EDMUND BURKE
(Pensamentos)

 

 

 

Edmund Burke

Edmund Burke

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Texto

 

 

 

Este texto tem por objetivo revisitar alguns pensamentos do advogado, filósofo, político anglo-irlandês e pai do Conservadorismo Edmund Burke (Dublim, 12 de janeiro de 1729 – Beaconsfield, 9 de julho de 1797).

 

 

 

Breve Biografia

 

 


Nascido, criado e educado na Irlanda, Edmund Burke (Dublim, 12 de janeiro de 1729 – Beaconsfield, 9 de julho de 1797) foi um dos mais conhecidos estadistas e filósofos políticos britânicos do século XVIII. Depois de ser reconhecido desde cedo pelos talentos literários, Burke ingressou no Parlamento em 1766 e lá permaneceu pelas duas décadas seguintes.

 

Burke é sempre lembrado pela oposição veemente à Revolução Francesa, apresentada na sua obra Reflexões Sobre a Revolução na França. Viu na Revolução Francesa um perigo letal: um Estado diligente, porém mal dirigido, que podia destruir os delicados vínculos sobre os quais uma sociedade livre é construída.

 

Por sua defesa da tradição, Burke é, às vezes, tido como reacionário. Mesmo assim, amava a liberdade e era a favor de muitas posturas liberais clássicas na política, na religião e na Economia. Burke nunca separou religião e liberdade. Sustentava que a liberdade só seria possível por ser parte da ordem moral eterna e transcendental. Suas grandes preocupações eram a de que a liberdade nunca fosse confundida com a licenciosidade e a de que a verdadeira liberdade devesse sempre ser entendida como liberdade ordenada.

 

No campo da Economia, Burke acreditava que a propriedade privada fosse o fundamento de uma ordem social justa e a mola do esforço pessoal e da prosperidade nacional. Argumentava apaixonadamente contra os invasivos monopólios governamentais e a favor de um amplo acesso à aquisição da propriedade, que pensava servir como um poderoso empecilho nos abusos cometidos pelo Estado. Seguindo essa visão, a educação moral efetuada por instituições sociais intermediárias, como a família, as igrejas, a comunidade local, só podem florescer se a propriedade que as apóia esteja segura. Este apoio à liberdade econômica ganhou o respeito de Adam Smith e sua poderosa defesa da moralidade como fonte da liberdade granjeou à Burke a admiração de Lorde Acton, que o via como um modelo eterno de erudição humana, de religiosidade, de virtude e de ação política esclarecida.

 

 

 

Pensamentos Burkeanos

 

 

 

 

Sobre Jean-Jacques Rousseau e François Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire: audaciosos experimentadores da nova moral, confusos decadentes.

 

Creio não termos perdido a generosidade e a dignidade do modo de pensar do século XIV, e, até o presente, ainda não nos transformamos em selvagens. Não fomos convertidos por Rousseau, não somos discípulos de Voltaire e julgamos que não há descobertas a serem feitas no campo da moral, nem tão pouco no campo dos grandes princípios de Governo e das idéias de liberdade.

 

Para o triunfo do mal só é preciso que os bons não façam nada.

 

 

 

 

 

Aqueles que não conhecem a História estão fadados a repeti-la.

 

Aqueles que tentam nivelar nunca igualam. Em todas as sociedades compostas de diferentes classes de cidadãos é necessário que algumas delas se sobreponham às outras. Os niveladores, portanto, apenas mudam e pervertem a ordem natural das coisas, sobrecarregando o edifício social ao colocar no ar o que a solidez do edifício exige que seja posto no chão.1

 

Todas as reformas que fizemos até hoje foram realizadas a partir de referências ao passado; e espero, ou melhor, estou convencido de que todas as reformas que possamos realizar no futuro venham a estar cuidadosamente construídas sobre precedentes análogos, sobre a autoridade e sobre a experiência.

