APRE(E)NDENDO E MUDANÇANDO

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

O sapo: — Essa cobra não pega, olê, olê, olê, olá.
A cobra: — Pego sim, pego sim, olá, olá, olá, olê.

 

 

 

 

 

A arte, um dos grandes valores da vida, deve ensinar aos homens humildade, tolerância, sabedoria e magnanimidade. (William Somerset Maugham).

 

Um bom professor tem sempre esta preocupação: ensinar o aluno a se desenvencilhar sozinho. (André Paul Guillaume Gide).

 

Não posso ensinar a falar a quem não se esforça por falar. (Confúcio).

 

Há três caminhos para o fracasso: não ensinar o que se sabe, não praticar o que se ensina e não perguntar o que se ignora. (São Beda).

 

Ninguém é tão grande que não possa aprender nem tão pequeno que não possa ensinar. (Esopo).

 

Aprender é descobrir aquilo que você já sabe [porque você sempre soube]. Ensinar é lembrar aos outros que eles sabem tanto quanto você [porque eles também sempre souberam]. (Richard Bach). [Daí a maiêutica socrática ou arte filosófica de partejar, que significa “dar à luz”, “dar parto”, “parir” o Conhecimento. Este método ou técnica pressupõe que a Verdade está latente em todos os seres-humanos-aí-no-mundo, podendo aflorar aos poucos, na medida em que se responde a uma série de perguntas simples, quase ingênuas, porém, perspicazes. Os diálogos platônicos são todos assim, e têm sua origem na dialética socrática e visa reproduzi-la.]

 

 

 

 

Observação:

Pistis Sophia é um importante texto Gnóstico. As cinco cópias remanescentes, que os estudiosos datam do período entre 250 a 300 d.C., relatam os ensinamentos Gnósticos de um Jesus transfigurado aos Apóstolos (incluindo Maria de Magdala, Maria, mãe de Jesus e Marta). Nesta obra, as estruturas complexas e as Hierarquias Celestes, familiares nos ensinamentos Gnósticos, são reveladas.

 

 

 

 

 

Introdução

 

 

 

O texto Aprendendo com Cada Detalhe da Vida foi publicado em português, pela primeira vez, na edição de novembro de 2011 de O Teosofista. Trata-se de uma carta de Helena Petrovna Blavatsky para alguns teosofistas de Londres, escrita, provavelmente, em 1887, e como o tema não se restringe apenas a membros da Sociedade Teosófica, e é, de fato, universal, penso que seja educativamente útil para todos conhecê-lo, e, por isto, eu estou divulgando e comentando esta carta. Quando a carta foi escrita, no período pioneiro do Movimento Teosófico, os Mestres da Sabedoria (particularmente, KH, M e DK) ainda mantinham contato externo com alguns teosofistas. Todavia, a partir de 1900, Eles decidiram se recolher ao Silêncio, e passaram a trabalhar, desde então, em um Plano mais sutil, sem contato visível ou audível. Portanto, temos que nos virar (aparentemente) sem Eles! Aparentemente porque nunca estivemos, não estamos e jamais estaremos sozinhos, abandonados e desamparados. Mas, acho que os Mestres estão certíssimos. Todos nós sabemos que, por exemplo, uma criança que tenha tido uma babá-faz-tudo, de maneira geral, se torna um adulto mimadão. Ainda que haja exceções, como regra, superproteção superprotetora, facilidades sem limite e ausência de obstáculos só geram inadequações, inaptidões e dificuldades futuras. E isto não é nada bom. Enfim, ou nós aprendemos a sambar sozinhos ou não aprenderemos a sambar nunca. E aí, irão fofocar que a gente é ruim da cabeça ou doente do pé, como disse o saudoso cantor, compositor, violonista, pintor e ator brasileiro Dorival Caymmi!

 

 

 

Essa gagá aí em cima pode até ser ruim da cabeça,
mas, que é saudabilíssima do chulé, isto, sim, ela é.
Você manjou as maminhas da velha? Horror Movie!

