O NÚMERO 84

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

IMPORTANTÍSSIMO

 

Deve-se tomar cuidado para não cremar ou embalsamar o corpo até pelo menos três dias após a morte, pois, enquanto o Corpo Vital está com os Veículos Superiores e eles estão ainda conectados com o Corpo Denso, por meio do Cordão Prateado, qualquer exame 'post-mortem' ou ferimento praticado no Corpo Denso será sentido de certo modo pelo morto.

 

A cremação deve ser particularmente evitada nos três primeiros dias depois da morte porque tende a desintegrar o Corpo Vital, o qual deve permanecer intacto até que o panorama da última cena tenha sido gravado no Corpo de Desejos...

 

É o sofrimento e o prazer de nossas vidas passadas que criam o que chamamos de consciência, de forma que, se deixamos de sofrer, perdemos a noção que nos impedirá, nas vidas futuras, de cometer os mesmos erros repetidamente. Por isto, os efeitos negativos da cremação prematura são incalculáveis.

 

Max Heindel, In: O Corpo Vital


 

 

 

 

 

 

Feita esta sintética e importantíssima revisão, juntos, vamos dar uma breve olhada no número 84 (para este estudo, igual a três dias e meio), que representa o número de horas que o corpo morto, de alguma forma, deverá ser preservado, antes que possa ser disposto para o que quer que seja, inclusive para ser cremado, se esta for a opção. Deve-se tomar cuidado para não cremar ou embalsamar o corpo até pelo menos três dias após a morte, pois, enquanto o Corpo Vital está com os Veículos Superiores e eles estão ainda conectados com o Corpo Denso, por meio do Cordão Prateado, qualquer exame 'post-mortem' ou ferimento praticado no Corpo Denso será sentido de certo modo pelo morto, como ensina Max Heindel, e você leu acima.

 

Logo, a doação de órgãos imediatamente após a morte (ou transição), por exemplo, é uma coisa meio complicada, mas não farei qualquer comentário ou recomendação sobre este assunto. Quanto a isto, a decisão que você tomou ou que vier a tomar deverá ser por todos respeitada. Mas, não custa nada refletir um pouquinho sobre esta matéria. Entretanto, não se convença imediatamente; isto não é bom. Pesquise um pouco mais, e, só então, mantenha ou mude sua posição.

 

