A
importância da música se deve ao seu labor de modelar a alma
humana com uma linguagem universal.
São
Lourenço – Estado de Minas Gerais
Capital Espiritual do Brasil.
A
Humanidade enaltece os césares que a oprimem e crucifica os [filantropos]
que a redimem.
O
messianismo foi sempre o achaque dos débeis, que esperam de um enviado
a redenção, que só lhes haverá de vir de si
mesmos. Prometeu, encadeado, espera por Epimeteu Libertador, na tragédia
de Ésquilo. Os hebreus esperavam um rei. Na Idade Média, esperou-se
também pelo Cristo. E o Cristo que veio, foi na Renascença,
na qual arte e ciência se emanciparam do jugo religioso que as oprimia.
Krishna,
Buddha, Jesus etc. foram Seres Superiores que nos deram doutrinas eficazes
para que nos redimíssemos com os nossos próprios esforços.
Nenhum deles fundou a religião confessional que se lhes é
atribuída. Logo, quem fundou todas elas foi o imperialismo psíquico
de seus pretensos discípulos, que, escravos do inerte dogma que criaram,
esqueceram não ser a religião uma crença, mas a dupla
ligação de fraternidade entre os homens, segundo a sua etimologia
latina (de 'religo', 'religare', ou seja, tornar a ligar).
O
Mestre Kut Hu Mi e o Mestre Morya ensinaram à Madame Blavatsky como
manejar, desenvolver e acrescentar os extraordinários poderes com
que foi distinguida. Por suas instruções, ela e o coronel
Olcott, fundaram a Sociedade Teosófica.
Sabe-se
que, em meados do século XIX, durante uma reunião dos Mestres
pertencentes à Grande Fraternidade Universal Branca, emergiu a idéia
de revelar ao mundo, em especial ao ocidente, um mínimo, porém
essencial, da Sagrada Sabedoria Ancestral. A maioria dos Mestres estava
em desacordo, e com razão, pois Eles acreditavam que, como de fato
sucedeu, a maioria da Humanidade não estava preparada para tão
elevados conhecimentos, motivo pelo qual tais ensinamentos seriam rechaçados,
ridicularizados, pisoteados, mal avaliados e mal entendidos, desvirtuados
e profanados. Todavia, um pequeno número de Mestres, entre os quais
se encontravam os senhores Kut Hu Mi, Morya, Serapis Bey, Hilarion e Rakoczi,
defendeu a idéia em prol de auxiliar as poucas almas aptas a compreender
o Milenário Saber. E tudo ficou decidido e aceito, quando os Mestres
Kut Hu Mi e Morya tomaram para si as conseqüências kármicas
derivadas dos resultados negativos surgidos pela realização
deste projeto, para o qual, como é sabido, escolheram Helena Petrovna
Blavatsky, a quem ditaram grande parte de sua obra.
Helena
Petrovna Blavatsky – a mártir do século XIX.
Kut
Hu Mi e Madame Blavatsky
De
que maneira, então, se destrói a ignorância? Apenas
pelo estudo. Há de se notar, todavia, que o estudo proporciona ao
conhecedor uma arma de dois gumes, usada igual a muitas outras, tanto para
o bem como para o mal, de forma que a ignorância inata e integral
do homem só pode ser vencida através da salvadora doutrina
que se ensinava nos Mistérios Iniciáticos do Lago.1
Ascendimento
O
que de pior um homem pode fazer para tornar desagradável sua vida
no mundo astral é ter uma vida inútil, isto é, vazia
de todo interesse razoável e espiritual. Portanto, é o próprio
homem quem cria seus próprios 'paraíso', 'purgatório'
e 'inferno', que não são lugares separados, mas estados de
consciência.
No
verdadeiro sentido da palavra, só reconheço um Iniciador:
a Natureza.