 

 

 

A Carta

 

 

 

Não posso fazer nada por vocês, se não conseguem colocar a si mesmos na atmosfera da Teosofia e dos Mestres, ou seja, se continuam a ser incapazes de sentir ao seu redor a presença Deles como tem acontecido até agora.

 

Como vocês dizem, a carne é sempre fraca, na natureza humana, e o Espírito, só de vez em quando, tem uma vontade forte. Ainda assim, quem de vocês é capaz de dizer que esta súbita revolução em suas mentes isto é, nas mentes dos poucos teosofistas escolhidos e fora do comum e o despertar que ocorreu depois de um ano de apatia e de inatividade, não ocorreram graças a uma orientação maior? Este é apenas um indício e o efeito de uma causa que não pode ser atribuída ao acaso!

 

Meus caros colegas, há uma concatenação ininterrupta de causas e efeitos, um Nidana1 na vida de cada teosofista, se não na vida de cada membro da nossa Sociedade. E é isto, principalmente, que a distingue de outras Sociedades, cujas metas são a Ciência, no plano físico, ou a Fé, no plano do entusiasmo emocional, como no caso do Exército de Salvação, por exemplo. Ninguém parece ter qualquer idéia sobre a real natureza da Sociedade Teosófica que não pode morrer, ainda que Oxford, Cambridge e as políticas secretas da Áustria, da Alemanha e da Rússia tentassem destruí-la. Lojas individuais podem entrar em colapso. A Matriz, esteja ela localizada em Adyar ou no Pólo Norte, não pode ser aniquilada, porque é o berçário e o viveiro das sociedades do século XX. Mas, é trabalhar ao longo das linhas traçadas pelos Mestres que evita o colapso das lojas e das associações. E se eu puder escorar o trabalho de vocês, então, devo ser usada como um pequeno pilar ou como argamassa para as suas colheres de pedreiro, de modo que vocês cimentem e consertem as paredes rachadas da infeliz Loja de Londres. Todavia, se os pedreiros não colocarem primeiro o seu próprio material em ordem e não prepararem os tijolos, o que o cimento poderá fazer? Como poderei criar Teosofia [] nos Corações em que a Teosofia não está mais presente, talvez, de modo definitivo, e nos quais Ela, talvez, nunca tenha estado?

 

Devemos auxiliar?
Sim, sempre. Jamais impor.
Devemos lecionar?
Sim, sempre. Jamais impor.
Devemos facilitar?
Sim, sempre. Jamais impor.
Cada um deverá Lutar,
Mudançar e propor.

 

 

 

 

 

 

Quero explicar este ponto claramente, de modo que todos saibam o que penso. Não falo dos teosofistas da Loja de Londres em geral. Refiro-me apenas ao seu pequeno grupo, deixando que vocês tirem a partir disso as suas conclusões e façam seus paralelos. Acabo de mencionar o Nidana (a Lei da Causa e do Efeito) na vida de cada Teosofista que é totalmente dedicado. Devo acrescentar algumas palavras sobre isso.

 

 

A Lei da Causa e do Efeito é Indeletável e Ininterrupta

 

Precisamos dar um passo adiante,
e parar de compensar pela dor.
Depois, durante um certo perdurante,
compensaremos pelo e com amor.
Quando não houver mais entravante,
a compreensão mudançará a cor.

 

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A dor é o começo do fim
(que não tem fim).
O Amor é o meio do fim
(que não tem fim).
A compreensão é o fim do fim
(que não tem fim).

