2070

Rodolfo Domenico Pizzinga

Música de fundo: Carmen
Fonte: http://virtual.xs4all.nl/world/c.html

 

CUIDAR DA ÁGUA
(Carta escrita no ano 2070)
Documento extraído da revista biográfica Crónicas de los Tiempos que recebi recentemente em um e-mail e introduzi alguns acréscimos e algumas ilustrações.

 

Estamos no Ano 2070 e acabo de completar 50 anos, mas a minha aparência é de alguém de 85.

Tenho sérios problemas renais porque bebo muito pouca água. Creio que me resta pouco tempo. Hoje sou uma das pessoas mais idosas nesta sociedade. Recordo de quando tinha 5 anos. Tudo era muito diferente. Havia muitas árvores nos parques, as casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um banho de chuveiro por cerca de uma hora.

Agora, usamos toalhas embebidas em azeite mineral para limpar a pele. Antes todas as mulheres mostravam a sua formosa cabeleira. Agora devemos raspar a cabeça para a mantê-la limpa sem água. Antes o meu pai lavava o carro com a água que saía de uma mangueira. Hoje, os meninos não acreditam que a água era utilizada dessa forma. Recordo também que havia muitos anúncios que diziam CUIDA DA ÁGUA, só que ninguém dava a mínima para eles; pensávamos que a água jamais poderia terminar.

 

INSANIDADE

 

Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos aquíferos estão irreversivelmente contaminados ou esgotados. Antes, a quantidade de água indicada como ideal para beber era de oito copos por dia por pessoa adulta. Hoje só posso beber meio copo. A roupa é descartável, o que aumenta grandemente a quantidade de lixo; tivemos que voltar a usar os poços sépticos (fossas) como no século passado, porque as redes de esgotos não podem ser usadas por falta de água.

A aparência da população é horrorosa; corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele pelos raios ultravioletas que já não têm a camada de ozônio que os filtrava na atmosfera. Imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados. As infecções gastrointestinais, enfermidades da pele e das vias urinárias são as principais causas de morte. Um dos poluentes da camada de ozônio é o cloro, que a destrói ininterruptamente produzindo oxigênio atômico e depois molecular, segundo a reação:

O3 + [Cl] —› 2 [O] + ClO

 

ClO + [O] —› [Cl] + O2

 

O3 + [O] —› O2 + O2

 

Buraco na Camada de O3
Buraco na Camada de O3

 

A indústria está paralisada e o desemprego é dramático. As fábricas dessalinizadoras são a principal fonte de emprego e pagam com água potável em vez de salário. A água, assim, se tornou a moeda de troca.

Os assaltos por um bujão de água são comuns nas ruas desertas. A comida é 80% sintética. Pela ressecação da pele uma jovem de 20 anos aparenta ter 40. Os cientistas investigam laboriosamente, mas parece não haver solução possível. Não se pode fabricar água; o oxigénio também está degradado por falta de árvores, o que diminuiu o coeficiente intelectual das novas gerações. Todas as pessoas têm grande dificuldade para raciocinar.

Alterou-se a morfologia dos espermatozóides de muitos indivíduos. Como conseqüência há muitas crianças com insuficiências, mutações genéticas e deformações. O governo já nos cobra pelo ar que respiramos, e só temos direito a 137 m3 por dia por habitante e adulto. As pessoas que não podem pagar são retiradas das zonas ventiladas – que estão dotadas de gigantescos pulmões mecânicos que funcionam à base de energia solar. Estas zonas ventiladas não são de boa qualidade, mas, pelo menos, se pode respirar. A idade média das pessoas caiu para 35 anos.

Em alguns países ficaram apenas as manchas de vegetação com o que sobrou do seu respectivo rio, que é fortemente vigiado pelo exército. A água é agora um tesouro muito cobiçado, mais do que o ouro, os diamantes e o pouco petróleo que ainda resta. Aqui, agora, já não há árvores, porque quase nunca chove, e quando chega a se registar uma pequena precipitação, é de chuva ácida; as estações do ano têm sido severamente transformadas pelos testes nucleares e pelas indústrias contaminadoras do século XX. A Natureza cobrou o preço da avareza e das maldades que contra ela foram praticadas.

 

BOMBA  NUCLEAR

 

Chuva Ácida
S03 + H20 —› H2SO4
H2SO4 + 2 H20 —› 2 H30+ + SO4=

 

Advertiram-nos que era necessário preservar o meio ambiente, mas ninguém fez caso. Quando a minha filha me pede que lhe fale de quando era jovem, descrevo quão bonitos eram os bosques, a chuva, as flores, o quanto era agradável tomar banho e poder pescar nos rios e nas barragens, beber toda a água que se quisesse e quão saudável as pessoas eram. Então, ela me pergunta:

Papai! Por que acabou a água?

