CAMILLE FLAMMARION
(Pensamentos)

 

 

 

Camille Flammarion

Camille Flammarion

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo da Pesquisa

 

 

 

Esta pesquisa objetiva divulgar alguns pensamentos de Camille Flammarion, cujo sobrenome significa aquele que leva a Luz. Flammarion foi um dos mais destacados astrônomos de sua época, idealista, inovador, baluarte do Espiritismo e autor de muitas obras literárias. Para Michelet, Flammarion era o Poeta dos Céus, cujas obras encheram de luzes o século XIX.

 

Quanto ao Espiritismo, Flammarion, certa vez, afirmou: Há espíritas de uma fé cega, que estão certos de estar em comunicação com os espíritos. Não há argumentação entre eles. Estes não me perdoam de não partilhar de forma alguma de suas certezas, que se tornam crenças religiosas em suas casas. Mas, há entre estes, outros que compreendem que apenas o método científico nos pode conduzir ao conhecimento da verdade. Estes se tornaram meus amigos. E mais: A Ciência não é materialista nem pode servir ao erro. Como e por que, pois, haveriam de temê-la o espiritualismo e a verdadeira religião? Duas verdades não se podem opor a uma terceira. Se Deus existe, sua existência não poderia ser suspeitada nem combatida pela Ciência. Esperamos que esta tentativa de versar a existência de Deus pelo método experimental aproveite o progresso de nossa época, por estar de acordo com as suas tendências características.

 

Informo que, para facilitar a compreensão dos temas, fiz pequeníssimas edições nos fragmentos selecionados. Todavia, não introduzi nenhuma modificação substantiva que pudesse falsear ou modificar o pensamento do autor.

 

Bem, você pode e deve discordar à vontade do entendimento flammarioniano; não há qualquer problema. Estou certo que Flammarion, esteja onde estiver, não ficará aborrecido, pois, para ele, luz, calor, eletricidade, magnetismo, atração, afinidade, vida vegetal, instinto, inteligência, tudo deriva de Deus. Seja qual for o prisma pelo qual o pensador observe a Natureza, encontra uma trilha conducente a Deus.

 

 

 

Breve Nota Biográfica

 

 

 

Camille Flammarion

Camille Flammarion
(Quadro a óleo de Nivea Bracher)

 

 

Nicolas Camille Flammarion, mais conhecido como Camille Flammarion (Montigny-le-Roi, 26 de fevereiro de 1842 – Juvisy-sur-Orge, 3 de junho de 1925), foi um astrônomo francês. Foi o mais velho de quatro filhos.

 

Aos quatro anos de idade já sabia ler, aos quatro e meio sabia escrever e aos cinco já dominava rudimentos de Gramática e Aritmética.

 

Foi educado em Langres, e começou a trabalhar com dezesseis anos de idade, no observatório de Paris, no departamento de cálculo de Leverrier.

 

Sua ruptura com os astrônomos se deu em 1862, com a publicação do livro La Pluralité des Mondes Habités.

 

A partir desta época, Flammarion começou a escrever livros populares de Astronomia que foram traduzidos para diversas línguas. Uma de suas obras mais conhecidas é Astronomia Popular, de 1880. Editou uma série de revistas científicas e astronômicas.

 

No fim de sua vida escreveu sobre pesquisas de Física. Em 1883, Flammarion fundou o observatório de Juvisy-sur-Orge, dirigindo-o pelo resto de sua vida, incentivando o trabalho de observadores amadores.

 

Em 1887, fundou a Société Astronomique de France. Seus trabalhos para a popularização da Astronomia fizeram com que fosse agraciado, em 1912, com um prêmio da Legião de Honra.

 

Em 1874, desposou Sylvie Flammarion. Em 1919, viúvo, ele se casou com Gabrielle Flammarion.

 

Flammarion foi amigo de Allan Kardec, o codificador do Espiritismo. Ao pé do túmulo de Kardec, fez um discurso em sua homenagem afirmando que o mesmo era o bom senso encarnado. Posteriormente à morte de Allan Kardec, Flammarion começou a se dedicar no aprofundamento teológico do Espiritismo. A íntegra deste discurso consta do início de Obras Póstumas, em edição da Federação Espírita Brasileira.

 

As obras de Flammarion, a partir de então, revelam a sua visão espírita sobre questões fundamentais para a Humanidade. Em algumas delas, como Narrações do Infinito, poderá ser verificada, ainda, a atuação de Camille Flammarion como médium.

 

O capítulo VI de A Gênese – uma das obras básicas do Espiritismo, intitulado Uranografia Geral – é a transcrição de uma série de comunicações à Sociedade Espírita de Paris, em 1862 e 1863, sob o título Estudos Uranográficos, que trazem a assinatura Galileu, e tiveram como médium Camille Flammarion.

 

 

 

Pensamentos de Flammarion

 

 

 

Tudo é número, correspondência, harmonia, relação de uma causa inteligente, agindo universal e eternamente.

 

 

Tudo é número...
E tudo é regula(menta)do pela Lei do Triângulo.

 

 

O corpo passa. A alma vive no infinito e na eternidade.

 

O método científico experimental – o único que vale para a pesquisa da verdade tem exigências as quais não podemos nem devemos nos eximir.