 

 

Só Compreendendo nos Libertaremos

 

 

Para começar, nenhum de vocês, frutos da sua geração e do seu ambiente, parece haver dado a mínima atenção a este misterioso Nidana nenhum, nem mesmo entre os mais dedicados, jamais pensou em observar, estudar e tirar proveito das lições contidas na teia da vida que está sendo sempre tecida ao redor de cada um de vocês. No entanto, é desta teia intangível, embora plenamente visível (para aqueles que quiserem ver como ela funciona), é deste livro, sempre aberto, registrado na Luz Mística ao redor de vocês, que vocês poderão aprender; sim, e mesmo aqueles que não têm poderes clarividentes. O que vocês diriam se eu perguntasse: por que razão vocês, ajudados apenas pela luz dos seus poderes de raciocínio e pelo seu intelecto no Plano Físico, para não falar do Plano Espiritual, por que motivo vocês nunca seguiram os registros diários na vida de cada um de vocês, aqueles pequenos acontecimentos de que a vida é composta, já que eles são a maior prova que existe da Presença Invisível entre vocês? Provavelmente, sua resposta seria: E como poderíamos saber isso? Mas, seguramente Mohini2 deve ter dito a vocês! E ainda que ele não tenha dito, este é o fato. Vocês falam de contato com o Mestre ou os Mestres, dizem que têm feito um esforço para obtê-lo, e admitem que podem ter até mesmo compartilhado deste contato, “de modo inconsciente e em alguma medida”. Eu afirmo que isso é verdade, e acrescento que antes que vocês possam obter mais progresso nessa questão, vocês devem compreender aquilo que já obtiveram.

 

 

 

 

Construindo e... Compreendendo.
Compreendendo e... Ascendendo.

 

....................................


Ascendendo e... Mudançando.
Mudançando e... Reintegrando.

 

....................................


Reintegrando e... Transmitindo.
Transmitindo e... Manumitindo.

 

Devo confessar, e é melhor que isso fique claro, que vocês não têm recebido ajuda ativa direta dos Mestres (exceto Mabel Collins no plano psíquico), desde a última crise e a grande provação da Loja de Londres. Porque aquela provação afastou para sempre aqueles que Eles enviaram para ajudar e trabalhar, mas, que foram os primeiros a abandonar o seu dever, e até se tornaram traidores, em seus Corações, da causa pela qual eles haviam assumido o compromisso de lutar. Mas, o teste foi válido para toda a Loja de Londres, e não apenas para aqueles que haviam chamado o karma para si. Apesar disso, embora os Mestres tenham tido que se afastar da Loja de Londres, em geral, eles nunca deixaram de observar indivíduos isolados da Loja, ou seja, aqueles que permaneceram sinceros consigo mesmos e com suas aspirações pessoais, se não em relação à causa e ao bem geral, como deveriam ter feito, se fossem tanto teosofistas quanto místicos. E eu sei que os Mestres, sem interferir com o karma algo que nem mesmo Eles têm o direito de fazer aceleraram e em outros casos retardaram acontecimentos e circunstâncias nas vidas de todos e de cada um de vocês que são dedicados e sinceros.

 

Eu ia devagar...
Então, fui amparado.
Aí, pude repintar
a cor do meu Quadrado.
Depois, pude ajudar
quem estava do meu lado.

 

Se vocês tivessem pelo menos prestado atenção àquelas casualidades e àqueles pequenos acontecimentos, a sua seqüência teria sido suficiente para mostrar a vocês uma orientação superior. Mas, mesmo vocês parecem ter esquecido de uma grande verdade dita por um de vocês, isto é, de que “o mundo da rotina diária em que as pessoas vivem e se movimentam e têm o seu ser como se não houvesse outro é apenas uma aparência”, e “atrás destas aparências há, oculta, uma realidade muito mais elevada e mais nobre”. Vocês não viram, em alguns acontecimentos, nada a que estas palavras poderiam ser aplicadas, e assim não puderam aplicá-las a vocês mesmos nem àqueles com quem estão trabalhando em seu grupo. No entanto, esta é a primeira regra na vida diária de um estudante de Ocultismo, isto é, nunca deixar de prestar atenção às menores circunstâncias do que ocorre, seja em suas vidas, seja nas vidas dos seus colegas de trabalho; registrar e colocar os fatos em ordem, nos registros, mesmo que não estejam relacionados com a sua busca espiritual, e então ligar (religare) todos os fatos, comparando as notas com os registros dos outros estudantes, e alcançando, assim, o seu significado interior. Isto vocês devem fazer, pelo menos uma vez por semana. É a partir destas totalizações que vocês podem descobrir a direção e o caminho a seguir.3 É o fenômeno de “transferência de pensamento” e de “adivinhação” de pensamentos, de Bispo e Companhia, aplicado aos acontecimentos da vida diária. Porque, uma vez comparados e resumidos, estes acontecimentos (os mais corriqueiros são às vezes os mais significativos) a sua associação e o rumo deles revelariam a vocês assim como um movimento quase imperceptível de um músculo na mão (com a qual ele está em contato) revela ao Bispo a direção que ele tem que seguir o caminho que vocês devem seguir para chegar à Verdadeira LLuz. Trabalhando sozinho ninguém pode conseguir isso, mas quando há vários, é comparativamente fácil. Este é o método usado para os chelas (discípulos) mais jovens, e ele permite alcançar vários objetivos. A atenção dos aprendizes se concentra sobre os númenos4 dos mais simples fenômenos ou acontecimentos da vida (eventos guiados e preparados pelo Guru invisível). A atenção deles abandona as coisas que iriam interferir com o seu treinamento mental. A prática aguça e desenvolve a intuição deles, e ao mesmo tempo faz com que se tornem gradualmente sensíveis às menores mudanças na influência espiritual do seu Guru.

