com a refração, a reflexão e a difusão
da luz, e todos eles são fundamentais para a ocorrência do
fenômeno. Trata-se de uma miragem que se deve a uma inversão
térmica. Objetos que se encontrem no horizonte, como, por exemplo,
ilhas, falésias, barcos ou icebergs, adquirem uma aparência
alargada e elevada, similar aos castelos dos contos de fadas. Com tempo
calmo, a separação regular entre o ar quente e o ar frio (mais
denso) perto da superfície terrestre pode atuar como uma lente refratante,
produzindo uma imagem invertida, sobre a qual a imagem distante parece flutuar.
Os efeitos Fata
Morgana costumam ser visíveis de manhã, depois
de uma noite fria. É um efeito habitual em vales de alta montanha,
nos quais o efeito se vê acentuado pela curvatura do vale, que cancela
a curvatura da Terra. Também se costuma ver de manhã nos mares
árticos, com o mar muito calmo, e é habitual nas superfícies
geladas da Antártida. Os efeitos de Fata
Morgana são miragens ditas superiores, diferentes das
miragens inferiores, que são mais comuns e criam a ilusão
de lagos de água distantes nos desertos ou em estradas com o asfalto
muito quente. A Fata
Morgana mais célebre é a que se produz no estreito
de Messina, entre a Calábria e a Sicília. Muitos dos acreditados
e ditos milagres nada mais são do que Fatas
Morganas. No Uni(multi)verso
não existem milagres. Hipoteticamente,
o disfuncionamento de
uma simples Lei Uni(multi)versal
levaria o Uni(multi)verso ao caos, coisa que jamais
acontecerá. Como um milagre é uma disfunção,
ele não pode acontecer. Nem que a vaca tussa ou que um cristal de
rocha boceje!
Dois
Exemplos de Fatas
Morganas
Quartzo Hialino Bocejando
Música
de fundo:
Guantanamera
Composição: Joseíto Fernández
Interpretação: Julio Iglesias
Fonte:
http://www.krafta.cc/musica/guantanamera-julio-iglesias/
Páginas
da Internet consultadas:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cristal_de_rocha
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cristal_de_rocha
http://blogparacurioso.blogspot.com/
https://www.farmersalmanac.com/
https://www.artemaniacos.com.br/
http://www.clipartquery.com/
https://www.zomato.com/pt/rio
https://hapihumanist.org/
https://olibriano.co.vu/post/131215195201
https://dribbble.com/
https://giphy.com/
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