 

A morte não existe; é apenas uma evolução, sobrevivendo o ente humano a essa hora suprema, a qual não é, de modo nenhum, a última hora. A morte é a porta da Vida. O corpo é somente um vestuário orgânico do espírito; ele passa, muda, desagrega-se, o espírito permanece.

 

 

 

 

O Universo é um dinamismo; o Cosmos bem justifica seu nome (ordem).

 

O Espiritismo não é uma religião, mas, uma ciência, da qual apenas conhecemos o a, b, c. Passou o tempo dos dogmas.

 

O comitê me ofereceu suceder a Allan Kardec como presidente da Sociedade Espírita. Eu recusei, dizendo que nove décimos dos seus discípulos continuariam a ver, durante muito tempo ainda, no Espiritismo uma religião mais que uma ciência, e que a identidade dos espíritos estava longe de ser provada.

 

A existência do Espírito em a Natureza, nas Leis do Cosmos, no homem, nos animais, nas plantas é manifesta. Ela deve bastar para estabelecer a religião natural. E tal religião será incomparavelmente mais sólida que todas as formas dogmáticas. Os princípios da justiça se impõem com a mesma autoridade, e Confúcio, assim como Platão e Marco Aurélio, anteciparam a base desta religião.

 

Todo ser vivo é uma força dinâmica. O próprio pensamento é um ato dinâmico.

 

Tudo ignorais, princípios e causas. Átomos efêmeros sobre um átomo móvel, nada sabeis de exato em torno do Universo e, não obstante, tudo pretendeis julgar, tudo pretendeis compreender!

 

Ao ver uma jovem tomando banho ao ar livre, por ocasião de um passeio no campo: É uma alma vestida de ar!

 

Oh!, noite majestosa! Como teu esplendor é ainda maior ante nossos olhos desde que entrevimos a vida sob tua morte aparente! Como tuas harmonias se tornaram deliciosas! Como teu espetáculo se transfigurou diante de nossas almas! Outrora, eu me comprazia em vos contemplar no silêncio da meia-noite, ó Plêiades longínquas cuja claridade difusa nos leva para tão longe da Terra! Eu me comprazia em ver repousar sobre vós o enxame de meus pensamentos, porque vós sois uma estação brilhante do infinito dos céus. Mas, hoje, que vejo em vossa múltipla irradiação tantos lares onde famílias humanas estão reunidas; hoje, que nessa irradiação tão calma eu creio reconhecer os olhares de irmãos desconhecidos, o olhar, talvez, de seres queridos que amei tanto, e que a Morte inexorável levou para longe de mim, desse ser, sobretudo, que se foi com um sorriso nos lábios para não me deixar adivinhar seus sofrimentos, e que, agora, está aí, sonhando, talvez, ainda, em algum ponto obscuro de uma terra desconhecida, lembrando com uma tristeza inexplicável nossos amores destruídos, e procurando, como eu, por olhares perdidos no céu... Oh! Agora eu vos amo, deslumbrantes Plêiades; eu vos amo, maravilhosas Estrelas; eu vos amo como o peregrino ama as cidades de sua peregrinação, como ele ama o altar aonde se dirigem seus votos, e onde depositará, um dia, o beijo das suas aspirações mais caras.

 

Não é somente a razão fria que indaga; não é somente o espírito. É também o sentimento; é também o Coração.

 

Não se pode pedir a um elefante que voe até o ninho das águias.

 

A passos lentos, avança a pesquisa da verdade, mas as paixões humanas e os cegos interesses dominadores permanecem inalteráveis.

 

 

 

 

O flogístico – que, segundo Baumé e seus contemporâneos, era o 'deus ex machina' da Natureza e da vida jamais existiu senão na imaginação dos professores.

 

Regra de conduta da Ciência: Não admitir senão o que se vê, o que se toca, o que se ouve, o que fica subordinado ao testemunho direto dos sentidos, e não procurar conhecer o incognoscível.

 

Analisando os testemunhos de nossos sentidos, verificamos que eles nos enganam de um modo absoluto. Vemos o Sol, a Lua e as estrelas girarem em torno de nós: é falso. Sentimos a Terra imóvel: é falso. Vemos o Sol se levantar acima do horizonte: ele está abaixo do horizonte. Tocamos corpos sólidos: não há corpos sólidos. Ouvimos sons harmoniosos: o ar não transporta mais do que ondas em si mesmas silenciosas. Admiramos os efeitos da luz e das cores que fazem viver aos nossos olhos o esplêndido espetáculo da Natureza: em realidade não há nem luz, nem cores, mas, somente movimentos etéreos obscuros que, influenciando nosso nervo ótico, dão-nos as sensações luminosas. Queimamos o nosso pé ao fogo: é, sem o sabermos, em nosso cérebro somente que reside a sensação da queimadura. Falamos de calor e de frio: não há no Universo nem calor nem frio, mas, somente movimento. Como se vê, os nossos sentidos nos enganam a respeito da realidade. Sensação e realidade são coisas distintas.