 

A liberdade é, sem dúvida, em princípio, um dos grandes bens da Humanidade. No entanto, poderia eu seriamente felicitar um louco, que fugiu do seu retiro protetor e da saudável obscuridade de sua cela, por poder gozar novamente da luz e da liberdade? Iria eu cumprimentar um assaltante ou um assassino que tenha fugido da prisão, por terem readquirido seus direitos naturais?

 

É certo que um povo bravo sempre preferirá a liberdade acompanhada de uma pobreza virtuosa à opulência de uma servidão ignóbil. Antes, entretanto, de se abandonar o conforto e a riqueza, deveríamos pelo menos estar certos de que é para a verdadeira liberdade que estamos pagando o preço, e que ela é impossível de ser alcançada de outra forma. Para mim, entretanto, será sempre ambígua e equívoca uma liberdade que não tenha como auxiliares a sabedoria e a justiça, e como conseqüência a abundância e a prosperidade.

 

O uso da força pode subjugar momentaneamente, mas não elimina a necessidade de subjugar novamente; e uma nação que precisa ser perpetuamente conquistada não está sendo governada.

 

A justiça é, por si, só o imutável fundamento político da sociedade civil, e todas as vezes que nos afastamos dela caímos no risco de não estar fazendo política. Quando as leis vigentes encorajam os homens a levar um certo modo de vida e os protegem como se este modo de vida fosse uma ocupação legítima – quando esses homens adaptaram a esta maneira de vida suas idéias e hábitos quando, durante muito tempo, a lei fez de sua submissão às suas regras a base de sua reputação e do abandono destas mesmas regras um motivo de desonra para eles e mesmo um motivo de punição, é injusto, segundo toda a jurisprudência, e isto está fora de qualquer dúvida, fazer, por um ato arbitrário, uma violência súbita contra seus sentimentos e suas concepções, destruir pela força suas posições e condições e manchar com infâmia e vergonha estas condutas e hábitos que antes eram a medida de sua felicidade e de sua honorabilidade.

 

Nossa paciência conquistará mais do que nossa força.

 

Não se pode planejar o futuro pelo passado.2

 

A tolerância ou é boa para todos, ou não é boa para ninguém.

 

A dificuldade é um severo instrutor.

 

Os reis serão tiranos por política, quando os súditos forem rebeldes por princípio.

 

A superstição é a religião dos fracos.

 

A imprensa é o quarto poder.

 

Inovar não é reformar.

 

Lenta é a marcha do espírito humano.

 

O exemplo é a escola da Humanidade, a única que poderá instruí-la.

 

Há, sempre, um limite além do qual a tolerância deixa de ser virtude.

 

Todos os que se arruínam o fazem pelo lado das suas propensões naturais.

 

A Natureza nunca disse uma coisa e a sabedoria outra.

 

Ninguém ignora que a ambição pode rastejar e pode voar.

 

O costume a tudo nos habitua.

 

O próprio vício, perdendo toda a sua baixeza, perdeu metade do seu mal.

 

Leis más são o pior tipo de tirania.

 

O medo é o mais ignorante, o mais injusto e o mais cruel dos conselheiros.

 

Alguns, odiando excessivamente os vícios, estimam pouquíssimo os homens.

 

São as circunstâncias que fazem com que qualquer plano político ou civil seja benéfico ou prejudicial para a Humanidade.

 

O Parlamento é uma assembléia deliberante de uma nação com um único interesse: o de todos; onde não deveriam influir fins e preconceitos locais, mas, o bem comum.

 

Partido é um grupo de homens unidos para a promoção, através de seu esforço conjunto, do interesse nacional, com base em algum princípio determinado com o qual todos concordam.

 

A igualdade serve para agravar e tornar mais amarga a desigualdade real, que nunca pode ser eliminada, e que a ordem civil estabelece, tanto para benefício dos que têm de viver em uma condição humilde como dos privilegiados.

