Feita
esta sintética e importantíssima revisão,
juntos, vamos dar uma breve olhada no número 84 (para este estudo,
igual a três dias e meio), que representa o número de horas
que o corpo morto, de alguma forma, deverá ser preservado, antes
que possa ser disposto para o que quer que seja, inclusive para ser cremado,
se esta for a opção. Deve-se
tomar cuidado para não cremar ou embalsamar o corpo até pelo
menos três dias após a morte, pois, enquanto o Corpo Vital
está com os Veículos Superiores e eles estão ainda
conectados com o Corpo Denso, por meio do Cordão Prateado, qualquer
exame 'post-mortem' ou ferimento praticado no Corpo Denso será sentido
de certo modo pelo morto, como ensina Max Heindel, e você
leu acima.
Logo,
a doação de órgãos imediatamente após
a morte (ou transição), por exemplo, é uma coisa meio
complicada, mas não farei qualquer comentário ou recomendação
sobre este assunto. Quanto a isto, a decisão que você tomou
ou que vier a tomar deverá ser por todos respeitada. Mas, não
custa nada refletir um pouquinho sobre esta matéria. Entretanto,
não se convença imediatamente; isto não é bom.
Pesquise um pouco mais, e, só então, mantenha ou mude sua
posição.
Quanto
ao transplante de órgãos, a Fraternidade Rosacruz de Max Heindel
ensina: Todo átomo
[ou molécula] de
cada corpo físico é posse única do Ego que habita aquele
corpo. A condição do veículo físico e dos seus
órgãos espelha o caminho do Ego nas vivências anteriores
na Terra, estando habilitado a construir o arquétipo de seu veículo
físico durante o período post-mortem. Por
esta razão, órgãos transplantados, certos tipos de
sangue e algumas substâncias artificiais podem ser rejeitados por
um Ego em particular. Nenhum Ego aceitará inserções
físicas em seu veículo denso quando está em desacordo
com sua própria característica. O Ego deve dominar as células
de matéria estranha trazidas para o seu corpo físico, seja
na forma de alimentos, transplantes de qualquer natureza ou transfusão
de sangue. Se o Ego não puder dominar a matéria estranha introduzida,
então, esta irá ser rejeitada. Portanto, o paciente deveria
estar tão certo quanto possível de sua capacidade de dominar
qualquer matéria estranha, antes que esta seja inserida em seu corpo.
Receber um órgão saudável transplantado, na esperança
de resolver um distúrbio, pode dar a um Ego a possibilidade e o incentivo
para viver uma vida mais útil. No entanto, o uso de um órgão
transplantado, não importa como seus átomos possam se harmonizar
com o resto recipiente do corpo denso que o recebe, não irá
ajudá-lo a construir o arquétipo de um órgão
melhor em sua próxima vida. A capacidade de fazer isto dependerá
do progresso espiritual que ele foi capaz de conquistar na vida presente.
Se ele não corrigir a causa espiritual que provocou a debilidade
no órgão substituído, ele irá adoecer de forma
similar ou terá problemas piores em uma vida futura. Se uma pessoa
está desejosa de progredir espiritualmente, um transplante bem-sucedido
pode prover alívio imediato e suficiente para os seus sofrimentos
ou debilidades, de modo que ela poderá rever sua situação
de forma mais racional e prosseguir com o esforço necessário.
Podemos conceber situações nas quais um transplante pode proporcionar
uma vantagem expressiva para um Ego que, de outra maneira, seria muito prejudicado
na vida. Assim, ele irá se preparar adequadamente para o futuro,
ajustando-se às regras de viver de forma correta e harmônica.