 

 

Sharbat Gula – A Garota Afegã
(Símbolo da década de 1980, do conflito afegão
e da situação dos refugiados em todo o mundo)

 

Desde a última sensação acústica percebida por nosso ouvido, resultante de 36.850 vibrações por segundo, até a primeira sensação ótica percebida por nossos olhos, e que é devida a 400.000.000.000.000 de vibrações na mesma unidade de tempo, nada mais podemos perceber. Entre estes dois extremos, existe um intervalo enorme, com o qual nenhum de nossos sentidos se põe em relação.

 

Se as instituições monásticas tiveram o seu papel no período das invasões bárbaras, nem por isso deixou de soar a sua hora extrema, como sucede a todas as coisas perecíveis...

 

Fora da Ciência não há salvação... a Humanidade tanto tempo balouçada no oceano do ignorantismo, só tem um porto a proejar: o da terra firme do saber.

 

Quanto à [i]mortalidade da alma e à [in]existência de Deus, como podem criaturas inteligentes, seres racionais, pensantes, entregar uma vida inteira a interesses transitórios, sem se abstraírem, uma que outra vez, da sua apatia, para atender a estas interrogativas preciosas?

 

Assim se balança nossa faculdade pensante ao sair desta vida: entre uma realidade que não compreende ainda e um sonho não desaparecido completamente. As mais diversas impressões se amalgamam e confundem, e se, sob o peso de sentimentos perecedouros, tem saudades da Terra de onde vem exilado, é, então, oprimida por um sentimento de tristeza indefinível que pesa sobre nossos pensamentos, nos envolve de trevas e retarda a clarividência.

 

Pode-se distinguir no ser humano três princípios diferentes, ainda que reunidos: 1º) Corpo Material; 2º) Corpo Astral; e 3º) Alma. O Corpo Material é uma associação de moléculas, formadas elas próprias de agrupamentos de átomos. Os átomos são inertes, passivos, governados pela força, e entram no organismo pela respiração e pelos alimentos, renovam incessantemente os tecidos, são substituídos por outros, e, eliminados, vão pertencer a outros corpos. Em alguns meses, o corpo humano é totalmente renovado, e nem no sangue, nem na carne, nem no cérebro, nem nos ossos resta mais um único dos átomos que constituíam o todo alguns meses antes.

 

Respiramos, bebemos e comemos milhares de vezes. Tal é o corpo: um complexo de moléculas materiais que se renovam constantemente.

 

O Corpo Astral é, por assim dizer, imaterial, etéreo, fluídico. É por ele que o Espírito está associado ao Corpo Material; é o envelope da Alma, a substância física do Espírito.

 

Pela energia vital, a Alma grupa as moléculas, seguindo certa forma, e constitui os organismos.

 

A força rege os átomos passivos – incapazes de se conduzirem eles próprios, inertes. A força os chama, faz que lhes obedeçam, toma-os, coloca-os, dispõe de todos conforme certas regras, e forma esses corpos tão maravilhosamente organizados que o anatomista e o fisiologista contemplam. Os átomos são permanentes, a força vital não. Os átomos não têm idade; a força vital [em nós] nasce, envelhece, morre.

 

A alma é um ser intelectual, pensante e imaterial na essência. O Mundo das Idéias, no qual vive, não é o Mundo da Matéria. Não tem idade, nem envelhece; não muda em um mês ou dois, igual ao corpo, pois, decorridos ano, lustro decênios, sentimos que conservamos a nossa identidade, que o nosso Eu permanece.

 

As preocupações das Almas, quaisquer que sejam, pertencem à ordem intelectual e à ordem moral, que os átomos e as forças físicas não podem conhecer, mas que existem tão verdadeiramente quanto a ordem material.

 

A alma é ligada ao Corpo Material pelo Corpo Astral, intermediário, que ela conserva depois da morte. Relativamente livre, a Alma pode se deslocar facilmente e, às vezes, pode se projetar mesmo a imensas distâncias, com a rapidez do pensamento. A transmissão da alma – mônada-psíquica no Espaço é da mesma ordem.

 

O ano, os dias e as horas são constituídos pelo movimento da Terra. Fora destes movimentos, o tempo terrestre não existe mais no Espaço. É, pois, absolutamente impossível ter noção deste tempo.

 

Em virtude das leis da luz, podemos rever acontecimentos depois de ocorridos e de consumados.

 

A vida passada dos mundos e a vida dos seres existem sempre no Espaço, graças à transmissão sucessiva da luz através das vastas regiões do ilimitado.

 

Uma distinção profunda separa em geral as formas animadas dos diferentes globos. Estas formas são o resultado dos elementos especiais a cada orbe e das forças que o regem: matéria, densidade, peso, calor, luz, eletricidade, atmosfera etc., diferem essencialmente de um mundo a outro. Em um idêntico sistema, estas formas já diferem. Assim, os homens de Titã, no sistema de Saturno, e os do planeta Mercúrio não se assemelham em nada aos homens da Terra; e aquele que os visse pela primeira vez não identificaria neles nem cabeça, nem membros, nem sentidos.

 

Porque nada se perde, a história de cada mundo, contida na luz que dele emana incessante e sucessivamente, atravessa por toda a eternidade o espaço infinito, sem que jamais possa ser aniquilada.

 

Na realidade, não existe luz: há vibrações do éter. Não existe visão: há percepções do pensamento.