 

A sociedade é, de fato, um contrato. Contratos subordinados a objetos de interesse meramente ocasional podem ser dissolvidos à vontade, mas o Estado não deve ser considerado como nada melhor do que um acordo de parceria em um negócio de pimenta e café, algodão e tabaco, ou algum outro de tais interesses inferiores, a ser assumido por um lucro pouco duradouro e a ser dissolvido ao gosto das partes. Deve ser encarado com outra reverência, porque não se trata de uma parceria em coisas subservientes apenas à existência animal bruta de uma natureza temporária e perecível. É uma parceria em toda ciência, uma parceria em toda arte, uma parceria em cada virtude e em toda perfeição. Como os fins de uma tal parceria não podem ser obtidos em muitas gerações, ele se torna uma parceria não apenas entre aqueles que estão vivendo, mas entre aqueles que estão vivendo, aqueles que estão mortos e aqueles que irão nascer.

 

Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco.

 

É um erro popular muito comum acreditar que aqueles que fazem mais barulho a se lamentarem a favor do público sejam os mais preocupados com o seu bem-estar.

 

Quem luta contra nós reforça os nossos nervos e aguça as nossas habilidades. O nosso antagonista é quem mais nos ajuda.

 

As pessoas não serão capazes de olhar para a posteridade, se não tiverem em consideração a experiência dos seus antepassados.

 

Quanto maior o poder, mais perigoso é o abuso.

 

Na sua constituição, o homem é um animal religioso.

 

Se controlarmos a nossa riqueza, seremos ricos e livres; se a nossa riqueza nos controlar, na verdade, seremos pobres.

 

O único critério infalível de sabedoria para as mentes banais: sucesso.

 

A Economia é uma virtude distributiva e consiste não em poupar, mas em escolher.

 

Não há conhecimento que não tenha valor.

 

Nenhuma paixão, como o medo, por exemplo, pode tão efetivamente roubar o espírito da capacidade de agir e de pensar.

 

Quanto mais vigorosa a mente, mais violenta a paixão em que se deixa envolver.

 

Há quem defenda os seus erros como se estivesse a defender uma herança.

 

A lei tem dois e apenas dois fundamentos: a eqüidade e a utilidade.

 

A liberdade também deve ser limitada a fim de ser possuída.

 

No meio de um povo geralmente corrupto a liberdade não pode durar muito.

 

A lisonja corrompe tanto a quem a recebe quanto a quem a dá.

 

A adulação não é mais útil ao povo do que aos reis.

 

Todos os opressores atribuem a frustração dos seus desejos à falta de rigor suficiente. Por isto, eles redobram os esforços da sua impotente crueldade.

 

A nossa pátria, para se fazer amar, deve ser amável.

 

Se os desprezamos, os perigos crescem.

 

Os que têm muito a esperar e nada a perder serão sempre perigosos.

 

Quando qualquer trabalho parece ter exigido imensa força e luta para efetivá-lo, a idéia é grandiosa.

 

 

 

 

 

Se fossem escolher entre alternativas, as decisões seriam fáceis. Uma decisão inclui a seleção e a formulação de alternativas.

 

Mas, o que é a liberdade sem sabedoria e sem virtude? Este é o maior de todos os males possíveis, pois é insensatez, vício e loucura, sem instrução ou restrição.

 

A hipocrisia pode se dar ao luxo de ser magnífica em suas promessas, pois nunca tem intenção de ir além das promessas. A hipocrisia não custa nada.

 

Não é um advogado que me dirá como eu deverei ou não proceder, mas, são a Humanidade, a razão e a justiça que sempre dirão como eu deverei ou não fazer.

 

Os pecados têm muitas ferramentas, mas a mentira é a alavanca que se adapta a todos eles.

 

Ao roer um dique, mesmo um rato poderá afogar uma nação.

 

Seu representante deve ser você, seu julgamento. Mas, em vez de lhe servir, ele o trairá, se você sacrificar a sua opinião.