Assim
como os homens da Primeira Raça foram exaltados e dirigidos por Pais
ou Mestres Lunares (Pitris Barishads), os da Segunda o foram por seres ainda
mais elevados – os Pitris Solares (os luminosos Agnisvattas). Os da
Terceira, por sua vez, o foram pelos Pitris Makaras, Manus (Manus-kara ou
ainda Kumaras). Estes se sacrificaram nos oferecendo a Mente – o Fogo
Divino do Pensamento – e, caindo entre nós, aceitaram nossas
limitações físicas, inclusive as de nosso cárcere
ou corpo carnal (de onde deriva a mitológica expressão Prometeu
acorrentado no Cáucaso), mundo inferior ou infernal que as religiões
pregam até hoje como 'a Queda dos Anjos, se bem que desvirtuando
lamentavelmente seu verdadeiro sentido. Sim, deste mesmo modo acontece à
Humanidade, segundo a Lei Teosófica da Analogia, ou seja, que o homem
é criado e alimentado fisicamente por seus pais físicos no
lugar de seu nascimento (Primeiro Período ou Raça), depois,
na escola, pelos pais morais, a que chamamos de professores e mestres (Segundo
Período ou Raça). Enfim, quando alcançamos o final
da instrução, aptos a cumprir nossa missão no mundo
social (Terceiro Período ou Raça), tomamos por norte ou rumo
(espiritual ou farol) um verdadeiro Guru, guia do supremo ideal que, por
suas obras e exemplos, mesmo quando distante de nós há muitos
séculos e de acordo com o esforço próprio, segundo
as Leis do Ocultismo, não só nos guia, mas, ainda, pela renúncia
e pela abnegação, oferece-nos sua própria Mente, como
prova, na maioria dos casos, passando seu estilo ao discípulo, constituindo,
portanto, as características das escolas filosóficas, religiosas,
artísticas e científicas. Uma vez de posse destes preciosos
graus evolutivos, o aprendiz, discípulo ou chela adquire consciente
responsabilidade, como a que tiveram os homens da Terceira Raça,
os primeiros que possuíram a Mente e o Sexo, os dois principais fatores
da vida humana, aquela para as criações mentais e este para
a reprodução da espécie.
Prometeu
Acorrentado
(pintura de Dirck van Baburen, 1595 – 1624)
No
que tange à Humanidade, os sexos somente se desenvolveram
na Segunda Sub-raça, produzindo seres nitidamente andróginos,
apresentando distintamente o biótipo humano. A separação
dos sexos se deu na Terceira Raça.
Androginia
O
mental e o sexo foram dados ao mesmo tempo ao homem, justamente quando sua
evolução alcançou a primeira etapa de responsabilidade
perante a Lei. Daí a necessidade de se manifestar imediatamente na
face da Terra a Grande Hierarquia Oculta, constituída de seres evoluídos,
com a missão de guiar a Humanidade nascente, que carecia de especiais
cuidados, como os recém-nascidos e as crianças devem receber
de seus genitores.
Que
coisa humana poderá ser dada como compensação ao altruísta?
Conforto? Ouro? Honra? Ora, tudo isto é barro.
Geralmente, todo homem que tem uma
idéia fixa, seja ele vegetariano, espiritualista, teósofo
ou naturista, acaba sendo tido como extravagante para os outros.
Nossa
leviandade esquece sempre a colaboração das mulheres no trabalho
dos sábios.
Se
admitíssemos que os deveres de lealdade são idênticos
tanto para as mulheres quanto para os homens, mudaríamos completamente
as desatualizados fundações da nossa sociedade atual.
O
ser humano está crucificado no sexo, bem se pode dizer, desde o nascimento
até a morte. Semelhante limitação orgânica é
a causa principal de suas lutas e de suas desditas no decorrer da vida.
Sozinho,
Beethoven passou os rigores da Noite Espiritual [Noite
Negra da Alma],
abrindo os olhos de sua intuição ao supernaturalismo misterioso
que rodeia nossa existência, iniciando-se nos mistérios do
Ocultismo. Ele tinha em sua mesa de trabalho a Ísis egípcia,
a inefável Neith [também
denominada de Nit, Net e Neit, é a deusa da guerra e da caça,
criadora de Deuses e de homens, divindade funerária e deusa inventora]
e a Estrela de Seis Pontas em sua cadeira em frente ao piano.