 

 

Immanuel Kant e seu Númeno

 

 

Procurei o meu Númeno,
porém, não O encontrei.
Um dia, em meu interior,
finalmente, eu O achei.

 

 

Mas se, agindo de acordo com o costume social, os membros do seu grupo preferirem ver em cada acontecimento ou casualidade da sua vida o efeito de uma causa provocada por seu próprio livre-arbítrio ou por mero acaso, então, vocês nunca estabelecerão em seu grupo a primeira condição necessária: uma perfeita unidade de pensamento e de harmonia entre os seus seres espirituais. Vocês não podem avançar diretamente a partir dos Princípios Universais, mas, devem começar pelos aspectos específicos. A aritmética e a soma vêm antes da Matemática e da Metamatemática [que cuida do esclarecimento rigoroso, através de recurso à própria Matemática, de conceitos como o de axioma, da regra de inferência e da demonstração formal ou dedução, de completude e de interpolação]. Uma vez que um místico dedicado ingressa na Sociedade Teosófica [e, na verdade, em qualquer Fraternidade Iniciática autêntica], ele passa a ser, de modo inconsciente e invisível para ele, colocado em um plano muito diferente daqueles que o rodeiam. Não há mais circunstâncias banais ou sem significado em sua vida, porque cada uma delas é um elo colocado de propósito na corrente de acontecimentos que deve levá-lo para frente, até o “Portão Dourado” ou “Portal de Ouro”. Cada passo dado, cada pessoa que ele encontra e cada palavra dita podem constituir uma palavra colocada de propósito na frase daquele dia, com a intenção de dar alguma importância ao capítulo a que ela pertence, e este ou aquele significado (kármico) ao livro da sua vida.

 

Uma coisinha eu aprendi:
não há esse tal por acaso.
Em cada vida que vivi,
cada caso gerou um caso.

 

Enfim, o que Helena pretendeu ensinar com esta carta aos teosofistas do seu tempo? Simplesmente, o que eu tenho dididitototo e rererepepepetititidododo tantas, tantas e tantas vezes: que somos responsáveis por tudo, absolutamente tudo, sem exceção, seja sob a forma de pensamentos, seja sob a forma de palavras, seja sob a forma de atos praticados, seja sob a forma de omissões ou de neutralidades, seja da forma que for. Não adianta bulhufas dar uma de existencialista marca roscofe, citar o filósofo, escritor e crítico francês Jean-Paul Charles Aymard Sartre (Paris, 21 de junho de 1905 – Paris, 15 de abril de 1980) e dizer que o inferno são os outros. E, se o inferno são os outros é porque nós, covardemente, autorizamos que os outros ajam como demônios.

 

 

 

 

 

 

A Tristeza da Ignorância
(O Karma de Todos Nós)

 

 

 

 

 

 

Eu queria mudançar,
mas, minha carne era fraca.
Eu queria avançar,
mas, sempre fui panaca.