 

Todo Governo, na verdade, todos os benefícios humanos, todos os prazeres, todas as virtudes e cada ato prudente se baseiam em compromisso e escambo.

 

Toda as tiranias precisam conquistar o apoio das pessoas de boa consciência3 para que permaneçam em silêncio.

 

As pessoas nunca desistem de sua liberdade.

 

Bela é a promessa de felicidade.

 

A religião é, essencialmente, a arte e a teoria da reconstrução do homem. O homem não é uma criação acabada.

 

Sob a pressão das preocupações e das tristezas da inevitável condição mortal, os homens, em todos os momentos e em todos os países, buscam alguma ajuda física para as suas consolações morais – vinho, cerveja, ópio, brandy ou tabaco.

 

Na minha opinião, a insegurança aparece sempre que é feita uma separação entre a liberdade e a justiça.

 

Em uma Democracia, a maioria dos cidadãos é capaz de exercer as opressões mais cruéis sobre a minoria.

 

A Lei mais poderosa da Natureza é a Lei da Mudança, e todos nós devemos obedecê-la.

 

 


 

Há um limite para as paixões dos homens quando eles agem de acordo com os seus sentimentos, mas nenhum limite quando estão sob a influência da sua imaginação.

 

Nunca se desespere. Mas, se você se desesperar, trabalhe o seu desespero.4

 

Quando os líderes optam por se tornar concorrentes em um leilão de popularidade, seus talentos, na construção do Estado, não terão nenhum préstimo. Eles se tornarão bajuladores, em vez de os legisladores, não sendo nem instrumentos nem as guias das pessoas.

 

Ler sem refletir é como comer sem digerir.

 

O que sempre desune o homem de Deus também desune o homem do homem.

 

Nada acaba por ser tão opressivo e injusto como um Governo fraco.

 

A idade da cavalaria desapareceu. Isto foi o que os sofistas, os economistas e os calculistas conseguiram. A glória da Europa está extinta para sempre.5

 

Há apenas uma Lei para todos – a Lei que rege todas as leis a Lei do nosso Criador, a Lei da Humanidade, da Justiça e da eqüidade: a Lei da Natureza e das Nações.

 

A justiça é a própria grande política permanente da sociedade civil, e qualquer desvio eminente dela, sob quaisquer circunstâncias, encontra-se sob a suspeita de não ser política.

 

Os fatos são para a mente o que o alimento é para o corpo.

 

O bem geral da comunidade é o verdadeiro fim da legislatura.

 

Quem confunde o bem com o mal é um inimigo do bem.

 

 

 

 

 

A primeira e mais simples emoção que descobrimos na mente humana é a curiosidade.

 

A escravidão é uma erva daninha que cresce em qualquer solo.

 

O meu padrão de estadista seria aquele que se dispusesse a melhorar e a preservar a capacidade conjunta.

 

A mais importante de todas as revoluções é a revolução dos sentimentos, dos costumes e das opiniões morais.

 

É do interesse do mundo comercial que a riqueza seja encontrada em toda parte.

 

Todas as leis humanas são, propriamente falando, apenas declaratórias, pois elas não têm poder sobre a Substância da Justiça Original.

 

Na realidade, as circunstâncias dão origem a todos os princípios políticos, suas cores distintivas e seus efeitos discriminatórios. As circunstâncias tornam cada esquema civil e político benéfico ou prejudicial para a Humanidade.

 

Eu ainda não vi nenhum projeto que não tenha sofrido modificações em virtude de observações feitas por aqueles que eram muito inferiores em compreensão em relação às pessoas que assumiram a liderança no negócio.

 

A perseguição religiosa costuma se proteger sob o pretexto de uma falsa piedade e de um excesso de zelo.6

 

A beleza em perigo é uma beleza muito mais comovente.

 

A falsidade é uma fonte perene.

 

A frugalidade é fundada no princípio de que todas as riquezas têm limites.

 

Boa ordem é o fundamento de todas as coisas.