 

Cada criança traz, ao nascer, faculdades diferentes, predisposições especiais, dessemelhanças inatas e incontestáveis...

 

A alma não tem plena memória, integral posse de si mesma, senão na sua vida normal, na Vida Celeste, isto é, entre suas encarnações. Só então ela vê, não somente a sua vida terreal, mas ainda as outras existências precedentes.

 

A luz constitui o modo de transmissão da História Universal.

 

Toda crença, para ser verdadeira, deve concordar com os fatos da Natureza. O espetáculo do mundo nos ensina que a imortalidade de amanhã é aquela de ontem e de hoje, que a eternidade futura não é senão a eternidade presente. Eis aí nossa fé. Nosso paraíso é o infinito dos mundos.

 

Segundo a Lei de Transmissão Sucessiva da Luz, todos os acontecimentos do Universo e a história de todos os mundos são espargidos no Espaço em quadros imperecíveis, verídicos e grandiosos. A Lei de Transmissão Sucessiva da Luz é um dos elementos fundamentais das condições da Vida Eterna.

 

Há uma diversidade inimaginável que distingue os mundos, em sua geologia, na fisiologia orgânica, nas condições da habitabilidade, nas formas humanas, nas mentalidades.

 

Cosmos: universal diversidade.

 

Virá o tempo em que todas as mentes instruídas e independentes saberão se libertar dos preconceitos que pesam ainda sobre nossas cabeças, e confessarão, com o acento de uma convicção inabalável, a doutrina da pluralidade dos mundos. Mas, hoje, grandes dificuldades de escolas ou seitas ainda se opõem. São estes preconceitos que cabe à Filosofia dissipar. É deles que se deve libertar as almas adormecidas. E não se trata de uma missão tão rude nem tão penosa quanto nos séculos passados, pois, o progresso intelectual propagou por todo lugar sua claridade benfazeja.

 

O corpo humano terrestre deve sua forma e seu estado ao meio atmosférico e às condições de densidade, peso e nutrição dentro das quais a evolução vital terrestre se exerceu.

 

O tipo Homem não é universal. No Universo, há seres pensantes de todas as formas possíveis, de todas as dimensões, de todos os pesos, de todas as cores, de todas as sensações e de todos os caracteres.

 

 

 

 

O Universo é ilimitado. Nossa existência terrestre é apenas uma fase nesse ilimitado.

 

A Terra foi, pois, criada para o homem, e a matéria para a vida. E, onde quer que vejamos outra terra, somos forçados a convir que ela foi, como a nossa, criada para a raça intelectual e imortal.

 

Se todo acontecimento é imperecível, o passado resulta presente.

 

Nós podemos rever a nossa própria existência diretamente e nossas diversas existências anteriores; para tanto, basta estarmos à uma distância conveniente dos mundos onde houvermos vivido.

 

Quando o Senhor Jesus fala do aprisco do qual é a porta, da ovelha que o segue e que conhece sua voz, e pela qual dá sua vida, acrescenta: — Tenho, ainda, outras ovelhas que não são deste rebanho; é preciso que eu também as conduza. Elas escutarão minha voz, e haverá um só rebanho e um só Pastor.

 

Os fenômenos físicos, sobre os quais a princípio não se insistia, se tornarão objeto da crítica experimental, a que devemos a glória dos progressos modernos e as maravilhas da eletricidade e do vapor.

 

A alma: a) existe como personalidade real independente do corpo; b) é dotada de faculdades ainda desconhecidas da Ciência; e c) pode agir e perceber à distância sem necessitar dos sentidos como intermediários.

 

Pobres mitos humanos os que supõem Te conhecer, ó Deus!

 

Deus é a força inteligente, universal e invisível, que constrói sem cessar a obra da Natureza.

 

Filhos da Terra, nossos organismos estão em consonância vibratória com todos os movimentos que constituem a Vida da Natureza.

 

Deus é simultaneamente potência e ato.

 

Quando as regras se generalizam, as exceções aparentes se tornam regulares. Qualquer equívoco na sua legislação portentosa é tão inaudito como um ato mal-entendido.

 

Preciso fora falar de Deus sem nomeá-Lo.

 

Dizia Goethe que os homens tratam Deus como se o Ente Supremo, o Ser Incompreensível, fosse a eles semelhante, pois, de outro modo não diriam, o Senhor Deus, o nosso Bom Deus. Para eles, e sobretudo para a gente beata, que O tem sempre nos lábios, Deus se torna um simples vocábulo, uma expressão habitual, desligada de qualquer sentido. Entretanto, se estivessem compenetrados da grandeza de Deus, silenciariam e, respeitosamente, se absteriam de O vocalizar.

 

Que orgulhoso insensato pretendeu Te definir, ó Deus! Ó meu Deus, todo poder e ternura, imensidade sublime e inconcebível!

 

A voz do oceano não abafa a minha voz, e meu pensamento a Ti se eleva, ó Deus, com a prece coletiva!

 

A investigação imparcial da Verdade exclui de seus domínios os exageros do fanatismo tanto quanto os do Ceticismo. Ela prossegue na sua tarefa laboriosa e fecunda, e expõe sinceramente o ensinamento recolhido das suas descobertas sucessivas.