G.'.
F.'. B.'.
Neith
Ísis
Como
ensina Plutarco, 'não há diferentes deuses nos diversos povos,
nem deuses estrangeiros nem deuses gregos, nem deuses do sul e do norte,
mas, do mesmo modo que o Sol e a Lua, o céu, a Terra e o mar são
comuns a toda espécie humana, os deuses, com diferentes nomes, são
os mesmos, segundo as diferentes raças.' Assim também, não
existindo mais elo do que uma Razão que põe em ordem estas
coisas e, uma Providência (Karma) que as administra, há diferentes
honras e denominações nos diversos países, e os homens,
para se entenderem, se servem de símbolos sagrados – uns obscuros,
outros mais claros – encaminhando, deste modo, seu pensamento ao Divino,
embora não esteja tal proceder isento de gravíssimos perigos,
pois alguns, falseando o passo, se despenham na superstição,
e outros, não querendo cair neste lodaçal, despenham-se, por
sua vez, no precipício do ateísmo. Com razão, disse
Franz Hartmann: 'Algumas pessoas possuem grandes poderes intelectuais, mas
pouca, espiritualidade; outras têm grande poder espiritual, com uma
inteligência, débil. Aqueles que possuem as energias espirituais
equilibradas com uma forte inteligência são os eleitos.' O
verdadeiro
Teósofo tem que se esforçar, com todas as potências
de sua alma, em ser destes últimos, não no sentido cristão
e egoísta de eleição e salvação só
para ele, esquecendo os demais, mas, no sentido humano de ser homem, e procurar
que 'nada humano lhe seja alheio' – à guisa da clássica
sentença de Terêncio.
A
Verdade e a Mentira
Certo dia, o último
da Idade de Ouro, a Mentira surpreendeu a Verdade enquanto dormia;
arrebatou suas alvas vestimentas, vestiu-se com elas e, assim
trajada, tornou-se a única soberana da Terra.
O mundo, seduzido pelo
falso brilho da Mentira disfarçada de Verdade, perdeu a
sua primitiva inocência, renunciando à toda Sabedoria,
à toda probidade e à toda justiça.
Expulsa
e menosprezada, a Verdade se rendeu, desde então, à
Mentira, que lhe usurpara o nome e o culto. Tudo o que a Verdade
dizia era considerado falso, e tudo o que fazia era julgado como
a mais intolerável das extravagâncias.
A
despeito, pois, dos seus legítimos privilégios,
a Verdade chegou a suplicar que a ouvissem, mas, em todos os lugares
que visitou, foi rechaçada com maus modos. Houve, até,
um insolente que se atreveu a qualificar de libertinagem a sua
casta e ingênua nudez! «Vai-te para longe daqui, mulher
abominável. Como te atreves a aparecer nua diante dos nossos
olhos pudicos? Jamais conseguirás nos seduzir com os teus
absurdos!»
A Verdade, convencida de
que a Humanidade a execrava, foi para o deserto. Nem bem havia
chegado, encontrou perto de umas sarças as espalhafatosas
roupas que a Mentira havia abandonado quando roubou as suas e,
como não tinha outras, vestiu-as, ficando assim a Verdade
disfarçada com a roupa característica da Mentira…
Assim transformada, pôde
retornar para junto dos homens que a acolheram com espanto e alegria.
Os mesmos que antes se tinham escandalizado com a sua nudez, foram
os que melhor a receberam sob esta nova aparência e com
o belo nome de fábula, ou parábola, que ela adotou.
|
As
várias religiões existentes nada mais são do que embaciados
espelhos onde a mesma Sabedoria Eterna se reflete.
Só
com a Morte se mata a morte!