 

Atrevo-me a dizer que a guerra não pode ser realizada em tempo contra a vontade do povo.

 

É da natureza de toda a grandeza não ser exata.

 

É, em geral, em tempos de prosperidade, que os homens descobrem a sua verdadeira índole, as suas convicções e as suas intenções.

 

Em política, a magnanimidade, não raramente, é a verdadeira sabedoria.

 

Nada é tão fatal para a religião como a indiferença.

 

Que sombras somos nós? Que sombras perseguimos?

 

Um Estado sem os meios para mudar é um Estado sem os meios de sua conservação.

 

A modéstia não sobrevive longo tempo à inocência.

 

Já disse alguém que os reis podem fazer nobres, mas não homens de bem.

 

A poesia é a arte de materializar sombras e de dar existência ao nada.

 

As rebeliões e as revoltas gerais de todo um povo jamais foram encorajadas nem agora nem nunca. Provocadas é que sempre foram.

 

Se uma grande mudança está por ser feita em relações humanas, as mentes dos homens serão encaixadas à ela, e as opiniões e os sentimentos gerais traçarão aquele caminho. Todo medo, toda esperança, a seguirá, e, então, aqueles que persistirem em se opor a esta poderosa corrente de relações humanas parecerão mais resistir aos decretos da Providência do que a meros desígnios dos homens. Eles não serão resolutos e firmes, mas perversos e obstinados.

 

O terror é causador da mais forte emoção que a mente é capaz de sentir. Ao se notar que o terror é fictício, experimenta-se o deleite.

 

É da natureza do despotismo detestar o poder mantido por qualquer meio que não seja o seu próprio prazer momentâneo, e extinguir todas as posições intermédias entre a força ilimitada da sua parte e a debilidade absoluta por parte das pessoas.

 

Liberdade Sentido de dever.

 

A idéia de revolução total é absurda.

 

A base da liberdade política é um Governo limitado que presta contas aos contribuintes, não um Governo ativista que visa libertar cidadãos dos preconceitos e das disposições.

 

As constituições não devem ser o produto da razão abstrata, mas, sim, de uma lenta evolução histórica.

 

É melhor estimar a virtude e permitir que a liberdade prevaleça, mesmo que haja perdas, do que considerar o homem como mera máquina e instrumento de uma benevolência política.

 

Um governo de minoria é tão legítimo como outro qualquer.

 

A sociedade civil se fundamenta no Cristianismo e o Estado é uma instituição sagrada providenciada pela Vontade Divina.

 

Revolução Francesa (5 de maio de 1789 a 9 de novembro de 1799): Seguindo estas falsas luzes, a França pagou com evidentes calamidades e muito mais caro do que qualquer outra nação tenha pago indiscutíveis bens. A França comprou miséria com crime! A França não sacrificou sua virtude pelo seu interesse, ela abandonou seu interesse para prostituir sua virtude!

 

A totalidade do poder obtido pela Revolução Francesa ficará nas cidades com os burgueses e com os donos do Capital que os lideram.

 

Nossas liberdades são uma herança, um legado que nós recebemos de nossos antepassados, e que devemos transmitir à nossa posteridade.

 

A Revolução Francesa é a revolução de uma classe que almeja o poder político, e que, com o confisco, se apoderou de grande parcela da propriedade fundiária.

 

