RENÚNCIA

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Complôs, ódio, desencantos...

Todo dia, afligentes atarantos...

O estado de coisas só degenerava,

e minha débil saúde deteriorava.

 

Poderia morrer ou ser morto;

cada um sangrará no seu horto.

Todavia, o mal não prevalecerá

e a Negra Noite não comemorará.

 

Mas – alma dorida, sofrendo

minhas forças se desvanecendo,

obrigaram a que eu renunciasse

e que da Digna Missão abdicasse.

 

Em silêncio, orarei pela Causa

e pelos atores de cada concausa.

O mal haverá de ser compensado;

cada qual será responsabilizado.

 

O ser humano costuma admitir

que haverá remissão no devenir.

Eu não devo preocupar, mas, sei:

não poderá perdoar o Agnus Dei!

 

Se fosse assim, seria muito fácil.

A coisa poderá ser dura ou grácil,

a depender do tamanho e do peso,

e de que forma maquinou o treso.

 

Assim, há um tempo para tudo.

Agora, eu devo me manter mudo.

Tornei-me reverenciado emérito.

Contudo, será que tenho mérito?

 

Até o último dia, cumprirei

o que preconiza a Canônica Lei.

Ao meu sucessor, eu serei leal.

Nós somos todos um, afinal!

 

 

 

Canto Gregoriano de fundo:

Agnus Dei
Interpretação: Schola Cantorum do Pontifício Col. Intern. dos Beneditinos de S. Anselmo em Roma

 

Página da Internet consultada:

http://www.clipartheaven.com/show/
clipart/shapes_&_symbols/house-gif.html

 

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