Rodolfo Domenico
Pizzinga
Cassino de Monte
Carlo
que poderá ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou
ter ido ao Casino de Monte
Carlo
e não ter tido
uma caganitinha de sorte?
O
que poderá ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou
ficar aflito e acabrunhado
e não ter um bom
amigo que conforte?
O
que poderá ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou
viajar para Puerto Williams
e, desavisadamente, ir
dar no Pólo Norte?
O
que poderá ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou
comer um pote de Spinacia
oleracea
e não ficar nem
popeyezudão
nem forte?
O
que poderá ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou
arrumar uma camueca
e não ter um bendito
alguém que se importe?
O
que poderá ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou
ter uma baita varicocele
e não ter grana
para comprar um suporte?
O
que poderá ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou,
ao condimentar uma salada,
ao invés de vinagre,
botar água-forte?
O
que poderá ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou
tomar sopa de Brassica
rapa
misturada com a tal da
bela-morte?
O
que poderá ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou
roubarem seus cacarequinhos
de uma muito protegidíssima
caixa-forte?
O
que poderá
ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou
soltar uma ventosidade
anal silenciosa e fétida
e dizer que foi um alvoradense-do-norte?
O
que poderá
ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou
dar pão com meleca
seca e groselha
para uma velhinha mirandense-do-norte?
O
que poderá
ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou,
descaradamente, furtar
o tapa-sexo
de um infeliz nambiquara-do-norte?
O
que poderá
ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou,
dizer que o Sr. 1
irá residenciar em New York
para um americano-do-norte?
O
que poderá
ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou,
numa tômbola, ganhar
uma passagem
para ir fazer turismo
logo lá na Coréia do Norte?
O
que poderá ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou
confundir coleira-do-sertão
com uma passeriforme
coleira-do-norte?
O
que poderá ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou
a mulher que você
ama
o cornear com um príncipe
consorte?
O
que poderá ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou
tentar cortar uma pedra-pomes
com uma faca sem corte?
O
que poderá ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou
pensar que ganso-cor-de-rosa
é uma anonácea
graviola-do-norte?
O
que poderá ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou
ter o Exmo
italiano e DD. Sr.
Antonio Palocci Filho
como um necessário
litisconsorte?
O
que poderá ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou
querer ir a Fort Lauderdale
e, por azar, ter perdido
o passaporte?
O
que poderá ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou
invocar o bom Frei Serapião
e pintar no pedaço
logo o deus Mavorte?
O
que poderá ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou
acharem que o Stephen
William Hawking é maluquete
e o enfiarem num quarto-forte?
O
que poderá ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou
estar durinho da silva,
e o patrão dizer
não irá dar o vale-transporte?
O
que poderá
ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou
E você responder:
— Perdi o contraforte!
O
que poderá ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou,
pela Internet, comprar
um veado-do-mangue,
e receber um veado-galheiro-do-norte?
O
que poderá ser muito mais do que pior:
ser condenado à
pena de morte
ou,
como Luís Vaz
de Camões, querer ser um grande poeta,
e não saber o que
é um verbo-suporte?
Neste
mundo, nada é pior
do que a merda da pena
de morte.
Nem mesmo
petrolãozeiro
encontrado nu, bêbado,
vomitado e cheiradão
num motel barato de alta
sacanotividade,
em estado de vice-morte!
Ninguém
falha definitivamente.2
De nos aperfeiçoarmos,
somos todos suscetíveis.
Por isto,
a merda da pena de morte
está entre as boçalidades
malsãs mais incabíveis!
Enquanto
ferirmos animais
e matarmos seres humanos
seremos inumanos.
É por isto que
toca de compensar e toca
de samsarizar,
(re)vindo e (re)voltando
há zilhares
de anos!
Mas,
de uma forma ou outra,
toda esta merdolência
haverá de acabar.
Anote aí:
dois quintos + três
quintos = cinco quintos.3
Agora, para quem não
aprendeu a somar frações...
Enfim,
não me pejo de dizer:
odeio4
esta supermerda de pena de morte.
Pergunto:
1ª) em que ela contribuiu
ou contribui para o progresso da Raça?
2ª) o que ela ofereceu
ou oferece como aporte?