Destruição da autoridade e individualismo: A primeira de toda ciência da jurisprudência, o orgulho do intelecto humano que, com todos os seus defeitos, redundâncias e erros, é a razão acumulada dos séculos, combinando os princípios da justiça original com infinita variedade de interesses humanos, como um monte de velhos erros explodidos, não seria mais estudada. A suficiência e a arrogância (atributos assegurados a todos que jamais conheceram sabedoria superior a sua) usurpariam os tribunais. Naturalmente, não haveria mais certas leis, estabelecidas segundo invariáveis fundamentos de esperança e de temor, para conservar uma direção segura às ações humanas ou para dirigi-las a certos objetivos. Nada de estável em matéria de conservar a propriedade ou exercer uma função poderia constituir terreno sólido sobre o qual os pais pudessem contar para educar seus filhos ou para escolher para eles uma posição no mundo. Não seria mais possível fazer entrar os princípios nos hábitos. Assim que o mais capaz dos preceptores tivesse terminado a obra laboriosa de uma educação, em vez de pôr no mundo um aluno que se formou segundo uma disciplina virtuosa, calcada em conseguir atenção e respeito no seu lugar na sociedade, ele perceberia que tudo foi alterado, e ele deixou ao desprezo e ao escárnio do mundo uma pobre criatura ignorante dos verdadeiros fundamentos da opinião pública.

 

Nunca destruir totalmente, ou de uma vez só, aquilo que é antigo.

 

Graças ao preconceito, a virtude se torna hábito – e não uma série de atos desconexos – e o dever, uma parte da nossa natureza.

 

 

 

Às Vezes...

 

 

 

Às vezes,

sou meu inimigo.

Às vezes,

fico triste comigo.

 

Às vezes,

relaxo e retrocedo.

Às vezes,

sou o meu medo.

 

Às vezes,

sou torpe e poltrão.

Às vezes,

sou patife e malsão.

 

Às vezes,

vou lá e não volto.

Às vezes,

odeio e me revolto.

 

Às vezes,

quero e maisquero.

Às vezes,

malquero e sou fero.

 

Às vezes,

finjo que não vejo.

Às vezes,

sucumbo ao desejo.

 

Às vezes,

puno e me regozijo.

Às vezes,

perco a rota e o juízo.

 

Às vezes,

umas certas coisas.

Às vezes,

outras tantas coisas.

 

Mas, luto,

luto, luto sem parar.

Ou comuto

ou me afogarei no luar!

 

 

 

 

 

 

______

Notas:

1. Somos diferentes porque estamos em pontos ou níveis diferentes da mesma Estrada. Somos diferentes porque viemos de lugares (Planos) diferentes e voltaremos para lugares (Planos) diferentes do Universo. Somos diferentes, enfim, porque nossos méritos e nossas compreensões são diferentes. Ora, exagerando um pouco, como é possível comparar Albert Einstein ou Linus Pauling com Elias Pereira da Silva, vulgo "Elias Maluco", acusado de seqüestrar, torturar e assassinar com requintes de crueldade o jornalista Arcanjo Antonino Lopes do Nascimento, o Tim Lopes, da Rede Globo, ou com Luís Fernando da Costa, o "Fernandinho Beira-Mar", líder da organização criminosa Comando Vermelho? Mas, não creio que deva haver propriamente uma superposição de uma classe de cidadãos sobre outra. Este é um equívoco que só a compreensão e a misericórdia poderão mudar. Seja como for, Albert Einstein, Linus Pauling, Elias Maluco, Fernandinho Beira-Mar e todos nós somos um.

2. Quanto a isto, penso que seja exatamente o contrário. Veja bem, a engenharia, por exemplo, é a ciência, a arte e a profissão de adquirir e de aplicar os conhecimentos matemáticos, técnicos e científicos na criação, aperfeiçoamento e implementação de utilidades, tais como materiais, estruturas, máquinas, aparelhos, sistemas ou processos, que realizem uma determinada função ou objetivo. Como será possível que isto se concretize sem todo o conhecimento adquirido e estocado? A Psicanálise começou com o médico especializado em Neurologia Sigismund Schlomo Freud (Príbor, 6 de maio de 1856 – Londres, 23 de setembro de 1939), mais conhecido como Sigmund Freud, que iniciou seus estudos pela utilização da técnica da hipnose como forma de acesso aos conteúdos mentais no tratamento de pacientes com histeria, técnica que abandonou em favor da interpretação dos sonhos e da livre associação, como vias de acesso ao inconsciente. E todos nós sabemos que o Teorema de Pitágoras é uma relação matemática entre os comprimentos dos lados de qualquer triângulo retângulo. Mas, Pitágoras só pôde afirmar que em qualquer triângulo retângulo, a área do quadrado, cujo lado é a hipotenusa, é igual à soma das áreas dos quadrados, cujos lados são os catetos porque já existiam os conceitos de triângulo, quadrado, retângulo, hipotenusa, cateto, lado e área. E isto leva à seguinte evidência: se, em um triângulo, o quadrado em um dos lados for igual à soma dos quadrados construídos sobre os dois lados restantes do triângulo, o ângulo formado pelos dois lados restantes do triângulo é um ângulo reto (90º).