Quanto ao transplante de órgãos, a Fraternidade Rosacruz de Max Heindel ensina: Todo átomo [ou molécula] de cada corpo físico é posse única do Ego que habita aquele corpo. A condição do veículo físico e dos seus órgãos espelha o caminho do Ego nas vivências anteriores na Terra, estando habilitado a construir o arquétipo de seu veículo físico durante o período post-mortem. Por esta razão, órgãos transplantados, certos tipos de sangue e algumas substâncias artificiais podem ser rejeitados por um Ego em particular. Nenhum Ego aceitará inserções físicas em seu veículo denso quando está em desacordo com sua própria característica. O Ego deve dominar as células de matéria estranha trazidas para o seu corpo físico, seja na forma de alimentos, transplantes de qualquer natureza ou transfusão de sangue. Se o Ego não puder dominar a matéria estranha introduzida, então, esta irá ser rejeitada. Portanto, o paciente deveria estar tão certo quanto possível de sua capacidade de dominar qualquer matéria estranha, antes que esta seja inserida em seu corpo. Receber um órgão saudável transplantado, na esperança de resolver um distúrbio, pode dar a um Ego a possibilidade e o incentivo para viver uma vida mais útil. No entanto, o uso de um órgão transplantado, não importa como seus átomos possam se harmonizar com o resto recipiente do corpo denso que o recebe, não irá ajudá-lo a construir o arquétipo de um órgão melhor em sua próxima vida. A capacidade de fazer isto dependerá do progresso espiritual que ele foi capaz de conquistar na vida presente. Se ele não corrigir a causa espiritual que provocou a debilidade no órgão substituído, ele irá adoecer de forma similar ou terá problemas piores em uma vida futura. Se uma pessoa está desejosa de progredir espiritualmente, um transplante bem-sucedido pode prover alívio imediato e suficiente para os seus sofrimentos ou debilidades, de modo que ela poderá rever sua situação de forma mais racional e prosseguir com o esforço necessário. Podemos conceber situações nas quais um transplante pode proporcionar uma vantagem expressiva para um Ego que, de outra maneira, seria muito prejudicado na vida. Assim, ele irá se preparar adequadamente para o futuro, ajustando-se às regras de viver de forma correta e harmônica. Acreditamos que o coração transplantado deve ser considerado sob uma luz diferente dos outros órgãos. O coração contém o Átomo-semente1 do Ego, as forças que estão presentes em cada veículo denso que o Ego sempre usou. O registro das experiências passadas inscritas no Átomo-semente é tão indispensável para a evolução do Ego, como o coração, por si próprio, é indispensável para sua sobrevivência no mundo físico. Assim, pode-se conclui que grandes perigos evolutivos podem ocorrer para ambos – doador e receptor como resultado de um coração transplantado. Por estas razões, não acreditamos que os transplantes de coração sejam desejáveis. Acreditamos que o Átomo-semente original do receptor de um coração transplantado permanece com a contraparte etérica de seu coração original, a qual continua a ser uma parte de seu corpo vital. A ciência oculta ensina que quando partes de um corpo denso são amputadas, a contraparte etérica do membro amputado permanece com o indivíduo acidentado e, gradualmente, desintegra-se com o membro físico (braço, perna ou qualquer outra parte) amputado. Pessoas que tiveram amputações, às vezes, lamentam-se da dor no membro amputado, isto porque eles sentem a contraparte etérica, que não se desintegra por anos, porque é ainda uma parte de sua estrutura vital. Acreditamos que, provavelmente, uma vez que um transplante do coração ocorreu, os Seres Angélicos, que se ocupam de tais matérias, transferem o Átomo-semente do receptor para o ápice do coração doado, que agora está bombeando o sangue através do corpo do receptor. Em contrapartida, admitimos que o Átomo-semente do doador permaneça com o veículo etérico nos dois éteres superiores que são retidos durante as fases iniciais do período post-mortem. Por mais diferente que seja de um membro amputado em decomposição, o coração do doador continua a funcionar, embora dentro de outro corpo e, assim, o Átomo-semente se ajusta com o Ego receptor. Nós não sabemos a atuação do Átomo-semente original em tal caso, mas, como foi dito, o potencial de perigos evolutivos é considerável. Quanto aos doadores que autorizam o transplante de seus órgãos após a morte, o seguinte deve ser mantido em mente: durante os primeiros três dias e meio após um Ego ser considerado fisicamente morto, acontece um singular e importante período em sua evolução. Ele se empenha na visão do panorama da vida que terminou. Este panorama vai formar a base de suas experiências post-mortem, nos mundos espirituais. O modo pelo qual ele pode ver esse panorama, sem distração, vai determinar a extensão do que será capaz de absorver através das lições da vida que terminou na Terra. Enquanto o panorama está acontecendo, o Cordão Prateado ainda está intacto. Assim, embora o Ego seja considerado 'morto', ainda permanece uma conexão com seu veículo físico, e ele não pode evitar estar atento às perturbações sofridas por aquele veículo. Como os órgãos que serão usados para transplantes devem estar 'frescos', eles devem ser removidos do corpo do doador imediatamente após a morte. O procedimento cirúrgico assim requerido, necessariamente irá distrair o Ego de sua concentração no panorama, e ele deveria ser prevenido de que não estará adequadamente concentrado, se passar por esta experiência. Doadores vivos, que permitem o transplante de seus órgãos – como freqüentemente é o caso, por exemplo, dos doadores de rins devem se lembrar de que tal sacrifício voluntário tornará mais difícil enfrentar o remanescente período de sua existência física. Existe também a possibilidade de que tal mutilação intencional de seus corpos físicos apesar de ter sido feito dentro de um espírito de serviço para um ser humano tem principalmente um efeito prejudicial em sua capacidade de construir um melhor arquétipo ou um corpo físico mais perfeito para sua próxima vida na Terra. Por outro lado, os fatores motivantes de amor e de serviço que determinam as ações dos doadores de órgãos físicos, certamente, devem adicionar, para suas almas, crescimento e estatura espiritual. Sendo assim, eles provavelmente colherão recompensas benéficas.

 

Até aqui, conclui-se: somos responsáveis por todos os nossos atos e por todas as nossas escolhas, e as decisões que tomamos, mesmo em estado de ignorância das Leis Cósmicas, não excluem concertadas e oportunas compensações ou retribuições. A presumida inocência das coisas não afasta ou abole o funcionamento destas mesmas Leis Cósmicas, que operam sempre educativamente, mas independentemente de gostarmos ou não de como operam.