 

Eu queria enxergar,
mas, preferia perdurar cego.
Eu queria triunfar,
mas, amava mesmo ser prego.

 

Eu queria a Iniciação,
mas, era sem-vergonha demais.
Eu queria a Ascensão,
mas, estava amarrado ao cais.

 

Eu queria seguir,
mas, minhas pernas tiritavam.
Eu queria Servir,
mas, as vontades5 se chocavam.

 

Hoje, fico indagando:
será que, de fato, eu quis?
Também fico divagando:
por que eu jamais maisquis?

 

Encarnei, vivi, morri,
e sem destino – perambulei.
Na verdade, sempre preferi,
em Pasárgada, ser amigo do rei!

 

Sempre adorei rosetar,
e jamais quis ter obrigação.
Como poderia me elevar,
se sempre agi como toleirão?

 

 

 

Eu ordeno: quero ver everyone rosetando.
Quem não rosetar vai diretinho pro calabouço.

 

 

 

______

Notas:

1. Nidanas são precisamente os encadeamentos de causas e efeitos (cada encadeamento ou elo contém todos os outros, isto é, inter-são) que constituem o karma educativo de um ser-humano-aí-no-mundo, e que o prende ao mundo externo. No Budismo, são mencionados doze nidanas ou causas da dor. Resumidamente, são:

1. ignorância (inconsciência);

2. aferramento à existência;

3. consciência individual e coletiva;

4. conjunto mente-corpo;

5. os órgãos do sentido;

6. consciência sensorial;

7. sensações agradáveis, desagradáveis, neutras ou mistas.

8. desejo (apego);

9. escravização às coisas;

10. vir-a-ser;

11. nascimento; e

12. velhice e morte.

 

 

Doze Nidanas

 

 

2. Mohini Mohun Chatterji (1858 – 1936) foi um advogado e estudioso bengali que se juntou à Sociedade Teosófica em 1882. Tornou-se um chela em provação do Mahatma Kut Hu Mi, e viu aparições de Mahatmas em cinco ou seis ocasiões. Eventualmente, fracassou como chela, e, em 1887, se afastou da Sociedade Teosófica, após apenas cinco anos de filiação. É inacreditável como coisas como estas podem acontecer! Pois é; mas, acontecem. E acontecem muito mais do que imaginamos! Bem, aqui, cabem bem as palavras de Jesus, que constam do Evangelho de João, XX: 29: — Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram. Quantos e mais quantos são chelas, sem saber que são, e, sem desistir, continuam sendo! Quantos e mais quantos já receberam a 1ª Iniciação (e, às vezes, até a 2ª), se esqueceram, e continuam firmes na Senda! Quantos...

3. Quanto a isto, um Mestre de Sabedoria deu a chave para compreender como funciona a inspiração superior no movimento teosófico autêntico: Em períodos favoráveis, liberamos influências elevadoras, que impressionam várias pessoas de diferentes maneiras. É o aspecto coletivo de muitos destes pensamentos que pode dar o rumo correto à ação. Isto significa que não há um só pensamento nosso (individual e/ou coletivo) que não impressione alguém (ou alguéns) em algum lugar (ou em muitos lugares). Este é o significado de não pecar por pensamentos, pois, através do pensamento poderemos até acelerar a desencarnação de um ser-humano-aí-no-mundo, e isto é extremamente grave.

