ESPALHEM A NOTÍCIA

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Dedicatória

 

edico este poema ao Mahatma Mohandas Karamchand Gandhi, idealizador e fundador do moderno Estado Indiano e o maior defensor do Satyagraha (princípio da não-agressão; forma não-violenta de protesto) como meio pacífico de ser feita uma revolução, assassinado por intolerância em 30 de janeiro de 1948, e ao senhor Bashar al-Assad (Damasco, 11 de setembro de 1965), político sírio e atual Presidente da Al-Jumhuriyah al-Arabiyah as-Suriyah (República Árabe Síria) desde 17 de julho de 2000, cuja guerra civil, que já dura 22 meses, até agora decepou a vida de aproximadamente 60 mil pessoas, e impôs a fantástica cifra de quase 700 mil refugiados, de acordo com o mais recente estudo encomendado pela Organização das Nações Unidas, cujo êxodo, nomeadamente para a Jordânia, é absolutamente dramático, onde, de braços dados, andam juntos desespero e miséria. É absolutamente dramático o fluxo de pessoas que continua a chegar à Jordânia, disse Melissa Fleming, porta-voz-chefe do Alto Comissariado para Refugiados da ONU (ACNUR), durante uma entrevista à imprensa, em Genebra. Enfurecido, de novo, faço a mesma pergunta, que, quero crer, seja do mundo inteiro: Quousque tandem? Até quando, senhor Bashar al-Assad? Lembro que aqueles que, pelos mais versicolores interesses, continuam a lavar as mãos são tão responsáveis espiritualmente quanto a cega autocracia síria, que não quer largar o osso de jeito nenhum. Essa coisa de lavabo inter innocentes manus meas (Lavarei entre os inocentes as minhas mãos, Vulgata, Salmos, XXV: 6) é papo-furado. Não há lavabo que ab-rogue futuras compensações. E a coisa, depois, não será meio que na bacia das almas, como, geralmente, são feitos os negócios nas casas de penhores; será duríssima, penosíssima, dolorosíssima!

 

 

 

The Great Dictator (O Grande Ditador)
Charles Chaplin (Adenoid Hynkel)

 

 

 

Ei, espalhem a notícia:

o Bem venceu a malícia,

o Sol esplendeu na noite,

despedaçou-se o açoite.

 

O impositivo foi deposto,

o povão avocou seu posto.

O pombo foi enjaulado;

é regozijo por todo lado.

 

A sombra se escondeu,

a Primavera enfloresceu.

Glória ao revolucionário;

rebaixamento ao falsário.

 

O auso domou o tempo,

terminou o contratempo.

O autoritarismo capitulou,

cada ente afirma: – Eu-sou!

 

Mas, que haja misericórdia

com quem pariu a discórdia.

Que haja também clemência

com o causador da mixórdia.

 

O tiranizado e o tiranizador

são rebentos da mesma dor.

quem vai à forra faz igual.

 

 

 

Quem vai à forra faz igual.

 

 

 

Rio de Janeiro, 30 de janeiro de 2013.

 

 

 

Música de fundo:

Tannhauser (Overture)
Compositor: Richard Wagner

Fonte:

http://www.4shared.com/audio/x0_it82_/Wagner
_-_Tannhauser_Overture.htm?aff=7637829

 

Páginas da Internet consultadas:

http://ultimosegundo.ig.com.br/

http://pt.euronews.com/tag/siria/

http://howsyourrobot.com/

http://www.gifsoup.com/view/1500190
/the-great-dictator-globe.html

 

Direitos autorais:

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