Sabedoria,
de fato, é uma palavra de duplo alcance, que se refere, por um lado,
à mente, como Ciência, e, por outro, ao Coração,
como Amor.
As
vestes dos Cavaleiros do Graal e dos seus escudeiros são túnicas
brancas, semelhantes às dos templários. Porém, em vez
da vermelha Tau destes, ostentam uma pomba em vôo cernido nas armas
e bordada nos mantos.
No
Parsifal, o pensamento de Wagner – que foi um grande Iniciado, um
Esoterista profundo e um autêntico Illuminado – parece intencionalmente
velado. Quando conseguimos captar o sentido de determinadas alusões
filosóficas é à custa de grande esforço divinatório
e de concentração mental, pois, nesta obra, como em um pesadelo,
confundem-se elementos os mais diversos: altas questões filosóficas,
lembranças bíblicas e orientais, misticismo, ortodoxia, vestígios
do culto católico, rituais pagãos, necromancia, sonambulismo
e hipnotismo, práticas de cavalaria medieval, êxtases, ascetismo,
piedade, redenção, afinidades da natureza material com a alma
humana, amor em sua acepção mais torpe, amor em seu sentido
mais puro.
Antes
da criação de Adão, viveram na Terra duas raças
sucessivas: os Devs, que reinaram durante 7.000 anos, e os Peris (Izeds),
que só reinaram 2.000 anos, quando ainda existiam os primeiros. Os
Devs eram gigantes, fortes e malvados; os Peris eram de menor estatura,
porém mais sábios e mais bondosos. Neles reconhecemos os Gigantes
Atlantes e os Árias, ou os Râkchasas do Ramâyana e os
filhos do Bhârata-varcha ou da Índia – os antediluvianos
e os pós-diluvianos da Bíblia. Por mais desfiguradas que estejam
atualmente estas lendas, não se pode deixar de identificá-las
com as tradições caldéias, egípcias, gregas
e até mesmo hebraicas.
O
livro iniciático tibetano "As Estâncias
de Dzyan" é um poema primitivo no qual se compendiam os mais
puros ensinamentos ários sobre Cosmologia e Antropologia.
As
"Mil e Uma Noites" encerram uma profunda revelação
ocultista.
A
moral dos árabes é diferente da nossa; seus costumes são
outros e seu caráter primitivo os faz ver como coisas naturais o
que para outros povos é motivo de escândalo.
Os povos primitivos chamam as coisas
por seu nome. Não consideram condenável o que é natural
nem chamam de licenciosa a expressão simples do natural.
O
árabe, diante de uma melodia de cantos e flautas, diante de um lamento
de kanun,2
de um poema de aliterações3
em cascata, de um perfume de pé de laranjeira ou de jasmim, de uma
dança de flor movida pela brisa, de um vôo de pássaro
ou da nudez de uma cortesã... responde, não com este gesto
bárbaro e inarmônico, vestígio indiscutível das
raças ancestrais antropófagas que dançavam em torno
do poste da vítima e do qual fez a Europa sinal de alegria burguesa...
senão com um “ah!”, grande, sabiamente modulado e estático,
porque o árabe é um delicado instintivo que, moderado em palavras,
só sabe sonhar...
A
imoralidade não está tanto nas coisas chamadas imorais, mas
nos pecadores olhos dos que com repreensível deleite as olham.
É
o véu cruel da carne corruptível que nos impede de ver as
excelsas realidades supra-sensíveis, que estão acima do sexo,
e que, como tais, são reveladas com a Iniciação Ocultista
durante esta vida ou com a morte, quando, junto com a carne, desaparece
o sexo e suas torturas – torturas que nos parecem delícias
– graças, precisamente, a este Véu do Sexo, que assegura,
aqui em baixo, a continuidade da espécie, mas que não deve
nem pode continuar ali onde a reprodução animal do homem não
continua.