 

E o homem vive à margem, indiferente a tantos esplendores, sem olhos de ver nem ouvidos de ouvir, ignorando a Harmonia Universal, em cujo seio deveria encontrar a sua felicidade e a sua glória.

 

A ordem universal reinante em a Natureza, a inteligência revelada na construção dos seres, a sabedoria espalhada em todo o conjunto, qual uma aurora luminosa, e, sobretudo, a universalidade do plano geral regida pela harmoniosa Lei da Perfectibilidade Constante, apresenta-nos, já, agora, a onipotência divina como sustentáculo invisível da Natureza, lei organizadora, força essencial, da qual derivam todas as forças físicas, como outras tantas manifestações particulares suas. Podemos, assim, encarar Deus, como um pensamento imanente, residente e inatacável na essência mesma das coisas, sustentando e organizando, Ele mesmo, tanto as mais humildes criaturas quanto os mais vastos sistemas solares, de vez que as Leis da Natureza não poderiam ser concebíveis fora deste pensamento. Antes, são Dele – eterna expressão.

 

Ah! Se nossa vista fosse penetrante o bastante para descobrir, ali, onde só distinguimos pontos brilhantes no fundo negro do céu, os sóis resplandecentes que gravitam pelo espaço e os mundos habitados que os seguem em seu curso, se nos fosse dado abranger em um relance geral esses milhares de sistemas-solidários, e, se nós, avançando com a velocidade da luz, atravessássemos durante séculos de séculos esse número ilimitado de sóis e de esferas, sem nunca encontrar fim para esta imensidão prodigiosa, onde a Natureza fez germinar os mundos e os seres, voltando nossos olhares para trás, mas, não sabendo em que ponto do ilimitado encontrar este grão de poeira que se chama de Terra, nos deteríamos fascinados e confundidos por um tal espetáculo, e unindo nossa voz ao concerto da Natureza Universal, diríamos do fundo de nossa alma: Deus todo-poderoso! Como fomos insensatos ao crer que não há nada além da Terra, e que nossa pobre morada tenha, só ela, o privilégio de refletir Tua grandeza e Teu poder!

 

A pluralidade dos mundos é uma doutrina verdadeira, pois os gênios ilustres de todas as eras e, mais do que isto, as grandes vozes da Natureza, ensinaram-na e proclamaram-na. Ela é uma doutrina admirável, pois o Sopro da Vida que ela propaga sobre o Universo, transforma a aparente solidão e povoa os espaços com os esplendores da Vida.

 

Se a Terra fosse o único mundo habitado no passado, presente e futuro, se fosse a única natureza, a única habitação da vida, a única manifestação do Poder criador, seria um fato incompatível com o esplendor eterno, ter formado, como obra única, um mundo inferior, miserável e imperfeito. Aquele que acredita na existência de um só mundo, portanto, é inevitavelmente conduzido a esta monstruosa conclusão, de que as divinas hipóstases, eternamente inativas até o dia da criação terrestre, se manifestaram tão-somente pela criação de uma sombra, e que toda a efusão de seu poder infinito não teve como resultado senão a produção de um grão de poeira animada.

 

Beleza eterna, não engendrada e imperecível, isenta de decadência como de crescimento, que não é bela em uma parte e feia em outra, bela somente em tal tempo, em tal lugar, em tal relação; bela para esses, feia para aqueles; beleza que não tem forma sensível, um rosto, mãos, nada de corporal; que também não é tal pensamento ou tal ciência em particular, que não reside em nenhum ser diferente dela mesma, como um animal, ou a Terra ou o céu, que é absolutamente idêntica e invariável por si mesma, da qual todas as outras belezas participam, de maneira, contudo, que seu nascimento ou sua destruição não lhe acarrete nem diminuição, nem crescimento, nem a menor mudança. Para chegar a ti, beleza perfeita, é preciso começar pelas belezas de aqui embaixo, e, os olhos fitos na Beleza Suprema, elevar-se sem cessar, passando, por assim dizer, por todos os graus da escala, até que, de conhecimento em conhecimento, se chegue ao Conhecimento por excelência, que não tem outro fim que não o próprio Belo, e que se acaba conhecendo tal como é em si...

 

De onde vem ao meu espírito esta impressão tão pura da Verdade? De onde lhe vêm essas regras imutáveis que orientam o raciocínio, que formam os costumes, pelas quais ele descobre as proporções secretas das figuras e dos movimentos? De onde lhe vêm, numa palavra, essas Verdades Eternas que tanto tenho examinado? Serão os triângulos, os quadrados e os círculos que traço grosseiramente no papel que imprimem em meu espírito suas proporções e relações? Ou será que há outros cuja perfeita exatidão causa este efeito? Em qualquer parte, no mundo ou fora do mundo, os triângulos e os círculos subsistem nessa perfeita regularidade. De onde a Verdade seria impressa em meu espírito? E sei que as regras do raciocínio e dos costumes subsistem também em qualquer parte. De onde elas me comunicam sua Verdade Imutável? Ou não seria, antes, que Aquele que espalhou por toda à parte a medida, a proporção e a própria Verdade imprima em meu espírito a idéia certa? É certo que Deus é a razão primitiva de tudo o que existe e de tudo o que se entende no Universo; que Ele é a Verdade Original, e que tudo é verdadeiro por ligação com Sua Verdade Eterna, que buscando a Verdade nós O encontramos, e que encontrando-A nós O encontramos.