 

Agora, vamos dar uma rápida espiada no número 84 e em suas inter-relações. Em primeiro lugar, repetindo, 84 (três dias e meio), é o número de horas que o corpo, de alguma forma, deverá ser preservado depois da morte (ou transição), antes que possa disposto para o que quer que seja, pois, neste espaço de tempo, é feita a revisitação (de frente para trás, do último suspiro à primeira inalação) da vida que se extinguiu. Todavia, não estou afirmando que esta revisitação deva ou precise levar exatamente 84 horas. Poderá durar 72 horas, 36, 24, 12 ou até alguns minutos. Vai de cada um, e – quem sabe? – por outro lado, poderá até levar mais tempo. Mas, a priori, quem poderá saber o tempo exato e rigorosamente necessário? Portanto, quanto a isto, creio que o próprio Credo católico não está meticulosamente correto. Sinceramente, tenho uma certa dificuldade em admitir que Jesus tenha tido necessidade de descer ao seu inferno pessoal por três dias. Enfim, vale a pena recordar que o exercício de revisitação/retrospecção diária, feito à noite antes de dormir, abreviará, certamente, para todos nós, o tempo de descida ao nosso inferno pessoal e o encontro com os nossos demônios, criados e alimentados por nossos desejos, ilusões, quereres, cobiças, paixões etc.

 

Em segundo lugar, 84 pode ser teosoficamente reduzido a 12 (8 + 4 4 + 4 + 4) e, de acordo com a Lei do Triângulo, isto remete aos três planos – físico, psíquico e mental – focalizados esotericamente pelas denominadas Escolas Integrativas de Sabedoria. A Libertação e a Illuminação dependem de uma ação integradora e harmonizadora nos três planos. Em uma palavra: concertamento. Não é possível alguém se tornar expert em um plano e não o ser em um segundo ou nos outros dois. Lembre-se de que, em termos objetivos, a Lei Cósmica menos evidente – mas, inviolável e irredutível – é a Lei da Unidade. Tudo é um; somos todos um. Assim, na realidade, os ditos três planos são um (estão unificados), entretanto, operam sob leis específicas e particulares. Um exemplo disto é a Lei da Gravidade, que só tem cabimento no plano físico. Em resumo: não sei quantas são as oitavas, mas sei que o Teclado Cósmico é um. Raios Cósmicos ‹—› raios gama ‹—› raios X ‹—› ultravioletas ‹—› espectro de cores visíveis ‹—› infravermelhos ‹—› calor ‹—› microondas ‹—› ondas de rádio ‹—› ultra-sons ‹—› ondas sonoras ‹—› odores ‹—› sabores ‹—› infra-sons ‹—› matéria.

 

 

 

 

Em terceiro lugar, 84 12, conduz à multiplicação 4 x 3, que, na realidade, lembra um quadrado (inferior) e um triângulo (superior). A animação abaixo mostra isto melhor do que as palavras.

 

 

 

 

Em seguida, 84 pode ser desmembrado em 24 + 24 + 24 + 12 12 + 12 + 12 + + 12 + 12 + + 12 + 12 – sete ciclos de 12 – remetendo a sete triângulos retângulos, ou seja, ao Teorema de Pitágoras (3, 4, 5). Três está associado ao ALeF; quatro está associado à Tetractys; e cinco está associado à Estrela de Cinco Pontas.

 

 

 

 

Enfim, para não ir longe demais, pode-se pensar em 84 como 12 = 6 + 6, de tal sorte que este duplo seis lembra, apesar de a Lei ser uma, a existência de um Graal Branco e de um Graal Negro, de uma Grande Loja Branca e de uma Grande Loja Negra. As duas Confrarias operam e trabalham com as mesmas Leis, ainda que os objetivos sejam distintos e antagônicos. Neste sentido, António de Macedo, no texto Graal Branco, Graal Negro, ensina: A batalha entre as forças do bem e as forças do mal é travada com uma intensidade que ninguém pode entender, a menos que esteja diretamente envolvido nela. Os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz e de outras Ordens similares que, podemos dizê-lo, na sua totalidade representam o Santo Graal Branco, vivem e subsistem pelo amor e pela essência do serviço inegoísta, que no mundo praticam aqueles que buscam viver uma vida espiritualmente norteada, e que os Irmãos Maiores ajuntam e enceleiram como as abelhas ajuntam o mel. Com isto, acresce o brilho deste Santo Graal, que, por sua vez, irradia a sua luminosa influência, assim fortalecida, sobre os espiritualmente receptivos, imbuindo-os de maior zelo e de maior entusiasmo no bem fazer e no bem combater. Do mesmo modo, as forças do Graal Negro vicejam e prosperam pelo ódio, pela perfídia, pela crueldade e por todas as ações demoníacas da longa lista do mal. Tanto as Forças do Graal Branco como as do Graal Negro requerem alimento – umas de bondade, outras de maldade para prosseguirem a sua existência e ganharem poderes para a sua luta. Se não o obtiverem, debilitam-se e perecem. De onde a batalha sem quartel que não cessam de travar.