No
tocante às “revelações”,
como a tudo, o bom ocultista deve se ater estritamente à etimologia,
e se velar, “cobrir com véu”,
é lançar um véu ocultador, revelar, “voltar a
velar”, é lançar segundo véu mais espesso do
que o anterior, com o qual, ao cabo de algumas “revelações”,
a verdade fica, ao fim, mascarada, personificada (de persona, personæ,
que significa em latim máscara ou caricatura), quer dizer, sepultada,
caricaturada, quando não absolutamente perdida e invisível,
qual tesouro que foi sepultado nas entranhas da Terra ou qual rutilante
Sol dos céus quando se vê encoberto por negríssima nuvem
tempestuosa, e eclipsado pela súbita interposição da
opaca Lua... A tarefa do Ocultista, pois, ao pretender levantar uma ponta
do simbólico Véu de Ísis, quer dizer, ao buscar a Verdade
sem os Véus da Mentira, é ir franca e diretamente contra todas
as “revelações” idiotas, considerando-as, o que
elas efetivamente são, fábulas, ou seja, “verdades com
roupagens de mentira”, e ir despojando-as, com trabalho paciente,
dos múltiplos véus que a encobrem.4
O
pensamento não tem sexo; a alma humana, tampouco. E mais: o verdadeiro
amor – que leva à união santa do homem com a mulher
para constituir essa mônada social que se chama família –
não é genuinamente sexual em seu princípio, mas, sim,
algo mais puro, pois começa pela simpatia e pela fantasia em alturas
verdadeiramente excelsas que, se bem acabam em lógica união
física, é por mera e natural queda da roda do progresso [evolução/reintegração]
em seus ciclos, como a neve pura quando se transforma em água,
a água pura quando se transforma em lodo, e no fecundo lodo, enfim,
no qual as roseiras brotam em curso ascendente de novo, por todo o ciclo.
Quando o astro rutilante se eleva nos céus e se reflete no lago não
é quando parece se sepultar, mais e mais, nas águas do mesmo
lago?
Quem
se deleita com pensamentos sexuais, quem, grosseiramente, fala sempre de
coisas íntimas do sexo ou quem, por aberração imaginativa,
se entrega patologicamente ou com excesso ao sexo corre o grande perigo
de vir a perdê-lo.
Cada cifra numérica possui
dois valores: o seu próprio, absoluto, e o altivo à ordem
a que pertence (decimal, centesimal, milesimal etc.). Isto, vertido para
a linguagem concreta, equivale a dizer: cada ser é um número
na grande síntese cósmica e possui duas modalidades psíquicas
e dois valores: o seu próprio e o da sua missão, assim como
o Eu sou quem sou (Ego sum que sum), e seu corolário filosófico
– Cogito, ergo sum – com aquele que corresponde, qual parte
integrante de um conjunto superior, à família, povo, nação.
Daí, acontece o caso muito freqüente de um indivíduo
forte, valioso e digno se posicionar mal colocado ou fora da ordem que lhe
corresponde, como aconteceria, por exemplo, ao número nove, permita-se
a comparação, que, valendo muito mais do que um, passasse
a valer menos, se este ocupasse a ordem das dezenas, com o valor de 10.
Apesar
da contradição que os espíritos estreitos pretendem
ver entre a Poesia e a Matemática, elas são irmãs gêmeas.
Tanto uma como a outra idealizam, embelezam e elevam analogicamente as realidades
concretas que integram as nossas vidas: a Matemática, abstraindo
da realidade objetiva tudo quanto diz respeito ao tempo, ao espaço,
ao modo, à quantidade ou à força, à maneira
das famosas categorias kantianas; a Poesia, operando toda classe de generalizações
harmônicas sobre qualquer fato real ou possível de que a fada
inspiração toma pretexto para levantar o vôo, e nos
levar, quase sem nos darmos conta, a todos os presentes, pretéritos
ou futuros, harmoniosamente conjugados com o mesmo fato pela Lei do Símbolo
ou da Analogia. O
poeta tem conhecimento efetivo das séries fundamentais analógicas
derivadas da realidade de cada dia, e como tem o poeta isto tudo em sua
idealização artística, emprega-o para embelezar e elevar
nosso pensamento, mercê do mero jogo ou de glosas de excelsas homologias.