4. Númeno ou noúmeno (do grego: ) é um objeto ou um evento postulado que é conhecido sem a ajuda dos sentidos. Na Filosofia Antiga, a esfera do númeno é a realidade superior conhecida pela mente filosófica. Também pode ser entendido como a essência de algo, aquilo que faz algo ser o que é. O termo é geralmente usado em contraste ou em relação com fenômeno, que em Filosofia se refere ao que aparece aos sentidos, isto é, é um objeto dos sentidos. Platão (Atenas, 428/427 a.C. – Atenas, 348/347 a.C.) utilizou esse conceito para se referir ao seu Mundo das Idéias. No entanto, este termo é melhor conhecido da Filosofia de Immanuel Kant (Königsberg, 22 de abril de 1724 – Königsberg, 12 de fevereiro de 1804). No kantismo, o númeno é o real tal como existe-em-si-mesmo, de forma independente da perspectiva necessariamente subjetiva em que se dá todo o conhecimento humano, ou seja, coisa-em-si (Ding an sich), embora possa ser meramente conceituado, por definição é um objeto incognoscível. Por perspectiva subjetiva devemos entender por aquilo que é percebido por um sujeito, portanto, númeno é um real que não depende do sujeito para existir, e, por isso, o conceito de númeno se opõe ao conceito de fenômeno, ou seja, aquilo que é percebido de forma subjetiva. Equivale ao real absoluto independente da percepção humana ou realidade objetiva, à qual nossos sentidos e razão fazem apenas uma representação. Schopenhauer critica a visão kantiana, acusando-o de ter se apropriado do termo, que se referia para os antigos gregos ao conhecimento abstrato. Kant utiliza a palavra para descrever as coisas-em-si-mesmas, além de seus fenômenos, o que dá à palavra um significado diferente do original, pois, ao invés de conceitos abstratos, passam a descrever o mundo exterior.

5. Vontades = fiat voluntas mea + Fiat Voluntas Tua. Na verdade, precisamos substituir o ego-fiat voluntas mea pelo Eu-Fiat Voluntas Tua. Quanto a isto, Helena Petrovna Blavatsky escreveu: Cada homem deve tratar de ser ele próprio um centro de trabalho. Quando seu desenvolvimento interno tiver chegado a um certo ponto [Fiat Voluntas Tua], ele, naturalmente, atrairá aqueles com quem está em contato e os colocará sob a mesma influência. Um núcleo será formado, em torno do qual outras pessoas se reunirão, formando um centro desde o qual se irradiará informação e uma influência espiritual, e para o qual serão dirigidas Influências Superiores.

 

Música de fundo:

Kyrie
Interpretação: The Benedictine Monks of Santo Domingo de Silos

Fonte:

https://mp3co.biz/song/18990404/The_Benedictine
_Monks_of_Santo_Domingo_de_Silos_Kyrie_XI_A/

Observação:

Kyrie Eleison (do grego: ; Senhor, tende piedade) é uma oração da liturgia cristã. Existem expressões similares em alguns Salmos e nos Evangelhos, mas, o testemunho mais antigo do seu uso litúrgico remonta ao século IV, entre a comunidade cristã de Jerusalém, e, no século V, na missa do rito romano, como prece litânica e invocatória.

Senhor, tende piedade (de nós), Cristo, tende piedade (de nós), Senhor, tende piedade (de nós).

 

Páginas da Internet consultadas:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Mai%C3%AAutica

https://pt.wikipedia.org/wiki/Teosofia

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pistis_Sophia

http://www.animatedimages.org/

https://www.pensador.com/

http://www.citador.pt/

https://www.frog-life-cycle.com/

http://bestanimations.com/

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:
Professor_Speaking_on_the_Podium_GIF_Loop.gif

http://gifimage.net/primeros-auxilios-gif-4/

http://www.filosofiaesoterica.com/teosofista-maio-2018/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Kyrie_eleison

https://pixabay.com/

https://sites.google.com/site/mundo
encantadodadudabb/gifs-de-boneca

https://pt.wikipedia.org/wiki/Metamatem%C3%A1tica

https://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%BAmeno

https://conceitos.com/numeno/

https://www.dreamstime.com/

https://www.bibliaonline.com.br/acf/jo/20

https://blog.animaker.com/

https://en.wikipedia.org/wiki/Mohini_Mohun_Chatterji

https://dribbble.com/

https://giphy.com/

http://sanghabrisamarinha.blogspot.com/2014/03/os-doze-elos-da-cad
eia-da-origem.html#!/2014/03/os-doze-elos-da-cadeia-da-origem.html

 

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