 

As Humanidades dos outros mundos e a Humanidade da Terra são uma só Humanidade.

 

'Todas as vezes que um fato novo se revela no campo da Ciência, logo o averbam de apócrifo; depois, que é contrário à Religião; e, por fim, que há muito era sabido.' (Jean Louis Rodolphe Agassiz, apud Camille Flammarion).

 

Ainda hoje, sábios, filósofos, teólogos, metafísicos e pensadores, que nos falam de Deus, da Providência, da prece, da alma, da vida presente e da vida futura, das relações da Divindade com o mundo, das causas finais, da marcha dos acontecimentos, da independência do espírito, das fórmulas de culto, das entidades espirituais etc. no mesmo sentido e nos mesmos termos da escolástica do século XVI!

 

O que constitui o gênio não é o entusiasmo (pois este pode existir nos espíritos mais medíocres e vazios), e, sim, a superioridade do racionalismo. O homem de gênio é o que vê mais claro, o que percebe maior contingente de verdade, o que pode relacionar maior número de fatos a uma idéia geral, o que encadeia todas as partes de um todo a uma lei comum, e que, mesmo quando cria, qual se dá na poesia, não faz mais do que realizar, pela imaginação, a idéia que a sua inteligência concebeu.

 

Nascemos para ficar de pé e contemplar o céu.

 

O cérebro e todo o organismo não passam de uma sucessão de moléculas em mutabilidade constante.

 

 

 

 

A unidade da alma não existe somente a cada instante, considerada em si mesma, mas, persiste de um a outro instante, e fica idêntica em si mesma, apesar das mudanças que o tempo acarreta à composição da substância cerebral.

 

O movimento é amigo do repouso, e o melhor processo de criar no mundo uma instituição estável e sólida é lançar a idéia através de um turbilhão de cabeças frívolas.

 

Nosso Corpo Físico se renova sucessiva e completamente, molécula a molécula, de forma perpétua e rapidíssima, bastando trinta dias para que se tenha um corpo integralmente renovado... A rigor, o homem corporal não fica dois instantes idêntico a si mesmo... A matéria circula perpetuamente em todos os seres, e no ser humano, em particular, não permanece dois dias análoga a si mesma...

 

Não se pode provar que a constância dos traços seja o resultado de simples fenômenos de assimilação e desassimilação, e da modificação incessante da substância. Ainda que assim fosse, não existiria nisto senão uma identidade de forma, aparente, conservada pelas moléculas sucessivas, e não identidade fundamental, um ser substancial que fica. A alma não é uma sucessão de pensamentos, uma série de manifestações mentais e, sim, um ser pessoal com a consciência de sua permanência.

 

Todas as operações da inteligência humana são análises sintéticas ou sínteses analíticas, isto é: consistem essencialmente na decomposição de um dado todo ou na coordenação de elementos distintos, em que cada qual intervém com a sua cota e toma o seu lugar lógico.

 

 

 

 

Qualquer que seja a ciência focalizada, nela se afirma a lei do espírito humano, sem a qual não haveria qualquer relação entre os diversos objetos do nosso conhecimento e nem a própria Ciência existiria.

 

Se julgarmos a alma pela sua ação intelectual, reconheceremos, sem hesitação, que a força pensante não pode ser um agregado de forças elementares. De fato, como poderia a alma centralizar todas as observações que se lhe impõem, grupar silogismos secundários em torno do principal, associar julgamentos segundo as regras da Lógica, perceber a relação dos termos convenientemente enunciados, coordenar em uma mesma intuição os fenômenos estudados, formular hipóteses, comparar resultados? Como poderia, em suma, abstrair e generalizar senão como força absolutamente simples, indivisível e dotada da faculdade de tudo avocar a si, como juiz único, em consciência única?

 

Alma Força.

 

Longe de ser um mal, a pobreza, quando provida de energia e de iniciativa pessoal, poderá se transformar em benefício, de vez que faz sentir ao homem a necessidade de lutar com o mundo, onde, a despeito dos que compram o bem-estar a preços degradantes, também há confiança, justiça e triunfo para os valorosos e honestos.

 

A condição precípua da liberdade é a inteligência ou a faculdade de conhecer e escolher os motivos. Quanto mais ativa for a inteligência, mais ampla será a liberdade.

 

A responsabilidade individual começa com a reflexão e com a possibilidade de proceder voluntariamente.

 

Quando não se tem nenhuma base sólida sobre a qual se possa apoiar as hipóteses, quando não se tem, para as excursões caprichosas da imaginação, senão o terreno movediço do possível ou mesmo do verossímil, só se podem construir castelos de fadas, que o vento leva com a mesma facilidade com que são construídos.

 

Devemos adotar este princípio: para avaliar sadiamente a natureza das coisas, importa, antes de tudo, não tomarmos a nós mesmos como ponto de comparação, e não ver os objetos em seu valor relativo frente a nós, mas tentar conhecê-los em seu valor absoluto.