De igual modo, a Matemática estabelece, entre outras mil, a série
logarítmica, vulgar ou analógica, em que cada potência
sucessiva de dez tem por logarítmico respectivo o número expresso
pelo índice desta potência… Ademais, a Matemática,
em tal marcha analógica, nos conduz à belíssima concepção
integral que une e sintetiza as mesmas operações fundamentais
da Aritmética, isto é, reduz as multiplicações
à somas, as divisões a restos, as elevações
a potências à multiplicações, as extrações
de raízes à divisões, e assim sucessivamente às
maiores alturas do cálculo puro. Vico, observando a singular repetição
analógica dos fatos humanos ao longo dos tempos, estabeleceu em sua
ciência a Lei dos Ciclos, como se sabe. O que vem a ser a Geometria
Descritiva ou Projetiva, senão um artifício analógico,
mediante o qual – do mesmo modo que o poeta vai de uma noção
a outra, com ela analogicamente conjugada, como já temos visto –
passamos das formas do plano para o espaço, e vice-versa? O
que quer dizer, finalmente, senão uma aplicação –
a mais pasmosa da Lei de Analogia – a que supõe o trânsito
operado a partir da Geometria Analítica e da Descritiva até
a Mecânica Racional, passando o número à forma, e o
espaço-tempo à mera força viva?
Todo
aquele que traz missão elevada, mas que, por um motivo qualquer,
não afina consigo mesmo, com a sua missão, morre! Não
importa como, porém, é forçado a deixar o mundo!5
Os
astros inclinam, mas não obrigam.
Assim
como um fogo violento queima até as árvores ainda verdes,
o homem que estuda e compreende os livros santos apaga de si toda a mácula
nascida do pecado, e aquele que conhece perfeitamente o sentido do Veda-Shastra
(preceitos ou ensinamentos do Veda ou da Lei), qualquer que seja seu estado,
prepara-se durante seu estudo neste mundo para a identificação
com Brahmã (liberação). (Código
Fundamental da Raça Ária).
Aquele
que vê a Alma Divina em todas as coisas visíveis e invisíveis,
que considera a Alma Divina em tudo e, reciprocamente, tudo na Alma Divina,
não entrega seu espírito à iniqüidade.
No
Universo, tudo conspira ou é solidário.
Não
há efeito sem causa nem causa sem efeito. No Universo, não
existe o acaso, salvo como uma fácil e cômoda explicação
de nossa ignorância de certas Leis e causas. O fato é que a
vida jamais cessa, e cada causador goza ou sofre a reação
de seu pensamento, desejo e ato, segundo sua índole, e nele se fecha
o ciclo causal que ele mesmo abre.
O
Tibete é o verdadeiro telhado do mundo – telhado
de quatro águas – e também a mais augusta, simbólica
e originária de todas as Pirâmides.
Nada
há de sobrenatural em a Natureza; apenas coisas já conhecidas
e coisas ainda por conhecer. (In:
Ísis sem Véu, Helena Petrovna Blavatsky, apud
Mario Roso de Luna).
Etapas
do Caminho Direto: 1ª) Ler livros sobre diversas religiões
e variadas filosofias, ouvir os ensinamentos de diferentes mestres e experimentar
os mais distintos métodos, ou seja, temperar a mente com choques
de múltiplos pensamentos; 2ª) Assenhorear-se, desde logo, de
uma única doutrina escolhida entre as demais; 3ª) manter-se
na vida em situação modesta ('Aurea Mediocritas',6);
4ª) ser completamente indiferente a tudo (tanto em relação
à riqueza, como em relação à pobreza) e diante
de tudo, ou seja, não preferir uma coisa à outra; 5ª)
contemplar, sem se emocionar, e com o espírito mais emancipado possível
os conflitos e as lutas de opiniões entre as diversas ordens de atividade
dos seres ; 6ª) compreender o vazio.
