O HOMEM

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

Giovanni Pico della Mirandola

Giovanni Pico della Mirandola

 

 

Se vires alguém abandonado aos seus apetites, rastejando no chão, é uma planta que vês e não um homem.

 

O homem é um ser entre dois mundos – o mundo celeste, superior, e o mundo terrestre, inferior – e entre dois tempos – a finitude e a eternidade – mas é também um ser dotado de corpo, de sensibilidade e de razão e, como suprema e mais perfeita criatura de Deus, é portador de uma natureza indefinida que necessita ser concretizada, isto é, realizada de acordo com esta sua essência. Neste sentido, o homem é livre e responsável perante a vida que tem e a vida que quer ter, visto que esta é obra sua. Pode-se, assim, falar de uma natureza animal, de uma natureza propriamente humana e de uma natureza divina, que coexistem no homem visto como sendo um microcosmo de toda a realidade.

 

O homem é dito e considerado justamente um grande milagre e um ser animado, sem dúvida digno de ser admirado.

 

Nada há de mais admirável do que o próprio homem.

 

Ao homem nascente, o Pai conferiu sementes de toda a espécie e germes de toda a vida, e segundo a maneira de cada um os cultivar assim estes nele crescerão e darão os seus frutos. Se vegetais, tornar-se-á planta. Se sensíveis, será besta. Se racionais, elevar-se-á a animal celeste. Se intelectuais, será anjo e filho de Deus.

 

Ao colocar o homem no meio do mundo, o Criador lhe disse: Não te demos um lugar determinado, nem um aspecto que te seja próprio, nem tarefa alguma específica, a fim de que obtenhas e possuas aquele lugar, aquele aspecto e aquela tarefa que tu seguramente desejares, tudo segundo o teu parecer e a tua decisão.

 

O homem foi criado sem fisionomia própria nem dom especial de nenhuma forma, para que possa vir a possuir, segundo seu desejo e segundo seus votos, o domicílio, a fisionomia e os dons que terá ele mesmo escolhido.

 

O melhor uso da nossa liberdade é feito quando uma espécie de santa ambição invade o nosso Coração, para que, não nos contentando com bens medíocres, aspiremos aos bens supremos, e tratemos de os atingir com todas as nossas forças, pois que nossa vontade torna isto possível.

 

Aqueles que se interessam pelos negócios da cidade serão sempre recompensados pelos céus, se souberem agir nas duas esferas da vida com a mesma integridade dos querubins, pois, é a eles que devemos nos ligar, se quisermos nos elevar aos píncaros do amor ou, ainda, descer em direção às funções da vida ativa, devidamente instruídos e preparados.

 

Existe, além mundo dos anjos, ou mundo intelectual, do mundo celeste e do mundo sublunar, no qual habitamos, um quarto mundo, no qual se encontra tudo o que há nos três outros mundos. Este mundo é o homem ele mesmo, que, por esta razão, como dizem os doutores católicos, está expresso no Evangelho pelo nome de todas as criaturas. Quando o Cristo decidiu pregar o Evangelho aos homens, mas não às bestas e nem aos anjos, Ele decidiu, no entanto, pregá-lo a todas as criaturas.

 

O homem foi criado por Deus à sua imagem e semelhança para dominar os peixes, os pássaros e, em geral, todos os animais que foram produzidos pela água e pela Terra.

 

É necessário, em primeiro lugar, notar que o mundo é chamado por Moisés de ‘o grande homem’. Pois, se o homem é um pequeno mundo, da mesma forma o mundo é um grande homem.

 

Se você vir um Filósofo determinar todas as coisas por meio da Justa Razão, a Ele você deve reverência: ele é um Ser Celestial e não da Terra.

 

Ao homem foi concedido ter o que quiser para ser o que quiser.

 

O lugar do homem no Universo está em algum lugar entre as feras e os anjos, mas, por causa da imagem divina nele plantada, não há limites para o que o homem possa realizar.

 


Giovanni Pico della Mirandola (1463 – 1494)

 

 

 

 

Fontes de consulta:

http://www.goodreads.com/author/quotes/
134145.Giovanni_Pico_Della_Mirandola

http://www.brainyquote.com/quotes/authors
/g/giovanni_pico_della_miran.html

http://www.oquenosfazpensar.com/

http://revistaseletronicas.pucrs.br/

http://www2.crb.ucp.pt/Historia/mirandola.pdf

http://www.unifieo.br/

http://www.meaningsoflife.com/Seres-Humanos.htm

 

 

 

 

 

 

 

No mínimo, é um exagero

considerar o homem terrenal

como o ente mais admirável.

E, claro, não é aos querubins

que o homem deverá se ligar

para ante-sentir o Lídimo Amor.

 

É possível que o desespero

– pela complacência com o mal –

faça o ente se achar miserável.

Quem poderá retornar ao Lar

sem transmodificar sua Cor?

 

Há o transigente e o austero.

Há o ligeiramente e o eternal.

Há o duradouro e o alterável.

Há a meia-calça e os carpins.

Há o multíplice e o sem-par.

Há o reflexivo e o mero ledor.

 

Só se vivermos com esmero

– não caindo no vulgar e trivial –

Não precisamos ser Einsteins

para compreender e concordar

que: absolutizar inscícia + dor.

 

 

 

 

 

 

Música de fundo:

Time After Time
Composição: Sammy Cahn & Jule Styne
Interpretação: Ella Fitzgerald

Fonte:

http://beemp3.com/

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.lazyrider.com/testimonials.asp

http://llerrah.com/seniorperks.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_relatividade

http://www.infoescola.com/fisica/dilatacao-do-tempo/

http://soubiruta.blogspot.com.br/2012/10/
e-se-einstein-nao-tivesse-existido.html

 

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