 

As modificações causadas nas condições de vida reagem sobre o organismo dos indivíduos e sobre a geração das espécies.

 

O absoluto não existe na Física; tudo é relativo.

 

A mente humana procura conhecer relações; eis tudo o que pode ousar. Cada um de seus conceitos se encontra no meio de uma linha que se perde no alto e embaixo, no infinitamente grande e no infinitamente pequeno: é na medida do infinito que reside toda ciência, e é a comparação das coisas a uma unidade arbitrária tomada como base que resulta o valor de nossos conhecimentos.

 

A força é tão poderosa e a matéria tão dócil que a diversidade na intensidade, na relação e na combinação de forças em ação sobre os diversos mundos não deixou de estabelecer uma diversidade nada menor no estado orgânico dos seres. Quando se está convencido que este estado nada mais é do que a resultante de todas as forças que concorreram para a manifestação da vida, admite-se sem dificuldade que um número infinito de estados diversos seja possível. Se tomamos um astro em particular, por exemplo Júpiter, os elementos deste globo, a brevidade de seus dias e noites, a rapidez de seu movimento, a intensidade de sua gravidade, o grau de luz e de calor que recebe do Sol, o concurso, enfim, de todas as condições nas quais este mundo está colocado, esta reunião de elementos tão essencialmente distintos dos elementos terrestres constituiu em sua superfície uma ordem de existências incompatível com aquela ao qual pertencemos na Terra.

 

As forças diversas que estiveram em ação na origem das coisas deram nascimento, nos mundos, a uma grande diversidade de seres, seja nos reinos inorgânicos, seja nos reinos orgânicos. Os seres animados foram, desde o começo, constituídos segundo formas e organismos em correlação com o estado fisiológico de cada uma das esferas habitadas. Os homens dos outros mundos diferem de nós, tanto em sua organização íntima quanto em seu tipo físico exterior.

 

Não existe morte; o progresso é a lei da existência.

 

Quando a alma, liberta das atenções, preocupações e tendências corporais, vê em sonho um objeto que a encanta e para o qual se sente atraída, tudo desaparece em torno de tal objeto – que permanece só e se constitui o centro de um mundo de criações. Ela o possui inteiramente e sem reservas, contempla-o, dele se apossa e o faz seu, o Universo inteiro se apaga da reminiscência, para deixar um domínio absoluto ao objeto da contemplação da alma.

 

Na Criação, existem ligações invisíveis que não se rompem, qual acontece com os laços mortais, correspondências íntimas que subsistem entre as almas, apesar da separação pelas distâncias.

 

O número exato de mundos ultrapassa toda a numeração humana escrita ou passível de ser escrita. Se compreendermos o ilimitado, ser-nos-á, talvez, permitido dizer que este número é ilimitado. Daí podermos concluir que há uma altíssima probabilidade em favor da existência de muitos mundos exatamente semelhantes à Terra, na superfície dos quais se realizam a mesma história e a mesma sucessão de acontecimentos, e que se acham habitados pelas mesmas espécies vegetais e animais, a mesma Humanidade, os mesmos homens, as mesmas famílias, identicamente.

 

Fora do movimento da Terra, o tempo não existe.

 

As leis do som diferem essencialmente das da luz. O som percorre somente 340 metros por segundo, e seus efeitos nada têm em absoluto de comum com os da luz. Todavia, é evidente que, se avançamos no ar com uma velocidade superior à do som, ouviremos ao inverso os sons saídos dos lábios de um interlocutor. Se, por exemplo, este recitasse um alexandrino, o audiente, distanciando-se com a predita rapidez – a partir do instante em que ouvisse a última sílaba – encontraria sucessivamente as outras onze – pronunciadas antes – e ouviria o verso ao avesso! Luís de Camões

 

 

Luís Vaz de Camões

 

 

Em outros mundos, a vida orgânica difere da vida aqui existente. Lá, as humanidades, resultantes das forças em atividade, são absolutamente diversas em suas conformações da gente terreal. Por exemplo, nos mundos onde não se come, o tubo digestivo e as entranhas desapareceram. Nos mundos fortemente eletrizados, os seres são dotados de um sentido elétrico. Em outros, a vista é constituída de raios ultravioletas e os olhos nada têm de comum com os olhos dos terráqueos: não vêem o que vemos, e, sim, o que não enxergamos. Os órgãos se acham em relação com as respectivas funções.

 

Para que a personalidade-alma exista na condição de ser independente, com consciência de si mesma, para que conserve a lembrança de sua identidade e esteja apta para a imortalidade, é necessário que, desde esta vida, ela saiba que existe em realidade. De outra forma, terá avançado no amanhã da morte tanto quanto na véspera, e cairá, qual um sopro insensível, no cego turbilhão do Cosmos, na igual condição de qualquer outro centro de força inconsciente... Os espíritos que vivem realmente a Vida Espiritual são apenas os que estão aptos para a imortalidade.

 

Para podermos presenciar o espetáculo de um mundo e de um sistema de vida inteiramente opostos ao existente na Terra, é necessário nos distanciarmos da Terra com velocidade superior à da luz.1

 

Homem algum sobre a Terra pode formar uma idéia, mesmo aproximada, do Universo. O homem terrestre é um homúnculo.