Acreditamos que o coração transplantado deve ser considerado
sob uma luz diferente dos outros órgãos. O coração
contém o Átomo-semente1
do Ego, as forças que estão presentes em cada veículo
denso que o Ego sempre usou. O registro das experiências passadas
inscritas no Átomo-semente é tão indispensável
para a evolução do Ego, como o coração, por
si próprio, é indispensável para sua sobrevivência
no mundo físico. Assim, pode-se conclui que grandes perigos evolutivos
podem ocorrer para ambos – doador e receptor –
como resultado de um coração
transplantado. Por estas razões, não acreditamos que os transplantes
de coração sejam desejáveis. Acreditamos que o Átomo-semente
original do receptor de um coração transplantado permanece
com a contraparte etérica de seu coração original,
a qual continua a ser uma parte de seu corpo vital. A ciência oculta
ensina que quando partes de um corpo denso são amputadas, a contraparte
etérica do membro amputado permanece com o indivíduo acidentado
e, gradualmente, desintegra-se com o membro físico (braço,
perna ou qualquer outra parte) amputado. Pessoas que tiveram amputações,
às vezes, lamentam-se da dor no membro amputado, isto porque eles
sentem a contraparte etérica, que não se desintegra por anos,
porque é ainda uma parte de sua estrutura vital. Acreditamos que,
provavelmente, uma vez que um transplante do coração ocorreu,
os Seres Angélicos, que se ocupam de tais matérias, transferem
o Átomo-semente do receptor para o ápice do coração
doado, que agora está bombeando o sangue através do corpo
do receptor. Em contrapartida, admitimos
que o Átomo-semente
do doador permaneça com o veículo etérico nos dois
éteres superiores que são retidos durante as fases iniciais
do período post-mortem. Por mais diferente que seja de um membro
amputado em decomposição, o coração do doador
continua a funcionar, embora dentro de outro corpo e, assim, o Átomo-semente
se ajusta com o Ego receptor. Nós não sabemos a atuação
do Átomo-semente original em tal caso, mas, como foi dito, o potencial
de perigos evolutivos é considerável. Quanto aos doadores
que autorizam o transplante de seus órgãos após a morte,
o seguinte deve ser mantido em mente: durante os primeiros três dias
e meio após um Ego ser considerado fisicamente morto, acontece um
singular e importante período em sua evolução. Ele
se empenha na visão do panorama da vida que terminou. Este panorama
vai formar a base de suas experiências post-mortem, nos mundos espirituais.
O modo pelo qual ele pode ver esse panorama, sem distração,
vai determinar a extensão do que será capaz de absorver através
das lições da vida que terminou na Terra. Enquanto o panorama
está acontecendo, o Cordão Prateado ainda está
intacto. Assim, embora o Ego seja considerado
'morto', ainda permanece uma conexão com seu veículo físico,
e ele não pode evitar estar atento às perturbações
sofridas por aquele veículo. Como os órgãos que serão
usados para transplantes devem estar 'frescos', eles devem ser removidos
do corpo do doador imediatamente após a morte. O procedimento cirúrgico
assim requerido, necessariamente irá distrair o Ego de sua concentração
no panorama, e ele deveria ser prevenido de que não estará
adequadamente concentrado, se passar por esta experiência. Doadores
vivos, que permitem o transplante de seus órgãos – como
freqüentemente é o caso, por exemplo, dos doadores de rins –
devem se lembrar de que tal sacrifício
voluntário tornará mais difícil enfrentar o remanescente
período de sua existência física. Existe também
a possibilidade de que tal mutilação intencional de seus corpos
físicos –
apesar de ter sido feito dentro de um espírito de serviço
para um ser humano –
tem principalmente um efeito prejudicial
em sua capacidade de construir um melhor arquétipo ou um corpo físico
mais
perfeito para
sua próxima vida na Terra. Por outro lado, os fatores motivantes
de amor e de serviço que determinam as ações dos doadores
de órgãos físicos, certamente, devem adicionar, para
suas almas, crescimento e estatura espiritual. Sendo assim, eles provavelmente
colherão recompensas benéficas.
Até
aqui, conclui-se: somos responsáveis por todos os nossos atos e por
todas as nossas escolhas, e as decisões que tomamos, mesmo em estado
de ignorância das Leis Cósmicas, não excluem concertadas
e oportunas compensações ou retribuições. A
presumida inocência das coisas não afasta ou abole o funcionamento
destas mesmas Leis Cósmicas, que operam sempre educativamente, mas
independentemente de gostarmos ou não de como operam.
Agora,
vamos dar uma rápida espiada no número 84 e em suas inter-relações.
Em primeiro lugar, repetindo, 84 (três dias e meio), é o número
de horas que o corpo, de alguma forma, deverá ser preservado depois
da morte (ou transição), antes que possa disposto para o que
quer que seja, pois, neste espaço de tempo, é feita a revisitação
(de frente para trás, do último suspiro à primeira
inalação) da vida que se extinguiu. Todavia, não estou
afirmando que esta revisitação deva ou precise levar exatamente
84 horas. Poderá durar 72 horas, 36, 24, 12 ou até alguns
minutos. Vai de cada um, e – quem sabe? – por outro lado, poderá
até levar mais tempo. Mas, a
priori, quem poderá saber o tempo exato e rigorosamente
necessário? Portanto, quanto a isto, creio que o próprio Credo
católico não está meticulosamente correto. Sinceramente,
tenho uma certa dificuldade em admitir que Jesus tenha tido necessidade
de descer ao seu
inferno pessoal por três dias. Enfim, vale a pena recordar
que o exercício de revisitação/retrospecção
diária, feito à noite antes de dormir, abreviará, certamente,
para todos nós, o tempo de descida ao nosso inferno pessoal e o encontro
com os nossos demônios, criados e alimentados por nossos desejos,
ilusões, quereres, cobiças, paixões etc.
