PARA NÓS E PARA TODOS

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

Max Heindel

Max Heindel (1865 – 1919)
(Frater Velado)
Frater Velado's Art Gallery


 

 

Existe uma certa obrigação em comunicar aos outros o saber que tenhamos adquirido, pois 'a quem muito se dá, muito será exigido'. Talvez seja oportuno lhes relatar esta experiência a qual esclarece melhor o assunto em questão, que foi a prova final à qual fui submetido antes de receber os ensinamentos contidos no 'Conceito Rosacruz do Cosmos', ainda que, naquele momento, ignorasse que estava sendo submetido à uma prova.

 

O fato sucedeu quando viajei para a Europa em busca de um Instrutor para me ajudar a avançar na Senda Espiritual. Porém, ao examinar seus ensinamentos até as mais ocultas entrelinhas, observei certas lacunas, as quais ele não pôde me explicar. Senti-me verdadeiramente desiludido, preparando-me para retornar à América. Estando sentado em meu leito, e meditando sobre o meu desengano, senti, repentinamente, que havia outra pessoa no recinto. Levantei a cabeça e percebi, revestido em Corpo Etérico, Aquele que, desde então, se tornou meu Mestre.

 

Envergonhado, recordo a rudeza com que o tratei, perguntando-lhe quem o enviara e o que queria, pois estava profundamente descontente, e vacilei muito antes de aceitar sua ajuda nas questões que haviam me levado à Europa.

 

Durante os dias seguintes, meu novo conhecido apareceu em meu quarto várias vezes, respondendo às minhas perguntas e me ajudando a resolver problemas que até então eram obstáculos para mim. Entretanto, como, naquela época, minha visão espiritual estava ainda pouco desenvolvida e nem sempre sob o meu controle voluntário, sentia-me ainda cético em relação ao que Ele me comunicava, questionando se tudo aquilo não passaria de uma alucinação.

 

Discuti tal questão com uma amiga. Entretanto, as respostas aos questionamentos dadas pela aparição eram claras, concisas e lógicas em elevado grau. Suas respostas se limitavam sempre e estritamente ao que eu havia perguntado, sendo, ainda, de uma índole infinitamente superior a tudo o que eu era capaz de conceber. Por tais razões, chegamos a conclusão de que a experiência deveria ser insofismavelmente real.

 

Decorridos alguns dias, meu novo amigo me comunicou que a Ordem à qual pertencia possuía uma solução completa para o enigma do Universo, de maior alcance do que qualquer outro ensinamento publicamente conhecido, e que Eles me comunicariam tais conhecimentos sob a condição de que eu os mantivesse como um segredo inviolável.

 

Voltando-me rispidamente para Ele, então, contestei: — Oh!, por fim vejo as orelhas do demônio! Não! Se tens o que proclamais, e se isto é bom, será bom para o mundo também. A Bíblia proíbe expressamente ocultarmos a Luz. Eu não quero me fartar de saber, enquanto milhões de almas ansiosamente buscam uma solução para seus problemas, assim como eu mesmo tenho buscado.

 

Então, meu visitante se foi, e eu, naquela ocasião, cheguei a acreditar que se tratasse de um emissário dos Irmãos da Face Sombria.

 

Transcorrido um mês, decidi retornar à América. Providenciei a reserva em uma cabine de um vapor com destino à Nova York, mas, como a demanda era pequena, tive que aguardar um mês para o regresso.

 

Ao retornar aos meus aposentos no hotel, encontrei meu Mestre, que formulou novamente sua proposta, oferecendo seus ensinamentos, com a condição de que os guardasse em segredo. Desta vez, minha resposta negativa foi talvez mais enérgica e rebelde do que anteriormente, porém, Ele não se calou, nem partiu. Ao contrário, solenemente, me disse: — Alegro-me muito em ouvir este não, meu irmão! Espero que você seja sempre tão cuidadoso na difusão de nossos Ensinamentos, sem medo nem súplica, como foi em sua resposta negativa.

 

Era esta, precisamente, a condição absolutamente necessária para que eu pudesse receber os tais Conhecimentos. Se eu tivesse aceitado a proposta de guardar secretamente as Instruções, só para mim, haveria naturalmente sido desqualificado para ser o mensageiro dos Irmãos Maiores da Rosa+Cruz.

 

Max Heindel

 

Fonte:

http://www.fraternidaderosacruz.org/mhr4.htm

 

 

 

 

De vez em quando, me perguntam se a Ordem Rosacruz AMORC é uma Ordem secreta. Eu costumo dizer que, no passado, mais ou menos distante, pelos motivos conhecidos, era, porque tinha que ser. Hoje, digamos assim, é uma Ordem circunspeta, discreta. Praticamente, com exceção de uma coisinha – que os membros dos graus avançados da Ordem sabem qual é – eu explico tudo, às vezes, maieuticando, a quem me pergunta sobre o que é o Rosacrucianismo. Essa tal coisinha, que, na verdade, é uma coisona, se eu divulgasse ou ensinasse a trouxe-mouxe, primeiro, estaria traindo meu juramento de lealdade à Ordem, coisa que nunca fiz, que não faço e que jamais farei, nem que o Zé Morfeu cante o Rigoletto fantasiado de urubu ou que o Marcos Heleutério diga que está arrependido e que prometa devolver tudo o que açambarcou ilicitamente; segundo, faria mais mal do que bem se uma pessoa, qualquer que seja, vivesse a entrar na posse de um Conhecimento Esotérico que só a Iniciação autoriza (e eu não estou autorizado a Iniciar ninguém). O fato é que, seja como for, quando a pessoa é capaz de ouvir, em princípio, poderá fazer bom uso do que lhe é transmitido, isto quando ouve concertadamente, ou seja, quando ouve com a Orelha Interna. Quando, por um motivo ou por outro, isto não acontece, o ensinamento certamente ficará arquivado no subconsciente, para ser oportunamente utilizado no futuro, pois, nada se perde, e tudo acabará, um dia, sendo útil. Se assim é, ensinar sempre é propício; nunca é malpropício. Esse treco horrente e fedorento de achar que o outro não merece, que não é digno ou que não é capaz de compreender é coisa de boçaleito – filhote monstrengo da boçalidade capenga com o preconceito cegueta. Mas, infelizmente, ainda há, por aí, mais gente assim do que se possa imaginar. Para esses... Bem, leia o sonetinho logo abaixo.

 

 

O Boçaleito

 

 

 

 

Somos todos um.
O do outro é nosso também.

 

 

 

Para nós e para todos,

tudo deve ser mitigado.

Para nós e para todos,

tudo deve ser ensinado.

 

Para nós e para todos,

nada deve ser escondido.

Para nós e para todos,

nada deve ser subtraído.

 

Quem disjunge só ficará.

Quem oculta o vazio verá.

Quem usurpa empobrará.

 

Quem beneficia enricará.

Quem ensina conhecerá.

Quem irmana ShOPhIará.

 

 

 

Tudo é parte do Eterno Um.

 

 

 

Canto gregoriano de fundo:

Sanctus

Fonte:

Schola Cantorum do Pontifício Col. Intern. dos Beneditinos de S. Anselmo em Roma

 

Observação:

= Karma.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://120dabranca.blogspot.com.br/

http://tattoo.tatuatori.com/mio-prossimo
-tatuaggio/7747-simbolo-karma.html

http://www.krishnaya.com/reiki_terapia_59.html

 

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