 

Há mais criminosos além dos que estão presos: são os homens cultos que conhecem as verdades e não ousam revelá-las por temerem o ridículo ou por interesse pessoal.

 

Proibir que sejam divulgados os fatos úteis ao progresso dos conhecimentos humanos! Não será isto um autêntico crime?

 

Nada se perde inteiramente. Um número qualquer, perpetuamente reduzido pela metade, por exemplo, jamais poderá ficar igual a zero. [1, 1/2, 1/4, 1/8, 1/16, 1/32, 1/64 ...]

 

Um ato que se realizou não poderá ser apagado; e nenhuma potência terá força para o desfazer. Longe de ser esquecido, subsistirá para todo o sempre... E porque nada se perde, a história de cada mundo, contida na luz que dele emana incessantemente e sucessivamente, atravessa por toda a eternidade o espaço infinito, sem que jamais possa ser aniquilada.

 

Os acontecimentos se esvaem para o local que lhes deu origem, mas perduram no Espaço. Esta projeção sucessiva e sem fim de todos os fatos consumados em cada um dos mundos se efetua no seio do Ser Ilimitado, cuja ubiqüidade toca por este modo cada coisa em uma permanência eterna.

 

Para o Absoluto, o tempo não existe; o passado e o futuro são lidos na página aberta de um presente perpétuo.

 

A alma não tem plena memória, integral posse de si mesma, senão na Vida Celeste, isto é, entre suas encarnações. Só então ela vê, não somente a sua vida terreal, mas, ainda, as outras existências precedentes.

 

As almas encarnadas na Terra ainda não atingiram um grau de progresso bastante elevado, para que a lembrança do seu estado anterior lhes possa ser útil.

 

A eternidade não é mensurável.

 

O homem é um cidadão do céu.

 

O desconhecido de ontem será a verdade de amanhã.

 

Estudar a Natureza – eis a grande necessidade intelectual da nossa vida! Sem tal estudo, vive-se em um mundo desconhecido.

 

Que mistério é a vida, que mistério é a morte...

 

 

 

Ode à Compreensão

 

 

 

De repente... Compreensão!

Oh!, Deus de meu Coração!

Oh!, Cegonha! Que vergonha!

Como pude ser tão pamonha?

 

Juro que, daqui pra frente,

tudo haverá de ser diferente.

Agora que compreendi e sei,

não transgredirei mais a Lei.

 

Isto não é voto, é certeza,

pois, pude desfrutar a Beleza.

Persuasão de quem se libertou!

Vera convicção: agora, Eu-sou!

 

Você, que está no desvio,

coragem: atravesse seu rio.

Não espere vir a pororoca,

que arruína a alma e a oca.

 

 

 

A pororoca que destrói a alma e a oca.

 

 

 

_____

Nota:

1. A velocidade da luz no vácuo, simbolizada pela letra c, é, por definição, igual a 299.792.458 m/s (metros por segundo). O símbolo c se origina do latim celeritas, que significa velocidade ou rapidez.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.espiritualidades.com.br/Artigos/
S_autores/SAMPAIO_Jader_tit_flammarion.htm

http://www.sofrases.com/de/flammarion.aspx

http://www.uniluzpe.org.br/livros/
Deus%20na%20Natureza.pdf

http://vanessalais.pbworks.com/w/page/
29192578/Software%20de%20Geometria

http://www.autoresespiritasclassicos.com/

http://www.camilleflammarion.org.br/
biografia.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Velocidade_da_luz

http://www.autoresespiritasclassicos.com

http://talkingmoose.ca/3d-the-
fruitless-quest-for-a-perky-puppy-ear

http://www.loni.ucla.edu/~thompson/
DEVEL/dynamic.html

http://lucio-vergel.blogspot.com.br/

http://www.espirito.org.br/portal/
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http://www.paginaespirita.com.br/
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http://www.espirito.org.br/portal/
artigos/geae/sobre-o-conceito.html

http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/brit
anicos-acreditam-mais-em-ets-do-que-em-deus/

http://espiritismolivre.com/?page_id=227

http://darksteellycaon.deviantart.com/
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http://www.grupodapaz.org/livros/Camille-Flammarion
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http://www.moillusions.com/2009/11/
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http://kellybaader.com/network-marketing
-success/entrepreneur-success/

http://www.mensagenscomamor.com/
diversas/coletanea_de_frases_3.htm

http://pt.scribd.com/doc/3381243/Camille-
Flammarion-A-Morte-e-o-seu-Misterio-Vol-1

http://almaespirita.blogspot.com.br/
2012/06/uma-alma-vestida-de-ar.html

http://bvespirita.com/A%20Pluralidade%20dos%20
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http://www.alemdoarcoiris.com/DOWNLOADS
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http://www.quemdisse.com.br/

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FAUNA%2FFruit%20Bat.htm

http://www.toonvectors.com/clip-art/
moon-smiling-black-and-white-line-art/28921

http://www.imagensdahora.com.br/
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http://www.geae.inf.br/pt/
biografias/cflammarion.html

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Camille_Flammarion

 

Música de fundo:

Imagine
Composição e interpretação: John Lenon

 

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