A
Super-Vida Divina ou Jina não é mais do que uma real Ressurreição
ou um Segundo Nascimento, razão porque o brâmane verdadeiramente
Iniciado é denominado de Dwija ou Duas Vezes Nascido.
O
Batismo da Água lava apenas 'as culpas'.
Devemos
sempre nos manter afastados das glórias e das honras mundanas.
O
Nirvana não deve ser entendido como aniquilação, mas
como superação estática ou epóptica.7
Liberdade
eterno jogo dos contrários.
A
luta de todos nós, particularmente de um Iniciado, deve ser no sentido
do desembaraçamento e do livramento das crenças, das idéias,
dos hábitos e das tendências inatas, de tudo, enfim, que seja
ou que se assemelhe à uma tara ancestral criada como efeito de uma
causa, cuja origem se perde na noite do tempo.
'Antes
que teus olhos possam ver, já devem ter perdido a sensibilidade,
e antes que possas elevar a voz na presença de teu Mestre, deverás
trazer lavadas tuas mãos no sangue de teu Coração.'
(A Voz do Silêncio,
Helena Petrovna Blavatsky, apud Mario
Roso de Luna).
Com
a mentira, se procura a humana felicidade; mas, a Verdade8
só será encontrada com dificuldade, dor, sacrifício.
O
Karma é ação e inércia – lei, história
e destino. Não se o explica por palavras. Ninguém, que não
seja, igualmente, matemático, músico, pintor e poeta, poderá
concebê-lo. É preciso ter idéia do que seja vibração
e valor do som. Isto porque Karma é vibração, afinada
com o Cosmo ideal ou desafinada, por excesso negativo, por defeito e por
deformação. Karma é a Lei lógica que só
o Logos encarnado pode encadear. O Karma, porém, jamais se ligou
ao SAT,9
nem ao Impronunciável, nem à Essência Suprema do Espírito
Humano, que é a Seidade, ou seja, o Não-Ser, o Inefável,
a Chama ou a Chispa.
Nada
é demasiadamente extraordinário para ser verdadeiro, se estiver
de acordo com as Leis da Natureza.' (Edmundo
Gonzales Blanco, apud Mario
Roso de Luna).
O
Homem, em suma, e com letra maiúscula, é
hoje e sempre será a cúspide do planeta Terra. Tudo, na Terra,
é segundo o plano do Homem... porque o Homem
é a medida das coisas.10
A
maior Lei Cósmica que conhecemos diz respeito à harmonia do
Grande Todo e à integração de suas várias partes.
Sabedoria,
de fato, é uma palavra de duplo alcance, que se refere, por um lado,
à mente, como a Ciência, e, por outro, ao Coração,
como Amor.
A
Lei sempre se cumpre.11
'Não
há religião superior à verdade.' (Helena
Petrovna Blavatsky, apud Mario
Roso de Luna).
Enfim,
já puseste teu Coração em harmonia com a dor imensa
da Humanidade?
É
preciso matar a morte.
Quando
se fizer verdadeira luz nas recompilações poéticas
dos cantos dos bardos, tais como os chamados Eddas ou Vedas, será
o Dia da Redenção.
A
Título de Epílogo
Oh!,
Sol-edade, Sol-edade!
Oh!,
Liber-dade,
Liber-dade!
Quanto
tempo! Contratempo?
Só
destempo? E o Tempo?
Oh!,
Sol-edade, Sol-edade!
Oh!,
Liber-dade,
Liber-dade!
Quousque
tandem sub-reino?
Oh!,
Sol-edade, Sol-edade!
Oh!,
Liber-dade,
Liber-dade!
Anulai
a Caixa de Pandora!
Mostrai
a Senda Libertadora!
Oh!,
Sol-edade, Sol-edade!
Oh!,
Liber-dade,
Liber-dade!
Chega
do embaciado flou!
Ajudai-nos
a dizer: —
Sou!