ENSINAMENTOS
DE ALBINO
Albino
(?)
A
doutrina platônica sobre o Destino é algo semelhante
a isto: todas as coisas, diz Platão, existem no destino,
mas nem tudo é predestinado. Embora o destino segure a vara
da lei, não decreta que uma pessoa deva fazer isto e outra
sofrer aquilo, pois, se o fizesse, prosseguiria 'ad infinitum' produzindo
infinitas coisas e infinitos eventos associados a elas. Além
disto, não haveria nada em nosso poder, e louvor, censura
e tudo mais se desvaneceria. Antes, o destino decreta que, se uma
alma escolher uma vida de certo tipo, e executar certos atos, então
certas coisas se seguirão a partir da escolha. A
alma, então, não tem mestre, e ela repousa em si mesma
ou executa ou se abstém de certo ato: não é
forçada a fazer isto ou aquilo. Não obstante, tudo
o que se segue depois de fazermos alguma coisa é completado
pelo destino. Por exemplo, se um Paris rapta uma Helena, ele o faz
livremente, mas se segue que os Gregos guerrearão com os
Troianos por causa dela.
Assim
como é necessário se tornar um espectador de sua própria
alma e das coisas divinas e mesmo dos próprios deuses, para
atingir a mente mais bela, devemos eliminar das nossas concepções
as falsas opiniões.
Razão
= Contemplação
+ Ação.
Um bom começo para
se estudar a obra platônica é o Alcebíades,
pois ele trata do autoconhecimento – o começo de toda
Sabedoria [ShOPhIa].
A
Filosofia é um anelo por Sabedoria.
A 'periagoge', a retirada
da alma do corpo, é a postura fundamental que torna possível
o conhecimento real e a conduta correta.
A
Matemática aguça a mente e a prepara para uma compreensão
mais transcendental dos fundamentos últimos da Natureza.
Uma
idéia considerada em relação a Deus é
o pensamento; em relação aos seres humanos, é
o objeto primário de intelecção; em relação
à matéria, é a medida; em relação
ao cosmo sensível, é o modelo; em relação
a si mesma, é a substância.
As idéias (paradigmas
eternos das coisas naturais) – os arquétipos de tudo
o que a Natureza pode manifestar – são pensamentos
eternos na Mente Divina.
As
idéias necessariamente existem, pois, seja a Deidade a mente
ou possua uma mente, tem pensamentos que devem ser eternos e imutáveis.
Se
a Sabedoria difere da opinião, devem existir idéias
inteligíveis que o assegurem.
Os
seres humanos, que inevitavelmente comprometem seus poderes de intelecção
insinuando atributos materiais no domínio do inteligível,
confundem a Deidade com sua atividade divina.
Uma
vez que a Mente é superior à Alma, e uma vez que a
Mente em atividade, inteligindo todas as coisas simultânea
e eternamente, é superior à mente em potencialidade,
e uma vez que a sua causa é mais nobre do que ela, sendo-lhe
superior, esta causa deveria ser o Deus Primário –
a causa da eterna atividade da Mente de todo o Cosmo. A Deidade
Primária, ela mesma imóvel, dirige sua atividade para
a mente do Cosmo, assim como o Sol se dirige à visão
quando uma pessoa o olha, ou como um objeto de desejo põe
o desejo em movimento, enquanto que, ao mesmo tempo, permanece imóvel,
assim esta Mente move a mente de todo o céu.
Nada
é mais nobre do que a Mente. A Mente contempla eternamente
a si mesma e aos seus próprios pensamentos, e esta atividade
é a Idéia.
A
Deidade (Mente), indescritível e indefinível, é
o motor-imóvel, a causa-sem-causa, que é inefável
e não pode ser mandada fazer ou se envolver em nada, exceto
a contemplação de si mesma e dos seus próprios
pensamentos.
A
Alma Mundial tem um aspecto racional e um irracional. O primeiro
é despertado diretamente pela Deidade, e se põe a
organizar o segundo. Enquanto que os dois podem ser distinguidos
para fins de claro entendimento, não são, na verdade,
hipóstases separadas [realidades
permanentes, concretas e fundamentais], mas, formam uma
entidade intimamente associada à Deidade.
O
dodecaedro está firmemente associado com os doze signos do
Zodíaco, e cada um dos trezentos e sessenta triângulos
do dodecaedro estão associados a um grau do círculo
celeste.
A
periodicidade manifestação [mânvântâra]
e dissolução [prâlâya]
não é um processo temporal, pois o tempo surge junto
com a Natureza criada. O tempo é um reflexo da eternidade
dinâmica.
Os
aspectos mortal e encarnado funcionam como veículos para
os aspectos imortais da Alma.
Existência encarnada
Necessidade.
Akolasia
julgamento
errôneo de uma vontade livre.
Corpo
e alma têm uma espécie de afinidade mútua, como
o fogo e o asfalto.
Haverá
e ocorrerá reencarnação até que a alma
se liberte através do entendimento filoShÓPhIco.
Todas as coisas estão
no destino, mas, nem tudo é predeterminado. A alma escolhe
livremente, mas, tendo escolhido, as conseqüências não
poderão ser evitadas.
O
bem, para o ser humano é o conhecimento e a contemplação
do Deus Primário, que é a Deidade. Todos os outros
bens derivam deste Bem Supremo.
'Telos'
Fim
ou Propósito da Vida
Obter a Semelhança de Deus. Só atingiremos a meta
de nos tornarmos semelhantes a Deus, se (e quando) transcendermos
as distrações humanas e estivermos em contato com
as realidades inteligíveis.
Observação:
A vida de Albino
é um mistério. Tudo o que é sabido de sua vida
vem de uma única declaração de Galeno, que,
às vezes, entre 149 e 157 d.C., assistia às palestras
de Albino, em Esmirna. Albino foi contemporâneo de Theon de
Esmirna, que escreveu uma introdução matemática
a Platão e uma compilação de citações
da Filosofia Platônica, que sugere uma forte influência
Pitagórica. Albino, um dos reconhecidos Instrutores da Humanidade,
reuniu as concepções de seu Mestre em diversos cadernos
de notas, escreveu comentários sobre os diálogos platônicos,
deu instruções para o estudo dos diálogos e
escreveu um resumo das doutrinas platônicas. Um bom começo
para estudar Platão é o Alcebíades,
pois esta obra trata do autoconhecimento – o começo
de toda Sabedoria. Com o tempo, a pessoa poderia passar para o Fédon,
que ensina a importância da vida filosófica e discute
a imortalidade da alma. Então, poderia estudar a República,
pois, ali é apresentada uma teoria abrangente sobre a educação.
Em seguida, o Timeu,
que aborda a Natureza e as coisas divinas, conduzindo a uma lembrança
da Divindade.
O desenvolvimento
moral e espiritual de todos nós não pode prescindir
de um estudo aprofundado do pensamento platônico. Pelo menos
a República
todo mundo deveria ler. Se você tiver paciência de procurar
e quiser ler, no
Website
Pax Profundis está divulgada toda a obra de Platão
com diversos comentários que fiz. Mas, se você se dispuser
a fazer isto, não tenha pressa; mastigue tudo bem direitinho.
Ler Platão com pressa dá indigestão.
Fontes
de consulta:
http://en.wikipedia.org/wiki/
File_talk:Dodecahedron.gif
http://people.math.sfu.ca/
~stockie/teaching/math314/
http://www.teosofia.levir.com.br/
inst-016.php