Então, sinto um nó na garganta; não posso deixar de me sentir culpado, porque pertenço à geração que terminou destruindo o meio ambiente, ou simplesmente não levou em conta todos os avisos.

Agora, os nossos filhos pagam um preço alto e sinceramente creio que a vida na Terra já não será possível dentro de muito pouco, porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível.

Como gostaria de voltar atrás e de fazer com que toda a Humanidade compreendesse isso, quando ainda era possível fazer alguma coisa para salvar o nosso querido planeta Terra!

 

 

Ora, esta carta não precisa ser escrita de verdade. Tudo depende de nós. Tenho dito e realmente penso que enquanto não mudarmos o eixo do que está sendo praticado na Terra, sofreremos as conseqüências. Tudo está interligado e a própria Terra é um ser vivo. As teias alimentares não são apenas as que a Ecologia ensina. A mais importante de todas é a que engloba minérios e minerais, vegetais, animais e o próprio homem. Isto, simplesmente, porque TUDO É UM.

 





 

Recentemente recebi um e-mail com a indicação de um website terrível, ou melhor, um website que denuncia coisas horríveis que são praticadas contra os animais. O autor do e-mail faz a seguinte ponderação: Deus botou tudo no mundo à disposição do homem (referência católica aos animais e que vale para todas as religiões). Mas se tiramos Deus do cenário... Se tiramos Deus do cenário – o Deus que devemos construir diariamente – sobram as guerras, os genocídios, a conspurcação dos ecossistemas, a matança e a tortura de animais etc. em nome dos deuses criados pelas diversas comunidades de religiosos (com exceção do Budismo) e pelo Neoliberalismo voraz. A troca é realmente maldita. Então, agora, o que terá de ser removido? O homem? O homem não precisará ser removido. A continuarem as coisas como estão, o próprio homem se incumbirá de se auto-remover. Se o aquecimento global persistir no ritmo atual, por exemplo, dentro de poucos anos cidades como Nova Iorque e o Rio de Janeiro serão inundadas pelo mar. Se a violência persistir, tsunamis, vulcões, terremotos, tornados, enchentes se encarregarão de aleatoriamente limpar a Terra de seus agressores (que, no fundo, mais ou menos, somos todos nós). Se insistirmos em trucidar os animais, para qualquer finalidade, a aura da Terra não suportará (aliás, já não está suportando) a carga de energia negativa oriunda dessas perversidades, e reagirá, como tem reagido, de maneira calamitosa e imprevisível. Isso eu não tenho a menor dúvida. Se... Se... Se... O que pode ser feito? Não o que propõe a animação abaixo!

 

 

Acho que é muito simples. Pelo menos para mim é simples. Não desejar. Não precisar. Não amealhar. Não assassinar. Não invadir. Não sujar. Não enganar. Não estuprar. Não maltratar. Não fazer nada, absolutamente nada, que comprometa o equilíbrio e a harmonia do outro, da Natureza e dos outros Reinos. A par disso, dividir e compartilhar o que puder ser dividido e compartilhado, e emitir para o Plano das Idéias pensamentos construtivos e simples determinações de Beleza e de Bem. Acho que o mínimo que um místico deve fazer uma vez por dia é dizer ou mentalizar: PAZ AO MUNDO. Isso é realmente o mínimo, mas já é muito.

Por último, quero indicar um website para que se possa ver a que ponto pode chegar a maldade humana. O vídeo é medonho. Simplesmente horripilante. Eu não consegui assisti-lo integralmente nem da primeira nem de segunda vez. Mas o que consegui ver foi suficiente e não me fez nada bem. Abaixo... Eu não vou dizer é nada sobre o mural abaixo. Isso me dá vontade de vomitar. E já estou encharcado de tristeza e de dor de escrever este texto. Mas, o trabalho tem que ser feito. Então, está feito. Cumpri mais esta tarefa. Só por isso estou feliz. O alerta foi dado mais uma vez.

http://www.strasbourgcurieux.com/fourrure/

 

 

 

WEBSITES CONSULTADOS

 

http://www.siue.edu/~tjolley/image.htm

http://www.strasbourgcurieux.com/fourrure/

http://www.sciforums.com/showthread.php?t=7017&page=1

http://geocities.yahoo.com.br/acideznachuva134/2.html