 

 

Teorema de Pitágoras

 

 

3. Bem, eu acho que as pessoas de boa consciência não permanecem completamente em silêncio frente a qualquer forma de tirania ou o que seja. Ainda que, em alguns, o silêncio possa ser verbal, o pensamento e a consciência falam sem parar. E, um dia, que poderá demorar a chegar um pouco mais ou um pouco menos, as tiranias desabam. Ou será que, por exemplo, os senhores Bashar Hafez al-Assad, atual Presidente da República Árabe Síria, e Kim Jong-un, líder da República Democrática Popular da Coréia, acham que tudo está bem como em um céu de brigadeiro e sonham que os respectivos regimes de exceção que encabeçam se sustentarão para sempre? Não se sustentarão. Claro!

 

 

 

 

4. Isto quer dizer: tente compreender o motivo do seu desespero. É difícil? É. Mas, para não enlouquecer, temos que tentar.

5. Para o meu gosto e o meu entendimento, isto é fatalista demais. Nada é o que é para sempre. Altos e baixos fazem parte da existência humana, ainda que os impérios tendam mesmo a desaparecer.

 

 

 

 

6. No mínimo, foi isto o que aconteceu com os malditos inquisidores, porque, para mim, os caras que deram suporte à inquisição – que por sete séculos espalhou o terror pelo mundo torturando e matando – eram, na verdade, uma mistura de psicopatas e esquizofrênicos, e todas as outras -patias e -frenias que possam existir. Vai ver que todos sofreram algum tipo de abuso quando crianças ou eram brochas ou as duas coisas. Religiosos é que não eram.

 

Páginas da internet consultadas:

http://killishandra.deviantart.com/art/
Worker-ant-Gather-animation-244899225

http://www.portalanpedsul.com.br/

http://direitasja.com.br/2013/01/08/liberalismo-e-cons
ervadorismo-entre-edmund-burke-e-friedrich-hayek/

http://www.oocities.org/
tulio_s_br/frases.html

http://espectivas.wordpress.com/
2009/05/03/critica-a-edmund-burke/

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Conservadorismo

http://uminstante.wordpress.com/2010/01
/06/a-proposito-edmund-burke/

http://abstracaocoletiva.com.br/2012/11/
06/o-romantismo-e-a-teoria-do-sublime/

http://solepro.com.br/Geral/artigos/Tr%C3
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http://www.quemdisse.com.br/
frase.asp?frase=13144

http://pt.acton.org/historical/
edmund-burke-1729-1797

http://www.brainyquote.com/quotes/
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http://www.brainyquote.com/quotes/
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http://www.cornelius93.com/blogeria.html

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http://nipclub.blogspot.com.br/2011/05/
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http://desciclopedia.org/wiki/
Usu%C3%A1rio:Tyler_Durden

http://kdfrases.com/autor/edmund-burke/2

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http://www.citador.pt/frases/
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http://pt.wikipedia.org/
wiki/Engenharia

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Edmund_Burke

 

Música de fundo:

Eire
Compositores: Liam O'flynn, Matt Molloy & Sean Keane
Intérprete: Liam O'flynn

Fonte:

http://mp3.li/index.php?q=Liam
%20O'flynn%20-%20Eire

 

Direitos autorais:

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