Em
segundo lugar, 84 pode ser teosoficamente reduzido a 12 (8 + 4
4 + 4 + 4) e, de acordo com a Lei do Triângulo, isto remete aos três
planos – físico, psíquico e mental – focalizados
esotericamente pelas denominadas Escolas Integrativas de Sabedoria. A Libertação
e a Illuminação
dependem de uma ação integradora e harmonizadora nos três
planos. Em uma palavra: concertamento. Não é possível
alguém se tornar expert
em um plano e não o ser em um segundo ou nos outros dois. Lembre-se
de que, em termos objetivos, a Lei Cósmica menos evidente –
mas, inviolável e irredutível – é a Lei da Unidade.
Tudo é um; somos todos um. Assim, na realidade, os ditos três
planos são um (estão unificados), entretanto, operam sob leis
específicas e particulares. Um exemplo disto é a Lei da Gravidade,
que só tem cabimento no plano físico. Em resumo: não
sei quantas são as oitavas, mas sei que o Teclado Cósmico
é um. Raios Cósmicos ‹—› raios gama ‹—›
raios X ‹—› ultravioletas ‹—› espectro
de cores visíveis ‹—› infravermelhos ‹—›
calor ‹—› microondas ‹—› ondas de rádio
‹—› ultra-sons ‹—› ondas sonoras ‹—›
odores ‹—› sabores ‹—› infra-sons ‹—›
matéria.
Em
terceiro lugar, 84
12, conduz à multiplicação 4 x 3, que, na realidade,
lembra um quadrado (inferior) e um triângulo (superior). A animação
abaixo mostra isto melhor do que as palavras.
Em
seguida, 84 pode ser desmembrado em 24 + 24 + 24 + 12
12 + 12 + 12 + + 12 + 12 + + 12 + 12 – sete ciclos de 12 – remetendo
a sete triângulos retângulos, ou seja, ao Teorema de Pitágoras
(3, 4, 5). Três está associado ao ALeF;
quatro está associado à Tetractys;
e cinco está associado à Estrela de Cinco Pontas.
Enfim,
para não ir longe demais, pode-se pensar em 84 como 12 = 6 + 6, de
tal sorte que este duplo seis lembra, apesar de a Lei ser uma, a existência
de um Graal Branco e de um Graal Negro, de uma Grande Loja Branca e de uma
Grande Loja Negra. As duas Confrarias operam e trabalham com as mesmas Leis,
ainda que os objetivos sejam distintos e antagônicos. Neste sentido,
António de Macedo, no texto Graal
Branco, Graal Negro, ensina: A
batalha entre as forças do bem e as forças do mal é
travada com uma intensidade que ninguém pode entender, a menos que
esteja diretamente envolvido nela. Os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz
e de outras Ordens similares que, podemos dizê-lo, na sua totalidade
representam o Santo Graal Branco, vivem e subsistem pelo amor e pela essência
do serviço inegoísta, que no mundo praticam aqueles que buscam
viver uma vida espiritualmente norteada, e que os Irmãos Maiores
ajuntam e enceleiram como as abelhas ajuntam o mel. Com isto, acresce o
brilho deste Santo Graal, que, por sua vez, irradia a sua luminosa influência,
assim fortalecida, sobre os espiritualmente receptivos, imbuindo-os de maior
zelo e de maior entusiasmo no bem fazer e no bem combater. Do mesmo modo,
as forças do Graal Negro vicejam e prosperam pelo ódio, pela
perfídia, pela crueldade e por todas as ações demoníacas
da longa lista do mal. Tanto as Forças do Graal Branco como as do
Graal Negro requerem alimento – umas de bondade, outras de maldade
–
para prosseguirem
a sua existência e ganharem poderes para a sua luta. Se não
o obtiverem, debilitam-se e perecem. De onde a batalha sem quartel que não
cessam de travar.
Agora,
que chegamos até aqui, a pergunta que se impõe é: este
entendimento nos levará a quê? Bem, acho que a reposta, para
cada um de nós, com poucas diferenças, é mais ou menos
assim:
Eu
quero a Liberdade.
Chega
de nascer à-toa;
chega
de tanta Saudade.
Oh!,
minh'alma... Voa!
quero
a Unidade sentida.
Minha
Rosa não é apétala;
cada
pétala foi uma vida.
Nada
mais me arrincoa;
já
despetalei muito à-toa!
Que cesse
esta Saudade!
Oh!,
minh'alma... Voa!
Oh!,
minh'alma... Afestoa!
Vem...
Vem... Unicidade!
Enfim,
como é possível que o cotovelo não goste do antebraço?
Como é possível o joelho implicar com o dedão do pé?
Como é possível Kundalini
viver agastada com a glândula pineal? Cole Porter estava corretíssimo:
Let's
do it; let's fall in love... Vamos fazer; vamos nos apaixonar...
Mas, em um sentido universalizante!
Vem...
Vem... Unicidade!
Que
cesse esta Saudade.