 

Agora, que chegamos até aqui, a pergunta que se impõe é: este entendimento nos levará a quê? Bem, acho que a reposta, para cada um de nós, com poucas diferenças, é mais ou menos assim:

 

 

Eu quero a Liberdade.

Chega de nascer à-toa;

chega de tanta Saudade.

Oh!, minh'alma... Voa!

 

quero a Unidade sentida.

Minha Rosa não é apétala;

cada pétala foi uma vida.

 

Nada mais me arrincoa;

já despetalei muito à-toa!

Que cesse esta Saudade!

 

Oh!, minh'alma... Voa!

Oh!, minh'alma... Afestoa!

Vem... Vem... Unicidade!

 

 

Enfim, como é possível que o cotovelo não goste do antebraço? Como é possível o joelho implicar com o dedão do pé? Como é possível Kundalini viver agastada com a glândula pineal? Cole Porter estava corretíssimo: Let's do it; let's fall in love... Vamos fazer; vamos nos apaixonar... Mas, em um sentido universalizante!

 

 

 

Vem... Vem... Unicidade!
Que cesse esta Saudade.

 

 

 

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Nota:

1. A ciência sabe que, seja qual for o poder que move o coração, não procede de fora, mas, sim, de dentro deste órgão. O ocultista-cientista vê uma câmara no ventrículo esquerdo, próxima ao ápice, onde existe um pequeno Átomo flutuando em um mar do éter mais superior. A energia que existe neste Átomo, como a de todos os outros átomos, é a Vida Indiferenciada de Deus. Sem esta energia, o mineral não poderia modelar a matéria em cristais, nem os reinos vegetal, animal e humano poderiam formar seus corpos. Quanto mais nos aprofundamos, tanto mais evidente se torna que em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser. Este Átomo é o chamado Átomo-semente. A energia nele encerrada é que move o coração e mantém vivo todo o organismo. Todos os outros átomos, no resto do corpo, têm que vibrar em sintonia com ele. As forças dos Átomos-sementes impregnaram os corpos que o Ego habitou sucessivamente na sua marcha evolutiva. Como conseqüência, neste Átomo-semente estão escritas todas as experiências do Ego em suas vidas anteriores. Quando voltarmos a Deus, quando nos unirmos novamente com Ele, este registro, que peculiarmente é o registro de Deus, subsistirá, e, desta maneira, conservaremos nossa individualidade eternamente. Nossas experiências serão transmutadas em faculdades: o mal se transformará em bem e este se transformará em poder, para produzir um bem ainda maior. Entretanto, o registro das experiências de todos os seres pertence unicamente a Deus, e em Deus no mais íntimo sentido. O Cordão Prateado, que une os veículos superiores aos inferiores, termina no Átomo-semente, no coração. Quando a vida material chega a seu termo de modo natural, as forças do Átomo-semente se desprendem, passam pelo nervo pneumogástrico, pelo posterior da cabeça e pelo Cordão Prateado, junto com os veículos superiores. Sua ruptura no coração assinala a morte física, mas o Cordão Prateado nem sempre se rompe de uma só vez; em alguns casos, demora vários dias.

Fonte desta nota:

http://www.fraternidaderosacruz.org/mh_podsec_cap21.htm

 

Páginas da Internet consultadas:

http://isomerica.net/~mlah/narayan/symbols.html

http://mestresascencionados.blogspot.com/

http://www.fraternidaderosacruz.org/am_graal.htm

http://www.professores.uff.br/pitagoras/
mexas/cristo-cosmico/tradesooci.html

http://www.fraternidaderosacruz.org/ocv.htm

http://www.fraternidaderosacruz.org/page56.htm

 

Música de fundo:

Let's Do It (Let's Fall in Love)
Composição: Cole Porter
Interpretação: Ella Fitzgerald

Fonte:

http://mp3skull.com/mp3/
lets_fall_in_love_ella_fitzgerald.html